Chegando Lampião e seus cabras em Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, no dia 04 de março de 1926, hospedaram-se no sobrado do poeta popular João Mendes Oliveira, localizado à Rua Boa Vista. Acredita-se que Lampião tenha sido um hóspede como qualquer figura importante, já que para ali, foi chamado para receber a patente de capitão do exército brasileiro.
É certo que nem todos os cangaceiros se hospedaram nele, porque o futuro capitão precisava de ser protegido pelos seus comandados, vez que ele não iria aceitar ser vigiado por pessoas do lugar, e não tinha certeza que aquela convocação para receber a patente de capitão, era de verdade. O futuro capitão tinha razão. Homem perseguido tem que ter guarda-costas, do contrário, será morto.
Também não há dúvida que Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião temia que poderia ser uma espécie de covardia, e as autoridades vencê-lo juntamente com os seus homens, assim como posteriormente tentou envenená-lo o coronel de Aurora Isaías Arruda de Figueiredo, no ano de 1927, quando ele mesmo ofereceu um almoço para o bandoleiro e para toda a sua cabroeira. Mas o capitão Lampião não era nada de besta, e findou descobrindo a covardia feita pelo o coronel Isaías Arruda.
Sobrado que Lampião se hospedou no Juazeiro do Norte em março de 1926
Lampião entrou pela rua principal de Barbalha em direção a Juazeiro do Norte, há 12,5 km que separavam as duas cidades; convocado para participar do “Batalhão Patriótico”, milícia criada pelo deputado federal Floro Bartolomeu para combater a Coluna Prestes, combate que nunca houve entre os cangaceiros e os revoltosos.
Floro Bartolomeu e Padre Cícero
Ao lado do Padre Cícero, está o baiano Floro Bartolomeu, nascido em Salvador e formado pela Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1908, Floro foi atraído pela mina de cobre de Coaxá, no município de Aurora, e posteriormente fez morada em Juazeiro do Norte, onde adquiriu uma farmácia e atendia a população como médico. Fez amizade com o padre Cícero Romão Batista e passou a incentivá-lo a ingressar na política, porque o Vaticano havia suspendido as ordens religiosas do padre. Nesse período, Floro Batolomeu não conseguiu falar com Lampião no Juazeiro, porque ele estava internado no Rio de Janeiro, e veio a óbito no dia 8 de março deste mesmo ano, em consequência de uma doença chamada angina. Floro Bartolomeu faleceu solteiro, e mesmo sendo uma grande figura no meio político, estava bastante paupérrimo.
Rua principal de Barbalha, pode onde Lampião e seu bando passaram em 1926, em direção a Juazeiro do Norte, onde ele receberia a patente de capitão.
Alguns historiadores não acreditam que o Padre Cícero sabia deste engodo organizado pelo deputado Floro Bartolomeu, para que fosse entregue a Lampião e seus cabras, armas, projéteis e fardamentos. Lampião foi a Juazeiro levando em sua companhia aproximadamente 50 homens confiante na promessa de receber a patente e ser anistiado seus crimes, em uma condição: combater a coluna dos tenentes. Mas a sua patente era sem valor. O convite para ser entregue a Lampião, chegou em Juazeiro do Norte, vindo de Campos Sales, em mãos do José Ferreira de Menezes. Lampião era muito sagaz e se, além da assinatura de Floro Bartolomeu, o bilhete não tivesse a assinatura do Padre Cícero, ele jamais atenderia ao convite.
Como foi que Lampião tomou conhecimento deste bilhete: Um dos empregados de João Ferreira dos Santos (irmão de Lampião) que trabalhava em seus afazeres por nome Zé Dandão que na foto aparece sendo o número 9, e que este é do conhecimento de todos que estudam o cangaço, era como se fosse da família dos Ferreiras; assim que foi recebido o convite, foi até à Fazenda Piçarra do seu Antônio Teixeira Leite em Macapá, hoje Jati, onde morava Sebastião Paulo, este aparece na foto sendo o número 3 que era primo legítimo de Lampião, e juntos, com o convite em mãos, seguiram viagem para o Pernambuco, ver se localizavam o futuro capitão, e no dia 2 de março de 1926, Lampião entrou no Ceará.
