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terça-feira, 18 de junho de 2019

AGNALDO TIMÓTEO TEM PIORA E ESTÁ EM ESTADO CRÍTICO NA UTI...



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ALCINO ALVES COSTA

Por Francisco Davi Lima


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O MAIS ANTIGO TEMPLO CATÓLICO DO BRASIL

Por: Rostand Medeiros
Photo

Destacamos, neste trabalho, a Igreja mais antiga que se tem conhecimento, e que se encontra em pleno funcionamento: ela encontra-se no município de Igarassu no Pernambuco.

Após a vitória dos portugueses sobre os índios Caetés, nativos daquela região, no ano 1535, por ordem do Capitão Afonso Gonçalves, foi mandado erigir, no local da vitória, uma capela votiva consagrada aos Santos Cosme e Damião. Seu estilo é simples e tende para o maneirista.
Durante o período da invasão holandesa a  Igreja de São Cosme e Damião foi depredada, mas reconstruída em 1654. Em 1950, passou por uma restauração que a deixou mais próxima das características iniciais.  O monumento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 25 de maio de 1951.
Igarassu (na língua Tupi: IGA = Canoa +  AÇU = Grande), é  considerado o primeiro núcleo de povoamento do país e  fica a  30km do Recife, no litoral norte da Região Metropolitana, às margens da foz de um rio ao lado da ilha de Itamaracá.
Sendo praticamente um porto natural, o local foi muito requisitado pelos portugueses  à época do descobrimento. Suas caravelas ficavam às margens da área onde posteriormente surgiu a vila, que, segundo a tradição, teria sido fundada em 27 de setembro de 1535.
Ao contrário do que muitos imaginam, foi em Igarassu, e não em Olinda, que os portugueses inicialmente se estabeleceram. A localidade de Sítio dos Marcos já contava em 1516 com um dos principais ancoradouros do litoral brasileiro.
Convém destacar que, desde o descobrimento oficial, em 21 de Abril de 1500, até a década de 1530 não houve uma colonização efetiva do território brasileiro. Essa colonização só ocorreu diante da ameaça de outros países europeus “roubarem” da coroa portuguesa o território recém-descoberto. Como é sabido por todos, Pernambuco tornou-se a base para a exploração do norte da colônia.
Aos Santos Cosme e Damião é atribuído  o  milagre  ocorrido no ano 1685, quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela e Igarassu escapou ilesa da praga.
Outro fato curioso: Igarassu tem um vereador perpétuo: Santo Antônio! O Santo recebe um salário mínimo por mês, que gentilmente é doado por “ele” à manutenção de um orfanato na cidade.
Todo dia 27 de setembro celebra-se o dia dos padroeiros de Igarassu em uma das mais antigas e tradicionais festas populares do País.
FOTOS – ROSTAND MEDEIROS
Extraído do blog do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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O PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.127

(FOTO: ACIDIGITAL).
O chamado pãozinho de Santo Antônio é apresentado no dia 13 de junho nas igrejas católicas do Brasil. É um pequeno pão distribuído aos fiéis durante a celebração da Santa Missa, em homenagem ao santo. Diz à tradição que se deve levar o pãozinho para casa e guardá-lo no depósito da farinha. Para o cristão que tem fé, jamais faltará alimento naquela residência. Em Santana do Ipanema sempre houve a distribuição do pãozinho na igreja de São Pedro, no bairro do mesmo nome. A igreja de São Pedro também abriga, há muito, a imagem em questão. Nossa família, por exemplo, sempre participou daquela solenidade junina. Até mesmo nos meios sociais se diz quando as padarias aumentam o preço e reduz o tamanho do produto: “Eita, até parece o pãozinho de Santo Antônio”.
De qualquer maneira, quem segue a história do pãozinho, é testemunha de que nunca faltou alimento em casa ou muito ou pouco, mas sempre tem.
Mas com teria iniciado esta tradição tão bela e útil? Diz uma fonte italiana que uma criança de 20 meses, Tomasito, afogou-se. A mãe, desesperada, fez uma promessa com Santo Antônio, alcançando a graça quando Tomasito ressuscitou. A mulher prometera distribuir com os pobres um pão do tamanho da criança. Daí ter se espalhado pelo mundo o ato da missa de Santo Antônio (dizem que é o santo de maior prestígio no céu). Minha mãe Helena Braga era grande devota de Santo Antônio com tantos benefícios alcançados.
Atualmente a nossa cidade sertaneja já possui um templo no Bairro Floresta, cujo padroeiro é Santo Antônio. Mesmo assim, creio que ainda se distribui o pãozinho na igreja de São Pedro, como antes. Não fui pegar e nem encomendei o pãozinho este ano, mas ele nunca deixou de continuar atuante na fé da minha vida.
Temos muitas e muitas histórias contadas sobre os três santos em evidência no mês de junho. O bom mesmo é se inserir de corpo e alma nas tradições e ser feliz.
Como esquecer o PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO...
Ora!...
                                                                                                      

