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sexta-feira, 23 de março de 2018

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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SÓ NÃO ESTUDA QUEM NÃO QUER

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.864

Sempre estudei morando na cidade. Sei, entretanto das grandes batalhas pelo Saber, de alguns companheiros do meu tempo e de antes de mim. Pessoas que se tornaram importantes para à sociedade e todos os dias vinham de sítios pertos ou distantes, a pé ou a cavalo. Alunos que, solitariamente, desciam e subiam a serra do Poço, com 500 metros de altitude. Os que vinham de sítios como Queimadas do Rio, Batatal, Olho d’Água do Amaro, Barriguda, João Gomes, Lagoa da Pedra e tantos outros do nosso município. Tudo como adolescentes para enfrentarem o antigo primário, o Admissão ao Ginásio, às primeiras séries do Curso Ginasial. Sol de rachar ou muita chuva com lama nas estradas e córregos cheios.
Muitas são as aventuras contadas atualmente, como os mal assombros encontrados pelos caminhos, como por exemplo, o que se ouvia ao passar pela igrejinha das Tocaias e uma ou outra santa cruz de beira de estrada. Não havia transporte, merenda, financiamento de livros e cadernos. A palmatória e a régua de baraúna cantavam nas mãos e nas canelas. Alguns poucos chegavam dos sítios, não suportavam a escola e caiam na jogatina da sinuca. A grande maioria, porém, valorizava a luta por um melhor lugar no mundo. Essa foi uma fase difícil para os estudos, mas não conhecemos ninguém que tenha se arrependido em ter estudado.
Atualmente o governo fornece tudo. Manda buscar o aluno em casa, em qualquer lugar da zona rural. Nem o caminhão serve mais tem que ser de ônibus. O transporte vai buscar e levar no terreiro. A escola dispõe de ventilador ou ar condicionado. Livros de graça. Merenda da melhor qualidade. Laboratório de informática, segurança, cursos, visitas e passeios. Infelizmente ainda são muitos os que procuram apenas assistir a primeira aula, com um enfado e uma alergia à escola, própria dos lugares mais perigosos da periferia.
E se o governo fornece tudo ao aluno e este não corresponde, onde está o erro?
Educação, um desafio permanente.


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O PASSO, A PONTE

*Rangel Alves da Costa

Sei que há uma ponte mais adiante ou em qualquer lugar. E ela me espera passar. E essa dúvida que não cessa em mim: o que haverá do outro lado da ponte, da ponte que me espera passar?
Há um início e um fim na vida, e em todo caminhar. Nada segue em linha reta e sem percalços, nada é alcançado sem depois de muitas curvas e sem à ponte ao longe chegar. E ela me espera passar.
Uma ponte no outro lado do passo, no outro lado do olhar. Uma travessia que logo se avista entre o temor e a aflição, pois impossível conhecer o que está do outro lado. Mas é preciso chegar à ponte. E ela me espera passar.
Pensamos viver em terra firme, assentando o passo como donos do mundo, sem a verdade sobre a ponte despertar. Mas ela está diante de todos. E ela me espera passar.
A quem foi dado destino de estar do lado de cá, outro destino lhe aguarda do lado de cá. A única certeza da vida é a existência da ponte. E ela me espera passar.
Vaidades, egoísmos, arrogâncias, soberbas e ostentações pesam demais sobre a ponte. Somente o ser despido em maldade consegue atravessar. E talvez ela me deixe passar.
Não adianta fazer rodeios, fugir, outros caminhos buscar. A ponte existe como um caminho do homem, destino que jamais poderá mudar. E ela me espera passar.
Não conheço a largura nem a extensão, se de madeira ou cimento, se envolta em névoa ou na claridade do sol, mas sei que ela está lá. E ela me espera passar.
A ponte no passo, no caminho, na direção. Ninguém se eterniza onde está, eis que tem de seguir adiante, e a ponte não pode esperar. E ela me espera passar.
Há dois lados separando a ponte, um onde estou agora e outro mais ao longe, aonde terei de chegar. É o outro lado que terei de alcançar. E a ponte me espera passar.


