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quinta-feira, 14 de junho de 2018

JOGO DE BOTÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.922

           Depois de 60 anos do modismo, o jogo de botão voltou à tona nos últimos anos como ilustrador dos comentaristas da Rede Globo.  Mais ou menos nos anos de 1950, surgiu no sertão alagoano o tal jogo de botão. A princípio ele justificava mesmo o nome, pois o jogo era feito por botões de vários tipos de roupas. Os melhores botões eram aqueles usados em casacos de frios e paletós, principalmente. Eram grandes e tinham boa declividade para o deslizar da palheta. Primeiramente eram mesmo somente botões que entravam em campo. A meta era formada por duas caixas de fósforos. Só havia dificuldades quando não se encontrava uma superfície plana, boa e ampla para o pleno lazer da criançada.
JOGO DE BOTÃO. (FOTO: PORTAL DO PROFESSOR).
As pessoas mais criativas descobriram uma coisa interessante: o botão de quengo de coco. Procurávamos o quengo do coco nos lixos. Tinha que haver muita habilidade para fazer o corte do tanto que se queria, sem rachar aquela superfície dura. Depois se saía lapidando até chegar ao tamanho ideal. Em seguida ralava-se a peça nas calçadas até chegar ao botão ideal, belo e eficiente. Alguns “tecnicos” chegavam a envernizar a peça de coco deixando-a belíssima. Dava gosto se jogar com as peças de coco, porque elas corriam bem e tinham chutes potentes. Mesmo com essas modificações o lazer continuou a ser chamado jogo de botão.
Tempos depois surgiu na praça, onde se podia comprar em casas comerciais, o jogo de botão, arrumadinho. Não eram mais botões e sim, plástico rígido arredondado, tendo ao meio a imagem pequena de um jogador com a camisa do seu time. Palheta, trave, caixa para guardar tudo e nome do time preferido do torcedor mirim. Nenhum desses modelos superou em eficiência a peça de quengo de coco. A Rua Antônio Tavares (primeira de Santana do Ipanema) e a Rua de São Pedro era uma jogatina só.
A diversão é muito boa e qualquer marmanjo pode voltar à infância sadiamente e sem culpa. O nome permanece aceso: JOGO DE BOTÃO.


http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2018/06/jogo-de-botao.html

POLÍTICOS FAKE NEWS

*Rangel Alves da Costa

A fake news está na moda. A disseminação de notícias falsas para deterioração de alguns candidatos e proveito de outros pleiteantes, tem se tornado algo tão corriqueiro quanto o anúncio de mais um aumento dos combustíveis. Todo dia, toda hora. Mas por falar em fake news, haverá notícia mais falsa e desacreditada que o próprio postulante a cargo eletivo, seja a deputado, a senador ou a governador?
Não há candidato que não seja uma informação falsa, que não seja uma desinformação da verdade, que não seja uma inversão do real. Não há candidato a deputado, a senador ou a governador, que não procure se sustentar através de discursos mentirosos e impraticáveis, de velhas promessas mirabolantes, do tratamento do eleitor como se fosse massa de manobra. Então, e por que reclamar, esbravejar, ameaçar e “prometer levar às barras da justiça”, aquele que planta uma notícia falsa a seu respeito, se eles próprios - os políticos -, são os primeiros a desrespeitarem a sociedade?
Mas o que é mesmo, conceitualmente, essa tão propalada fake news que até foi objeto de legislação no processo eleitoral brasileiro? Nada mais que a propagação de uma notícia falsa. Fake seria, então, toda informação noticiosa que não represente a realidade, mas que é compartilhada como se fosse verídica, principalmente através das redes sociais. O objetivo maior de uma fake news é polemizar sobre algo ou pessoa, provocando a desonra ou deterioração de sua imagem Por sua natureza astuciosa, polêmica, logo provoca atração e começa a se propagar com alta intensidade e alcançando extensas camadas da população.
Os tempos pré-eleitorais são um campo fértil à propagação das fake news. Não somente os fanáticos e os partidários, mas certamente também os grupos políticos e os escritórios de campanha, logo se incumbem de trabalhar imagens adversas dos demais pleiteantes. Catam velhas notícias, buscam nos baús de velharias as acusações recaídas sobre os concorrentes, aprimoram-se em desencavar fatos e situações que possam atingir a imagem política e pessoal. Mas também agindo na invenção e na semeadura de fatos novos que, mesmo de deslavada mentira, possam provocar reações negativas.