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ENTRE ADEUSES E SAUDADES

*Rangel Alves da Costa

A despedida é certa, inevitável, mas as dores, as tristezas e as saudades também. Somente o fato de não ter mais aquela pessoa ao lado, de poder encontrar, falar, olhar nos seus olhos, encantar-se com os seus pequenos encantamentos, já nos provoca uma profunda aflição.
Perder um pai, uma mãe, um irmão, parente próximo ou grande amigo, abre no ser uma orfandade sem fim. A carência da presença, do olhar, da palavra, da certeza do convívio. Mas de repente os sopros de vento transformam-se em ventanias, e estas levando ao longe as estimas do coração.
Avistar uma cadeira e nela não avistar mais quem ali gostava de repousar. Enxergar um canto de casa e ali não encontrar mais quem tanto gostava de estar. Andar pelas ruas, passar pelas calçadas, percorrer praças, e não mais poder avistar quem sempre estava por ali para um bom dia, um boa tarde, um abraço, uma palavra qualquer.
Em muitos, um luto que se eterniza. Um enlutamento que não precisa de vestes escuras para mostrar a dor e o sofrimento pelos adeuses, pelas perdas, pelas ausências. Um luto que brota na alma e vai tomando todo o ser. E quando se pretende amainar as recordações, eis que os instantes parecem chamar os ausentes.
Sim. Um chamado que chega na própria recordação, mas que também pode despontar nas coisas mais simples. A mesa está mais vazia, o canto do sofá sempre está desocupado, falta o perfume, o aroma, falta a habitualidade nos pequenos afazeres. E os retratos, as lembranças que ficaram, os álbuns, os livros, os cadernos, os baús.
O luto interior se torna, assim, num modo de preservação da memória. Dói demais, é demasiadamente entristecedor. Mas também um luto não revelado e que pode até não reconhecível exteriormente, eis que a pessoa pode mostrar alegria, contentamento, mas ainda assim restar padecendo por dentro.
Talvez seja a ideia da continuidade do ser e, mesmo a certeza de que ninguém é eterno, sempre dificulta a aceitação da partida. Daí o espanto, o susto, o não querer acreditar no fato de a morte chegar. E espanto duradouro e que ainda permanece no ser por muito tempo ou mesmo enquanto a vida durar. Há a certeza da morte, mas jamais a sua aceitação.


E com razão de ser assim. Muitas vezes, somos muito pequenos e muito frágeis para nos guiar sozinhos, e daí precisarmos tanto de pessoas que nos ouçam, que nos aconselhem, que nos dê a mão. Mesmo adultos ou já envelhecidos, sempre precisamos de alguém que nos conduza na palavra, no aconselhamento, num olhar que diz tudo. Por isso precisamos tanto das pessoas e tanto sofremos pelas suas despedidas.
E quando tais pessoas se vão, se despedem de nosso convívio, é como se não conseguíssemos aceitar a separação. E o luto se eterniza na lembrança, na saudade, na lágrima que de vez em quando insiste em se derramar. O que resta é sempre muito pouco para a grandiosidade da presença em vida. Um retrato na parede, um objeto de estimação, uma prece.
Nesta luta entre céu e terra, entre o que vivemos e o desconhecido, o grande segredo revelado em nossas vidas: jamais estamos completamente vivos, pois morremos também um pouquinho com cada ente querido que se vai. No mesmo sentido, outra revelação: na morte, quem mais morre são os familiares e os verdadeiros amigos. E assim por que a morte finda a pessoa, porém permanece naqueles que ficam.
Mas o que nos resta viver é o que nos deve fortalecer para vencer os desafios, a caminhar entre flores e espinhos, a viver e conviver de modo a, num inesperado qualquer, tornamo-nos também uma saudade boa ou uma grande saudade. Em 2009 minha mãe foi ali e nunca mais voltou. Olho aos céus e a encontro bela e sorridente. Sei onde está e como está, mas a saudade continua. Em 2012 o meu pai foi contar estórias e causos sertanejos noutro lugar, e nunca mais voltou. Seus sertões agora são celestiais. Mas sinto o seu sorriso e a sua palavra a cada instante. Meus avôs e avôs já partiram, muitos laços familiares já foram separados pelos mistérios entre terra e céu.
Meus sentimentos talvez sejam os mesmos daqueles que perdem os seus. E muitas famílias enlutecem a cada dia. Lágrimas que continuam sem rostos molhados, gritos que ecoam no silêncio da voz, dores que afligem os íntimos da alma. Somente Deus para saber o tamanho da melancolia e da saudade - e sempre contínua - dos filhos e parentes daqueles que de repente deixam a vida terrena.
Mesmo em despedidas recentes, as mesmas partidas que continuarão sendo sentidas ainda que depois de passados muitos anos. Não há como evitar. Quem ama sofre. E talvez este seja o mais terno, sincero e compreensível dos sofrimentos.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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A MORTE DE GETULIO VARGAS - ENIGMA ATÉ HOJE.