Em tudo há uma ponte, um limite que deve ser ultrapassado. Depois da tristeza o caminho da alegria, depois da solidão alguém encontrar. E a ponte me espera passar.
Mas a ponte não separa apenas a vida da morte, pois também significa vencer as aflições de agora. Vence-se a agonia para o sorriso chegar. E ela me espera passar.
Os objetivos na vida são apenas passos em direção à ponte. Todos se esforçam para vencer os desafios e dificuldades e logo a ela chegar. E ela me espera passar.
O homem vive além-fronteiras. Mas sabe que também pertence ao lado de lá, onde ainda não esteve mas breve estará, após a ponte ultrapassar. E ela me espera passar.
Difícil é ter a certeza da ponte e que dela não se pode fugir, mas ainda assim ter de esperar no lado que está até o instante que ela chamar. E a ponte me espera passar.
Dizem que há um rio debaixo da ponte, dizem também que há um mar. Talvez apenas água corrente para o barco passar. E acima dela todo caminhar. E a ponte me espera passar.
Na ponte está a folha em branco, a página limpa, o papel esquecido. Ninguém chega à ponte permanecendo com a escrita de cá. E ela me espera passar.
Os olhos molhados de lágrima se tornam brilhosos após a ponte. A tristeza, a angústia e desilusão, tornam-se contentamento após o seu limiar. E a ponte me espera passar.
E assim acontece porque a ponte também significa transformação. Ninguém quer ultrapassar a ponte para continuar como está. E ela me espera passar.
Ninguém deseja transformação sem que a mudança seja com boa feição. E dificilmente as coisas mudam continuando no mesmo lugar. E a ponte me espera passar.
A semente lançada é fruto após a ponte. Depois da ponte o outono é primavera. As flores murchas e entristecidas logo começam a brilhar. E a ponte me espera passar.
Difícil de ser avistada, mas a ponte sempre está ao redor. Tantas vezes o homem se aproxima dela se ao menos notar, sem nada desconfiar. Mas ela me espera passar.
O ser humano chega a terra através de uma ponte e também por uma ponte irá retornar. O homem vive e ela permanece a esperar. E ela me espera passar.
A existência é passagem, e não há outro caminho a seguir senão através da ponte. E a vida permite que o chamado da ponte possa se demorar. E ela há de me esperar pra passar.
Não tenho pressa de nada, não corro para desejos alcançar, não dou um passo além nem para amar. Daqui avisto a ponte. Já sigo em sua direção, mas um dia caminharei até ela.
E talvez lá encontre uma escada que ao céu possa levar.

Escritor
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LIVRO SOBRE CANGAÇO ADQUIRA LOGO O SEU



O cientista cearense de Lavras da Mangabeira Melquiades Pinto Paiva, publicou entre 2001 e 2008 uma coleção de 5 exemplares com o titulo "Bibliografia Comentada do Cangaço. 

Em 2011 resolveu reunir os 5 volumes, com mais outros apontamentos, num único Volume, com o titulo" CANGAÇO: uma ampla bibliografia comentada", com 390 páginas, capa dura, papel especial, edição de luxo, Editora IMEPH. 

Este trabalho contém o comentário sério e fundamentado de 200 livros, 55 Revistas, 200 artigos de jornais, 140 cordéis e 12 filmes e documentários. 

Livro da mais alta importância para quem deseja fazer um estudo sistemático do fenômeno do Cangaço e formar uma boa biblioteca sobre este tema. Quem desejar adquirir este e outros livros: 

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MORRE GERALDO BERNADINO UM DOS MAIORES SANFONEIROS DE POMBAL


Publicado em: 23/03/2018 por Marcelino Neto

A cidade de Pombal perdeu, na noite desta quinta-feira (22), um dos importantes nomes de sua cultura, o sanfoneiro Geraldo Bernadino (68).

O mesmo vinha apresentando saúde debilitada e segundo informações levantadas pela redação do Portal Liberdade PB no domingo passou mal durante uma apresentação no Bairro dos Pereiros sendo levado ao hospital, onde na noite de ontem veio a óbito.

Conhecido e admirado pelo talento com a sua sanfona alegrou muitas festas e em seu momento de glória era um dos artistas mais requisitados na região.

Ao som de Luiz Gonzaga e Trio Nordestino amanhecia o dia nos forrós da zona rural e até clubes da cidade com o genuíno forro pé de serra.

Geraldo Bernardino chegou a se apresentar em quase todos os eventos de Pombal, em portas de lojas, cabarés, comícios e aniversários quando requisitado.

Outro artista de renome, José Roberto (Aleijadinho de Pombal) sempre enfatiza que foi Geraldo Bernardino que lhe ensinou a tocar sanfona.