A todo instante surgem notícias falsas, tanto novas como requentadas. Algumas são tão mal elaboradas que até provocam gracejos ao invés de irritação. É o jogo do vale tudo e tudo vale. Como os punhais da língua já não ferem mais a quem se escuda no tanto faz, a saída encontrada é chacoalhar o lamaçal pele rede virtual. Nos grupos de bate-papo, noticiosos e até privados, não demora muito e surge uma informação espantosa. Político que foi condenado, que foi flagrado em situação criminosa, que está sendo acusado de um monte de coisas. Na notícia maliciosa, pouco importa a data ou a validade da informação, mas apenas a tentativa de enlamear aquele que é mostrado em situação vexatória.
Contudo, logo surge um pequeno questionamento: as promessas irrealizáveis, os discursos impraticáveis, os ataques políticos e pessoais feitos pelos candidatos, as mentiras disseminadas pelos próprios postulantes perante os eleitores e o que é dito no jogo político e tudo mundo sabe que não passa de conversa pra boi dormir, não seriam situações de fake news? Noutras palavras, a fake news se perfaz apenas quando há ofensa ao político ou também quando este ofende, com inverdades, o seu opositor, o eleitor e a sociedade, através das redes sociais?
Ora, sendo o fake uma notícia falsa, logo se tem que não existe – no mundo inteiro – gente mais falsa e mentirosa que o político. E o que ele diz, sempre eivado de inverdades, não se pode ter como notícia falsa? Logicamente que sim. E mais: toda vez que um candidato investe na disseminação de notícias falsas sobre o seu opositor, certamente que também estará fazendo fake de si mesmo, vez que logo vem a ideia de que um sujo não pode falar do mal lavado, de que um corrupto ou desonesto igual não pode espalhar acerca da desonestidade e da corrupção do outro.
De qualquer forma, o que se tem a disseminação de notícias inverídicas, de imagens deturpadoras, de fotografias forjadas para incriminar ou para reavivar alianças políticas espúrias. Não precisaria, contudo, ter tanto trabalho para tal. Em cada biografia política – ao menos na sua maioria -, sempre uma página de podridão, de improbidade, de promessas descumpridas, de vergonhosos conchavos, além de outros labirintos lamacentos e putrefatos. Tem-se como exercício de suma desonestidade que um candidato, agora, queira passar a imagem de bom moço e enlamear seu opositor. Tudo farinha do mesmo saco.
Como diz o ditado, que atire a primeira pedra o político cujo saco revirado não faça surgir mais lixo que semente. Utilizar-se de fake news para falsear verdades e realidades é, como se diz, não olhar para o próprio rabo. E com vergonha daquilo que igualmente fez. Ou pior, muito pior.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blograngel-sertao.blogspot.com/2018/06/politicos-fake-news.html

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LIVRO “LAMPIÃO E O CANGAÇO NA HISTORIOGRAFIA DE SERGIPE”.


Por Geraldo Antônio de Souza Júnior



O tão esperado volume II do fantástico livro “Lampião e o cangaço na historiografia de Sergipe” chega em minhas mãos e quero aproveitar para agradecer ao amigo escritor e pesquisador do cangaço Archimedes Marques, por mais esse presente que para mim será de grande valia e que terá lugar de destaque em minha biblioteca. Além de agradecer mais uma vez por ter me dado a honra de produzir essa (Livro) e as demais capas de sua coletânea de livros. 