Por Alfredo Bonessi

A modelo Virgínia Lane - considerada uma das mulheres mais linda do Brasil era famosa na década de 50 por ser conhecida como  a mulher do calendário - onde ela aparecia nua exibindo uma beleza fenomenal. Mas Virgínia não era famosa somente pelos dotes que Deus lhe dera. Ela era também a namoradinha do Presidente e ex ditador Getulio Vargas, e estava na cama com ele quando o mataram.


Luiz Carlos Prestes capitão de engenharia, sai com a Coluna Prestes de Santo Angelo - RS, atravessa o Brasil sem ser molestado, chega ao Piauí, faz a volta e retorna pelo centro do Brasil e se refugia na Bolívia. Ao passar por perto de Juazeiro do Norte, o 

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Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Deputado Federal Floro Bartolomeu, um médico baiano que chegou por ali como alguém que não quer nada e que se tornou braço direito do padre, depois de ser prefeito local e ir para a câmara federal e ser a favor do Presidente Campos Sales, convidou o cangaceiro Lampião para combater a Coluna Prestes com a apresentação em Juazeiro do Norte. 


O padre se viu as voltas com o bando de Lampião pela cidade, indo à missa e dando entrevistas. " não quero essa gente aqui" - teria dito o padre. Lampião recebeu uniforme, armamento moderno, munição e saiu ao encalço da Coluna Prestes. Viu ao longe a coluna com mais de três mil e quinhentos homens e deu meia volta e se internou na caatinga. " diabo quem se mete numa armadia dessas" - teria dito o cangaceiro.

Prestes dissolve a Coluna Prestes e vai para a Argentina. Nunca explicou qual era o objetivo dessa coluna, que por onde passou, assaltou, estuprou, roubou e foram fuzilados pelo próprio Prestes, que era o líder, o chefe e o juiz da malta.

Góis Monteiro, um dos líderes da revolução de 30, procura prestes na Argentina e no encontro da a Prestes seis contos de reis para fazer a revolução. O descarado do Prestes, anos depois, declarou à imprensa: "era tanto dinheiro que eu não sabia o que fazer com  aquilo tudo. Dai distribui com os meus companheiros". E foi para Rússia aprender a doutrina do comunismo, foi quando declarou: "se houver uma guerra entre o Brasil e a Rússia, vou lutar ao lado da Rússia". Depois a Rússia providenciou a sua viagem ao Brasil e consigo veio uma espiã judia, comunista, Olga Benario, com a missão de proteger Prestes, servir particularmente a ele em tudo o que ele necessitasse. Havia um contato no Brasil que passava as orientações ao casal. Período de altos e baixos por dez longos anos até a prisão do casal por Getulio Vargas, esse entregou Olga Benario para Hiltler, que embora grávida foi morta a gás no campo de concentração. Prestes come cana e depois voltas as ruas como herói, com direito a passeata, palanque e discursos. Esse indivíduo até hoje tem seguidores no Brasil, que o promoveram a coronel,  com direitos a proventos de general de brigada,  e também com regalias de deixar pensão para seus familiares, sem nunca ter recolhido um centavo aos cofres da União. Nunca ninguém reclamou disso - o que fazem são criticar e reclamarem daqueles que honestamente cumpriram com seus deveres e recolheram as pensões corretamente para deixarem para seus familiares.

