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sábado, 21 de janeiro de 2017

POÇO REDONDO NA “EXPOSIÇÃO TERRITÓRIOS” (E O INDESCRITÍVEL ORGULHO)

*Rangel Alves da Costa

Em 04 de janeiro último, recebi uma mensagem de Arlindo Hartz, então colaborador da renomada diretora Bia Lessa, afirmando terem sido convidados pelo SEBRAE para fazer uma exposição sobre associações de bordados, e Poço Redondo havia sido escolhido como foco da amostra, intitulada Exposição Territórios.

E na mensagem a solicitação para que eu colaborasse no envio de fotografias de pessoas como Genovito, Geovanete, Zefa da Guia e muitas outras, também imagens de manifestações artísticas poço-redondenses, como cavalhadas, pastoril, reisado, etc. E o repasse do material com a maior brevidade possível, vez que a exposição seria aberta no dia 19 de janeiro.

Eu e Arlindo Hartz mantivemos diversos outros contatos, e todos no sentido de que o material solicitado pudesse ser logo encontrado e enviado, ante a necessidade de organização e proximidade da abertura. Pois bem, fui juntando retratos e mais retratos, informações e mais informações, e enviei tudo a Hartz.

Neste dia 20, imensamente agradecido, Hartz compartilha na sua página do Facebook o belíssimo resultado da Exposição Territórios, patrocinada pelo CRAB - Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro. O evento está sendo realizado na cidade do Rio de Janeiro, no CRAB, à Praça Tiradentes, nº 67, de 19 de janeiro a 19 de abril.



E na postagem a fotógrafa Catarina Ribeiro, assim definiu sua experiência perante o que encontrou na exposição e também sobre a arte e a cultura de Poço Redondo:

“Ontem vivi uma experiência diferente. Conheci Poço Redondo, um município de Sergipe que fisicamente nunca estive. O verdadeiro artista tem esse poder transcendental. É capaz de fazer nossa alma viajar longe ainda que o corpo mal saia do lugar.

Cada detalhe conta. Aproximadamente 2,5 milhões de preguinhos fazem a gente refletir sobre a delicadeza e a riqueza que a/o artesã/o dedica à sua obra. Tudo muito simples e extremamente sofisticado. Verdadeiro luxo que resiste à velocidade da vida pós-moderna.

Parabéns Beatriz Lessa, Arlindo Hartz e toda equipe que tornou essa experiência possível. Territórios está linda de ver e sentir. Agradecimento especial aos/as fotograf@s sergipan@s por toda contribuição”.

E os fotógrafos (que na sua maioria foram apenas colaboradores com o fornecimento das imagens) são Adilson Andrade, Enaldo Valadares, Manoel Belarmino, Geangella Alves, Melissa Warwick, Quitéria Gomes, Raiane Souza, Rangel Alves da Costa e Vinícius Fontes. Já os retratados são muitos, desde Mestre Tonho ao vaqueiro Tita, desde Dona Domingas às pastorinhas de Bonsucesso.

Segundo a diretora Bia Lessa e a curadora Renata Piazzalunga, a exposição está focada em Poço Redondo e ocupa três salas: a primeira é dedicada ao conhecimento da comunidade; a segunda aprofunda o diagnóstico da Associação dos Artesãos do Município de Poço Redondo; a terceira aborda a aplicação do método, apresenta o processo de trabalho e oo produtos resultantes da interação entre designers e artesãos, configurando novos territórios de ação.




Pelas imagens, constata-se que a exposição está belíssima, com um visual maravilhoso e no reconhecimento que Poço Redondo tanto necessita. Avistam-se rostos conhecidos, pessoas que vivem entre nós, artes que nascem das conterrâneas mãos sertanejas, manifestações artísticas tão presentes (e tantas vezes saudosas) em nossas vidas.

Somente agora, quando avisto o meu nome em meio à exposição como colaborador, sinto a importância do envio do material requerido pelo amigo Arlindo Hartz. Que coisa mais bela e grandiosa Poço Redondo sendo mostrado de forma tão merecidamente valorosa. Somos pobres, somos humildes, mas somos de imensa riqueza na cultura, tradições e demais manifestações artísticas.