Mesmo sendo suspeito em falar arrisco-me a afirmar que o livro “Lampião e o cangaço na historiografia de Sergipe” já é um dos mais notáveis e completos trabalhos realizados até então sobre a passagem de Virgolino Ferreira da Silva “Lampião” e seus comandados por terras sergipanas.

Um livro com linguagem simples, objetiva e de fácil compreensão que foi produzido com responsabilidade e seriedade ao que se refere aos acontecimentos históricos e que será de agora em diante fonte obrigatória para pesquisas e estudos para quem desejar conhecer ou ampliar o conhecimento sobre o universo cangaceiro. São trezentas e setenta e oito páginas da mais pura e genuína história cangaceira e que apresenta fotos e fatos importantes e inéditos sobre variados assuntos que envolvem a temática.

Reitero meu agradecimento e desejo todo o sucesso e reconhecimento possível ao amigo Archimedes Marques e que continue logrando êxito em sua jornada em busca do resgate da história do Nordeste e em especial a do cangaço nordestino.

Meu reconhecimento. 


https://cangacologia.blogspot.com/2018/06/livro-lampiao-e-o-cangaco-na.html?spref=fb

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VOCÊ SABIA? O CANGAÇO FOI OBJETO DE ESTUDOS E PESQUISAS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE



No Arquivo da Faculdade de Direito do Recife há um relatório documentando uma viagem de observação e pesquisa na “zona sertaneja assolada pelo banditismo” realizada por uma comissão de estudantes da Faculdade na ocasião da morte de Lampião e de seus companheiros em Angico, sertão de Sergipe, em julho de 1938.

Sob a orientação dos professores Drs. José Joaquim de Almeida e Aníbal Firmo Bruno, formou-se, na Faculdade de Direito do Recife, uma comissão de estudantes do 2º ano do curso de bacharelado, a qual, para conseguir facilidades em Alagoas, tomou o nome de Comissão Acadêmica Coronel Lucena, com a finalidade de visitar e estudar os resultados da Tragédia de Angico in loco.

A Comissão visita o Cap. João Bezerra no Pronto Socorro

Compunha-se a caravana de seis acadêmicos: Wandenkolk Wanderley (presidente)1, Elisio Caribé3, Décio de Sousa Valença4, Plínio de Sousa5, Haroldo de Mello6 e Alfredo Pessoa de Lima2.

A este incumbia apresentar ao interventor federal em Pernambuco, Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães, o relatório da missão.

Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães
http://www.fgv.br/cpdoc/guia/detalhesfundo.aspx?sigla=AGM

Os estudantes acompanharam de perto as análises frenológicas e antropométricas praticadas sobre as cabeças dos cangaceiros e tiveram a oportunidade de examinar as peças de fardamentos, ornamentos e pertences dos cangaceiros, além de observar o local da caatinga em que se travou a luta.

A Comissão ouvindo a prelação sobre os dados antropológicos 
colhidos nas cabeças.

Por fim, os estudantes da Faculdade de Direito do Recife entenderam que o Cangaço é resultante de um tríplice sistema de fatores: sociais, mesológicos e antropológicos.

Referências:
Comissão Acadêmica Coronel Lucena. Arquivo da Faculdade de Direito do Recife.

Pesquei no site da www.ufpe.br

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/06/voce-sabia.html


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AFINAL, QUEM DECAPITOU MARIA BONITA? OS VOLANTES BERTOLDO, CECÍLIO OU... 'NEGRO', O DA REPORTAGEM ABAIXO?

Por Leonencio Nossa “O Estado de S. Paulo” edição de 21/10/2001

“Negro” que era policial naquela época, garante que Maria Bonita já estava morta"


OROCÓ (PE) – Ele ajudou a cortar a cabeça de Maria Bonita com faca tão afiada quanto a própria memória. Depois de trocar tiros e punhaladas com cangaceiros na juventude, Augusto Gomes de Menezes, um policial aposentado que acaba de completar 85 anos, virou contador de histórias do cangaço e de Orocó, cidade sertaneja a 620 quilômetros do Recife, às margens do rio São Francisco.