Julio Prestes ganha as eleições para presidente. O vice, João Pessoa, governador da Paraíba, que possui um desafeto particular de Pernambuco chamado João  Dantas. João Pessoa mandou invadir a casa da noiva de Dantas e publicou na imprensa cartas íntimas do casal. Quando a casa foi invadida Dantas saltou pela janela dos fundos e escapuliu com a ajuda da noiva. Mas jurou vingança contra João Pessoa.

Na Paraíba João Pessoa comenta com os seus: vou ao Recife............
- cuidado ! - olha o Paulo Dantas......etc.

Fez pouco caso.

João  Dantas vem de pe no bonde para o centro. Um passageiro está com o jornal aberto. Dantas lê a notícia: João Pessoa no Recife. No mesmo bonde retornou para casa e apanhou a arma. Ao chegar na Confeitaria A Glória no centro do Recife, se encontra com João Pessoa, que o ameaça com a bengala: ora seu........e leva os tiros e cai morto.
Dantas e seu primo são apunhalados até morrer dentro da cadeia. Quem  viu tudo foi o cangaceiro Antônio Silvino que estava preso em uma cela ao lado.

A morte de João Pessoa foi o estopim de que se valeu o grupo do Getulio  para deflagrar, com motivos distorcidos, a Revolução de Trinta.

Não se pode negar que Getulio Vargas foi o pai do trabalhador brasileiro. Criou a famosa Consolidação das Leis do Trabalho - um compendio de direitos para o trabalhador brasileiro.

Getulio lutou muito contra seus desafetos políticos entre eles estava o comunista ferrenho Carlos Lacerda - depois arrependido, que nem foi Monteiro Lobato e muitos outros.

Quando se vê a entrada da bala que matou Getulio nota- se que ela entrou no mamilo esquerdo, de cima para baixo. Que nem o orifício da bala que matou PC Farias.

Quem se suicida atira na cabeça, ou no centro do peito.

Getulio era destro ou canhoto ?

Virgínia Lane bem idosa e morreria logo depois confessou que estava deitada com Getulio quando quatro pessoas desconhecidas invadiram o quarto, atiraram nele e mandaram que ela fugisse pela janela. Chegando em baixo e nua se encontrou com o segurança do Getulio e mais um outro homem, que mandou que eles ficassem de boca fechada e que saíssem correndo dali, o que eles fizeram imediatamente.  

Enviado pelo capitão do exército Alfredo Bonessi

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LUIZ GONZAGA - PENSE N'EU FT. GONZAGUINHA


PENSE N'EU
Luiz Gonzaga

Pense n'eu quando em vez coração
Pense n'eu vez em quando
Onde estou, como estarei
Se sorrindo ou se chorando
Se sorrindo ou se chorando
Pense n'eu... vez em quando
Pense n'eu... vez em quando (bis)

Tô sorrindo, tô na estrada, apaixonado
Pela gente e pelo povo do meu país (olêlê)
Tô feliz pois apesar do sofrimento
Vejo um mundo de alegria bem na raiz (vamos lá)
Alegria muita fé e esperança
Na aliança pra fazer tudo melhor (e será)
Felicidade o teu nome é união
E povo unido é beleza mais maior.

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VOLANTES E FACÕES

Cabo Leonídio e a cabeça de Manoel Moreno 

Como combater os cangaceiros, gente nascida nas caatingas, acostumados a seus caminhos espinhentos, corpo e alma construídos de carências? Felipe Borges comandante do batalhão especial de repressão ao banditismo, concluiu que com soldados trazidos da capital, e vestidos com bota, perneiras, calças culote, dólman, talabartes e chapéus de massa é que não era. O tenente decide usar o próprio sertanejo, quase parentes dos cangaceiros, na busca de informações e combates.
 cel. Felipe Borges de Castro da PM baiana

É tempo de convocações, algumas forçadas, dos conhecedores das trilhas sertanejas. As volantes agora tem os mesmos adereços e equipamentos dos cangaceiros. A caatinga agora fica confusa: não se distingue mais amigo de perdição. E essa mesma indistinção é usada como estratégia de luta.

