Por Waldson CostaDo G1 AL - O jornalista viajou a convite da Secretaria de Estado do Turismo
Guia conduz grupo de
turistas por trilha na caatinga até a Grota de Angico, local onde o bando de
Lampião foi emboscado (Foto: Waldson Costa/G1)Passeio tem navegação
de catamarã pelo rio e trilha pela caatinga. Roteiro expõe aos visitantes belezas naturais e históricas do Nordeste.
Na Rota do Cangaço, em Alagoas, a história do bando de Lampião e Maria Bonita é contado por guias vestidos de cangaceiros, que conduzem os visitantes até a Grota de Angico, local que foi ponto do massacre que deu fim ao mais famoso clã de cangaceiros do país.
A reportagem do G1 apresenta um roteiro turístico que começa em Piranhas, cidade histórica de Alagoas tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Segue pela Rota do Cangaço, percorrendo a trilha que a volante militar fez em busca do bando de Lampião e Maria Bonita, até a Grota do Angico, onde parte do grupo foi morto, para depois desvendar parte das belezas dos Cânions do São Francisco e um pouco da arte e dos sabores do Sertão.
O ponto de partida para esta aventura é o cais de Piranhas. Lá, o visitante embarca em um dos catamarãs que seguem em navegação pelas águas do Rio São Francisco até o município de Poço Redondo, em Sergipe. O percurso é feito ao som do típico forró nordestino e das histórias e 'causos' do cangaço relatados pelos guias.
A navegação pelo rio dura em média 30 minutos, tempo suficiente para o visitante contemplar a exuberância do ‘Velho Chico’ e todo o cenário proporcionado pelos morros de paredões rochosos cobertos pela vegetação da caatinga. Entre um trecho e outro, o cotidiano dos ribeirinhos é revelado entre o vai e vem das pequenas embarcações que circulam com famílias ou pescadores que tiram o sustento do rio.
Duas empresas de turismo receptivo oferecem o passeio em Piranhas. Uma delas é operada pelos familiares de Pedro Durval de Cândido, homem que dava suporte a Lampião na época do cangaço, mas que entregou o clã para a volante alagoana após ser torturado. Historiadores contam que os policiais desconfiaram da grande quantidade de mantimentos comprados em uma mercearia daquele município por Pedro Cândido. Ele foi capturado e forçado a dizer o local onde o bando se escondia.
Após atracar o catamarã na praia da Forquilha, o visitante chega a um local com estrutura rústica, porém agradável, com restaurante e lojinha, que contextualiza o cenário da caatinga. Deste ponto até a Grota de Angico são aproximadamente 700 metros por uma trilha estreita com vegetação bem preservada.
Com proposta similar, o Cangaço Eco Parque, que também possui estrutura às margens do São Francisco, tem restaurante, tendas para relaxamento, ampla área livre para apresentações culturais e banho de rio, além do passeio de catamarã e da trilha até a Grota do Angico, em um trajeto mais longo, de aproximadamente 1,5 km, expande o roteiro com uma parada no povoado de Entremontes, distrito de Piranhas.
O sucesso de Entremontes, além do charme dos casarios históricos, se dá por conta da habilidade das mulheres que transformam linhas em bordados de redendê e ponto-cruz. Arte e tradição que chamaram a atenção de estilistas nacionais e internacionais, e que compôs até mesmo o enxoval do Papa Francisco, quando ele esteve no Brasil.
Já no restaurante Eco Park, o passeio de barco é estendido até o povoado de Entremontes, com parada de 20 minutos para visitação e compra de artesanato. No receptivo, o almoço também é opcional. Já a trilha até a Grota do Angico, com percurso maior e que não é considerado o trajeto oficial dos livros de história, é gratuita. O tempo de permanência também é de aproximadamente 3 horas.