Um lugar violento e pobre, com 10 mil moradores, onde mais de 5% das crianças morrem nos primeiros dias de vida.

'Negro', como era chamado pelos colegas de polícia participou de um capítulo decisivo da história do Sertão. O cenário é a fazenda Angico, em Flor da Mata, atual Poço Redondo (AL), na manhã de 28 de julho de 1938. O bandido Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, escondia-se no local com seus homens. “Morreram nove cangaceiros e duas cangaceiras, Enedina e Maria Bonita”, inicia a prosa.

“Maria Bonita morreu pertinho dele, Lampião, assim como daqui ali naquela parede”.

Sentado numa cadeira de plástico, na sala da casa de estuque, onde mora com duas filhas, Negro não reivindica papel de destaque na ação que resultou na decapitação do bando de Lampião. “Quando eu cortei a cabeça dela (Maria Bonita), não estava mais viva, não”, diz. “Num combate anterior, eu gritei pra ele (Lampião): ‘Traz tua mãe, filho da peste, pra tirar raça de homem valente!’ Ele gritava pra gente também: ‘Taca espora na tua mãe, aquela égua”, exclamou.

Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, Frederico Pernambucano de Mello afirma que Negro é personagem desconhecido pela história, talvez por ter sido soldado raso da campanha contra Lampião.

Pesquisador Frederico Pernambucano de Melo

Na avaliação de Mello o depoimento do aposentado ao “Estado” não apresenta contradições, especialmente na descrição do massacre de Angico, e preenche lacunas, como por exemplo, a morte do cangaceiro Mané Velho, em 1937. O pesquisador planeja uma viagem a Orocó para conhecê-lo.


Hormônios – O aposentado mostra uma foto da época. “Este aqui sou eu”, aponta para um dos retratados. “Já este aqui é o cabo Terror, que tinha esse apelido porque era um terror mesmo.”Negro desafia o crepúsculo de Orocó. Entre um cigarro de palha e outro, vai construindo imagens mais vivas que o presente, feitas de duelos e sangue.

“Só de bornal nas costas eu tenho cinco anos”, fala numa alusão ao período em que ficou isolado na caatinga. “Desses cinco anos, só descansei oito dias”. Negro ri do fato de o povo de Orocó ter pensado que ele deu o primeiro tiro em Lampião. O aposentado esclarece que não foi bem assim.

“Muita gente ainda jura que ele morreu por mim, não sabe?” Negro deixa claro que só quem viveu o período é capaz de acreditar nos feitos atribuídos a Lampião.

“Numa fazenda em Simão Dias, [Sergipe] mataram dois rapazes, defloraram uma moça e cortaram a língua de uma velha”, diz. “A gente perguntou a ela o que acontece, e ela: ahhh... Não disse nada. Coitada, não tinha culpa, pois não tinha língua.”

Homens valentes e mulheres decididas não fizeram sozinhos a história do cangaço. Muitos integrantes do bando de Lampião viviam a explosão dos hormônios. Menores também foram usados na repressão aos bandidos. Negro era um deles. Nascido na cidade baiana de Curaçá, em 1916, foi recrutado ainda menino pelo governo. Não tinha completado 22 anos quando participou do combate de Angicos.

“Com 14 anos peguei na espingarda para perseguir gente ruim e só saí quando acabou o derradeiro, em 1941”, afirma, numa referência ao fim do cangaço. E era na caatinga, longe das vilas e cidades que os meninos descobriam a sexualidade. A caça aos cangaceiros levava os jovens das volantes a ficarem meses afastados de mulheres. O jeito era se virar com animais ou, se tivessem sorte, cangaceiras capturadas.

Para pegar bandido na Caatinga, só se for a pé

Policial aposentado discorda dos meios usados pela polícia e pelo Exército.

