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domingo, 7 de abril de 2013

A CANGACEIRA ARISTEIA SOARES PARTE I

Por: João de Sousa Lima

CANGACEIRA ARISTÉIA

Extraído do livro: Moreno e Durvinha, sangue, amor e fuga no cangaço.
Autoria João de Sousa Lima

A fazenda Lajeiro do Boi, em Canapí era sempre visitada tanto por cangaceiros quanto por policiais. Os proprietários desta fazenda era o casal José soares e Maria dos Santos Lima. Eles tiveram sete filhos: Eleonora, Benedita, Dasdôres, Valdemira, Luiza, Maria, Aristéia e Antenor. Todos nascidos no Capiá da igrejinha, local onde fica a fazenda Lajeiro do Boi.

A policia passava com freqüência na fazenda Lajeiro do Boi. Em uma dessas passagens, um dos policiais ofendeu verbalmente ao velho patriarca dos “Soares”, enquanto ele descansava no alpendre da casa se aproximou uma volante e um dos soldados falou:

- Oh veio feio da peste!

- Cada qual como Deus fez! Retrucou José Soares!

- É verdade! Atalhou um soldado mais consciente!

Em outra ocasião, outra volante comandada pelo aspirante Porfírio espancou o velho José Soares e o filho Antenor, tendo este último sua orelha cortada, sendo atingido pela coronha de um mosquetão. De tal castigo, com seus 97 anos de idade, Antenor guarda a cicatriz co remorso e revolta pela pena sofrida.

Porfírio, além de ferir os moradores da fazenda do Boi, espancou várias pessoas da fazenda Talhada, seguindo até a fazenda Pedra D’água onde mataram Ramos.

Vizinho fazenda Lajeiro do Boi, ficava a fazenda Poço do Boi e foi nesta fazenda onde Benjamim Abrahão se encontrou com o bando de lampião para realizar as famosas fotografias e as filmagens. Benjamim passava dias instalados na casa de Francelino, onde se dirigia sempre uma velha baraúna com pretexto de fotografar Otacilia, filha de Francelino, usando a velha árvore como desculpa para os encontros amorosos que vinha tendo com a filha do dono da fazenda.

Das filhas do casal José Soares e Maria Santos Lima, duas engrossaram as fileiras do cangaceirismo. Uma indo por prazer, outra sendo forçada. A primeira a entrar no bando foi Eleonora. Ela seguiu o cangaceiro Serra Branca.

Aristéia Soares de Lima nasceu em 23 de junho de 1916 ( dia que se comemora a festa de São João ) e lembra-se bem da passagem dos cangaceiros Corisco, Virgínio e Luiz Pedro em sua casa, sendo que por diversas vezes, outros cruzaram o terreiro da fazenda Lajeiro do Boi.

Tendo seu nome envolvido como coiteira de cangaceiros e temendo a ação vingativa dos policiais,Aristeia fugiu pra fazenda alto vermelho,entre lajinha e campo,próximo a Santana do Ipanema,indo refugiar-se na casa das tias Mariinha, Zifina,Santa e Maria Grande. Por essa época, Eleonora já se cobria com a mescla azul e os bornais enfeitados com os desenhos de flores coloridas.

Cícero garrincha já tinha certa queda por Aristéia e assim que abraçou a nova vida do cangaço começou a rondar a fazenda da família da moça. Em uma dessas passagens, ele foi avisado pela amiga Celina, da localização de Aristéia. Cícero seguiu pra fazenda alto vermelho e depois de conversar com a escolhida, sem usar a força, conseguiu que ela, mesmo contra sua vontade, acompanhasse o cangaceiro.

O novo casal seguiu ao encontro do grupo de moreno que os aguardava no coito conhecido por pilão das “pêia junta”, próximo á casa de Aristéia. No esconderijo, Aristéia foi festivamente recebida. Durvalina manejou a velha máquina de costura e fez um vestido pra nova amiga, completando o figurino com bornais floridos e um chapéu de feltro.

Logo após a entrada de Aristéia, suas primas Sebastiana e Quitéria seguiram os cangaceiros moita brava e pedra roxa.

Capiá da Igrejinha

Zé Soares, primo de Aristéia, jovem de dezesseis anos, na companhia do amigo Pedro Tomáz seguiam para roça quando avistaram alguns cangaceiros que deram com a mão chamando-os. O irmão chamou Zé para correr. Zé falou que se corressem podiam morrer. Os dói foram ao encontro dos cangaceiros. O cangaceiro pedra roxa foi logo identificado pelos irmãos. Pedra indagou aos jovens:

- Quem tinha na casa de Pedro Jaquinta?

