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domingo, 4 de agosto de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento
Geraldo Maia do Nascimento e Kydelmir Dantas

Durante o período de 1869 a 1872 Mossoró foi administrada pelo tenente-coronel da Guarda Nacional Luiz Manuel Filgueira. Foi durante a sua gestão que Mossoró passou ao predicamento de cidade. Foi também durante essa fase que começou a circular, pela primeira vez, o jornal “O Mossoroense”.
               
Filgueira era comerciante em Mossoró e era casado com D. Herculana Gratulina Praxedes, irmã por parte de pai de Bento Praxedes. Era descendente dos Camboas, mas por outro lado estava ligada aos Carneiros de Freitas, família que nessa região teve a sua origem genealógica na figura do capitão Manuel Carneiro de Freitas, conforme nos informa Lauro da Escóssia.

               
Luiz Manuel Filgueira foi o 5º governante de Mossoró. Alguns fatos importantes acontecidos na sua gestão:
               
A lei nº 620, de 9 de novembro de 1870, eleva a vila de Mossoró ao predicamento de cidade. O projeto foi do vigário Antônio Joaquim Rodrigues, deputado provincial pela sexta vez, apresentado à Assembleia Legislativa na sessão de 25 de outubro de 1870. Câmara Cascudo registrou um comentário que o vigário teria feito: “Fiz disso aqui uma cidade! Dizia ele abraçando os amigos no regresso à Mossoró que vira povoação e ajudara a fazer vila”. Nesse período Mossoró já era tida como “Empório Comercial”, já que as mercadorias chegadas a Mossoró através do seu porto, vindo de várias partes do mundo, eram distribuídas não só pelo Oeste potiguar, mas também por parte da Paraíba e do Ceará.
               
Jeremias da Rocha Nogueira funda a 17 de outubro de 1872 o primeiro órgão da imprensa de Mossoró, que se chamaria exatamente “O Mossoroense”. Esse jornal, em sua primeira fase, circulou até 1876, ajudado por José Damião de Souza Melo e Ricardo Vieira do Couto. Era um órgão ligado ao Partido Liberal de Mossoró, e como estampava em seu frontispício, “dedicado aos interesses do município, da província e da humanidade em geral”.
               
O comércio cresceu bastante nesse período. Em dezembro de 1872 Wilhem Defren, um alemão distinto, educado e de ameníssimo trato, abria casa de negócio e anunciava pela imprensa “que havia chegado uma remessa de prata em patacões para a compra de gêneros pelo que prevenia aos sertanejos que querendo-lhe dar a preferência nas vendas de couro e lã, pagaria na dita espécie”. Também já se confeccionavam roupas “no rigor da moda”. E quem desejasse uma calça bem feita ou um fraque “de gosto moderno”, ou uma sobrecasaca, era só procurar a “Casa de João Rodrigues Pará”, que ficava à Praça da Liberdade.
               
Raimundo Soares de Brito registrou em seu livro “Legislativo e Executivo de Mossoró – numa viagem mais que centenária”, um fato curioso havido nesse período: o delegado de polícia José Joaquim Seve foi preso “em nome da Opinião Pública” pelo abolicionista João Cordeiro.Segundo notícias que circulavam, o delegado “teria mandado dizer ao Chefe de Polícia que João Cordeiro havia proclamado a República em Mossoró”.
               
Luiz Manuel Filgueira faleceu em 1876. Desconheço a existência de alguma homenagem prestada pela municipalidade.
               
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Fonte: http://www.blogdogemaia.com

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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