Um dos últimos sobreviventes do combate de Angicos, o policial aposentado Augusto Gomes de Menezes, o Negro, discorda das ações atuais das polícias e do Exército contra assaltantes de caminhões e traficantes de drogas em Pernambuco. Ele releva o fato de os fuzis e as metralhadoras terem substituído os punhais no sertão. “Eu não posso informar nada da polícia de hoje, mas o que eu acho é que carro com sirene não é modo de perseguir gente ruim”, afirma. “Na caatinga não dá para entrar de carro.”

Negro lembra que para caçar cangaceiros o jeito era andar a pé, sem mula ou viatura. Vida na caatinga era à base de carne, farinha e rapadura. A farinha ficava no bornal. O jeito era meter a mão no bornal. “A gente não tinha tempo de assar carne, comia crua mesmo, tirava a dente”, conta. A escassez de água levava o grupo a apelar para a rapadura. “A gente passava até sete dias sem beber”, dramatiza. “Isso escureceu a vista de todo mundo.”

O policial aposentado se casou e enviuvou duas vezes. Da primeira união, com Ocília Barbosa, em 1940, nasceram dez filhos. A mulher morreu 33 anos depois, quando os dois já estavam separados.

“Ela caiu de repente e morreu”, lembra. Quem também morreu por nada, há oito anos, foi Antônia Maria do Nascimento, com quem teve mais oito crianças. Dos 18 filhos de Negro, restaram dez. Amigos não faltam; de solidão, reclama pouco. O maior problema, segundo ele, é o salário mínimo que recebe da Previdência Social.

A casa de Negro não tem televisão nem guarda-roupas. Também faltam baús. Segredos e histórias de uma polícia violenta e criminosa estão na memória do homem que após participar das volantes foi chamado para lutar na Segunda Guerra Mundial – chegou a se apresentar em Salvador, mas a guerra acabou uma semana antes.

Negro colaborou com o Exército na repressão aos integralistas da Bahia, durante o Estado Novo de Vargas, e no auge do regime militar, nos anos 60. Sobre essa época, pouco revela. Desconfia-se que passava informações sobre a geografia da região. “Depois de sair da volante, eu trabalhei nesse negócio de pistolagem”, diz sem ir adiante. Em 1965, no governo do marechal Castelo Branco, gente do Exército andou prometendo “coisa” para o policial aposentado. (L.N.).

Partilha de bens do Cangaço gerava discórdia entre policiais

Tenente teria ficado com maior parte do tesouro do bando de Lampião

Os macacos, como os policiais eram chamados pelos cangaceiros, travaram duelo particular pela divisão do tesouro do bando de Lampião. Um dos integrantes da volante que massacrou os criminosos, em 1938, Augusto Gomes de Menezes, o Negro, revela que o chefe, o tenente João Bezerra, morto nos anos 70, ficou com a maior parte da fortuna, cerca de $1.200 contos de réis e cinco quilos de ouro. O prêmio máximo da Loteria Federal valia, à época, 200 contos de réis.

“A gente tinha ordem do presidente que quem matasse cangaceiro ia ficar com os objetos dos mortos”, diz.

Negro afirma que o tenente não repartiu a fortuna e dá a lista dos nomes dos colegas de farda que teriam sucumbido numa suposta operação travada por João Bezerra para evitar a partilha. “Zé Gomes foi morto por um pistoleiro e Mané Velho conseguiu escapulir.”

Mais de 60 anos depois da maior façanha da volante, Negro ainda tem raiva do tenente. “Eu não fui perseguido pelo João Bezerra, mas ao mesmo tempo posso dizer que fui; eu trabalhei demais”, diz resignado. “eles prometeram um negócio para mim e nunca saiu.” Ele jura que não ficou com nenhum pertence dos cangaceiros.

“Eu peguei dez contos de réis de um, mas um colega me traiu.”

O pesquisador Frederico Pernambucano de Mello desconhece as perseguições, mas confirma a revolta dos soldados e a promessa de partilha. Há 40 anos estudando o cangaço, Mello diz que Mané Velho era homem violento e que causava medo entre os colegas. Após o massacre de Angicos, Mané Velho cortou as mãos do cangaceiro Luís Pedro para ficar com os anéis de ouro.

