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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

MUSEU DO SERTÃO - PILÕES

Por Benedito Vasconcelos Mendes

PILÕES - A grande variedade de pilões que compõem a numerosa e curiosa coleção destes utensílios domésticos do Museu do Sertão, da Fazenda Rancho Verde, em Mossoró-RN, chama a atenção dos que visitam este museu. 


O pilão era conhecido pelas três etnias que se miscigenaram na época da colonização brasileira. Os tapuias nativos do Nordeste utilizavam o almofariz de pedra, que nada mais era do que uma pedra toscamente escavada que, com o auxílio da mão de pilão, também de rocha, triturava alimentos. O Pilão de madeira deitado ou horizontal foi idealizado pelos indígenas, enquanto o pilão em pé ou vertical foi introduzido pelos escravos africanos, que vieram para o Brasil na época da colonização. Os colonizadores portugueses também conheciam o pilão, de modo que os africanos, os indígenas e os brancos portugueses utilizavam pilões. O pilão de pedra quadrado (feito de granito trabalhado) era produzido pelos artesãos luso-brasileiros e foi muito usado nas fazendas das regiões cristalinas nordestinas, pois, com o escopro ou cinzel de aço e com a marreta, os mestres de ofício confeccionavam este tipo de pilão. Os índios brasileiros não conheciam a siderurgia (fundição e preparação do ferro e do aço), pois não utilizavam apetrechos de trabalho metálicos. Os almofarizes indígenas eram pedras já encontradas na natureza ou escavadas com outra rocha de dureza maior, como o quartzo. 


O pilão para tempero pode ser de madeira, ferro, bronze, mármore, granito, vidro, porcelana e de outros materiais e já no período da colonização brasileira era muito usado na culinária portuguesa. Na Civilização da Seca, o pilão era um utensílio doméstico encontrado, praticamente, em todas as casas, fossem elas urbanas ou rurais, para pilar a paçoca (carne de sol torrada, pilada com farinha de mandioca), milho para fazer xerém ou massa de milho para cuscuz, bolos e outros alimentos. O arroz era também pilado, para tirar a casca, e o café, torrado no caco de barro com rapadura, era triturado no pilão. O pilão de tempero (pilãozinho de cozinha) não podia faltar na cozinha sertaneja, para esmagar pimenta do Reino, alho, cebola e outros condimentos.

Informação do http://blogdomendesemendes.blogspot.com:

O Museu do Sertão na "Fazenda Rancho Verde" em Mossoró não pertence a nenhum órgão público, é de propriedade do seu criador professor Benedito Vasconcelos Mendes.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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