O cabo Leonídio, conhecido por sua habilidade de encontrar rastros em qualquer tipo de terreno e de, sobretudo, saber diferenciar um rastro de outro, foi convidado a integrar a força pelo seu talento ímpar.

Tal habilidade é puro aprendizado de artimanhas; segue-se o rastro na busca maluca pelo que se poderia chamar de o não rastro, isto é, a observação de uma folha verde no chão, (folha verde não cai, só se alguém mexeu no galho) Uma pedra fora do lugar, (a noite o orvalho lava a pedra e se ela sai do lugar logo se nota a marca dela no chão, a areia em volta, marcada pelo sereno), Chão varrido, (alguém passou, deixou marca e depois tentou apagar varrendo o chão com folhas), pedaços pequenos de roupa nos espinhos e lixo, restos de papel, palha de cigarro, restos de fumo picado que caiu da mão, coisas dificultosas para para os olhos urbanos, menos competentes.

O cabo Leonídio tinha aprendido estas coisas cuidando do gado alheio, desde criança acostumada a correr com boi bravo nos espinhos. E foi promovido a cabo por merecimento. É calado, sisudo e tem um olho torto que olha de lado.

 O cabo Leonídio trabalhou com Zé Rufino,
mas passou a maior parte do tempo sob as ordens de Odilon Flor
e a este fez um grande favor: Cortar as cabeças dos cangaceiros mortos.
- Era dia de são João, às nove horas da noite. Nós demos um combate na fazenda Gararu, em Sergipe. Chovia bala, depois silêncio. Os bandidos tinham ido embora. Procuramos pelos cantos para ver se tinha ferido. O combate tinha sido tão cerrado que não tinha dado tempo de ninguém sair carregando baleado. Encontramos três cangaceiros mortos: Manoel Moreno, a mulher dele Áurea e Gorgulho. Quando foi de manhã, o sargento Odilon juntou a tropa e disse:
- Vamos cortar as cabeças dos defuntos.
Mas ninguém quis ir. Não quiseram ir porque, você já sabe, cortar o pescoço de uma pessoa é preciso que a pessoa também tenha a cara dura, porque se na for, não corta não.
Então ele virou-se para mim e disse: nego, vem cá, apanha aqui este facão e vá onde ta os cangaceiros, corte a cabeça e traga. Então eu fui e respondi pra ele: sargento, o senhor já mandou todo mundo; nenhum quis ir, só eu é que posso cortar? O senhor podia ir, porque o senhor tem mais costume do que eu. Ele então disse: eu quero é que você corte.
Aí eu apanhei o facão e fui. Quando eu peguei no cabelo do cabra, balancei, fechei a cara pro lado assim e sentei o facão, pá-pá, cortei, e joguei pra lá; peguei a mulher, cortei a cabeça da mulher. Peguei no outro cabra, cortei também a cabeça. Peguei todos os três, levei: Pronto, chefe, ta aqui.
 Manoel Moreno

As cabeças cortadas pelo cabo Leonídio.
Depois de uns dias, eu senti assim um remorso. De vez em quando, à noite quando eu dormia, sonhando com Manoel Moreno, um pouco assim de nervoso comigo, e coisa. E ele me apareceu um dia, me pegou dormindo. Pela abertura da rede e veio com um punhal em cima de mim; eu então pelejei, não pude fazer nada, gritei: cabra mata o homem, cabra, me dá as armas, cabra, até que dentro do quarto ( eu estava deitado perto da rede de uma criança, meu filho que hoje está em são Paulo), então eu tranquei os pés, a mulher levantou-se, tirou o menino da rede e ficou de lado quando eu ajuntei, pensando que o cabra estava me sangrando.
Levei a rede de uma vez só, agarrei-me nela, pensando que fosse o bandido, levei uma pancada na cabeça, (bati com a cabeça na parede) aí foi que me acordei, cansado, sufocado, sem fôlego, com o aperto que o cabra me deu. Bom, aí eu fiquei, coisa e tal e disse ao sargento Odilon: sargento, eu to me me vendo aperreado com Manoel moreno. Ele então disse: Você vai comigo daqui uns dias na casa de Pedrinho. Então eu fui. Cheguei lá, o Pedrinho fez lá um remédio pra mim e perguntou como era. Eu disse então os sintomas e depois de uns dias foi desaparecendo. Odilon me ensinou um defumador, umas coisas que o Pedrinho ensinou a ele e mandou eu tomar este defumador e com isto desapareceu. Não vieram mais me aperrear.
 Depois da noite na rede a alma de Manoel Moreno tornou a aparecer; e aparecia com os braços estendidos, as mão para cima, pedindo:
Leonídio, cadê minha cabeça que você cortou?
Referencial teórico: Soares, Paulo. Gil. Vida paixão e mortes de Corisco, o Diabo Louro.

