Seguidores

quinta-feira, 22 de março de 2018

COMO VOCÊ VÊ?


Por Ivone Boechat

Clarisse Lispector diz: “Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar”. 
A forma como a pessoa vê varia de acordo com a educação e a situação emocional, espiritual, social. Isto significa que se pode aprender a ver. A gente inicia a vida vendo com os olhos dos outros: dos pais, dos educadores, da igreja, da mídia.O ambiente em que se vive, a educação, a maturidade, a informação, o exemplo, vão capacitando o ser humano para mobilizar a inteligência do olhar.
Dizem que “os olhos são as janelas da alma”.  Os olhos são as janelas por onde se codificam as experiências da vida... A pessoa será ou não feliz dependendo da interpretação que ela dá aos fatos. “Se teus os olhos forem bons”...
Conta-se que um jornalista saiu à procura de algo fantástico para registrar no Jornal de maior circulação do seu país. Nem chegou a andar muito e viu as escavações grandiosas de uma obra. Chegou bem perto de um operário e perguntou-lhe:
- O que é isto? E o homem, mal humorado, suando muito, disse: - Não vê que estou preparando um túnel para passar tubulações de esgoto?
O jornalista andou um pouquinho mais e viu outro operário trabalhando na mesma obra, assoviando. Aproximou-se dele e viu que ele trabalhava de bom humor e perguntou-lhe o que é isto? E o homem disse animadamente:- Estamos preparando a estrutura, onde vai se erguer um gigantesco e maravilhoso shoping.

Fernando Pessoa, diz que “o mundo não é como você vê. O mundo é como você é.” Em versos, ele define a importância do olhar:

“Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
 Porque eu sou do tamanho do que vejo.
  E não do tamanho da minha altura”.

A forma como uma pessoa olha o outro revela não somente o seu grau de espiritualidade, revela a escolaridade e os efeitos do vírus da inveja que se alojou no seu interior. A maior cegueira do ser humano é causada pela contaminação por inveja que é capaz de distorcer imagens, pessoas, fatos, circunstâncias.

Depois de um dia muito cansativo Jesus chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse.E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.
E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. Marcos 8:22-24
Para aquele cego de Btsaida ser curado Jesus cuspiu-lhe nos olhos, mas por analfabetismo visual, ele via as pessoas “como árvores que andam”. Com certeza, as primeiras lições foram dadas: o Mestre ensinou aquele homem a olhar, mas sobretudo, o capacitou a ver.

Ivone Boechat

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CONCEIÇÃO E IBIARA NOTAS E APANHADOS HISTÓRICOS


Você não pode perder esta oportunidade de adquirir o livro "CONCEIÇÃO E IBIARA NOTAS E APANHADOS HISTÓRICOS" escrito pelo Pe. Manoel Otaviano de Moura Lima. A está sendo vendida através do professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba. Principalmente você que faz parte de uma destas cidades no Estado da Paraíba não pode deixar de faltar em sua estante este livro. 

O e-mail do professor Pereira é: 
franpelima@bol.com.br. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

UM MENINO, UM DIA...