Que bom avistar os retratos dos nossos artistas e dos nossos artesãos no mais alto panteão da arte. Um reconhecimento que vem lá de cima, do Rio de Janeiro. E que bom se o governo do Estado e a prefeitura de Poço Redondo trouxessem até nós ao menos um pouco dessa exposição. Mas pena que o nosso município sequer conta com uma Secretaria de Cultura e Turismo. São os outros que têm de se preocupar com a gente. Os nossos administradores não.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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O PESTE DO CABO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.622

Onde está o cabo? Onde está o cabo, gente! Cabo é um posto militar, abaixo de sargento, mais do que soldado. Cabo, complemento de objeto para manuseio. Fio para conectar e pronto.  Cabo, porção de terra que avança pelo mar. Cabuloso, sujeito chato, pernóstico (gíria alagoana). Ai meu Deus! Estou à procura de um cabo numa capital com mais de um milhão de habitantes. “Não senhor, a gente não vende”. Onde posso encontrá-lo, senhorita? “Não sei”. E vamos nós peregrinando pelas ruas de Maceió, entra em loja sai em loja. E ninguém sabe. E ninguém tem. O ambulante não dispõe, o atacadista mexe a orelha. E nada e nada... E nada. Um simples cabo para se colocar numa câmera fotográfica e num book, dois palmos de fio. Manhã inteira sem nada achar e sem esperança alguma. Não, não, nem diga nada, que esse aí que você pensou, foi o primeiro procurado. Será que estamos perdendo para a feira de Caruaru!

Parcial de Santana do Ipanema. Foto: (Clerisvaldo).

Saímos de Maceió madrugada com aquela chuvinha gostosa do Nordeste, rezando, rezando, rezando para que a danada nos acompanhasse até o Sertão. Lugar seco, queimado, mas aquele torrão saudoso que somente nós sabemos apreciar. E a chuvinha, a chuvica, a chuvazinha, a garoa, vai estendendo a nuvem fraca e acenando, acenando, mas não ousa atravessar as terras de Satuba.  Lembramos de vós. E suspiramos nós, rolando pelo cinza do asfalto, pelo verdume do vale Mundaú, rumo oeste, rumo oeste, sim, sim, oeste, sempre oeste com ansiedade indômita em rever as cacimbas do Ipanema, a cruz no comando do serrote Cruzeiro, a seca de perto e as mulheres bonitas da nossa terra.

Tome foto, compadre, mais foto, Seu Zé! Ô meu Sertão arretado! Sofrido, batido, moído... Personalizado que nem mandacaru, forte como pau-ferro, encalombado tal angico... Madeira de dá em doido que nem baraúna!

Quer ver as fotos, comadre?
Desculpe, faltou o peste do cabo!


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MESMO EM SITUAÇÃO CRÍTICA COMPLEXO COREMAS - MÃE DÁGUA CONTINUA PERDENDO VOLUME


Após anos sem receber recarga o complexo Coremas - Mãe D’água apresenta uma situação dramática.

Diante do quadro real agora depende de um período invernoso acima da média para garantir pelo menos o fornecimento do precioso líquido até a chegada de outra quadra invernosa.

Se depender do volume que ainda está chegando a Pombal e outros municípios, graças a liberação de Mãe D’água, a estimativa é de que até meados de abril não haja mais suporte para continuar o curso.

O inverno deste ano ainda se apresenta incerto mesmo com as previsões meteorológicas apontando para um período chuvoso no Sertão dentro da média.

Em dados atuais, captados neste dia 18 de janeiro, o Açude Estevam Marinho está com 14.617.350 m3 de água, o que corresponde apenas a 2,5%.

Já a barragem de Mãe D’água apresenta 28.660.086 m3 de água, ou seja, 5%. Os dados são da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).

É a pior crise dos últimos 30 anos, após quatro anos consecutivos de seca.