- Tinha uma mulher!

- O que ela tava fazendo?

- tava torrando umas pipocas!

- Volte e traga uma cuia cheia de pipoca pra gente!

Os rapazes voltaram e quando deram o recado á mulher, ela caiu assustada.

Zé Soares apressou-se:

- Avia (se apresse ) Carolina!

Ainda no chão a mulher respondeu:

- Pegue ai, meu filho!

Zé pegou a cuia e levou até o cangaceiro.

- Oi só tem o torrero!

- Tá bom, ta bom! Volte e traga um machado pra eu tirar uma abelha que eu achei aqui!

Zé voltou, encontrando a mulher ainda no chão, tentando se recuperar do susto.

- Levanta Carolina, me dá um machado que a coisa tá apertando!

- Pegue aí debaixo do banco!

Zé entregou o machado a Pedra roxa e o cangaceiro obrigou Pedro Tomáz a tirar o mel. A empreita entrou pela noite, gastando o rapaz, duas caixas de fósforos para clarear e fazer fumaça, espantando as abelhas.

De repente um barulho foi ouvido e um farol clareou os cangaceiros e os rapazes. Era um caminhão abarrotado de soldados. Os cangaceiros se abaixaram e por muita sorte não foram avistados. Refeitos do susto os cangaceiros foram saborear o mel. Pedra Roxa se aproximou dos dois irmãos e alertou:

- Olhe, vão embora, mais se conversarem que me viram, passam por essa daqui (apontando a boca do mosquetão )!

- Eu por mim me garanto, só não garanto por este daqui!Falou Pedro Tomáz.

Diante do embaraço da resposta do irmão, Zé ficou sem palavras para se defender. O cangaceiro ameaçou o jovem:

- Qué dizê, rapaz, que você é assim? Você agora achou! Você agora vai aprender a viver!

No momento de angústia, Zé Soares se lembrou da padroeira do Capiá a quem ele venerava : “ Valha-me Nossa Senhora Divina Pastora “ Clamou Zé, silenciosamente.

Com pensamento na santa, as palavras vieram e ele disse:

- Mais Pedro como é que você diz uma coisa dessas comigo, eu tenho visto esses homens muitas vezes, estando com você e nunca falei nem pra minha mãe!

Foram as palavras salvadoras. O cangaceiro reconheceu que estava seguro.

Os jovens puderam seguir o caminho de volta. No trajeto Zé reclamou de Pedro.

- Mais Pedro como é que você fala uma coisa dessas comigo?

- Agente com medo não Sabe o que diz!

A escuridão da noite era testemunha de uma conversa de amigo cobrava de um amigo a sua lealdade e a justificativa do medo servia para pedir perdão e ser perdoado.

Nota: Relato colhido pelo autor , no dia 25 de janeiro de 2007, em noite festiva, na novena consagrada á Divina Pastora, no Capiá da Igrejinha. Canapí, Alagoas, Presente a ex-cangaceira Aristéia e o próprio Zé Soares.

CONTINUA...

(*) Escritor, Pesquisador, autor de 09 livros. membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e da SBEC- Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. telefones para contato: 75-8807-4138 9101-2501 email: joaoarquivo44@bol.com.br joao.sousalima@bol.com.br

http://www.joaodesousalima.com/2013/04/a-cangaceira-aristeia-soares.html

UMA LIÇÃO RELIGIOSA PARA NÓS MESMOS


Por: Acorda Brasil

Um jovem de apenas 15 anos… estava no ônibus quando Deus tocou no coração dele. 

Deus pediu que ele levantasse do banco e dissesse aos passageiros sobre a volta de Cristo, quando um homem que estava sentado lá atrás gritou: 

- Cale a boca e senta! 

O jovem envergonhado sentou-se. 

Mas novamente o jovem foi tocado por Deus, e levantou-se dizendo as mesmas palavras.

O homem o ameaçou em dar-lhe alguns tapas.

O jovem novamente se calou. 

Mas Deus continuava a incomodá-lo. 

Ele se levantou e gritou que Jesus estava voltando

O homem com uma criança no colo foi em direção a ele para agredi-lo, quando a criança disse: 

- Papai, não bate nele não, ele é enviado de Deus! 

O homem se colocou em lágrimas. 

O jovem perguntou-lhe: 

- Por que estás chorando? 

O homem ainda em lágrimas, respondeu-lhe: 

- O meu filho era mudo, e agora está falando!


Adquirido no Facebook, na página do Ugmar Nogueira

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