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segunda-feira, 16 de março de 2020

FIM DO CANGAÇO: AS ENTREGAS

 Autor Luiz Ruben F. de A. Bonfim

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JUNIOR ALMEIDA: A VOLTA DO REI DO CANGAÇO NO FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS


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SANTANA E O JEGUE

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.274

Povoado, vila e cidade de Santana do Ipanema, Alagoas, até a década de 1960, bebiam água azinhavrada das cacimbas arenosas do leito do rio Ipanema. Essas águas, tanto das cacimbas quanto das cheias, eram também usadas nas tarefas domésticas. Até mesmo telhas e tijolos fabricados às suas margens contavam com as águas salobras do rio. Para abastecer as residências, a água do Panema ficava armazenada em potes, jarras e porrões (u) de barro. A quartinha, também de barro, esfriava a água que era servida nos copos. Mas, como era trazida a água da fonte para as casas? Conduzida à cabeça, pelas mulheres, em latas e potes de barro com rodilhas. Para lugares mais longe a tarefa era exercida por jumentos (mais de cem) cada qual equipado com manta, cangalha, quatro ancoretas, quatro ganchos e cabresto. Alguns desses jegues usavam quatro latas acomodadas em caçambas de madeira, no lugar das ancoretas.
JUMENTO E BOTADOR D'ÁGUA EM FOTO ARTÍSTICA DE B. CHAGAS)

Pessoas menos letradas chamavam as ancoretas (pequenos   barris de madeira) de ancorota. Foram os jumentos que impulsionaram a nossa civilização com esse trabalho supimpa. Era dirigido pelo seu dono que não tinha outra denominação a não ser “botador d’água”. Nem “aguadeiro” nem “tangedor”, essas expressões não existiam. O costume de chamar o condutor do jegue de “tangedor” em nossa região, é um erro.
O jegue foi reconhecido como amigo do sertanejo pelo, então, prefeito Adeildo Nepomuceno Marques; este ergueu uma estátua ao jerico juntamente com o seu botador d’água, em homenagem aos relevantes serviços prestados por ambos ao povo santanense. A obra foi encomendada ao escultor de Pão de Açúcar, Lisboa. Muito polêmico na época, o monumento de concreto firmou-se e hoje é também um símbolo nordestino e mundial pela bravura em conviver com a estiagem característica do clima sertanejo.
Agora o orgulho é geral e a famosa estátua ao jegue recebe os visitantes que vêm das bandas da capital, bem defronte a rodoviária.
Virou febre do artesanato no semiárido.


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UMA FOTOGRAFIA

*Rangel Alves da Costa

Eu estava revendo umas fotografias quando me deparei com uma onde eu estava sentado ao lado de um cemitério, bem na proximidade de túmulos.
Lembro-me bem como ocorreu a fotografia. Passeando pelos arredores da cidade, então cheguei a primeira capela construída em Poço Redondo, meu berço de nascimento, no sertão sergipano.
A capelinha de Santo Antônio surgiu por iniciativa das primeiras famílias que habitaram aquela região denominada Poço de Cima. O pequeno cemitério que hoje circunda a capela não nasceu para o sepultamento de pessoas das pessoas de toda a povoação, mas somente daqueles das primeiras origens.
Hoje existe a capela restaurada e o pequeno cemitério ao redor, em campo aberto, sem cercas ou muros, e com pessoas sepultadas até mesmo de outras localidades.
Mas a feição do lugar, não só da capela como das sepulturas espalhadas, acaba como um fascínio aos bons observadores, aos que gostam de história e a todos que admiram conhecer as raízes da povoação.
Por ali eu sempre andejo, pois sempre caminho pelos arredores da cidade em busca de cacos do tempo. Muitas vezes já visitei a capelinha e caminhei entre os túmulos, observando nomes e datas, imaginando coisas e situações.
E certa feita resolvi pedir a alguém que me acompanhava para tirar uma fotografia que pudesse eternizar minha visita ao local. Avistei uma pedra ao lado e fui sentar. Tirada e guardada e fotografia, então a reencontrei. E para ela escrevi o texto que segue:
Uma fotografia. Uma capelinha. Um pequeno cemitério ao redor. Eu sentado numa pedra. Túmulos ao redor. Então eu disse em seguida:
Um dia eu sentei aí, tão perto da morte, exatamente para pensar a vida. Eu não estava aí só para visitar ou fotografar, mas para compreender a vida ao redor da morte.
Um dia eu caminhei até o Poço de Cima e adentrei pelos arredores de sua igrejinha, onde túmulos foram sendo abertos desde os primórdios de Poço Redondo, exatamente para estar na presença daquelas partidas e daquelas saudades.
Certamente que eu não cheguei e nesta pedra sentei e logo pedi para ser fotografado. Calmamente caminhei entre as sepulturas, li os epitáfios, identifiquei os nomes e datas grafados nas cruzes, meditei naquele silêncio que era de voz e de grito.
Nada que ecoasse dos túmulos, mas dos meus próprios pensamentos. Um turbilhão de coisas chegando, como se não houvesse coisa mais instigante na vida do que a morte.
Perguntas e respostas, interrogações e espantos, lembranças e relembranças, diálogos com o estranho e desconhecido mundo, enfim.
Aquele silêncio de planície, aquela calma de afastamento da cidade, aquela paisagem bonita e triste. O que é a morte? Perguntei-me. Logo respondi: É a presença na inalcançável distância.
Ora, para grande parte dos humanos, a morte nunca é exatamente fim para o ente que partiu. A morte leva, distancia, mas grande parte fica no luto, na saudade, na contínua presença.
A dor pela perda de alguém é exatamente esta: o distanciamento forçado do ente amado. E quanto mais se quer a presença mais a saudade e a dor retomam o entrelaçamento.
Acaso o esquecimento fosse a consequência mais lógica, certamente não haveria saudade, tristeza, desejo de presença, o contínuo entrelaçamento.
E as cruzes, os epitáfios e as flores dos túmulos, dariam lugar ao reles esquecimento, e a voracidade do tempo logo encobriria os leitos do repouso último.
E perante os túmulos ali espalhados, a minha certeza de estar ainda diante de tantas vidas. Vidas silenciadas, mas vidas. Nomes, sobrenomes, datas, lembranças das feições em vida.
Que sono profundo, que paz no Senhor!