A previsão caso o volume de água continue diminuindo, gradativamente, devido à falta de chuvas na região, é de que o velho rio que banha a cidade historicamente chegue ao seu colapso e seque.

Até a chegada do período de chuvas, previsto para o mês de fevereiro, é necessário ficar de olho no tempo e apelar para a providência divina.
Marcelino Neto


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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JUNIOR ALMEIDA: A VOLTA DO REI DO CANGAÇO NO FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS


O livro custa 45,00 Reais

Entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail:  franpelima@bol.com.br

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UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE ANTÔNIO CONSELHEIRO

Por seu conterrâneo, Engº Agrº Dr. Benedito Vasconcelos Mendes

Beato Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel) nasceu em Quixeramobim-CE e morreu no Arraial do Belo Monte (Canudos-BA). Foi o mais famoso beato brasileiro. Notabilizou-se como Beato e como protagonista da Guerra de Canudos. 


Foi um extraordinário líder carismático, inteligente, culto, caridoso, totalmente destituído de interesse por bens materiais, dotado de uma fé religiosa extremada e de uma coragem incomum. O Bispo da Bahia e o Governador da Bahia, Luis Viana, diziam que Conselheiro era um Paranóico, Monomaníaco Religioso e dotado de Consciência Delirante. O povo que o seguia o chamava de Santo Antônio dos Mares, Santo Antônio Aparecido, Bom Jesus Conselheiro ou simplesmente Conselheiro. 


Diziam que ele era um enviado por Deus, para mostrar aos pecadores o caminho da salvação. Conselheiro recebeu forte influência do Padre Ibiapina, pois ele quando morava em Sobral-CE com sua primeira esposa (prima e conterrânea), Brasilina Laurentina de Lima e seus dois filhos, assistiu às Santas Missões do Padre Ibiapina em 1862, ocasião em que foi inaugurada a Casa de Caridade de Sobral. 


Em 1864 e 1865, Padre Ibiapina foi Juiz de Direito e Chefe de Polícia em Quixeramobim-CE, terra de Conselheiro, mas este na época tinha 4 para 5 anos de idade. Conselheiro tinha grande admiração pelo trabalho religioso do Padre Ibiapina, baseado na assistência espiritual e na ação social, unindo ação social e oração. 


Antônio Conselheiro foi contemporâneo do Padre Ibiapina por longos 53 anos. Conselheiro espelhou-se no trabalho de Ibiapina e com exceção das Casas de Caridade e dos Hospitais, conselheiro fazia tudo que Ibiapina fazia: Igrejas, Capelas, Cruzeiros, Cemitérios, Açudes, Cacimbas e outras construções. Conselheiro não construía hospitais nem Casas de Caridade porque não merecia o apoio das elites das vilas e cidades que ele visitava, pois ele fazia uma prática religiosa marginal, somente para os pobres e miseráveis, já que não tinha o apoio da Igreja nem ajuda dos ricos e letrados da região onde ele atuava. 


Em 1889, quando a República foi proclamada e a Primeira Constituição Republicana foi aprovada em 1891, que tornou o Estado Brasileiro laico, separando o Estado da Religião e instituindo o casamento civil, Conselheiro se revoltou contra a República, pois só aceitava o casamento religioso. Ele acreditava que somente o casamento religioso podia ser aprovado por Deus. A parti daí, além de condenar a cúpula da Igreja, que não aceitava que ele exercesse o papel de líder religioso, ele passou a condenar a República e a elogiar o Império. Ele incentivava o povo a não pagar impostos e chegou a queimar, em praça pública, Edital de Cobrança de Impostos. 


De 1892 a 1893, Conselheiro sofreu 4 tentativas de prisão pela Polícia baiana, todas ela com mortes de policiais pelos conselheiristas. Diante das perseguições policiais ele resolveu em 1893 se fixar na Fazenda Canudos, nas margens do Rio Vaza-Barris, no sertão semiárido baiano. 