Representante da autêntica musica nordestina fez parte de vários grupos e era considerado o melhor sanfoneiro de Pombal, situação esta que com modéstia e peculiar humildade repetia sempre que existiam em nível local outros melhores do que ele.

Apesar do luto e da sanfona que se cala, deixa um legado de trabalho e muita animação.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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CONVITE IMPORTANTE DA ACJUS


ATUALIZADO NA DATA DE HOJE E REENVIADO A PEDIDOS, POR ORDEM INSTITUCIONAL DA ASCRIM EM CARÁTER DE INTERESSE PÚBLICO.

ASCRIM/PRESIDÊNCIA – ASCRIM/PRESIDÊNCIA - CONVITE ACJUS – RETRANSMISSÃO DE CONFIRMAÇÃO AO CONVITE, SOB AUTORIZAÇÃO - OF. 013/2018

MOSSORÓ-RN, 14 de MARÇO de 2018

É DA PRAXE DESTA PRESIDÊNCIA, QUANDO OFICIALMENTE CONVIDADO, TEMPESTIVAMENTE (VIA EPISTOLAR OU ELETRÔNICA), DIGNAR-SE RESPONDER AOS ECLÉTICOS CONVITES DOS PRESIDENTES DE SUAS CO-IRMÃS. EXEMPLO QUE NOTABILIZA O VIÉS DE UM PRESIDENTE CORRESPONDER A ESSE ECLETISMO, PORQUE SABE A DIFERENÇA ENTRE O LIAME DA PARTILHA E DO PRESTÍGIO QUE ASCENDE E CRESCE NO INTERCÂMBIO ENTRE SEUS PARES.
   
NESTA SINTONIA, UM CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CULTURAIS E A CONFIRMAÇÃO, INTERCAMBIADOS ENTRE ENTIDADES CULTURAIS, MERECE E FUNCIONA COMO UM “FEEDER”, EVIDENTE, REPASSADO A TODOS OS ACADÊMICOS DE SEUS CORPOS SOCIAIS, PELO SEU PRÓPRIO PRESIDENTE, CUJO ESSE FEEDBACK ALIMENTA, NATURALMENTE O FERVOR E A CONSIDERAÇÃO EM QUE SINGRAM OS INTELECTUAIS DESSAS PLÊIADES.
     
DESTA FORMA, AGRADECENDO AO EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DA ACJUS, DR.  JOSÉ WELLINGTON BARRETO, TITULAR DA CADEIRA Nº 01, PELO CONVITE, RESERVO-ME ATRIBUIR MESMO VALOR DE PARTILHA, DIZENDO QUE É UMA HONRA CONFIRMAR MINHA PRESENÇA A SESSÃO MAGNA DO TRIBUTO AOS MOSSOROENSES, NO DIA 23.03.2018(SEXTA-FEIRA), NO AUDITÓRIO DA OAB SECCIONAL DE MOSSORÓ, às 19h. (conforme convite anexo), AO TEMPO EM QUE REPASSO, A TÍTULO DE LEMBRETE,  O ASSUNTO DO ALVO CONVITE DE IGUAL MODO, POR CÓPIA,  AS EXCELENTÍSSIMAS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS,  ACADÊMICOS DA ASCRIM E POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADEMICOS DA ASCRIM, ILUSTRES PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS, POR SER DO INTERESSE, CLARO, DOS MESMOS, TOMAREM CONHECIMENTO E DIGNAREM-SE, DO SEU MISTER, CONFIRMAR SUAS PRESENÇAS, JUNTAMENTE COM AS EXCELENTÍSSIMAS FAMÍLIAS CONSORTES.
    
PORTANTO, CONCLAMAMOS PELA PRESENÇA DE TODOS, ESPECIALMENTE OS ACADÊMICOS E POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS DA ASCRIM, A TÃO SIGNIFICATIVA SESSÃO SOLENE.

NA OPORTUNIDADE, SOLICITO, DATA VÊNIA, AO EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE E IDEALIZADOR DA ACJUS, PRESIDENTE DESTA, WELLINGTON BARRETO, AUTORIZAÇÃO PARA INCLUIR NO PEDESTAL DOS PAVILHÕES OFICIAIS, A BANDEIRA DA ASCRIM, COMO FORMA DE CONGRATULAR E APOIAR O HISTÓRICO EVENTO DO DIA 23.03.2018.