Há quem diga (não tenho a fonte para comprovar no momento, mas tenho certeza que o leitor não irá pensar que eu estou criando informação sem credibilidade); que alguém presenciou, que quando soube que Lampião estava para chegar a Juazeiro do Norte, o padre Cícero Romão Batista teria dito em tom de repúdio:
"- Agora vem este homem novamente para cá!".
Com estas palavras ditas pelo o padre, protestando a visita do cangaceiro e seus aliados, eu entendo que ele segurava aquela amizade com o Floro Bartolomeu, mesmo o congressista querendo dar cobertura a Lampião, porque ele era deputado federal, e sem a sua pessoa, seria difícil o padre adquirir verbas para continuar trabalhando em prol da cidade Juazeiro do Norte e do seu povo.
Billy Jaynes Chandler é um dos mais importantes escritores acerca do cangaço e coronelismo, fenômenos ligados entre si e característicos de uma certa época da história recente do Brasil. Suas obras Lampião, o Rei dos Cangaceiros, e Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns, são canônicas, seminais, inigualáveis.
Mas o historiador Billy Jaynes Chandler diz que o convite para Lampião ir até a Juazeiro, teria sido feito pelo próprio sacerdote. Mas outros afirmam que não. O Padre Cícero somente ficou sabendo do acordo alguns dias antes da chegada do bando a Juazeiro.
De Barbalha a Juazeiro do Norte são 12,5 km. aproximadamente 19 minutos
Tem gente que não pensa nas consequências que poderão surgir após querer fazer os outros de bestas, malucos..., e se o perigo aparecer contra si, diz que é porque o sujeito é valente, perverso e desumano. Nada disso! Depois que o bicho está criado, é muito difícil vencê-lo ou matá-lo.
Quando o capitão Lampião chegou em Pernambuco e tomou conhecimento do que fizeram com ele sobre a patente sem nenhuma filiação com o exército brasileiro, e tivesse se revoltado, em seguida, voltado ao Ceará para cobrar daqueles que em Juazeiro do Norte (a cidade não tinha nada a ver com isso), no meio da covardia das pessoas importantes de lá, mesmo sabendo que a patente de capitão do exército dada a Lampião não tinha nenhum valor, a surra e o seu punhal teriam trabalhados bastantes, obrigando "falsos nêgos" dançarem na peia mesmo sem saberem dançar. Quem sabe, os pensamentos do compadre Lampião talvez confiante que, ao chegar à sua terra natal Pernambuco com a patente de capitão, que nem todos têm esse privilégio, receberia uma espécie de perdão pelos seus crimes e desordens, poderia até ser homenageado diante das autoridades militares como capitão. Mas foi o contrário. O comandante da polícia civil daquele Estado não o reconheceu como capitão, e o que fez contra Lampião que já estava patenteado, foi severamente atacá-lo sem compaixão pelas forças volantes do governo de Pernambuco. Eu que estudo cangaço e principalmente a era "lampiônica", não acredito que Lampião seria tão fácil para se mudar os seus ideais, porque ele mesmo patenteado, jamais abriria mão da sua vida cangaceira, que há alguns anos vivia dela, mas quem sabe, se tivessem tentado reformar o capitão Lampião e o tratado como um cidadão, e ainda o respeitado a partir dali como capitão, e como um novo homem da sociedade, seria possível que nascesse um ser humano honesto e até mesmo mais compreensivo. E quantas vidas teriam sido salvas, já que a raposa do sertão tinha deixado a vida de crimes? Mas o que fizeram? Prepararam uma patente sem filiação a nada. Novamente traíram o jovem rapaz que tinha apenas 28 anos de idade na época. Para que o leitor entenda que esta foi uma grande invenção e humilhante contra Lampião, é que para ser capitão do exército brasileiro, o sujeito primeiro tem que passar por estas "11" graduações:
1 - soldado de 2ª. classe.
2 - soldado de 1ª. classe.
3 - Cabo.
4 - 3º. sargento,
5 - 2º. Sargento.
6 - 1º. Sargento.
7 - Suboficial.
8 - Cadete.
9 - Aspirante a oficial.