Em 1896 começou a Guerra de Canudos, que terminou em 1897, com a destruição total do Arraial do Belo Monte e o trucidamento do valente povo seguidor de Conselheiro. Os Conselheristas não se renderam, lutaram de cabeça erguida na cidadela de Belo Monte. Ofereceram-se em sacrifício, honrando a lealdade que tinham ao Beato líder.A favela era uma das poucas plantas que fornecia sombra aos soldados do Exército no palco da guerra (Alto da Favela), onde se deu a vitória sem glória do Exército Brasileito. 


Em 1966, foi inaugurado o açude Cocorobó, que cobriu as ruínas do Arraial de taipa, onde moravam cerca de 25 mil seguidores de Conselheiro. Ficaram cobertas pelas águas do Cocorobó as ruínas das construções de alvenaria, como a Igreja Velha (Igreja de Santo Antônio), a Igreja Nova (Igreja do Bom Jesus).

https://www.facebook.com/benedito.vasconcelosmendes?fref=pb&hc_location=profile_browser

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SEGUNDA EXPEDIÇÃO CANGAÇO: A MORTE E ENTERRO DE LEVINO FERREIRA

Por Marcelo Alves

Tudo começou pela manhã... As 5:00 sai de princesa Isabel-PB novamente em direção a cidade de Calumbi-PE para encontrar com meu grande amigo e companheiro de aventuras Louro Teles.

Chegando lá, nos equipamos com destino à região denominada "Baixada do Tenório"... Região até então de difícil acesso.

Deixamos o carro na casa de seu Raimundo...memória viva das histórias contadas pelo seu pai e avô que foram coiteiros de Lampião.

Ponto de parada: casa de seu Raimundo, Morador e testemunha das histórias que cresceu escutando seu pai contar.

Seguimos a partir dali o resto do percurso a pé. Chegamos então ao exato local onde houve a batalha, e abaixo de um pé de umbuzeiro centenário onde Levino ao subir em uma cerca de madeira foi baleado. 

De saída para Baixada do Tenório e ver primeiramente onde Levino foi baleado

Dali descemos serra abaixo um percurso de caatinga fechada feito pelo próprio Lampião carregando seu irmão e não podemos deixar de imaginar tamanha dificuldade sentida por aqueles homens... Seguimos até chegar novamente a ferrovia transnordestina... 

Primeira Estrada

Imediações de Umbuzeiro onde provavelmente Levino foi baleado

De lá, atravessamos e seguimos alguns quilômetros subindo serra acima sempre com bastante dificuldade por conta da vegetação até encontrar o belíssimo local hoje denominada localmente como furna de Lampião.

Fonte: facebook
Página: Marcelo Alves
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Clique neste Link para ver todas as fotos: 
https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?multi_permalinks=1446130198733427%2C1445554012124379%2C1445353545477759&notif_t=group_activity&notif_id=1484858185351353

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ENCONTRADA RECENTEMENTE OUTRA PELÍCULA COMPLETA DO FILME DE LAMPIÃO, FEITA PELO SÍRIO-LIBANÊS BENJAMIN ABRAHÃO BOTTO

Por José Mendes Pereira

Quantas pessoas escritoras, pesquisadoras, estudiosas do cangaço, amantes e curiosas  viveram, vivem e viverão, na ilusão de um dia encontrarem pelo menos, 30, 40, 50 minutos ou o filme completo do rei Lampião, feito pelo sírio-libanês Benjamin Abrahão Botto?

Seria a maior relíquia encontrada sobre cangaço, uma relíquia valiosa, uma relíquia que era e continua sendo, o sonho de muitos, pelo menos que desse para aproveitar fotos diferentes das que já é do conhecimento de todos que se envolveram, e outros que continuam se envolvendo neste estudo tão interessante que é, saber tudo sobre a respeitada “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”.

Será que existe por aí alguém que tenha a cópia do filme de Lampião produzido pelo sírio-libanês Benjamin Abrahão Botto?

Será que este filme só foi feito mesmo apenas uma película e mais nada?