Fotos das revistas da época mostram as cabeças dos onze cangaceiros expostas na escadaria da prefeitura de Piranhas, em Alagoas. O crânio de Lampião aparece no centro. A mórbida cena é atenuada pelos chapéus com pedaços de ouro e signos de Salomão e pelos bornais. “A estética do cangaço é uma arte nascida em circunstância de conflito; seus símbolos não são apenas estéticos, mas possui funções místicas”, avalia Mello, um dos curadores da Mostra do Redescobrimento.

“Numa comparação universal, o traje do cangaceiro só se compara ao do samurai japonês.” Nas andanças pelo sertão, Mello encontrou pessoas que afirmaram que a cena de maior impacto na vida foi ver o bando de Lampião. “Tinha-se a impressão de que o grupo, ao chegar às cidades, estava trajado como se fosse pular carnaval”, diz. “Era uma mistura de pavor e êxtase; um êxtase estético, épico e viril.” (L.N.)

Matéria transcrita pelo amigo Antônio Corrêa Sobrinho

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LAMPIÃO: O CASARÃO DO BARÃO DE ÁGUA BRANCA AL

https://www.youtube.com/watch?v=-qGwnBxPZqc

Publicado em 11 de out de 2016

Lampião levaria a fama na vida e depois de morto, de ter efetuado um dos mais espetaculares roubos, quando invadiu o casarão que tive a oportunidade de conhecer e visitar, vejam aqui imagens inéditas dessa visita, juntamente com minha esposa, por ocasião do Primeiro Encontro Cariri Cangaço nessa bonita e hospitaleira cidade de Água Branca, no sertão alagoano.

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O SERTÃO TEM MEMÓRIA ! VERDADE ABSOLUTA!

Por Edvaldo Feitosa

O "Sertão têm memória"! Verdade absoluta! E, evidentemente, cada cidade têm a sua História. A exemplo de Exu e Floresta [Pernambuco]. Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato, Missão Velha, Lavras da Mangabeira e Fortaleza [Ceará]. Paulo Afonso [Bahia]. Piranhas e Água Branca [Alagoas], dentre outras, O CARIRI CANGAÇO, na cidade de Poço Redondo - Sergipe, também terá a sua magia! Passo a passo, está sendo arquitetado por Rangel Alves da CostaMaria OliveiraCris Silva, Milla Ferreira, Maria Eliene CostaVera Lucia e por todo povo, Poço-Redondense. Um evento que irá encantar a todos pela evidência da história e da cultura desse povo. 

https://www.youtube.com/watch?v=Q3enaDEXz-8

O nosso próximo encontro será lá, na cidade de Poço Redondo, de 14 a 17 de junho/2018. Esperamos encontrar todos vocês mais uma vez. 


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MAIS LIVROS NA LIVRARIA DO PROFESSOR PEREIRA


Indicação Bibliográfica. Acabo de receber esta excelente obra: Vingança, Não: Depoimento sobre Chico Pereira e Cangaceiros do Nordeste do Padre Francisco Pereira Nóbrega, filho do Cangaceiro Chico Pereira de Nazarezinho. Primeiro Edição 1960. Obra indispensável, para quem estuda o Cangaço. Preço 110,00. 

Quem desejar adquirir esta e outras obras: 

franpelima@bol.com.br 
e WhatsApp 83 9 9911 8286.

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A PRISÃO DE JARARACA | O CANGAÇO NA LITERATURA #170

https://www.youtube.com/watch?v=fWdxI5I9XkE&feature=share

Publicado em 13 de jun de 2018
Mossoró está em Festa, expulsaram Lampião, mataram Colchete e prenderam Jararaca.
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CASA DE PEDRA ONDE MOROU O CANGACEIRO JESUÍNO BRILHANTE EM PATU-RN

https://www.youtube.com/watch?v=LGChxd7HOGY

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