10 - 2°. Tenente
11 - 1°. Tenente.
12 - Capitão.
Todas estas 11 primeiras graduações no exército brasileiro, são para poder o militar chegar a ser Capitão do Exército. Lampião foi direto para capitão. Eu não entendo porque Lampião não percebeu que a esmola era grande para ele. Nunca foi nem soldado, e pulou 11 patentes, passou logo para capitão do exército! Incrível!
ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!
Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima.
As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. Calma! Calma!
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O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica.
Se já tivesse sido feito o exame de "DNA", na ossada do Lampião de Buritis, indivíduo nenhum faria esta pergunta a ninguém.
É de se estranhar e nem acreditar que tem gente que confirma que este senhor à direita era Virgulino Ferreira da Silva, o afamado e perverso capitão Lampião do nordeste. O certo é que, os cangaceiros que estavam lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938, no Estado de Sergipe, em Porto da Folha, terras atualmente pertencentes à cidade de Poço Redondo, afirmam com convicção, que Lampião e Maria Bonita foram ali mesmos assassinados pelas armas comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva.
Foto feita na Grota de Angico 28-07-1938 após à chacina aos cangaceiros
Mas esta dúvida já deveria ter sido esclarecida, pois a Secretaria de Cultura de Serra Talhada, tem obrigação de provar sim ou não, através de exame de “DNA”, feito com a ossada do fazendeiro Lampião de Buritis, e depois de tudo pronto, entregar aos brasileiros e ao mundo, a verdade sobre a morte do rei Lampião no Estado de Sergipe ou no Estado de Minas Gerais.
O radialista Cid Charles neste vídeo abaixo sobre exame que identificou suposto Lampião do nordeste em Minas Gerais, através de três fotografias, as quais, foram feitas comparações, diz que foi comprovado que era realmente o Lampião do nordeste.
Será que este suposto exame de comparações com fotografias é real, ou é apenas uma maneira de afirmar que Lampião não morreu em Sergipe? Segundo o radialista, o nome do exame é "prosoprométrico".
A foto anterior mostra que o olho direito do verdadeiro Lampião tem glaucoma, emquanto que o outro Lampião de Buritis não apresenta nenhuma cegueira no seu olho, apenas a pálpebra superior está um pouco arriada.
Ver-se também que o queixo do Lampião verdadeiro era fino, e o queiro do Lampião de Buritis era bastante largo, e mesmo envelhecendo, se não diminuir, não há como aumentar a largura de mandíbula de animal nenhum, muito menos de ser humano.
O livro do fotógrafo e escritor José Geraldo Aguiar (já falecido), comprova a fuga do rei Lampião naquela madrugada, e foi residir no Norte de Minas Gerais. O livro ainda indica o cemitério onde o suposto cangaceiro foi sepultado, dia, mês e ano. Então, para isto, não há mais dúvidas de uma possível comprovação (sim ou não), é só a Secretaria de Cultura de Serra Talhada querer fazer o exame de "DNA" com a ossada do Lampião de Buritis.
Sinhô Pereira e seu primo Luiz Padre
Veja bem! Quando o Sinhô Pereira tentou fugir do nordeste pela primeira vez, com intenções de desistir da vida que levava, isto é, "o cangaço", esta tentativa não deu certo, só em 1922 que conseguiu, acompanhado do primo Luiz Padre, e foi muito difícil sair do nordeste, rumo ao Estado de Goiás, porque as perseguições das volantes policiais eram tantas que não lhes davam meios de fugas.
Clique no link abaixo, - http://www.piracuruca.com/index.php/historia/169-chefe-de-lampiao-foi-expulso-do-piaui.
E naquela época leitor, o sertão nordestino era quase sem estradas, imagina 16 anos depois, como foi que o rei Lampião, um bandido afamado e perseguido por 7 Estados do nordeste brasileiro, conseguiu sair dessas terras, sem ser visto pelos seus perseguidores, quando os Estados já estavam quase totalmente traçados e bem traçados por estradas, construídas pelos governos Estaduais e Federal? Não tinha como da noite pro dia o rei Lampião caminhar em busca de Minas Gerais, sem que nenhuma autoridade militar do nordeste brasileiro o incomodasse.