Por Rangel Alves da Costa

Um dia, lá num passado distante, eu já fui rico demais. Tinha uma fazenda grande cheia de ponta de vaca. O canto do quintal era meu latifúndio e as boiadas iam chegando depois da caçada de pontas pelos arredores do velho matadouro.
Eu tinha um montão de dinheiro de papel de cigarro. Cigarro barato fazia o dinheiro valer menos, mas eu tinha uma caixa de sapatos cheia de notas de cigarros mais chiques. Na Festa de Agosto, catando carteira de cigarros jogada pelos visitantes, então eu me sentia um verdadeiro banqueiro.
Eita quanta riqueza! Tinha carro-pipa de lata de óleo e um caminhão de madeira comprado na feira. Era dono de um time de futebol inteirinho, com cada jogador melhor e mais bonito que o outro. Catava plástico nos quintais, depois pinicava e colocava numa forminha que acompanhava a lata de leite ninho. Depois era só colocar junto às brasas do fogão e pronto, não demorava muito e o jogador já estava pronto. Era só tirar da forma, passar na calçada para alisar e dar nome ao craque. Depois me estendia pelas calçadas para jogar futebol de botão.
Eu também tinha muita goiaba, muito mamão, muito caju, mas tudo surrupiado do quintal dos outros. Todo menino fazia assim, era próprio da idade pular quintais para recolher as frutas ainda no pé ou já caídas. De vez em quando avistava uma calcinha de chita pendurada no varal e era uma festa ao olhar.
Eu também tinha um cavalo azalão. Coisa mais linda era o meu cavalo de pau. Enquanto as menininhas davam as mãos para a ciranda em noites de lua grande, eu me danava a galope por todo lugar. Enquanto elas rodavam a ciranda, eu saracoteava pelo ar como cavaleiro da lua.
Mas meu sonho era enriquecer muito mais e mais tarde ter dinheiro para comprar um espelho ovalado de bolso, um pente flamengo também de bolso, e uma brilhantina bem cheirosa para passar nos cabelos. O perfume era a lavanda, era a alfazema, mas tudo isso podia ser encontrado junto ao espelho do camiseiro.
Mas um dia, depois de uma caçada de passarinhos nas beiradas do riachinho, minha mãe me disse que os meus dias estavam contados ali na terra sertão. Então chorei escondidinho, aquele choro envergonhado de todo menino mimado.
Não, eu não queria partir, eu não queria viajar, eu não queria sair dali. Eu era rico demais para deixar tudo ali e andejar pelo mundo sem minha fazenda de ponta de vaca, sem meus milhões de dinheiro de cigarro, sem meus carros de madeira, sem meu time de futebol de botão, sem meu cavalo alazão.
Eu era de uma infância tão rica que não havia outra riqueza que suprisse o andar descalço pelas ruas nuas e empoeiradas, o banho nu debaixo das chuvaradas, os banhos depois das cheias do riachinho. Meus amigos, meus pequenos amigos eram muitos. E não poderia haver riqueza igual noutro lugar.
Mas tive que partir. Colocaram-me na marinete de Seu Vavá e tive que viajar rumo à capital. Chorei quando saí de casa, chorei olhando para trás da janela do ônibus, chorei quando cheguei e ainda hoje choro. Que dor desmedida é a dor da partida, da saudade, da recordação de casa e da porta da rua adiante!
Não que dali em diante tivesse sido ruim, mas pela pobreza que passei a sentir depois que a criança em mim também começou a se despedir. Hoje sei que não há fortuna maior que os doces e verdes anos da infância. E busco no poeta a saudade ainda sentida:
“Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais!...”.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CAMINHOS DO PAJEÚ


O livro "Caminhos do Pajeú" é de autoria do escritor Luiz Cristovão dos Santos uma bela obra prefaciada pelo escritor de nome e renome José Lins do Rego. 


Escritor José Lins do Rego

Eu estou o lendo e é um excelente trabalho, presente que recebi do professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba. 

Adquira-o o quanto antes através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A RAPOSA DO PAJEÚ SERÁ LANÇADO NO CARIRI CANGAÇO FORTALEZA



Com satisfação, informamos o lançamento de novo livro - “A Raposa do Pajeú” - obra escrita numa parceria entre os pesquisadores Helvécio Neves Feitosa e Venício Feitosa Neves, que compartilham o gosto pela história do Nordeste, mormente do sertão nordestino. Trata-se de uma pesquisa histórica, biográfica e genealógica, que tem como personagem central o Capitão (e depois Tenente-Coronel da Guarda Nacional) Simplício Pereira da Silva, figura lendária no sertão pernambucano.

O Capitão Simplício, também conhecido entre os desafetos pela alcunha de “Peinha de Mão” (uma referência à sua baixa estatura), participou de todas as lutas importantes da época em que viveu (primeira metade do século XIX), na Ribeira do Pajeú de Flores e no Cariri cearense. Foi o Senhor absoluto de “famosas legendas guerreiras e árbitro da elegância beliciosa de seu tempo”.