Escritor
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SERTÃO NORDESTINO E SUAS HISTÓRIAS DO CANGAÇO



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ENTREVISTA COMPLETA DE OLEONE FONTES CONCEDIDA À EQUIPE DO CENTRO DE ESTUDOS EUCLYDES DA CUNHA



Entrevista completa de Oleone Fontes concedida à equipe do Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC/UNEB na ocasião da produção do documentário "ASSIM ERA DADÁ – A Vida Pós Cangaço de Sérgia da Silva Chagas". Direção Geral: Manoel Neto Direção de Fotografia: Lucas Viana Assistência de Produção: Vicente Rivelino Link para o documentário: https://youtu.be/rlo0A2bMKZU Inscreva-se no canal do CEEC para acompanhar nossas próximas produções: https://www.youtube.com/channel/UCw6t... 

FACEBOOK: https://www.facebook.com/ceecuneb/ TEL: (71) 3321-5081 Rua do Cabeça, n. 10 – Ed. Marquês de Abrantes, 8º Andar – Sala 812, Salvador-BA, Brasil. CEP:40060-230

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ASSIM ERA DADÁ | INDAIÁ SANTOS (ENTREVISTA COMPLETA)



Entrevista completa de Indaiá Santos concedida à equipe do Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC/UNEB na ocasião da produção do documentário "ASSIM ERA DADÁ – A Vida Pós Cangaço de Sérgia da Silva Chagas". Direção Geral: Manoel Neto Direção de Fotografia: Lucas Viana Assistência de Produção: Vicente Rivelino Link para o documentário: https://youtu.be/rlo0A2bMKZU Inscreva-se no canal do CEEC para acompanhar nossas próximas produções: 


FACEBOOK: https://www.facebook.com/ceecuneb/ TEL: (71) 3321-5081 Rua do Cabeça, n. 10 – Ed. Marquês de Abrantes, 8º Andar – Sala 812, Salvador-BA, Brasil. CEP:40060-230.

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SERRA DE NAZARÉ DO PICO, LUGAR ONDE LAMPIÃO PASSOU...

Por Verluce Ferraz

A Serra de Nazaré do Pico, no Município de Floresta do Navio-Pernambuco, foi um dos lugares em que Virgulino, o Lampião, passou; mas com coragem e altivez, o Povo Nazareno, construiu a Villa de Nazaré, a Igrejinha de Nossa Senhora da Saúde, e, toda a família, conseguiu expulsar o cangaceiros da Terra Nazarena, uma Terra Santa.

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SANTINHO O SANGUINÁRIO TENENTE QUE COMBATEU LABAREDA EM FÁTIMA

Disponível em: https://lampiaoaceso.blogspot.com/search?q=Ladislau

Ladislau Reis de Souza ficou conhecido no sertão baiano como o “Tenente Santinho”. De acordo com texto postado no blog “Lampião Aceso” do pesquisador Kiko Monteiro, o tenente santinho tinha fama e atitude de um homem extremamente duro, para não dizer cruel, com os cangaceiros.

Sua fama de homem implacável no combate ao cangaço ecoou pelos quatro contos em toda essa região. Muitos cangaceiros pereceram sob o fuzil do tente Ladislau, alguns com requintes de crueldade como o caso do cangaceiro Baliza, brutalmente torturado, pendurado de cabeça para baixo em uma árvore e queimado vivo pelo cruel Tenente.

