Seguidores

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

REVENDO ARTIGOS - REUNIÃO-ANGICO, ANTES DA MORTE DE "LAMPIÃO"

Por SABINO BASSETTI
LAMPIÃO TINHA TUDO O QUE NECESSITAVA (REUNIÃO ANTES DE SUA MORTE).
Amigos do Cariri Cangaço,
No meu entender, os motivos de Lampião se manter vivo por tanto tempo na vida bandida foram vários.
Um deles é o fato dele respeitar o inimigo, não brigando quando não havia possibilidade de vitória como no caso do ataque a Mossoró e, outros de menor vulto. Outro motivo podemos dizer que seja o apoio que Lampião recebia dos coiteiros das mais diferentes classes. Tenho também que citar liderança que Lampião tinha sobre seus cabras não importando a importância que este ou aquele tivesse no grupo. E por fim a coragem natural que o rei dos cangaceiros possuia.
Quanto a ligação que Lampião tinha com coiteiros e protetores de grande projeção, era importante e proveitosa para os dois lados.
Sendo amigo e, prestando favores a Lampião, o fazendeiro, comerciante ou qualquer pessoa importante não teria suas propriedades, seus empregados e também suas famílias molestadas pelo cangaceiro.
Em contra partida, Lampião tinha em suas mãos tudo aquilo que nescessitava com bastante facilidade. Além disso, negociar com Lampião, era uma razoável fonte de renda. Mas não podemos negar, que existiram coiteiros importantes que serviam a Lampião apenas por amizade. Como exemplo das desvantagens de não se ter um bom relacionamento com Lampião, é lembrarmos do coronel Petronilo Reis, que logo depois de conhecer Lampião tornou-se seu inimigo sofrendo então enormes prejuizos.
Tempos depois da morte de Lampião, falou-se que ele iria se encontrar com seus sub grupos em Angico, para tratar, da sua retirada do cangaço ou uma possivel mudança de ares. Porém, poucos dias antes de Lampião chegar em Angico, ele esteve reunido com diversos de seus sub grupos e não tocou nesse assunto. Durante a semana que esteve em Angico, também lá esteve pelo mesmo periodo
Zé Sereno e todo seu grupo e, Lampião não disse uma palavra a ninguém a respeito de abandonar o cangaço ou o nordeste como se cogitou. O encontro de Angico foi apenas mais um encontro rotineiro de Lampião e seus sub grupos.
Taí meu caro Severo, espero que seja isso que o amigo queria. Estou a sua disposição para qualquer tipo de colaboração que eu possa dar. Como se diz aqui no interior de São Paulo: "nóis num entende muito, mais nóis vai empurrando devagar".
Abraço fraterno.

Sabino Bassetti
Pesquisador e escritor
Salto - São Paulo

FONTE/AÇUDE : Blog Cariri-cangaço (Dr. Severo)
Um abraço a todos.
IVANILDO SILVEIRA
Natal/RN


Porque a reunião no coito do Angico/SE?
Por: Aderbal Nogueira
Caro Sabino, venho aqui mais uma vez tentar colaborar com o debate e com esta história tão cheia de mistérios, como diz nosso amigo Alcino, que é o Cangaço. Pois bem, lendo sua matéria aqui no Cariri Cangaço, lembrei de dois depoimentos que gravei com amigos ex-cangaceiros, Candeeiro e Vinte e Cinco, depoimentos esses que tiveram um intervalo de aproximadamente 8 anos entre a gravação de um e de outro.
Um detalhe é que Candeeiro só encontrou com Vinte e Cinco cerca de 50 anos após o combate de Angico.
Gravei primeiro com Candeeiro, e quando gravamos com "25" ele nos narrou a mesma coisa que Candeeiro havia falado, sem que nós sequer tenhamos comentado o assunto. Ambos os depoimentos foram tomados por mim e pelo amigo Paulo Gastão.
Mais uma vez digo que eu, Aderbal, não estou dizendo absolutamente nada, não quero eu causar celeumas, apenas coloco ao público o que foi por mim gravado; tento somente colaborar com as pesquisas. Esse assunto no caso estava até esquecido por mim. Quando vi a matéria hoje no Cariri Cangaço é que lembrei.
Confesso que até pensei em não mais enviar esses vídeos para os blogs, pois pode parecer, como algumas pessoas já falaram que estou querendo me intrometer demais, porém o caso não é de intromissão e sim de colaboração. Por favor, receba o vídeo como algo a mais para as pesquisas.