Trancrito pelo confrade Ronnyeri Batista síndico da comunidade do Orkut Cangaço, Discussão Técnica


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O CANGAÇO EM BREJO DOS SANTOS NO REGIME MONÁRQUICO - PARTE I

Por Bruno Yacub Sampaio Cabral

"A arma preferida dos facínoras era o bacamarte, sendo muito usado o boca de sino, de cano de bronze, reforçado e curto."

Sempre foi de notória agitação o clima na região sul cearense. No Cariri, região que de certa forma, lhe corresponde, desde seus primórdios, registraram-se disputas e conflitos, a partir mesmo do período da posse da terra, na época das Sesmarias. Muito mais conturbado, todavia, surgiu o século 19.

A seca de 1877, com seu cortejo de miséria, arruinou a província do Ceará. Milhares de retirantes percorriam as estradas em demanda de vilas e cidades onde imploravam a esmola para matar a fome.

No Cariri, a despeito de ser região privilegiada, a fome fazia devastações. Morriam, diariamente, no Crato, de 12 a 16 pessoas. Os famintos não tinham força para mendigar. Às vezes, antes de recolher a esmola, caiam agonizantes, com as feições convulsas, no transe derradeiro.

No meio dessa calamidade, surgiam bandos de cangaceiros que se apoderavam dos bens alheios. Os próprios retirantes invadiam as propriedades em busca de alimento. Furto, roubo, tomada de presos, assassinatos, prostituição e morte por falta de pão, eis as consequências desse flagelo.

Vários grupos de cangaceiros andavam sobre o chão do povoado de Brejo dos Santos. O flagelo começou nos fins de 1874, com o bando de Inocêncio Pereira da Silva, vulgo Inocêncio Vermelho, foragido da vila de Misericórdia (atual Itaporanga), na província da Paraíba, onde assassinara Andrelino Araújo.

Perseguidos por Antônio Tomás de Araújo Aquino, irmão da vítima, passavam-se os criminosos para a Comarca confinante de Jardim.

Residiam, ora no Salgadinho, do termo de Milagres, ora na povoação de Brejo dos Santos, do termo de Jardim. Gozando da proteção do Juiz Municipal de Jardim, Dr. Antônio Augusto de Araújo Lima, Inocêncio chegou a exercer funções policiais contra criminosos desvalidos, em toda zona banhada pelo riacho dos Porcos.

Logo depois, fugido da cadeia de Crato, juntou-se ao grupo de Inocêncio Vermelho, o criminoso João Calangro, natural de Milagres, onde era conhecido por João Senhorinha. Seu verdadeiro nome, porém, era João de Sousa Calangro. Ele era de estatura baixa, sardento e de cabelos cor de fogo, e não deve ser confundido com o negro João Calangro, perverso cangaceiro de Antônio Quelé, abatido no dia 27 de novembro de 1910 por companheiros seus, nas proximidades de Jati, entre a ladeira do Pacífico e a fazenda Oitis.

Com isso, os salteadores, transformados em agentes policiais, mantinham a ordem nos povoados e prendiam os criminosos desvalidos. O banditismo político chegava ao ponto de uma autoridade regeneradora encarecer ante o Governo Provincial, os serviços que Inocêncio Vermelho tinha prestado, e pedir, ao mesmo tempo, para o bandido, remuneração por iguais serviços, ou promover a sua livrança.

A Comarca de Jardim tornava-se um viveiro de criminosos, no qual José Ataíde Siqueira (Zuza Ataíde), Inocêncio Vermelho, João Calangro, Barbosas, Brilhantes, Viriatos, Agostinho Pereira, Pedro Simplício, Carneiro, Manuel Tomás e outros representam o papel de peixe-rei, cuja força estava na razão das façanhas.

Em junho de 1876, Inocêncio foi morto na região do Poço, por Sebastião Pelado, que agia a mandado de Antônio Tomás de Araújo Aquino, irmão de Andrelino de Araújo. Morto Inocêncio, João Calangro assumiu a chefia do grupo, ao qual se incorporou Antônio Vermelho, irmão de Inocêncio, a fim de liquidar Sebastião Pelado, que, por sua vez, formava outro grupo.