Para que o capitão Lampião tivesse fugido do nordeste em busca de Minas Gerais, teria ele se preparado pelo menos 2 meses, usando toda a sua estratégia para a fuga. E isso não aconteceu antes, já que os seus remanescente não confirmaram em suas entrevistas que o facínora vinha planejando uma possível desistência do cangaço. Só na noite anterior à chacina, foi que ele comunicou aos bandidos que estava querendo ir para Minas Gerias. "Quem quisesse ir com ele que o acompanhasse, e quem não quisesse ir, ele não ficaria chateado com nenhum deles". Interessante é que o capitão Lampião conhecia bem o nordeste, e não o Sudeste, região que nunca tinha posto os seus pés por lá.
Eu, mesmo sendo apenas um estudante do cangaço e com pouca bagagem na minha pasta mental, porque não sou um pesquisador de campo, não tenho dúvida, Lampião e sua rainha Maria Bonita foram assassinados lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938. Eu não estava lá, mas foram mortos ali mesmos.
Manoel Dantas Loyola o cangaceiro Candeeiro
Manoel Dantas Loyola que no mundo do crime era conhecido como sendo o cangaceiro Candeeiro, e que era um homem sem mentiras e bastante firme nas suas respostas, quando entrevistado pelo cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira, ele afirmou que o rei do cangaço Lampião e sua rainha Maria Bonita morreram lá na Grota do Angico, naquela madrugada triste, do dia 28 de julho de 1938.
E por que nós que não estávamos lá, queremos duvidar de quem lá estava? É apenas questão de querermos contrariar a história sobre "Cangaço", ou aceitarmos para fugirmos do assunto e não opinarmos.
Aqueles que são funcionários e estudiosos da Secretaria de Cultura de Serra Talhada, deveriam solicitar da Secretaria o apoio para este fim, desvendar a morte ou não dos cangaceiros Lampião e Maria Bonita, rumando à Minas Gerais para retirarem materiais da ossada do Lampião de Buritis, ou da sua filha que vive por lá, para serem usados no exame de "DNA", e confirmar, sim ou não o Lampião verdadeiro. A Secretaria tem tempo para isso, antes que o túmulo do fazendeiro de Buritis seja deteriorado pelo tempo no cemitério. O certo é que, quando se fala gastar com cultura, parece que o dinheiro tem vergonha e se esconde.
Informação ao leitor: Não sou sábio no que se refere a cangaço, apenas me divirto, e o que escrevi, não prejudica o que os escritores, pesquisadores e cineastas já registraram.
As histórias sobre "cangaço" algumas são criadas facilmente e cabeludas, e rodam o Brasil inteiro como se fossem verdades; enquanto que outras que foram escritas pelos escritores e pesquisadores de responsabilidades, e que são reais, poucas pessoas acreditam, desejam mais as que não têm nenhum fundamento, como é o caso do surgimento da mentira que Lampião não morreu em Angico, e sim, no Norte do Estado de Minas Gerais. - https://josemendeshistoriador.blogspot.com/2021/05/sera-mentira-ou-verdade-que-lampiao-de.html
Vejam o que encontrou o professor e pesquisador do cangaço Ruy Lima escrito pela Editora Saraiva, com o título "Por Dentro da História".
Professor Ruy Lima
Diz Ruy Lima:
Será mesmo?
A famosa Editora Saraiva publicou uma coleção denominada "Por Dentro da História", formada por vários autores, a qual, como diz o coordenador da coleção, "reconta a História empregando o recurso literário, ou seja, traz histórias sobre a História, Com grau de aprofundamento compatível com o público leitor, os livros abordam de forma crítica e analítica temas históricos presentes no currículo escolar."
Assim escreveu o coordenador da coleção.
Mas, o que tem o cangaço a ver com isso?
Há um livro dessa coleção que me chamou muito a atenção. intitulado "CANGAÇO - A guerra no sertão da Republica."
Oxente! Nunca eu tinha imaginado que existisse um livro didático, de "História", sobre o Cangaço e, em especial, sobre Lampião.