Na obra “O mundo estranho dos cangaceiros”, do renomado escritor Estácio de Lima, Ângelo Roque, o Labareda, narra com detalhes as suas andanças pelos sertões enquanto combatia nas frentes do cangaço. Labareda relata a chegada do seu grupo no lugar chamado Monte Alegre, onde foi surpreendido pela volante do tenente Santinho. Segundo Labareda, o grupo foi recebido por um vaqueiro de nome Manoel Gregório. Era um dia de domingo e o bando descansou, comeu e dançou. Entretanto, a volante comandada por Santinho entrou em pesado confronto com o grupo de cangaceiros. Ainda segundo os relatos de Labareda ao professor Estácio de Lima, um dos cangaceiros foi baleado e morreu na hora, sua cabeça foi cortada pelos soldados e levada à Jeremoabo.

De acordo com relatos de antigos moradores de Fátima, Monte Alegre foi um dos nomes através dos quais Fátima foi chamada no passado. Borges (2006) chega a firmar que tal nomenclatura fora dada à povoação por conta da alegria do seu povo, o que eu, pessoalmente, acho improvável.

Mas voltando ao caso do Monte Alegre narrado por Ângelo Roque, eu conversei com Kiko Monteiro e buscamos evidências que nos fizessem acreditar que tal povoação era, de fato, a atual cidade de Fátima. Neste caso, até existe uma cidade homônima em Sergipe, mas de acordo com a narrativa de Labareda, conhecido pela excelente memória, o grupo estava na região de Paripiranga, onde sobe o Vaza Barris, assassina um soldado na Ponta da Serra, em Adustina, e Segue para Monte Alegre. Esses fatos, de acordo com sua narrativa ocorrem em questões de poucos dias (A Estimativa feita por Kiko Monteiro é que, de Paripiranga à Monte Alegre Sergipana levaria pelo menos uma semana de caminhada). Tudo isso, aliado ao fato de a volante do Tenente Santinho, ser mais atuante no sertão baiano e não no estado de Sergipe, nos leva a crer que, de Fato, o povoamento citado por Labareda e reproduzido por Estácio de Lima em seu livro era realmente Fátima.

Já era sabido que o bando de Ângelo Roque, o Labareda, atuou fortemente por toda essa região, contudo, a história citada na obra “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, coloca Fátima definitivamente no rol dos cenários das lutas entre cangaceiros e soldados nos anos 1920/1930. Um outro dado curioso é que a morte de um cangaceiro pela volante e a sua decapitação, por via de regra, significa que o corpo do bandoleiro sem a cabeça foi enterrado no local da morte, ou seja, em solo fatimense. O relato de Labareda nos leva a crer que o combate com a volante de Santinho se deu nos arredores do povoamento de Monte Alegre, contudo, o seu local exato é desconhecido.

O tempo decorrido desde o acontecimento, possivelmente fez com que a história se perdesse na memória do fatimense, entretanto, histórias de cangaceiros são recorrentes entre as pessoas mais velhas em nossa cidade. Essa história específica, possivelmente contribuiu para a formação de todo esse enredo popular.


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JORNAL DE PARIPIRANGA NOTICIA A PASSAGEM DE LAMPIÃO PELA REGIÃO

Patrocínio do Coité, 23 de dezembro de 1928. Jornal O Paladino. Ano X - N° 9.

Na edição de 23 de dezembro de 1928 o jornal O Paladino da então Vila de Patrocínio do Coité noticiava a passagem do rei do cangaço por essa nossa região. Os fatos da reportagem foram narrados à redação do jornal pelo Coronel João Sá que tinha encontrado com Lampião e seu bando no Sítio do Quinto na noite anterior. O Coronel, deputado naquela ocasião, seguia de Jeremoabo (escrito com “G” na época) para Salvador em seu automóvel Ford na companhia do seu pai e de um aliado político, um dos trajetos da viagem era seguir de Jeremoabo para Salgado onde pegaria o trem em direção à capital baiana. Na altura do atual município de Sítio do Quinto o coronel e seus companheiros de viagem foram surpreendidos pelos cangaceiros. A conversa foi amistosa, Lampião pediu dinheiro para o político e foi prontamente atendido. Na verdade, nascia ali uma longa amizade que traria benefícios para João Sá, mas também problemas com a justiça.
          
De acordo com a reportagem, de passagem pela vila do Coité, João Sá relata o seu encontro com o bandoleiro e a história logo vira notícia. É bem possível que a população local tenha ficado apreensiva com a proximidade do grupo de Lampião da povoação. O encontro de Lampião com os moradores de Patrocínio do Coité não tardaria a acontecer.
           
A passagem de Virgulino Ferreira as Silva e seu bando por toda essa região é narrada com riqueza de detalhe por Oleone Coelho Fontes no livro Lampião na Bahia de 1988. Na obra é relatada a entrada do grupo na Bahia, fugindo de intensa campanha de perseguição das volantes de Pernambuco após a frustrada tentativa de invasão da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Após esse fato, Lampião e parte do bando ruma para a Bahia onde alega chegar em paz, mas logo entraria em confronto com a polícia local.
           
A edição do jornal Paripiranguense compõe o acervo da UNIAGES e foi enviada ao Blog HF pelo pesquisador Juan K. Menezes e é mais uma fonte a atestar a intensa atividade de cangaceiros por essa circunvizinhança. 


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