A luta entre esses bandos rivais, cuja zona de operações se estendia ao território paraibano, atingiu seu clímax quando Dinamarico e José Pombo Roxo, do grupo de Pelado, eram mortos por João Calangro e Gato Brabo, e Manuel de Barros, do séquito de Calangro, foi morto por Pelado.

Naqueles velhos tempos, o Brejo era o lugar preferido pelos bandoleiros que infestavam o Cariri, por motivo de suas condições naturais. No meado de 1876, procedente da vila de Várzea Alegre, ali se encostou o facínora Luís de Góis, acompanhado de Zuza Ataíde.

Dentro da povoação de Porteiras, os dois grupos se defrontavam e travavam forte tiroteio, morrendo na luta José Roberto, que ali se reunira com Pelado. O morto, famoso sicário, vivia sob a proteção do capitão José Mateus Pereira da Silva, morador na comarca de Vila Bela, da província de Pernambuco.

O capitão José Mateus exigia de Sebastião Pelado a orelha de João Calangro, ameaçando-o de morte caso não se desincumbisse logo a tarefa.

Para agravar ainda mais a situação dos habitantes da região, forças irregulares do capitão José Mateus chegaram ao Brejo, em perseguição ao grupo de Calangro. Num encontro entre os dois grupos, Sebastião Pelado recebia mortal ferimento, enquanto João Calangro, sabendo do estado do capitão José Mateus em Porteiras, ia até a povoação, no dia 02 de agosto de 1877, e lá diria-lhe toda sorte de impropérios e ameaças por espaço de dez horas.

O capitão José Mateus seguia com destino ao Pajeú, região baluarte dos Pereiras, e de lá trazia mais de cem homens, encontrando-se entre eles grande número de delinquentes.

O 2° suplente de Juiz Municipal de Jardim, capitão Juvenal Simplício Pereira da Silva, sobrinho legítimo de José Mateus, assumia o exercício e autorizava a Força de Mateus a capturar João Calangro.

A Força era divida em três grupos. Seguia um para Brejo dos Santos, outro para Missão Velha, e outro, comandado por Mateus e seus genros Galdino Alves de Araújo Maroto e Manuel Pereira da Silva, para Milagres.

Em 15 de agosto de 1877, o grupo comandado por Mateus assassinava a Manuel Valentim e espancava barbaramente a Trajano de tal, pelo simples fato de agasalharem o grupo de Calangro.

A Força pernambucana, a pretexto de perseguir Calangro, praticava uma série de delitos. O tenente Alfredo da Costa Weyne, que se achava em Milagres, deliberava por cobrança a tais atrocidades. Aceitava, porém, a sugestão do Dr. Antônio Augusto de Araújo Lima, que julgava mais acertado enviar Balduíno Leão, amigo de Galdino Maroto, a fim de encontrar uma solução honrosa.

Balduíno, amigavelmente, conseguia que dez homens de Mateus se incorporassem à Força de Weyne, o que ocorria no sítio Bela Vista, distante meia légua de Milagres.

De volta de sua excursão, os Mateus chegavam a Milagres no dia 23 de agosto, em número de 40, depois de terem cometido as maiores violências contra sertanejos indefesos.

A permissão dada ao capitão Mateus, para, com Força irregular, perseguir os Calangros, criava péssimo precedente e aumentava a insegurança individual na região.

Os grupos de Mateus preocupavam sobremaneira as autoridades cearenses. Um dos grupos tinha por comandante a José Rodrigues e o outro a Vila Nova, ambos conhecidos assassinos.

No dia 29 de agosto, o tenente Weyne recebia requisição dos Juízes de Direito de Barbalha e Crato, cujas cidades estavam ameaçadas de ser assaltadas por mencionados grupos.

A exemplo dos bandos de Mateus formavam-se outros grupos que se diziam gente do aludido Capitão, mas que visavam ao roubo e ao furto.

O sul cearense vivia dias incertos. Além dos Calangros, operavam os Viriatos na Boa Esperança e os Barbosas no Salgadinho.