Achei o livro interessante, com páginas ilustradas, parecendo um folheto, Mas, fiquei triste, muito triste mesmo, quando li o seguinte trecho na página 25 do livro, sobre o motivo pelo qual Lampião entrou para a vida de cangaço:
"Quando seu pai foi assassinado a mando da família Carvalho, de Serra Talhada, ele entrou para o bando de Sinhô Pereira com a intenção de dar o troco. Isso aconteceu em 1917." (Não bate com os estudos do cangaço. - blogdomendesemendes).
Já na página 61 (o livro tem 72 páginas e um questionário (?). o autor escreveu, referindo-se a Corisco, ao saber da morte do seu compadre Lampião: "Cheio de ódio e inconformado com a morte do Rei do Cangaço, matou outro acusado chamado Pedro de Cândido, e se pôs a perseguir todos aqueles que tivessem o sobrenome Bezerra, simplesmente imaginando que fossem aparentados do tenente João Bezerra," Meu Deus! Já ouvi histórias de trancoso, contadas por minha avó, de Belo Jardim, mais verídicas do que essas. (Menos verdade. (Menos verdades. - Pedro de Cândido foi morto no ano de 1941. (Não bate com os estudos do cangaço -
Mas um querendo aparecer no mundo cangaceiro com sua história cheia de fantasia. Muito difícil o volante cabo José Panta de Godoy, ter dito isso a este senhor que aparece no vídeo, inventando conversa. Uma das razões que a sua história não tem fundamento, é afirmar que Lampião fugiu do combate da Grota do Angico baleado. E de quem é esta cabeça que aparece na foto abaixo no meio dos 11 cangaceiros chacinados, seu Nivaldo Vieira? Seria uma montagem?
A cabeça de baixo da foto é de Lampião.
O senhor Nivaldo Vieira quer reservar um cantinho famoso para ele, no meio daqueles famosos que fizeram partes do cangaço. E também, ficar no meio dos escritores, pesquisadores e cineastas, como sendo uma peça de muito valor no estudo cangaceiro.
O senhor Nivaldo deve parar com esta conversa sem fundamento, porque, nenhum dos remanescentes que foram salvos das balas vomitadas pelas metralhadoras das volantes policiais, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, em terras de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, falou sobre esta possibilidade, do capitão Lampião ter ludibriado as volantes, e sair de lá apenas baleado.
imagine meus amigos de pesquisas, seu Nivaldo ter ouvido da boca do próprio cabo Panta de Godoy, uma aberração dessa, que jamais ele diria a nenhum pesquisador, escritor...
Em entrevista feita no dia 8 de março do ano de 2020, pelos pesquisadores Raul Meneleu Mascarenhas e Osvaldo Abreu, o Sr. Nivaldo Vieira relatou que, o volante militar da polícia que perseguiu o bando de Lampião até a morte, cabo José Panta de Godoy, teria lhe dito pessoalmente, que Lampião tinha fugido baleado do combate do Angico.
Raul Meneleu Mascarenhas
Mas como é que um homem tem essa coragem de criar esta conversa, que o Panta de Godoy teria afirmado isso sem fundamento? O senhor Nivaldo Vieira que me desculpe, só diz isso, porque o cabo já faleceu. Se ele estivesse vivo, jamais diria isso para nenhum pesquisador, porque, o Panta poderia tomar conhecimento desta invenção, e com certeza, não o perdoaria, sujeito a cobrar dele a sua criação.
E a cabeça que aparece na foto, é de quem, seu Nivaldo Vieira? Seria uma montagem, que na época desta chacina, ainda não existia esta possibilidade de criar, e nem tão pouco internet?
O senhor está conversando coisa com coisa. Tenho real certeza que o cabo José Panta de Godoy nunca lhe disse isso, e nem diria a ninguém. Panta de Godoy tinha modos para conversar, sem inventar mentiras para se promover na cultura cangaceira.
Quem acreditar nesta história contada por seu Nivaldo Vieira, nunca estudou nem só um pouquinho sobre o movimento social de cangaceiro, principalmente sobre a Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia., do afamado e sanguinário capitão Lampião.
Que seu Nivaldo Vieira que me desculpe, por favor, as minhas dúvidas!