Seguidores

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VINTE E UM ANOS DE SAUDADES!

A última imagem, cheia de saúde, do rosto inesquecível do meu pai!

Acabara de comemorar seus 69 ano de idade, no dia 27 de dezembro daquele ano de 1990, e estava no quinto dia do Ano Novo que chegara, janeiro de 1991. Dentro do hospital fez uma festa para médicos, enfermeiros, funcionários, amigos que o visitavam, filhos e netos que o acompanharam na sua reclusão hospitalar. No dia 28, dia seguinte ao seu aniversário,  não pude comemorar o aniversário do meu filho Eduardo, não havia espírito para isso. O que temíamos estava prestes a se consumar.

Meu pai,  meu filho Eduardo (nos seus braços),
e Leonardo meu primeiro filho (1981)

Gostava dos netos, não soube o que era ser pai e o que era ser avô, separadamente. Só soube ser pai. Pai de todos. Preocupado com todos. Feliz por todos. Zangado com todos, quando era necessário, sem a menor cerimônia de não ser o pai. Para ele, eram todos filhos. O "cabresto" era dele, nem filho, nem netos ousavam desrespeitá-lo. Ele queria o certo, ele queria o bem, custasse o que custasse, não admitia uma família sem rumo, sem chefe, sem o cabeça. E o cabeça era ele. E gostava de dizer:

- Tenho muito medo do rumo que a família possa tomar depois que eu partir. Todo corpo precisa de uma cabeça. Não se dispersem, unidos serão mais fortes, a vida não é fácil!

Não fazia diferença entre netos. Os meus filhos, que moravam na capital, tinham dele a mesma atenção dada a filha de Leta minha irmã, a sua netinha Rosângela (Tinga), que ele criou como filha até certa idade.

Um pai- avô

Ah, o futuro sem ele! Foi demais admitir que ele existiria. Eu já imaginava como ia ser difícil manter de pé as promessas feitas, cumprir os desejos dele, não se afastar das suas recomendações, seguir os seus ensinamentos, atender aos seus apelos ...

Naquele 5 de janeiro de 1991, ao meio dia saímos da UNICORDIS, levando o seu corpo para se misturar ao pó da terra onde nasceu, mas não somente o corpo virou pó, também com ele foram sepultadas muitas esperanças, principalmente a sua esperança maior: A UNIÃO DA FAMÍLIA que, hoje, não passa de um corpo sem cabeça, o qual desgovernado segue, de Natal em Natal, de Ano Novo em Ano Novo, sofrendo desencontros - principalmente por se tratar de uma época em que, unidos ao redor do seu corpo enfermo, fizemos tantos juramentos em continuar levando a sério o que ele nos ensinou -  cometendo a falta de não desejar através de cinco palavras mágicas: FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO! que, muitas vezes, são pronunciadas apenas para demonstrar civilidade e sociabilidade, mas nem por isso deixam de ter uma grande importância na vida de cada um de nós.

Inadmissível para ele: desunião, rejeição e indiferença entre os membros da família. Só me resta pedir desculpas, e pedir que, de onde estiver, e sei que está com Deus, rogue a Ele que lhe ajude a nos perdoar, dentro dos seus critérios de justiça, que tão bem soube usar quando viveu entre nós. 

Ajude-me, meu pai, a repassar os seus valores para a família que nasceu do meu casamento,  não permita que nenhum dos membros me desaponte. Daqui a 7 anos eu terei a mesma idade que o senhor tinha quando nos deixou, e seus bisnetos, Mariana, Gabriela e Antônio Carlos, (que o senhor não conheceu) estarão respectivamente com 16, 12 e 9 anos, quase a mesma idade que tinham seus netinhos, meus filhos, Leo, Dudu e Karlinha quando lhe perderam.



Nossa segunda geração, bisnetos seus e de Dona Anita, que também partiu junto com senhor para uma vigem sem volta.



Dona Anita (minha sogra, que faleceu no mesmo 5 de janeiro de 1991)
Eternas saudades dos seus filhos: Carlos e Lusa
e dos seus netinhos: Leo, Dudu e Karlinha

 Uma mensagem de Lusa Vilar ao seu saudoso pai.

ESTA POSTAGEM SE ENCONTRA NOS SEUS DOIS BLOGS:

RAÍZES E
21 ANOS DE SAUDADES

http://raizeslusavilar.blogspot.com/

http://faltadomeupai.blogspot.com/


VINTE E UM ANOS DE SAUDADES!


Obrigado a Lusa Vilar pela liberação do conteúdo, e ao escritor João de Sousa Lima por ter nos ajudado no envio do conteúdo através de e-mail.   


http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

4 comentários:

  1. " E agora, José?" Como é que encontrarei as palavras certas para lhe agradecer? Não, não vou encontrar. Porque, por mais que me esforce, elas não representarão a minha emoção e os meus gradecimentos pela grandiosidade do seu gesto. Muito obrigada, pela valorização que deu a minha simplória postagem, cuja simplicidade também não expressa o tamanho da saudade que sinto do meu velho querido que, ao nos deixar, nos faz tanta falta. O cinco de janeiro de cada ano é uma data muito amarga para nós, porque Deus quis levar, no mesmo dia, os avós do meus filhos, meu pai e minha sogra, que de sogra não tinha nada, era tão carinhosa para comigo que não merecia assim ser chamada. O dia cinco de cada ano é muito temido por mim, pois nesse dia perdi meu pai e meu marido perdeu a mãe dele. Por coincidência, ou desígneos de Deus, minha inesquecível mãe morreu no dia 05-05-95, além do meu sogro que também faleceu em um dia cinco. Só me reta invocar a Oração da Serenidade:

    "Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras".

    Um grande abraço e meus sinceros agradecimentos.

    ResponderExcluir
  2. Lusar Vilar:

    Não há necessidade de me agradecer. Isto faz parte dos nossos trabalhos, pois devemos sempre lembrar de quem já se foi.
    Gostaria que você me enviasse o seu e-mail, pois eu não o tenho nos meus simples apontamentos. Somente para futuros contatos em relação aos nossos trabalhos culturais.

    Feliz Ano Novo para você e para todos os que lhe rodeiam.

    José Mendes Pereira

    ResponderExcluir
  3. Caro José Mendes, sou filha de Antônio Piancó Sobrinho e irmã de Lusa Vilar. Ao me deparar com o seu blog, fui tomada por enorme emoção. A primeira coisa que refletiu em meus olhos foi a postagem dedicada ao meu querido pai, anteriormente postada no nosso blog RAÍZES. Agradeço-lhe bastante por tamanha consideração. Não são todos que, mesmo sem conhecê-lo, prestam-lhe tão significativa homenagem. Obrigada, de coração!

    ResponderExcluir
  4. Muito obrigado pela sua participação.
    Continue acessando este blog

    ResponderExcluir