À parte, mas sob os comandos de João Calangro, havia surgido, em Milagres, o grupo dos Quirinos, chefiados por três irmãos, o mais velho dos quais se chamava Quirino. Agiam também, sob a proteção de Calangro, Jesuíno Brilhante (Jesuíno Brilhante de Melo Calado) e Gato Brabo, os dois últimos também no comando de grupos.

Por conveniência, esses bandos agiam separadamente. Havia, entre eles, porém, um “tratado de aliança defensiva e ofensiva de sorte que, quando receavam alguma conspiração, reuniam-se imediatamente, tomando João Calangro o comando gera”.

João Calangro acabara por expulsar os Mateus do Ceará. As populações caririenses responsabilizaram o capitão Mateus pela quase extinção de gados. E com isso, passavam a confiar em João Calangro.

Essa confiança “subiu ao ponto de desejar-se pelos povoados, sobretudo em dias de feira, a presença de João Calangro para garantia daquilo que cada um trazia ao mercado publico. Ultimamente povoados, senhores de engenhos e fazendeiros disputavam, como ainda disputam, à porfia, a sua presença sempre que sabem que se aproxima algum grupo de malfazejos, ou temem qualquer assalto. Por isso ele foi obrigado a aumentar o número de seus policiais... E desse modo nulificou-se entre nós completamente a autoridade publica que foi substituída por João Calangro, que entende que a ele e tão somente a ele, o Cariri deve não ter sofrido maiores desgraças” (em “Cearense”, edição de 11 de outubro de 1877).

Correspondências de Barbalha publicadas em Cearense diziam que a cidade estava "sendo garantida pelo grupo do célebre João Calangro, protegido pelas autoridades". Compunha-se o grupo de 22 homens "que trajava a casimira, notando que quase todos os outros são subordinados, pelo fará 100 homens a qualquer hora". Um dos correspondentes concluía: "Hoje é perigoso ser rico, pois o povo pobre (os bandidos) lhes hão declarado guerra de extermínio" (em Cearense, 24.02 e 17.03.1878).

No Cariri, os particulares garantiam o direito de propriedade com armas nas mãos. Em Barbalha, as casas Sampaio, Santiago e outras estavam convertidas em quartéis. 

Em Constituição, de 17 de fevereiro de 1878, publicava carta de Missão Velha, na qual o correspondente afirmava que os ladrões de gado aumentavam dia a dia, e que a cadeia estava cheia deles. Carta de Barbalha, publicada na mesma edição, comunicava que o gado, a cana e a mandioca não podiam mais produzir, "porque o furto é por demais". E finalizava: "A seca é a causa de tudo".

Aliás, por toda a Província flagelada pela seca, o direito de propriedade recebia tremendos impactos. O gado, retirado para o Piauí, ao voltar para o Ceará, na Serra Grande, não conseguia atravessar a linha de salteadores. No centro da Província, outros bandos de salteadores "acometem a propriedade com a maior ostentação, dir-se-á que se proclamou entre nós o comunismo". Na vila de União, o célebre José Rodrigues, à frente de um bando, assaltava os carros nas estradas, tomava os víveres e os distribuía "como se fosse coisa sua" (em Cearense, de 22 e 27.02 e 01.03.1878).

Continua...

Vista da região do Poço, em Brejo Santo - CE.  Cenário de atuação de João Calangro e seu séquito.

Região do Poço, em Brejo Santo - CE.  Local de divisas entre os estado do Ceará, Pernambuco e Paraíba.

Caldeirão natural em rocha, utilizado por João Calangro, segundo a tradição oral.
 Localizado na região do Poço, em Brejo Santo - CE.

Entrada da famosa "Gruta de João Calangro", na região do Poço.

Interior da gruta que serviu de esconderijo para João Calangro e seu bando, durante o século 19.


Fonte bibliográfica:

- Montenegro, Abelardo Fernando, História do Cangaceirismo no Ceará, Expressão Gráfica Editora, 2011;
- Montenegro, Abelardo Fernando, Fanáticos e Cangaceiros, Expressão Gráfica Editora, 2011;

- Silva, Otacílio Anselmo e, Esboço Histórico do Município de Brejo Santo, em revista Itaytera N° 2, Instituto Cultural do Cariri, 1956;


- Macêdo, Joaryvar, Império do Bacamarte, Universidade Federal do Ceará, 1998;
- Araújo, Padre Antônio Gomes de, Povoamento do Cariri, Faculdade de Filosofia do Crato, 1973.

Enviado pelo autor: Bruno Yacub


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