Não se tem conhecimento de outro sertanejo mais célebre em sua época do que Simplício Pereira, cuja história e estórias não têm fim no sertão. Não há registro de nenhuma rebelião, de nenhuma luta famosa em sua época, da qual o Capitão Simplício Pereira não tenha tomado parte, a começar pelas brigas em sua fazenda Cachoeira, com os índios Mináus, Xocós ou Cariris.

Helvécio Neves Feitosa

Além do enfrentamento com os índios, em lutas de aldeamento e de ocupação de terras, Simplício Pereira entrou firme na política rude de seu tempo. Comandou um bando de cabras do Pajeú, contra o coronel de milícias Joaquim Pinto Madeira, caudilho caririense, protagonista da famosa “Insurreição do Crato”, conhecido como o homem da Coluna e do Altar, que sonhou, um dia, restaurar D. Pedro I ao trono. Em sua atividade guerreira, o Capitão Simplício teve papel decisivo no desencantamento dos fanáticos sebastianistas da Pedra do Reino, em 1838, movimento messiânico imortalizado na literatura, em romances de Tristão de Alencar Araripe Jr. (“O Reino Encantado”), Ariano Suassuna (“Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do sangue do vai-e-vem”), em poema de João Cabral de Melo Neto (“A Pedra do Reino”), bem como na monumental obra de Euclides da Cunha – “Os Sertões”. Dez anos depois, voltou a colocar suas invictas táticas guerreiras em Flores e na Serra Negra, no combate a Francisco Barbosa Nogueira Paz e seus seguidores, conflito vinculado aos desdobramentos políticos, para o Pajeú de Flores, da Rebelião Praieira, que estava acontecendo em Recife.

Venício Feitosa Neves

O livro, em suas 440 páginas, está organizado em seis capítulos: no primeiro, os autores abordam as diversas hipóteses da origem dos Pereiras do Pajeú, além de uma síntese das atividades beliciosas do protagonista; no segundo, são descritos os primitivos habitantes da região do Pajeú, o combate aos índios, o papel da pecuária na colonização do sertão e o morgadio da Casa da Torre de Garcia d’Ávila; no terceiro, são descritas as lutas de Simplício Pereira no combate aos índios; o quarto pormenoriza o movimento messiânico da Pedra do Reino e a participação decisiva dos irmãos Pereira no seu desbaratamento, inclusive com a morte de dois deles (Alexandre e Cipriano) durante o combate; o quinto é dedicado à “guerra” da Serra Negra; o sexto e último capítulo apresenta o resultado de amplo levantamento genealógico dos descendentes diretos de Simplício Pereira da Silva (tetravô dos autores), com farta documentação fotografica. 

Helvécio Feitosa, pesquisador e escritor; Professor do Curso de Medicina da UNIFOR e do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará na empresa Unifor

E Vem aí...
A Raposa do Pajeú dentro do 
Cariri Cangaço Fortaleza
26 a 29 de abril de 2018

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2018/03/a-raposa-do-pajeu-sera-lancado-no.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

LOGO MAIS, UERN NOS BAIRROS


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MISSA DE 7º DIA!

Por Asclepius Saraiva Cordeiro

Descanse em PAZ GRANDE mentor da CEM - Casa do Estudante de Mossoró-RN. Tive a satisfação de morar na casa(aptº 07) em sua época, me ajudou muito e a todos, em sua maioria de fora de Mossoró(interior), orientando e trazendo disciplina na busca do CONHECIMENTO. Hoje muitos FORMADOS e chefes de família, com a gratidão de ter conhecido esse GRANDE ser HUMANO. Todos convidados para missa de 7º dia.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO NAS REDES DAS MEMÓRIAS


Você que é amante da literatura cangaceira e deseja conhecer tudo sobre Francisco Pereira Dantas o cangaceiro Chico Pereira, seus pais, sua esposa Jardelina, seus filhos, o porquê de ter entrado para o cangaço, as injustiças, a maneira pela qual foi assassinado nas terras do Rio Grande do Norte. 