Será que quem tem outra cópia tem ainda medo de apresentar ao Brasil, temendo ser castigado?

Ou será que não há milagre que dê jeito, o ex-secretário do padre Cícero Romão Batista o Benjamin Abrahão Botto não produziu mais do que uma película, a qual foi apreendida pela ditadura do governo do então presidente Getúlio Dornelles Vargas?

Mas dizem que: “A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE”.

https://www.youtube.com/watch?v=9KYQGeNNS4A

Eu continuo aguardando que um dia esta notícia seja publicada ao mundo: “Encontrada recentemente outra película completa do filme de Lampião feita pelo sírio-libanês Benjamin Abrahão Botto”.

Ou será ilusão minha?!

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PIROCA DE PEDRO CAÇOTE


Lampião quando estabelecido em território baiano, depois de um certo tempo, determinava quem viveria e quem morreria.

Em determinada época, algumas pessoas se assentam nas terras que pertenciam aos familiares de Ângelo Roque. Familiares destes, juntos a alguns amigos da vizinhança, pegam nas espingardas e, depois de um duro tiroteio, conseguem retomar as terras que pretendiam se apossarem. Dentre os amigos estavam Pedro Caçote, Pedro Alexandrino da Silva, e seus familiares, inclusive seu filho Pedro Piroca, Pedro Liberalino da Silva, onde esse último é baleado e quase bate a caçoleta, quase morre.


Muito tempo depois, o “Rei dos Cangaceiros” fazia andanças próximas à região, hoje município de Paulo Afonso, BA, quando tem conhecimento que no pequeno povoado de Rio do Sal morava um cidadão que ‘trabalhava’ para o governo. Para ele, todo funcionário público era particípio das atitudes do governo contra o mesmo, então, mais do que justo eliminar esses inimigos.

Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião - detalhe para a nítida visualização do leucoma em sua vista direita.

Só que essa pessoa, esse cidadão, era na verdade um ‘guarda fiscal’. Esse título o fazia tão somente a pessoa que arrecadava os tributos dos comerciantes. Pois bem, sem entender o que ‘misera’ seria ser guarda fiscal, Lampião vai ao povoado, chegando lá ao quebrar da barra e já manda que seus homens se espalhem. Como era muito cedo, poucos se atreviam a botar a cara para o lado de fora, no entanto, um jovem sai da sua casa e segue para um pequeno cercado onde estavam algumas criações, bodes, para soltá-los e conduzi-los até um bebedouro que ficava perto. De repente se ver cercado por alguns cangaceiros e dentre eles, o próprio Lampião.

Bando de Lampião. Registro capturado na Fazenda Jaramataia. Propriedade de Antônio Caixeiro, pai do então interventor do Estado de Sergipe, Eronides (ou Eronildes) Ferreira de Carvalho, que era médico capitão do exército, por Joãozinho Retratista. - Identificação: sentados, da esquerda para direita, Lampião, Moderno, Zé Baiano e Arvoredo. Em pé, da esquerda para direita, Mariano, Ponto Fino, Calais, Fortaleza, Mourão ou Labareda? E Volta Seca. Essa foto além de colorida, foi estendida pelo professor Rubens Antônio.

O rapaz só não sujou as calças por já ter feito suas necessidades fisiológicas um pouco antes, mas, ainda mudou de cor e deu-lhe uma tremedeira da peste nas pernas, principalmente quando escuta a voz do cangaceiro mor, lhe perguntando:

“- Onde é a casa de Pêdo Liberalino?” (pergunta o “Rei Vesgo”)

“- É ali!” (Respondeu o jovem) (“Lampião em Paulo Afonso” – LIMA, João de Sousa. (João De Sousa Lima). 2ª Edição Revisada. 2013)

Imediatamente Lampião ordena que seus “cabras” cerquem a casa e peguem o ‘funcionário do governo’. Assim é feito. Só que quando os cangaceiros entravam em alguma casa à procura de alguém, o primeiro, segundou ou outros, iam entrando na ‘madeira’ até chegar ao objeto alvo. Naquela casa, quem estava na sala era um dos filhos de Pedro Piroca chamado Ozéias. Esse toma umas lapadas de chicote e quando grita com suas dores, acorda o restante da família. Seu pai, ao aparecer é preso pelos cangaceiros e levado à presença do chefe que imediatamente lhe sentencia a morte.