COMUNICO, OUTROSSIM, QUE OS ACADÊMICOS DA ASCRIM, QUE COMPARECEREM AO EVENTO SUPRAMENCIONADO, DEVEM CUMPRIR O RIGOR OBRIGATÓRIO DE USO DO UNIFORME OFICIAL (ACADÊMICOS: VESTE TALAR.  POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS DA ASCRIM: PASSE OFICIAL CONCEDIDO PELO PRESIDENTE), CONSOANTE NORMA ESTATUTÁRIA, ATRIBUTO DIGNITÁRIO DO DECORO INTELECTUAL.  

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-

C/CÓPIA PARA OS PRESIDENTES E DIRIGENTES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS.
C/CÓPIA PARA OS PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
C/CÓPIA PARA OS PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS.
C/CÓPIA PARA JORNALISTAS E COMUNICADORES,
C/CÓPIA PARA OS ACADÊMICOS DA ASCRIM,
C/CÓPIA PARA OS POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS DA ASCRIM.

José Wellington Barreto
Presidente da ACJUS
Contatos: (84) 98868-4824 / 99917-5970                        

Facebook: ACJUS - Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró
Twitter: @acjus2
Endereço: Alameda das Oiticicas, 17 - Conj. Urick Graff - Bairro Costa e Silva
Mossoró-RN                       CEP: 59.625-440

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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LUTO: POMBAL PERDE O GRANDE GERALDO BERNARDINO, UM DOS MAIORES SANFONEIROS DE SUA HISTÓRIA.


Por Jose Tavares De Araujo Neto

LUTO: Pombal perde o grande Geraldo Bernardino, um dos maiores sanfoneiros de sua história.

O sanfoneiro José Roberto (Aleijadinho de Pombal) costuma dizer que foi Geraldo Bernardino que lhe ensinou a tocar sanfona.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PARABÉNS MOSSORÓ!!! 166 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA. TERRA DE MUITAS CONQUISTAS E LUTAS: RESISTÊNCIA.

Por Asclepius Saraiva Cordeiro

Parabéns Mossoró!!! 166 anos de EMANCIPAÇÃO Política. Terra de muitas conquistas e LUTAS: RESISTÊNCIA (Lampião) - 1° VOTO Feminino da América Latina (Celina Guimarães) - MOVIMENTO FEMININO (Ana Floriano - 300 Mulheres) - O ABOLICIONISMO (30 Setembro)- 3° JORNAL mais antigo do Brasil (O Mossoroense). 

Entre tantas outras conquistas....,Tenho ORGULHO de ser Mossoroense!!!







Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


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COMPARTILHANDO TRECHO DO MEU ARTIGO SOBRE MATERNIDADE NO CANGAÇO

LIMA, Noádia da Costa. Gravidez e Maternidade no Cangaço Lampiônico ( 1929-1938).

Os bandos de cangaceiros se caracterizavam como grupos armados formados exclusivamente por homens, esses subsistiam da prática de roubos, extorsões e sequestros, faziam uso da tortura e assassinato para impor o medo. A presença de mulheres não era permitida em tais bandos, pois essas eram vistas como seres frágeis e que trariam problemas ao grupo.

A sociedade patriarcal e machista da época tratava a mulher de forma inferiorizada, e restringia o espaço feminino ao lar. As funções da mulher seriam: a prática de atividades domésticas, o cuidado com seu esposo e filhos, e no caso das mulheres pobres o trabalho na lavoura para ajudar no sustento da família.

Não se visualizava a mulher deixando a tranquilidade do seu lar, para acompanhar um grupo nômade de facínoras pelos sertões. Essa quebra de padrão ocorreu com Lampião, antes dele nenhum chefe de grupo permitiu a incorporação de mulheres nos bandos. Lampião modificou as regras e forjou nova forma de Cangaço ao permitir o ingresso de Maria Bonita em seu grupo.

Segundo (LIMA, 2017:10) Maria Bonita entrou para o Cangaço no finalzinho de 1929 ou princípio de 1930. Vale ressaltar que Maria não aderiu ao Cangaço apenas por vontade própria, ela precisou da autorização e aceitação de Lampião para segui-lo.

Os antecessores de Lampião nunca permitiram a presença permanente de mulheres no seio de seu grupo, considerando que elas representavam um perigo tanto no plano real como no plano simbólico. Foi depois da entrada de Maria Bonita para o Cangaço, como companheira de Lampião, que outras mulheres se juntaram ao grupo. O grupo de cangaceiros já não era organizado apenas como um pequeno exército ou como uma tropa de homens ligados por laços de compadrio: doravante ele passava a estruturar-se com base em laços familiares.