Para você adquirir esta tão solicitada obra deve entrar em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba, através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

Peça logo, livros sobre cangaço não demoram muito nas pratilheiras das livrarias. Seu pedido será enviado o mais rápido possível.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CONSEPE APROVA CALENDÁRIO PARA O SEMESTRE 2017.2 E AULAS INICIAM NESTA QUARTA-FEIRA

Por Adriana Morais

Consepe se reuniu nesta segunda-feira.

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), aprovou o Calendário Universitário para o segundo semestre letivo do ano de 2017, após o fim da greve dos docentes e técnicos-administrativos. A reunião que definiu o cronograma de dias letivos ocorreu na manhã desta segunda-feira, 19, na sala dos Conselhos.

De acordo com a Resolução Nº 01/2018 – CONSEPE, o semestre letivo 2017.2 tem início no dia 19 de março e segue até 21 de julho de 2018. As aulas serão retomadas nesta quarta-feira, 21.

Ainda conforme o calendário, poderão ser utilizados ao longo desse semestre 15 sábados letivos. A previsão faculta ao professor, em comum acordo com a turma, lecionar disciplinas em quaisquer sábados letivos. O calendário define também o prazo para a matrícula curricular para os alunos do primeiro semestre de 2018, prevista para o dia 28 de julho.

O CONSEPE se reunirá ainda nesse semestre para deliberar sobre o calendário universitário para os primeiro e segundo semestres letivos de 2018.



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gnzaguaino José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

HOMEM CASTRADO PELO BANDO DE LAMPIÃO


Por Joel Reis

MOTIVO DA CASTRAÇÃO:

Virgínio encontra na rua o Manuel Luis Bezerra o Mané Lulu (22 anos), e pergunta  se ele era morador do local, e ele responde que sim, então Virgínio pergunta: 

- Você sabe onde fica o o Xilili? Quero que você me bote na estrada que vai para lá. 

O Jovem que sabia onde ficava o lugar, levado pela ingenuidade põe-se na frente dos cavalos e responde que ignorava aquele rumo. 

O chefe cangaceiro se enfurece, risca o cavalo e grita não entender como alguém dali não conhecesse o lugar procurado, próximo de onde se encontravam segundo estava informado. 

Atordoado, o jovem mantém a negativa implausível. Enfim, o jovem é arrastado pelos cabras para trás de uma cerca, derrubado no chão a coice de fuzil e Virgínio o castra.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

EX-CANGACEIRO "VINTE E CINCO" QUIS FORMAR NOVO BANDO, APÓS A MORTE DE LAMPIÃO.. ( VER, MATÉRIA, ABAIXO)


Material do acervo do pesquisador Volta Seca

O cangaceiro Vinte e Cinco não se encontrava no coito em Angico, no dia 28/7/1938, pois, estando fora, tinha acertado com Lampião para ali se encontrarem após o cumprimento de uma diligência. Sua missão consistia em ir a Lagoa do Bezerro, em Pernambuco, a fim de apanhar dois fuzis, em companhia dos irmãos Velocidade e Atividade, sob o seu comando. Ao retornarem, saíram de Pão de Açúcar e, na Fazenda Beleza, souberam do acontecimento macabro, em Angico, pelo que guardaram as armas em ocos de paus e, a partir de então, ficaram meio desnorteados.

A lógica – diz ele – era procurar alguém que tivesse condições de formar um grupo, e chegaram a pensar em Corisco. Entretanto – acrescenta – apesar de ele ser muito valente, bom e sagaz, a mulher dele, Dadá, era conhecida como arengueira e mandona, o que os impedia de formar um grupo coeso.