Sem entender o que está acontecendo, Pedro Piroca se desespera e pergunta por que ele seria morto se nada tinha feito. Virgolino lhe diz que sendo ele uma pessoa do governo, seu inimigo seria, então teria que matá-lo.

“- Eu num dêxo pessoá du guverno vivo!” (diz)

“- Mais eu sou só um guarda fiscal!” (defende-se Pedro) (Ob. Ct.)

Bem, por mais que se tente explicar Lampião não lhe deu ouvido e, mandando amarrá-lo, chama seus homens e partem rumo a outro povoado ali perto chamado Riacho.

Imaginemos o que passou esse cidadão nas mãos de um bando de cangaceiros e já com sua sentença declarada. Chegaram ao povoado, lá se encontram com um dos chefes dos subgrupos comandados por Lampião, Ângelo Roque, cangaceiro conhecido por Labareda. Quando o mesmo está a prosear com o chefe mor, Piroca o reconhece e tenta falar alto para que ele o olhe e, quem sabe, o reconheça.

Ângelo Roque - o cangaceiro "Labareda", chefe de subgrupo de cangaceiros do bando de Lampião.

Parece que Pedro, o preso dos cangaceiros, estava adivinhando que o chefe de subgrupo o reconheceria. Labareda se chega pra perto do prisioneiro e pergunta quem ele é. Imediatamente ele diz ser filho de Pedro Caçote.

“- Fiu de Pêdo Caçote?”

“- Sim, sou o Pedro Piroca!”

“- Intão mim mostre a marca da bala!” (Ob. Ct.)

Quando do embate entre a família de Ângelo e os posseiros, o mesmo não havia participado, porém sabia o que havia se passado e, sabia também, do ferimento que o filho de Pedro Caçote tinha sofrido. Imediatamente, o prisioneiro mostra a cicatriz do ferimento causado pelo projétil de arma de fogo. Assim, Labareda tem a certeza de quem se trata.

Subgrupo de cangaceiros comandado por Labareda, Ângelo Roque. captura realizada quando o bando já havia se entregado.

Labareda chama Lampião para um canto e conta-lhe o que se passou com ele, como ele foi um valente defendendo o que pertencia a seus familiares. Diante da intervenção de Labareda, Pedro Piroca, filho de Pedro Caçote, é liberado e imediatamente retorna para seu lar, sua casa, e sua família no Rio do Sal... Nas quebradas do sertão baiano.

Fonte Ob. Ct.
Foto Ob. Ct.
BenjaminAbrahão
cangaçonabahia.com
PS// FOTO DO BANDO DE LAMPIÃO COLORIZADA, DIGITALMENTE, PELO AMIGO, PROFESSOR Rubens Antonio

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: Ofício das Espingardas 
Link: https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/762957940534991/

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NOTA DE FALECIMENTO!

Por Moema Covello
Filhos de Luiz Padre: - Da esquerda para a direita: Vilar, Wilson e Hagahus

No dia 17/01/2017, faleceu em Palmas/TO, meu tio Vilar Araújo e Póvoa, irmão do meu pai Hagahus e terceiro filho do casal Luis Padre e Amélia Póvoa.

O sepultamento ocorreu na cidade em que morava: Dianopolis/TO, dia 18/01/2017.

Adendo: http://blogdomendesemendes.blogspot.com

"Para quem não sabe estes três senhores são filhos do ex-cangaceiro Luiz Padre primo do Sinhô Pereira, que foi o primeiro e único patrão de Virgolino Ferreira da Silva  o rei do cangaço Lampião. Mas lembrando ao leitor que, o Sinhô Pereira foi seu patrão como fora-da-lei".

Abraço,

Moema Covello

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