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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

UMA IGNOMÍNIA CONTRA A POPULAÇÃO AGONIA E MORTE DO RIACHO CAMOXINGA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 7 de fevereiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.631

Após vinte cinco anos de promessas políticas quando parte do centro de Santana do Ipanema, Alagoas, deveria se tornar uma Praça multe eventos, fomos pesquisar os últimos mil metros do riacho Camoxinga.

Riacho Camoxinga antes do Estadual. Foto (Clerisvaldo B. Chagas, 5.2.2017).

Maior afluente urbano do rio Ipanema no município, o riacho Camoxinga, corta a cidade, despeja no coletor principal na área do Comércio e forma o maior bairro com o mesmo nome e que representa hoje a metade do sítio urbano. É o segundo maior símbolo físico de Santana.

Vindo das imediações do sítio Pinhãzeiro, o riacho penetra na cidade por trás do casario que atualmente forma duas ruas conhecidas como Ruas do Colégio Estadual. Até aí as águas são límpidas, pois esse casario usa banheiros e fossas, recolhe o lixo e torna o acesso ao riacho, praticamente impossível para estranhos.

A partir da primeira ponte, ainda em uma das ruas do Estadual, o riacho descamba para atravessar uma segunda rua. Esse pequeno trecho, sendo propriedade particular, ainda permite que o riacho aponte bem na outra via, mesmo recebendo algum lixo dos transeuntes da ponte. Mas a parti daí começa a agonia. Águas de esgotos e fossas são lançadas diretamente no córrego, contaminando toda a área até a sua foz, sem contar com a fedentina insuportável. O riacho faz meandros e corta a BR-316. Esse é o trecho onde se acha jogado todo o lixo do Brasil. Da ponte da BR-316, a carniça banha os fundos do Bairro Artur Morais, onde sai coletando e entulhando, sofás, geladeiras, fogões, isopor, animais mortos, lixo doméstico e lixo das feiras da quarta e do sábado.

Isso tudo é distribuído no Largo onde seria a praça, que despeja pelo transporte alternativo mais de mil pessoas, todos os dias, vindas de cerca de 30 municípios. Ponto de embarque e desembarque de passageiros tratados dentro dos lixões como se fossem cachorros.

Riacho após o Estadual, a ignomínia descarada. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas, 5.2.2017).

Fora isso, existe uma invasão de pequenas casas comerciais e barracos de todos os tipos sem critério algum numa terra de ninguém. Até a subida calçada de um beco que dá acesso a parte superior do comércio (beco do peixe) é degradante e só passa por ali quem tem pulmão de ferro.

Não conseguimos concluir o nosso trabalho geográfico porque os atuais donos não deixaram acesso ao leito do esgoto e as tripas não aguentaram subir o riacho por baixo da ponte Padre Bulhões, onde se dá o encontro das podrices.

Nem delegado, nem juiz, nem prefeito, nem padre, nem pastor... Ninguém se preocupa com a parte mais degradante do meio ambiente e das inúmeras doenças que atacam os santanenses.

Foi muito difícil pensar em alimentação depois do que vimos na terra de ninguém!



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