Sentindo-se sem rumo, os cangaceiros resolveram entregar-se às autoridades, uns tendo ido para a Bahia, outros para Sergipe e Alagoas. Vinte e Cinco entregou-se ao sargento Juvêncio, em Poço Redondo, no dia 13/10/1938, de onde saiu para Piranhas, depois Santana do Ipanema, sede do 2º Batalhão da Polícia Militar, terminando na Penitenciária de Maceió, em companhia de Pancada, Cobra Verde, Peitica, Vila Nova, Maria Jovina, Barreira e Santa Cruz, que era seu sobrinho. AS

Na Penitenciária, passou quatro anos, onde aprendeu a ler e escrever com o professor Manoel de Almeida Leite, tendo deixado a prisão com o curso primário completo. Ali gozava de um certo privilégio, pois adquiriu a confiança suficiente para tornar-se o “chaveiro” da prisão.

Certa vez recebeu a visita do Promotor Público Rodriguez de Melo, o qual ao se inteirar da situação dos ex-cangaceiros afirmou que nada poderia fazer em favor deles, a não ser que surgisse um milagre e o fato chegasse ao conhecimento do presidente da República, Getúlio Vargas, haja vista que todos estavam presos sem nenhum processo formalizado, à disposição do governo do Estado.

Utilizando-se da confiança de que desfrutava Vinte e Cinco recorreu ao engenheiro Ernesto Bueno, que estava preso por crime de homicídio contra um cidadão de Coruripe, pedindo-lhe que, em seu nome, escrevesse uma carta a Getúlio Vargas expondo a situação vexatória em que se encontravam. Seu pedido foi atendido e, usando de uma manobra habilidosa, apelou para uma mulher de nome Maria Madalena, que era encarregada de vender os produtos de artesanatos que os presos fabricavam na Penitenciária, a qual escondeu a carta no seio e a postou nos correios.

Segundo relata Vinte e Cinco, Getúlio Vargas, depois de manter contato com o interventor Ismar de Góes Monteiro e com o Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, baixou um ato e pediu-lhes que os colocassem em liberdade, conseguissem empregos para todos, objetivando evitar o retorno deles à vida nômade do Sertão.

A saída dos ex-cangaceiros da prisão passou pelo crivo do Dr. Osório Gatto, que era Juiz da 1ª Vara da Capital, do Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, e do Dr. José Lages Filho. Emitiram pareceres favoráveis à soltura, considerando, inclusive, a personalidade de cada um, pois todos se revelaram disciplinados, obedientes e não ofereciam nenhum perigo à sociedade, fazendo-se impositiva a liberdade vigiada de todos e que não voltassem a residir no Sertão.

Conclusão: Vinte e Cinco iria para a Faculdade de Direito, onde trabalharia como atendente, o que terminou não acontecendo, por razões circunstanciais, mas foi trabalhar no Orfanato São Domingos, depois na Granja da Conceição, em Bebedouro, e parou na Guarda Civil, durante 18 anos.

Certo dia, Vinte e Cinco estava prestando serviço como guarda-civil, em Jaraguá, ocasião em que o Dr. Osório Gatto, que o conhecia, parou o automóvel e, após breve conversa, perguntou-lhe se gostaria de ir trabalhar com ele no Tribunal Regional Eleitoral. Após a resposta afirmativa, disse-lhe que procurasse ler o Diário Oficial do dia seguinte. Dois dias depois estava trabalhando como segurança no TRE, tendo trabalhado ali durante nove anos, onde fez concurso interno para o cargo de escrevente e, daí, passou para Auxiliar Judiciário, que é hoje o cargo de Técnico Judiciário.

Diz não ter arrependimento da vida de cangaceiro, da qual só sente saudades, e agradece a Deus ter chegado aos 95 anos de idade gozando de boa saúde e crendo na previsão do Dr. Pedro Carnaúba, que acredita que ele chegará aos 100 anos, pelo que alimenta, agora, o sonho de publicar um livro sobre a sua vida.

AS ‡ ( Antônio Sapucaia)
Fonte: GazetaWeb.com
Foto: Aderbal Nogueira e Dr. Frederico Pernambucano/Google

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=814537088748267&set=gm.791095187766094&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com