(JASMIN, 2016:121)

A entrada de Maria Bonita possibilitou que outras moças abandonassem o ambiente doméstico e ingressassem nos vários subgrupos de cangaceiros, passando a ocupar lugar que antes era exclusivamente masculino. Gradativamente os cangaceiros passaram a arranjar companheiras e trazê-las para o bando do qual faziam parte, tendo como consequência o aumento da quantidade de cangaceiras nos subgrupos.

Com a chegada das mulheres o cotidiano dos bandos se alterou significativamente, a presença feminina ao mesmo tempo que possibilitou uma vida sexual regular, diminuiu a ocorrência de estupros cometidos pelos cangaceiros. Esses além de escapar das perseguições da polícia, teriam nova incumbência: garantir a segurança de suas companheiras e impedir que fossem capturadas ou mortas.


A função da mulher cangaceira era essencialmente afetiva, ela apenas acompanhava seu par pelas andanças no sertão e não participava das batalhas, a exceção foi Dadá, companheira do cangaceiro Corisco, que participou de um único combate. Elas não possuíam função doméstica, pois antes da entrada dessas, tais tarefas já eram divididas e realizadas pelos homens.

Referências:
JASMIN, Elise Grunspan. Lampião –Senhor do Sertão. EDUSP, 2016.
LIMA, João de Sousa. Mulheres Cangaceiras “a essência feminina como questão de gênero. Paulo Afonso: Fonte Viva, 2017.
OLIVEIRA, Aglaê Lima de (1982). Lampião, Cangaço e Nordeste. Editora O Cruzeiro- 2aEdição. 1970.
Na foto abaixo o casal de cangaceiros Corisco e Dadá. 

Foto: Benjamin Abrahão

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CHICO DOIDO

Por Cicero Aguiar Ferreira

Vendo um vídeo de uma aula espetáculo do grande brasileiro Ariano Suassuna, onde ele dizia ter uma grande admiração por doidos, pela forma original que os doidos enxergam a vida, me veio à lembrança de CHICO DOIDO. No final dos anos 70 início dos anos 80 apareceu na ribeira do Tamboril São José do Belmonte-PE, um andarilho que atendia pelo nome de Chico, por ter problemas mentais logo os moradores da localidade começaram a chama-lo de “Chico doido”, claro, por motivos óbvios, na presença dele chamavam apenas de Chico. José Pereira de Aguiar (Dedé) ao ver Chico vagando pela ribeira levou para sua residência, onde por alguns anos ficou morando. Chico doido gostava de ficar sentado junto a uma janela na casa de Dedé, vez por outra tocava um reco-reco confeccionado de madeira e uma mola de aço. Ele era daqueles doidos dóceis, só se irritava um pouco quando a meninada passava na estrada e o chamava de “Chico doido”.

Imagem ilustrativa retirada da internet.

Chico, quando se sentia entediado, pegava seu bisaco de pano e seu reco-reco e caia no mundo, depois de uma temporada longe, retornava para ribeira do Tamboril, para casa de José Aguiar (Dedé). Porém, em um desses retorno, ficou morando na casa de meus pais, da mesma forma ficava sentado perto da janela, observando o movimento das pessoas que passavam na estrada. Naquela época, a passagem de um automóvel era um acontecimento, ou era o carro dos pães de Joaquim Acilon que fazia entrega nas bodegas que existiam ao longo da ribeira, uma delas a de Joaquim Pereira de Aguiar (Tintão) ou um veículo de um morador local transportando um doente para a cidade para se consultar com Sinhorzinho (farmacêutico) no Jati-CE, ou com João Machado (farmacêutico) em Belmonte.

Um dia, como era de costume, Chico arruma seu bisaco e parte para uma temporada fora do Tamboril, porém, desta vez para não voltar, por muito tempo ficou na mente de muitos, o que teria acontecido com Chico doido. Depois de alguns anos se teve a notícia que tinham encontrado o corpo dele sem vida em uma região isolada “travessia” sem casas por perto, provavelmente tenha morrido de cede ou de fome. Muitos moradores do Tamboril e mesmo aqueles que moram hoje em outros lugares, mais que na época residiam naquele lugarejo ou na vizinhança, com certeza lembram-se de CHICO DOIDO. Como bem disse Ariano, todo lugar tem seu bêbado oficial, seu doido oficial, Chico doido a época foi o doido oficial do Tamboril.

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