Eu, Aderbal, não julgo se o depoimento é verdadeiro ou falso, afinal não estava no bando na referida época - 1938.
Por: Aderbal Nogueira - Pesquisador/documentarista do cangaço; Membro da SBEC
FONTE/AÇUDE: Blog Cariri-cangaço (Dr. Severo) Um abraço a todos. Vejam a matéria acima, analisem, tire suas conclusões e façam seus comentários.

IVANILDO SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da sbec
Natal/RN
COMENTÁRIO DE ANÔNIMO
Desculpem a intromissão.
No meu pouco conhecimento do tema, entendo que Lampião armou algumas ciladas. Porém, o seu objetivo nunca foi de enfrentamento, ou seja, tomar uma decisão de ataque às Volantes. Ele, compreendendo aí o bando, lutava praticamente na defensiva, uma vez que o objetivo principal, era a prática do Cangaço Meio de Vida (roubar, extorquir, sequestrar visando resgate, inclusive, invenção sua, como modalidade criminal no cangaço).
A estratégia de Lampião era se possível, não confrontar e retirar-se como forma de preservar o bando. Não gosto de usar a palavra sorte, mas Lampião foi baleado cinco vezes. Os irmãos não precisaram de tanto. Acho que Lampião foi muito inteligente, não só no campo da estratégia da guerrilha, mas, no relacionamento com homens sequazes sanguinários, que este comandou por tanto tempo. Entendo que este usou certos estratagemas na condução do grupo.
Exemplo: Sempre se isolou do grande grupo, criando-se assim uma "aura". Era muito sério, quase não ria, não participava das brincadeiras e algazarras corriqueiras da cabroeira, sempre perdia nos jogos de cartas (podendo ser até proposital), sempre deu destaque e prestígio à cangaceiros tidos como muito valentes e de gênio difícil, caso de Sabino e Corisco, não interferia em brincadeiras e bebedeiras de cangaceiros, fato muito comum e diário, tendo sempre lugar tenente para resolver essas pequenas contendas.
 SOBRE ABANDONAR O CANGAÇO, realmente, nunca foi externado (segundo literatura) por parte de Lampião, o desejo de deixar o cangaço.
Porém, declarou Sila, que conversava muito com Maria, que esta questionava quase diariamente aquela vida de sacrifícios, chegava a discutir com Lampião, quase diariamente, incentivando-o a deixar o cangaço e usufruírem da riqueza já acumulada.
Entendo que, os pesquisadores, cientistas sociais, historiadores, escritores do cangaço, cabe o ônus e a obrigação de explicar, desvendar e elucidar os meandros da temática. Não cangaceiros e ex-cangaceiros, homens rudes, que vivenciaram uma época onde analfabetismo era a norma, sem nenhum objetivo político nas ações, habitando um sertão ermo e isolado da "civilização". Nunca li uma declaração bombástica de ex-cangaceiros. Um fato que estudiosos do cangaço desconhecesse.
As Suas informações são importantes para estudiosos? São. Porque, junto com uma gama de conhecimentos e informações acadêmicas já adquiridas, podem fazer cruzamentos de dados já obtidos na oralidade, tecendo e defendendo então, uma visão, um ponto de vista lúcido. Sem a necessidade e obrigatoriedade de ter sido contemporâneo do cangaço. Um abraço
Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário