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quarta-feira, 31 de maio de 2017

LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA


NOVO LIVRO CONTA A SAGA DA VALENTE SERRINHA DO CATIMBAU
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O livro "DOMINGUINHOS O NENÉM DE GARANHUNS" de autoria do professor Antonio Vilela de Souza, profundo conhecedor sobre a vida e trajetória artística de DOMINGUINHOS, conterrâneo ilustre de GARANHUNS, no Estado de Pernambuco.

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MOSSORÓ À SOUSA


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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UM LIVRO COMPLETO SOBRE CANGAÇO QUE AINDA NÃO TINHA SIDO PUBLICADO


Você que no estudo do cangaço já ouviu falar sobre Antonio Matilde, mas ainda não sabe quase nada sobre a sua identidade,  convido você para comigo ir até à casa deste, somente para fazermos uma pequena biografia.

1 - Qual é o parentesco de Antonio Matilde com os Ferreiras?
2 - Era tio deles?
3 - Era primo deles?
4 - Era irmão de José Ferreira da Silva?
5 - Era sobrinho de dona Maria Sulena da Purificação?
6 - Tinha um parentesco muito com dona Jacosa?
7 - Não fazia parte da família de dona Jacosa?
8 - Qual o seu parentesco com Cassimiro Honório?

Esta e outras respostas você as encontrará no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", de José Bezerra Lima Irmão. a partir da página 89.

Esta maravilhosa obra você poderá adquiri-la através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br.

Com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba. Ainda não foi lançada uma obra sobre cangaço maior do que esta. São 736 páginas - Tamanho Ofício - 4 centímetros de altura...

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SÃO JOÃO DA ADUERN


Informamos que este ano não será realizada a tradicional festa de São João do sindicato.

Os recorrentes atrasos nos repasses das consignações da ADUERN tem prejudicado as atividades do sindicato e a falta de compromisso do Governo do Estado tem inviabilizado algumas ações da entidade.

A ADUERN já havia denunciado a morosidade e desrespeito do Governo Robinson. Saiba mais sobre isso aqui


Jornalista
Cláudio Palheta Jr. 
Telefones Pessoais :
(84) 88703982 (preferencial)
Telefones da ADUERN:
ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidente da ADUERN
Lemuel Rodrigues

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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LAMPIÃO LEVAVA NO EMBORNAL UMA FOTO DO TENENTE JOÃO BEZERRA?

*Rangel Alves da Costa


Vasculhando baús antigos, rebuscando na poeira dos tempos algum conhecimento escondido, eis que encontro um retrato ilustrando uma notícia que me chamou bastante atenção. Retrato antigo, em preto e branco, com uma senhora e seus dois filhos, um menino uma menina. Pelas vestes, gente importante, de relevo social. Contudo, o mais instigante está na inscrição baixo da fotografia, onde se lê:
“Nos bolsos de ‘Lampeão’, depois do combate de Angicos, foi encontrado um maço de fotografias, entre elas um retrato do tenente João Bezerra, cuja tropa o abateria. A fotografia acima estava em meio aqueles documentos e é de pessoas que não foram identificadas por nenhum dos oficiais ou civis que a viram detidamente. A divulgação provavelmente resultará nessa identificação”.
Acaso seja verdadeira tal informação, ou seja, que Lampião levava consigo um maço de retratos e dentre os quais o de João Bezerra, fato que, desde já, pessoalmente reputo como duvidosa, muita indagação ainda há de surgir daquelas antigas veredas.


Por que Lampião levaria consigo um retrato de seu algoz, do comandante responsável pela sua morte? E ainda: Qual o interesse de Lampião em levar consigo fotografias de pessoas inusitadas ao contexto histórico? Por que logo uma fotografia de seu perseguidor? Por que um retrato dessa mulher com seus dois filhos?
Antes de me permitir algumas possíveis respostas, atento para uma reportagem divulgada à época do massacre de Angico, onde o Jornal O Povo, de 3 de agosto de 1938, relata acerca dos objetos conhecidos, mas que não foram encontrados com o Capitão Virgulino. Eis a manchete: “Desapareceu um anel de alto custo roubado por Lampeão”, e no subtítulo: “Também não foi encontrado o colar que o bandido trazia ao pescoço”.

Quer dizer, o jornal menciona acerca do roubo dos objetos pessoais de Lampião, porém em nenhum momento se refere ao achado tão importante e historicamente significativo nos seus bolsos ou no seu embornal. E tais fotografias certamente logo despertariam a atenção dos jornalistas. Então surgiria uma manchete do tipo: “Ao ser morto, Lampeão levava no bolso fotografia de seu algoz”.
Mas se tais fotos existiram mesmo, então outras perguntas logo surgirão, por exemplo: Lampião mantinha consigo o retrato do tenente Bezerra para reconhecê-lo melhor assim que o encontrasse? A confirmação de tal hipótese logo refuta a ideia de que eram conhecidos, até amigos, já tendo se encontrado diversas vezes.
Ora, se eram amigos, se se conheciam, não havia motivação alguma para que o líder cangaceiro carregasse no seu bolso ou embornal um retrato de um comandante da polícia volante que vivia em seu encalço. Certamente não seria por recordação de amizade ou por que alguém o teria presenteado com aquela foto.
Mas por quê? Não me recordo ter lido nada neste sentido. Comumente, quando um inimigo está no encalço de outro e não o conhece, é normal que leve um retrato. E assim será mais fácil confirmar quando do encontro. Mas se, como alguns ainda insistem em dizer, Lampião e Bezerra mantinham conluios, então por que o saudoso retrato junto ao Capitão?
E sobre o retrato daquela mulher e seus filhos? Será que Lampião estava na intenção de, como fizera em 1922 com a Baronesa de Água Branca, tomar de assalto a residência de tão proeminente figura? Ou mantinha o retrato consigo por ser uma recordação familiar ou de uma amizade distante? Nada disso pode ser confirmar.
Também muito difícil de confirmar a veracidade dos fatos envolvendo a presença de tais retratos junto ao Capitão Lampião. Acaso se confirme, há muito mais mistérios envolvendo Lampião e João Bezerra do que imagina nossa matuta filosofia.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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JOSUÉ DIAS DE OLIVEIRA


Advogado, professor e ex-prefeito Josué Dias de Oliveira, irmão do Mestre Sivuca, Josué Governou Itabaiana de 31/01/1969 a 31/01/1973.

JOSUÉ DIAS DE OLIVEIRA

Advogado brilhante, orador fluente, político festejado pelos seus dotes pessoais, Josué Dias de Oliveira aprendeu com José Silveira, de quem foi secretário, as virtudes da serena e desinteressada dedicação às causas dos menos favorecidos.

Amigo fraternal dos servidores, apesar de alguns obstáculos causados pelo governo militar, fez uma administração digna de encômios. Sua maior obra foi a construção do Centro de Abastecimento que substituiu o antigo e infecto mercado público, monstrengo no centro da cidade. Fez estradas, calçamentos e modernizou a administração, com a ajuda do Ministério do Interior de então.

Com seus atos e suas palavras fluentes, fez proselitismo e liderou o MDB por muitos anos. Itabaiana deve muito ao Prefeito Josué Dias de Oliveira, o "Urubu Rei".

Josué Governou Itabaiana de 31/01/1969 a 31/01/1973.

(Do livro, "Memórias Esparsas de um rábula - Arnaud Costa, 2ª Edição, Abril 2011.", Pág. 100)


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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DELMIRO GOUVEIA: UM POUCO DE HISTÓRIA.

Email enviado por Paurílio Barbosa:

César,

Paramos? Ou estamos matutando, ainda analisando as últimas fotografias, os últimos comentários? Tudo neste blog gira em torno das coisas da nossa terra ou em torno do nome do coronel Delmiro Gouveia, sua vida, seus feitos, bravura, pioneirismo... Sempre estamos a repetir sobre a nossa história, percebe? De vez em quando, volta aos comentários um tema trazido há um ano ou há seis meses, por exemplo. E mesmo assim, pela empolgação ou por causa da paixão pela nossa história, recebemos novamente tais assuntos com exaltação, como se fosse novidade para nós. Relembrar a vida e a obra de Delmiro Gouveia nunca é demais. Sempre há o que dizer, o que comentar, o que acrescentar.


Uma das últimas fotografias que você colocou no blog é a do Quartel General da PM de Pernambuco, no mesmo local onde Delmiro construiu um mercado, inaugurado em 1899, às margens do rio Capibaribe. Estou mandando foto do antigo mercado do Derby e, a propósito, foto também da bela adolescente Carmela Eulina, porque ambas têm a ver com um mesmo episódio ocorrido com Delmiro, tudo num curto espaço de tempo. - Por causa de questões políticas, o mercado foi incendiado, Delmiro passou a ser perseguido, todas as portas lhe foram fechadas. Ele, já chegando aos quarenta, conquistou a jovem da fotografia, fato não aceito pelo pai dela, Desembargador Sigismundo Gonçalves, Governador de Pernambuco. E a saída foi raptar a garota que mal chegara aos dezoito anos, segundo o pesquisador Pernambucano de Mello, fugindo para Alagoas, começando aí, praticamente, a história da nossa terra.

Abraços

Paurílio Barbosa - Recife Pe

http://amigosdedelmirogouveia.blogspot.com.br/2008/07/delmiro-gouveia-um-pouco-de-histria.html

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COMEMORAÇÃO DIA DAS MÃES


Pedro Manuel Maia e Martha Cristina Eleutério Maia na Comemoração do Dia das Mães no Colégio Evangélico Leôncio José de Santana - Mossoró/RN. Dia: 27/05/2017.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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100 ANOS DA ENTREVISTA DA CANGACEIRA ANÉSIA CAUAÇU AO JORNAL A TARDE

Por Domingos Ailton

Há exatos 100 anos, dia 25 de outubro de 1916, coincidentemente data do aniversário de Emancipação Política de Jequié, o Jornal A TARDE trazia como manchete JEQUIÉ, Cauassus, Marcionilio e Zezinho dos Laços. A empreitada dos crimes. Narrativa de uma Cauassu ao nosso repórter, com uma foto da cangaceira Anésia Cauaçu ao lado de uma criança. 


Na primeira página e nas páginas internas do jornal, Anésia narra a trajetória da família Cauaçu, cuja grafia da época se escrevia Cauassu, dando conta de que seus familiares eram simples agricultores e comerciantes, e que se tornaram cangaceiros por conta de uma vingança.

Em Ituaçu, antigo Brejo Grande, na Chapada Diamantina, duas famílias disputavam o poder local: os Silvas, chamados de "rabudos", e os Gondins, denominados de "mocós”. O major Zezinho dos Laços (um dos líderes dos “rabudos”) exige que Augusto Cauaçu acompanhe seu grupo de jagunços em uma emboscada contra a família Gondim. Por conta da recusa de Augusto, este é assassinado a mando de Zezinho dos Laços. Então, a família Cauaçu se reúne e resolve vingar a morte, assassinando Zezinho dos Laços seis anos depois em uma tocaia na Fazenda Rochedo. Chefes dos “rabudos”, a exemplo do coronel Marcionílio de Souza e de Casseano do Areão passam a perseguir e matar membros da família Cauaçu e de seus aliados, comandados por Anésia e seu irmão José Cauaçu. Pressionado pelos coronéis, o então governador da Bahia, Antônio Muniz, denomina o movimento armado dos Cauaçus de "conflagração sertaneja” e envia para Jequié mais de 240 soldados em três expedições da polícia militar da Bahia, com participação inclusive de oficiais que combateram na Guerra de Canudos, a exemplo do tenente-coronel Paulo Bispo. Ocorre então a Guerra do Sertão de Jequié, conflito envolvendo os cangaceiros Cauaçus, policiais militares e jagunços dos coronéis. A força policial pratica uma série de atos violentos não só contra os cangaceiros, mas também contra a população inocente de Jequié e região. O alferes Francisco Gomes – Pisa Macio obriga um homem a comer lama no povoado do Baixão, crucifica outro nas margens do Rio das Contas e lança crianças para o ar,que são amparadas com a ponta das baionetas e levava suspeitos para um pequeno morro no Curral Novo onde eram sangrados com requintes de perversidade. O local ficou conhecido como Morrinho da Matança.

O genocídio é denunciado pelo Jornal A TARDE, que envia um repórter para fazer a cobertura das expedições policiais em Jequié e na ocasião entrevista Anésia Cauçu, dando destaque a sua narrativa a respeito da história do bando e do histórico conflito daquele ano de 1916.

Anésia Cauaçu foi uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Foi a primeira mulher nordestina a ingressar no cangaço, uma vez que em 1911, ano do nascimento de Maria Bonita, Anésia já lidera um bando de mais de 100 bandoleiros. Ela também foi a primeira no sertão de Jequié a praticar montaria de frente, já que as mulheres de sua época montavam de lado em uma sela denominada silhão, e a pioneira das terras jequieenses a vestir calças compridas (as mulheres do período em ela viveu apenas usavam vestidos e saias), para facilitar o combate em cima do cavalo. O historiador Emerson Pinto de Araújo, que registou a história da cangaceira assim a descreve: “era uma mulher branca, de olhos azuis, bons dentes, alta e delgada, que tomava suas pingas, sem que ninguém ousasse faltar-lhe com respeito. Numa época em que não existiam academias de defesa pessoal, ela tinha ginga de corpo, conhecia- ninguém sabe com quem aprendeu - os ´rabos-de-arraia da capoeira, batendo forte nas fuças de muitos valentões que tentavam avançar o sinal. Manejando armas de fogo com uma pontaria invejável, jogava pra escanteio os melhores atiradores. Certa feita, bafejada pelo acaso, numa distância de trezentos metros, cortou o dedo do sargento Etelvino, quando este indicava aos seus comandados a direção em que deveria atacar”. Com base na memória coletiva de tradição oral, em documentos escritos e no meu imaginário, escrevi um romance histórico que tem como protagonista Anésia Cauaçu. Inspirado neste texto ficcional, o poeta e cordelista José Walter Pires produziu um livro de cordel e o compositor e cantor Jonas Carvalho compôs uma música sobre a saga de Anésia Cauaçu. Diversos estudos acadêmicos foram e estão sendo desenvolvidos sobre essa guerreira do sertão de Jequié. A entrevista publicada em 25 de outubro de 1916 e as matérias publicadas pelo Jornal A TARDE há 100 anos sobre os conflitos na região de Jequié constituem relevantes documentos da história do coronelismo e do cangaço na Bahia.

Por, Domingos Ailton

http://www.portalcatingal.com.br/100-anos-da-entrevista-da-cangaceira-anesia-cauacu-ao-jornal-tarde/

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SOBRE ALGUMAS EFEMÉRIDES DE ISAÍAS ARRUDA

Por João Calixto Junior
João Calixto Junior e Manoel Severo

Desejo esclarecer, antes de tudo, não terem os presentes apontamentos qualquer caráter polêmico. Visam, tão-somente, ao aclaramento. Assunto um tanto obscurecido tem sido o que concerne às origens de Isaías Arruda de Figueiredo, mais conhecido na história por Cel. Isaías Arruda, morto na estação ferroviária de Aurora, em 1928.

Revolvendo arquivos daqui e dalém, perseguindo informações que me remetessem esclarecimentos sobre as primícias de minha terra berço (Aurora), a mim apresentaram-se, sobremaneira, e em virtude do ineditismo a que se remeteu, importantes documentos que me puderam descobrir os indícios deste famanaz nordestino, figura presente, muitíssimas vezes, nas linhas que grafam os anais do período coronelístico regional, sem, portanto, comprobação quanto às suas efemérides. Ei-lo, conquanto, algumas considerações sobre suas datas, natalícia e matrimonial:

Nasceu em Aurora Isaías Arruda de Figueiredo aos 6 de julho de 1899, filho de Manoel Antônio de Figueiredo de Arruda e Maria Josefa da Conceição, ambos naturais da mesma Freguesia de Aurora, tendo sido batizado pelo Pe. João Carlos Augusto aos 30 de julho do mesmo ano. Sobre seu registro batismal, assinado pelo Pe. Augusto Barbosa de Meneses (à época em que a Paróquia de Aurora estava anexada à de Caririaçu), perlustrei-o em um dos Livros da Paróquia do Menino Deus de Aurora (Livro 2, 1897-1904, p. 80), onde se observam Antônio Leite de Oliveira (solteiro) e Maria Joaquina da Conceição (casada), como seus padrinhos.
  

Isaías Arruda

Convolou núpcias no primeiro dia de setembro de 1920 na Igreja Paroquial de Aurora com Estelita Silva, natural de Fortaleza, tendo como testemunhos a Raimundo Antônio de Macêdo e Manoel Gonçalves de Araújo. (Livro de Registro de Matrimônios, Paróquia do Senhor Menino Deus de Aurora, 1909-1922, p. 177). Em perfeita consonância com a práxis vigente de sua época de existência, inseriu-se Isaías Arruda na prepotente atuação sócio-política regional, marcada pela incursão do poder privado dos coronéis. Eram estes os senhores supremos dos feudos nordestinos, detentores do voto do cabresto e responsáveis pelas famosas eleições a bico de pena, onde até defuntos votavam. Trapaças e moléstias sociais que hoje ainda remanescem, apesar de diminuídas as proporções, são oriundas deste famigerado tempo da República dos Coronéis ou Coronelismo, a chamada República Velha. 

Bosquejando sobre as passagens deste notável personagem do cenário coronelo-cangaceirístico, delegado de polícia em Aurora, assim como Prefeito municipal de Missão Velha, transcrevo o que exara Joaryvar Macêdo emImpério do Bacamarte (Fortaleza, 1990, p. 225): “Improvisado o coronel Isaías Arruda em poderoso chefe político de Missão Velha, se o juiz não se submetesse às suas ordens, ele o escorraçava, e ao oficial de polícia, intolerante com os desregramentos, mandava assassinar”. Algo depois de funestos episódios que lhe marcaram a curta vida, polêmica e tumultuosa, ocorreu-lhe o assassinato, aos 4 de agosto de 1928.

Sousa Neto, Manoel Severo, Bosco André e José Cícero na Estação da RVC em Aurora

Alguns Paulinos, armados até os dentes, rumaram em direção ao carro de passageiros, parado na plataforma da estação. De súbito, aparece o temível coronel Isaías. Numa fração de segundos uma saraivada de projéteis lhe põe fim à vida, tumultuosa e agitada. Era a vingança tremenda da família Paulino. (Waldery Uchoa, Anuário do Ceará, Fortaleza, 1954, p. 42).

Da calçada, onde caíra baleado, Isaías foi transportado para a residência de Augusto Jucá. No dia seguinte foi assistido pelos médicos Antenor Cavalcante e Sérgio Banhos, mas estes pouco puderam fazer no sentido de salvar a vida de Isaías, que terminou falecendo no dia 8 de agosto, pelas 6 horas da manhã (...). (Amarílio Tavares, Aurora, História e Folclore, Fortaleza, 1993, p.131). No Livro de Registros de Óbitos da Paróquia de São José de Missão Velha (1926-1930, p.136), deparei-me com o assento referente ao seu falecimento:

“Aos oito dias do mês de agosto de mil novecentos e vinte e oito, na sede da Freguesia de Aurora, foi assassinado Isaías Arruda com vinte e oito anos de idade, casado com Estelita Arruda. Seu corpo foi sepultado nesta Villa. Para constar mandei lavrar este assento que assino. O Vigário Horácio Teixeira”.
           

Prof. João Tavares Calixto Júnior

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FILME - CORISCO & DADÁ (1996) DVDRIP

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Publicado em 28 de jan de 2014
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III LEMBRANÇA DO ÍDOLO REGULAMENTO


I – Do Evento e seus Objetivos

Art. 1º - O III CONCURSO “LEMBRANÇA DO ÍDOLO”, será realizado pelo Parque Cultural “O Rei do Baião”, na Fazenda São Francisco, município de São João do Rio do Peixe-PB, por ocasião das festividades em homenagem a Luiz Gonzaga, nos dias 19 e 20 de agosto de 2017.

Art. 2º - Poderão inscrever-se no II CONCURSO “LEMBRANÇA DO ÍDOLO” pessoas de todas as regiões e países, independente de estilo, gênero ou nacionalidade, que concorrerão em absoluta igualdade de condições.

Art. 3º - As obras devem ser exclusivas no idioma português, inéditas e originais.

Art. 4º - O Concurso homenageia o casal ANTÔNIO BARROS E CECÉU, famososartistas paraibanos.

Art. 5º - A obra deverá ser escrita estilo crônica, ocupando apenas uma lauda (página).

Art. 6º - Patrono: Francisco de Assis Lisboa Filho (Vereador Diassis Lisboa), do município de Santa Helena-PB.

II - Das Inscrições

Art. 7º - As inscrições deverão ser feitas na Fazenda São Francisco, zona rural de São João do Rio do Peixe (PB), ou ainda no endereço: Rua Dr. José Guimarães Braga, 70, Vila do Bispo, Cajazeiras (PB), CEP – 58.900-000, pelos telefones: (83) 99615-7942 / (83) 99379-1893, Pelo e-mail: 
Maiores informações no site: www.caldeiraodochico.com.br, nogonzagaodobrasil.blogspot.com.br e no programa “Caldeirão Político” da Rádio Oeste da Paraíba.

§ 1º - Serão aceitas inscrições por e-mail, pessoalmente ou via correio.

§ 2º - O período de inscrição será de 10 de abril a 31 de julho de 2017.

Art. 8º - A formalização das inscrições se processará mediante a entrega das crônicas digitadas em espaço simples (Office Word), fonte Times New Roman 12 ou Arial 11, acompanhadas da identificação do autor (nome, endereço completo e um breve currículo) em folha à parte.

§ 1º - Na cópia da crônica não deverá constar o nome do autor, apenas o nome da obra. A identificação deverá ser feita em folha à parte e anexada.

§ 2º - Cada participante poderá inscrever apenas uma crônica, e a mesma não poderá conter mais do que uma lauda (página).

Art. 9º - A Comissão Organizadora do Concurso não se obriga a devolver o material utilizado para as inscrições, ficando o mesmo na guarda da Comissão do III CONCURSO “LEMBRANÇA DO ÍDOLO”.

Art. 10º - O ato da inscrição implica, automaticamente, na aceitação integral por parte dos concorrentes dos termos deste regulamento.

III - Do Julgamento

Art. 11º - O Julgamento das obras será feito por uma comissão formada por três jurados de reconhecida experiência na cultura nacional, sendo sua decisão soberana, não cabendo qualquer manifestação contrária.

PARÁGRAFO ÚNICO – Em caso de empate entre os primeiros colocados o desempate se dará por decisão dos três jurados, convocados extraordinariamente para esse fim.

IV - Da Premiação

Art. 12º - A premiação do III CONCURSO “LEMBRANÇA DO ÍDOLO” acontecerá no dia 20 de agosto de 2017, dentro da programação do IX FESMUZA, na Fazenda São Francisco – Parque Cultural “O Rei do Baião”.
Art. 13º - O vencedor do III CONCURSO “LEMBRANÇA DO ÍDOLO” receberá prêmio de R$ 500,00 (quinhentos reais), o Troféu “ANTÔNIO BARROS” e Certificado Digital de Participação.

Art. 14º - O segundo e terceiro colocado receberão o Troféu “CHIQUINHA GONZAGA” e Certificado Digital de Participação.

Art. 15º - Os casos omissos a este Regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora.

Fazenda São Francisco, maio de 2017.

Francisco Alves Cardoso
Presidente do Parque Cultural “O Rei do Baião”

Luiz Claudino de Oliveira Florêncio
Coordenador de Planejamento

Francisco Álisson de Oliveira
Produtor Cultural

 Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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SIMPLESMENTE CECÍLIA !

Por Manoel Severo
Cecília do Acordeon

A tardinha se aproximava e os últimos raios do sol teimavam em persistir refletindo na estrada que tomamos para conhecer uma personagem simplesmente sensacional... Era sábado, dia 27; Fortaleza havia amanhecido com um dia claro, mas denso de nuvens de chuva,um dia como dizemos por esses lados do Brasil: "Um dia lindo". Nosso destino, o município de Redenção, a cerca de 55 km da capital do Ceará; ali, no distrito de Antonio Diogo deveríamos procurar uma localidade chamada "Currais 2"...

Como todo bom rastejador das caatingas, no primeiro posto de gasolina em Antonio Diogo fomos logo perguntando:"Como chego em Currais 2?" o moço alertou: "Olhem vocês podem ir pela estrada nova, mas vai ser difícil de encontrar pois são várias veredas sem placa, é melhor ir aqui por dentro,etc etc etc..." Saímos do posto seguimos caminho como ele havia nos orientado e perguntamos mais umas... 6 vezes, por entre veredas e pequenas vilas para chegar enfim ao nosso destino, ali já perto das 18 horas...Mas valeu a pena e como valeu...

Ingrid Rebouças, Cecília e Manoel Severo

O local, um pequeno vilarejo tipicamente do sertão, chegamos a casa e de lá saiu uma simpática e jovem senhora; dona Neide; que já nos esperava e foi logo gritando: "menino chama ali a Cecília!!!" E de repente chega nossa principal anfitriã, a pequena Cecília Araujo Costa, de nove anos de idade, uma menina mais que linda e pra lá de especial, ou simplesmente: Cecília do Acordeon !

Cecilia  , uma pequena sanfoneira mirim que desde os seus sete anos de idade vem encantando a todos que encontra, não só por seu talento maravilhoso com sua "vermelhinha"; que é como chama sua querida sanfona; mas e principalmente por sua doçura e seu coração verdadeiramente preciosos, que logo no primeiro contato e no primeiro sorriso fica fácil de perceber...

Cecília do Acordeon:Talento nato que nasce de um belo coração...
"Tudo começou com meu avô, que é Mestre de Reisado, então eu ia acompanhar e ficava encantada daí vi seu Cícero, um sanfoneiro tocando, logo quis uma sanfona e vivia pedindo a meu pai, mas ele não tinha dinheiro... Um dia fomos a cidade de Canindé e aí a danada da sanfona parecia que estava me perseguindo... novamente meu pai não tinha como comprar, chorei o tempo todo...  pouco tempo depois meus pais conseguiram comprar minha primeira sanfona, nunca senti tanta alegria" Confessa a tímida menina Cecília.

Nos abraçamos, nos abancamos e aí a tímida menina saiu de cena e de forma simplesmente fantástica entrou em ação a "pimentinha do forró", não sabíamos se olhávamos o talento de Cecília ou os olhos brilhando, quase saltando da face, de sua mãezinha, a dona Neide, realmente um espetáculo emocionante. A primeira música ela fez questão de dizer:"Essa a musica que conta a minha historia..." Uma melodia forte e cheia de significado invadia a sala e mais que isso, invadia nossos corações... bacana demais...

Ingrid Rebouças, Dona Neide, Cecília e Manoel Severo
Cecília do Acordeon e Ingrid Rebouças

Por falar em bacana, o que mais me encantou nesta visita foi o grande sentimento de gratidão que é cultivado pela família, por varias vezes a pequena Cecília nos surpreende sempre agradecendo, isso não tem preço. Agradece aos pais, ao meu tio Silvanar, ao avô, ao seu Cícero; sanfoneiro que lhe ensinou a tocar; a toda família e aos muitos amigos de todo lugar que tem carinho por ela. "Severo semana passada o Paulo Vanderlei veio aqui com o Chambinho e hoje vocês chegam aqui na minha casa, muito obrigado, agora meu sonho é conhecer Exu a cidade do Rei do Baião" fala a pequena Cecília, que inclusive tem uma pagina muito bacana na internet só esperando a visita de todos: http://ceciliadoacordeon.blogspot.com.br/

"Cecília tem esse sonho de conhecer a cidade onde nasceu Luiz Gonzaga, mas o dinheiro que estávamos juntando para ela ir até Exu foi preciso usar numa cirurgia de urgência que ela teve que fazer a uns três meses" revela dona Neide, mãe de Cecília. Pois é Dona Neide, este Universo é mesmo pródigo, pois essa visita é justamente para convidar toda a família para estarem conosco no Cariri Cangaço Exu, no próximo mês de Julho...

E assim a maravilhosa visita me fez ganhar a tarde, o dia... o mês e a todos nós que nos encontraremos no Cariri Cangaço Exu 2017, a grande oportunidade de ganhar mais uma componente desta família que nos faz compreender que tudo vale a pena, sempre vai valer... Família Cariri Cangaço, seja bem vinda minha pequena Pimentinha do Forró !

Manoel Severo,
Curador do Cariri Cangaço
Fortaleza, Cear
27 de Maio de 2017
Em Julho...

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FOTOS DA PRISÃO DE ANTÔNIO SILVINO

Por Rostand Medeiros

O aprisionamento de Lampião não se me afigura impossível. Nada importa diga ele que prefere a morte. Antônio Silvino também o dizia, mas, apenas se viu baleado, foi o primeiro em fazer questão de mansamente se entregar à justiça. 

A prisão de Antônio Silvio em 1914

Restabelecido ulteriormente, voltaram-lhe no presídio os ímpetos brutais, como na manhã em que, entre descomposturas do calão mais vil, sacudiu um pão na cara de um desembargador.

Antônio Silvino preso.

Quando a captura de Lampião parece a tanta gente sonho irrealizável, vem a propósito recordar como se deu a de seu terrível predecessor.

O que desgraçou Antônio Silvino foi a perseguição sem tréguas que lhe moveu uma de suas vítimas mais humildes. Bem diz o povo que “não há inimigo pequeno” e que “mutuca é que tira boi do mato”…

Sargento Alvino, promovido a alferes após a captura de Antonio Silvino

José Alvino Correia de Queiroz era obscuro comerciante no sertão de Pernambuco, quando Antônio Silvino lhe saqueou o pequeno estabelecimento. Reduzido à miséria, jurou vingar-se e entrou a polícia daquele Estado. Acreditaram nos seus propósitos e fizeram-no sargento.

Inteirado de que Silvino transitaria por certa faixa do município de Taquaritinga, o Sargento Alvino buscou informações de João Vicente e Joaquim Pedro, moradores naquelas paragens. Ambos negaram a pés juntos ter qualquer conhecimento a respeito. Mas, tão jeitosamente o miliciano conduziu as investigações, que a esposa de João Vicente o orientou:

– Quando o Sr. chegar à casa de nosso vizinho, o Joaquim Pedro, e encontrar as mulheres torrando galinhas ou fazendo comedoria de sobra, pode apertar o pessoal que o “capitão” Antônio Silvino está escondido perto, no mato…

O oficial Theophanes Ferraz Torres, comandante da volante que capturou Silvino. Valente e destemido, seria um grande perseguidor de Lampião.

No dia esperado, 27 de novembro de 1914, os policiais, sob o comando do Alferes Teófanes Torres e do Sargento José Alvino, estavam no local referido, de nome Lagoa Laje.

Assim que penetrou na residência de Joaquim Pedro, o Sargento Alvino se encaminhou diretamente para a cozinha, atrás de cuja porta se lhe deparou pendurada uma banda de ovelha. E viu chegar desconfiado, pelo quintal, um rapazola com um tabuleiro à cabeça, cheio de tigelas, colheres e pratos. Interrogado, o recém-vindo explicou, titubeante, que havia ido deixar comida a uns “trabalhadores”, num roçado.

Concomitantemente, o Alferes Teófanes submetia Joaquim Pedro a interrogatório, e este negava que soubesse do paradeiro de Silvino.

Aparece o sargento e, depois de falar na ovelha morta e de mostrar o tabuleiro com os restos de comida, pede permissão para forçar o velho sertanejo a não continuar mentindo. Ato contínuo, tranca-lhe, numa alcova, a mulher e os filhos e ordena que os soldados desembainhem os sabres.

Nos antigos jornais e revista por mim pesquisados, esta foto consta como sendo a força policial que lutou e capturou Antonio Silvino, mas muitos pesquisadores apontam como sendo o próprio bando de Antonio Silvino.

Nesse momento, mais nervosa, uma filha do ameaçado pede, da alcova:
– Meu pai, por caridade, descubra logo!

Joaquim Pedro roga que não lhe batam e justifica-se, alegando que logo não disse a verdade por temer a vingança de Silvino, no caso de a polícia o não prender ou matar. E confessa que o celerado está escondido não longe dali.

Eram cinco horas da tarde e urgia assaltar os cangaceiros, antes que a noite sobreviesse.

Também nos jornais de época esta mulher foi apresentada como Antônia de Arruda, amante de Silvino.

Sob as ameaças de ser liquidado, se desse o menor sinal aos bandidos, Joaquim Pedro vai mostrar o esconderijo deles. Com todas as precauções imagináveis, a tropa se aproxima da malta criminosa.

Antônio Silvino estava deitado numa pedra, sobre a qual se debruçava copada oiticica. Perto, divertiam-se alguns de seus cabras, a jogar um sete-e-meio. Ao ouvir a primeira descarga, Silvino gritou, motejante:

Ferimentos de Antônio Silvino após a sua captura.

– Espera aí, rapaziada! Deixem, ao menos, os menino acabar esta mão!

Mas o fogo irrompeu violento e sem intermitências, dos dois lados.

Com o cair da noite, o tiroteio deixou de ser correspondido. O Alferes Teófanes e o Sargento Alvino acreditaram que Silvino tivesse fugido. Suspeitando, todavia, que ele se quisesse vingar de Joaquim Pedro, foram entrincheirar-se na casa deste.

Antônio Silvino já com o uniforme da prisão.

Coisa bem diversa se passava. Silvino fora atingido por uma bala nas espáduas e o seu companheiro Joaquim Moura tivera quebrada uma perna. Os demais cangaceiros se embrenharam, desorientados, na caatinga, favorecidos pelo negrume da noite.

Estando a perder muito sangue, Silvino convidou Joaquim Moura a se entregarem, mas este repelira o convite e, depois de dizer que macaco do Governo não tinha o gosto de botar-lhe as mãos em riba, ele vivo, suicidou-se com um tiro na cabeça.

Outra foto do oficial Ferraz.

Impressionado ainda mais com o trágico fim do último assecla que lhe restava, Silvino despojou-se das armas e arrastou-se para a casa da mulher que ele ignorava tivesse sido quem o denunciara. O marido dela, João Vicente, a estava censurando por sua leviandade, persuadido de que Silvino, sabedor da denúncia, lhes não perdoaria.

De repente, batem à porta. Quando, de fora, uma voz anuncia que quem bate é Antônio Silvino, João Vicente encomenda a alma a Deus, convicto de que vai morrer. É sua mulher quem se afoita a atender ao chamamento.

Aqui outra imagem do sargento Alvino.

Ao se abrir a porta, aparece, à luz da lamparina, o vulto do grande salteador. Quase desfalecido e com as vestes rubras de sangue, Silvino está escorado no portal.

– Capitão, que horror é este?

– Mataram-me… arqueja aquele que, acovardado, começava a expiar crimes sem conta.

Conduzido a uma rede, ele pede que chamem a polícia. Vai alguém a Taquaritinga, mas não encontra lá os soldados. Na confusão em que todos se viam, ninguém a princípio se apercebeu de que os policiais poderiam estar pernoitando na fazenda de Joaquim Pedro. À mulher de João Vicente ocorre agora essa possibilidade. Despacham para ali o portador. Quando este bate à porta de Joaquim Pedro, os soldados aperram as armas, crentes de que é Silvino quem chega. Aberta a muito custo uma janela, o mensageiro dá contas de sua incumbência: vem avisar que Antônio Silvino, sozinho, desarmado e gravemente ferido, está em casa de João Vicente e quer entregar-se à prisão.

Expectativa para a chegada do famoso bandoleiro nordestino na Casa de Detenção de Recife.

O Alferes Teófanes suspeita que se trate duma cilada e opina que se aguarde o raiar do dia. Tanto insiste, porém, o Sargento Alvino que, afinal, o seu comandante se dispõe a ir ver Silvino. Ainda assim, o recadista vai seguro pelos cós e advertido de que receberá uma punhalada, ao primeiro tiro com que a tropa seja surpreendida.

Cercada com cautelas a morada de João Vicente, houve grande alegria, quando se patenteou aos olhos de seus perseguidores a mísera situação daquele que se gabava de que, embora sem saber ler, governava todo o sertão! O Sargento Alvino parecia o mais contente. Exigiu que se não fizesse o menor mal a Antônio Silvino e saiu, pelos matos, a cortar umas folhas de quixabeira para lhe lavar as feridas.

Fora destronado o Átila bronco que, durante dois decênios, apavorara a gente matuta do meio-norte e assoalhava não ser passarinho que morasse entre grades… Por trinta anos ia se fechar atrás dele o portão da Penitenciária de Recife!

Multidão a frente da Estação Central do Recife na chegada do famoso cangaceiro.

Foi à tenacidade do Sargento Alvino, à sua argúcia e vontade firme de vingança que se deveu a prisão de Antônio Silvino. Forçoso é, porém, reconhecer que colaborou inestimavelmente nisso a indiscrição duma mulher.

Acontecerá o mesmo, algum dia, a Lampião? Até na ruína dos cangaceiros terá aplicabilidade o cherchez la femme

Texto acima é do Cearense Leonardo Mota, inserido no seu livro “No tempo de Lampião” e publicado pela Of. Industrial Gráfica, do Rio de Janeiro, em 1931. Esta reprodução é da segunda edição, de 1967. Leonado Mota era cearense da cidade de Pedra Branca, nasceu em 1891 e faleceu em 1948. Estudou a fundo o sertão nordestino, onde descreveu vários aspectos da região em obras memoráveis. 

Antes de Lampião, Antônio Silvino era o cangaceiro mais famoso e seu apelido mais conhecido foi “Rifle de Ouro”. Nascido no dia 2 de dezembro de 1875, em Afogados da Ingazeira, Manoel Batista de Morais entrou para a história como Antonio Silvino. Durante 16 anos, driblou a polícia, praticou saques e assassinou inimigos, mas era tratado pelos poetas populares como um “herói” por respeitar as famílias. A invencibilidade de Silvino terminou no dia 27 de novembro de 1914, quando ocorreu o seu último tiroteio com a polícia. Atingido no pulmão direito, conseguiu se refugiar na casa de um amigo e disse que ia se entregar. Da cadeia de Taquaritinga seguiu, dentro de uma rede, até a estação ferroviária de Caruaru, onde um trem especial da Great Western o levou para o Recife. Uma multidão o aguardava na Casa de Detenção, atual Casa da Cultura. Antonio Silvino tornou-se o detento número 1.122, condenado a 239 anos e oito meses de prisão. Em 4 de fevereiro de 1937, depois de vinte e três anos, dois meses e 18 dias de reclusão, foi indultado pelo presidente Getúlio Vargas. O ex-rei do cangaço morreu em 30 de julho de 1944, em Campina Grande, na casa de uma prima.

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