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segunda-feira, 18 de abril de 2022

ANTONIO DA PIÇARRA: HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR

 Por José Cícero

  
1- Tenentes: M. Neto e A.Rocha. 2- Sabino Gomes. 3- Lampião e irmão.

"No decorrer de uma producente viagem Cangaceira e deveras inesquecível que fizemos(Eu, Bosco, o bom francês Jack e Severo)com vistas a comemoração do 1º Centenário de nascimento de Maria Bonita em Paulo Afonso-BA, além de um verdadeiro Tur por Angico-SE, Delmiro Gouveia-AL, Serra Talhada –PE... dentre outros... Passamos inicialmente sob a batuta do Manoel Severo pela fazenda Piçarra(entre Porteiras e Jati) onde fomos recepcionados pelo gentman Vilson – neto do célebre coiteiro de Lampião. Ocasião em que presenciei a rica e proveitosa conversa que de modo conciso passei pro papel e, por via de conseqüência, o nobre confrade MENDES, além de ilustrar de modo formidável e sugestivo também publicara no seu Blog e eu, de novo e novamente aqui a transcrevo para os meus, apenas com alguns acréscimos do original pretérito. Vejamos então o que ora se segue: JC...

“José Cícero e o Mestre Severo”

José Cícero e Mestre Severo


Mestre Severo!
Saudações catingueiras...

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Ainda com relação ao que disse Vilson a mim, a você, Bosco André e Jack de Witte:

José Cícero, Bosco André, Jack de Witte e Vilson(no banco histórico)

...com relação ao ótimo e fidedigno relato feito pelo Vilson Neto quando da nossa recente passagem com destino a Paulo Afonso na Bahia, diria que o mesmo constituiu um informe histórico dos mais relevantes, sobretudo para esclarecer "escritos", muitas vezes depreciativos com relação à suposta traição do Sr. Antonio da Piçarra - avô do Vilson atual proprietário-herdeiros da memorável fazenda.

Seu Antonio da Piçarra no seu banco

Confesso que fiquei sensibilizado no instante que o Vilson relatara o que o velho da Piçarra dizia acerca da coação que sofreu para proceder como tal.(ver a questão da suposta traição). Notadamente quando após o diálogo que teve com o sagaz tenente Arlindo Rocha(naquele ano) ante as ameaças veladas usando para tanto a inegável e conhecida ferozidade do chefe de volante nazareno Manoel Neto, que aliás já se encontrava na região. De modo que, sem saída e temendo pelos seus, o velho coiteiro assaz contrariado teve que ceder...
No entanto, também não me esqueço da parte mais comovente segundo as palavras de seu neto naquele momento, quando todos nós estávamos ali sentados no mesmo banco caseiro e centenário que pertenceu ao velho.
Um testemunho inanimado no qual a história parecia está ali mesmo ao alcance das nossas mãos. Uma relíquia doméstica, na qual certamente tanto o coiteiro quando Virgulino com parte do seu bando havia(como eu naquele instante histórico) também sentado.

Seguia Vilson no seu diálogo informativo...

"Tendo desconfiado da grande demora de Antônio da Piçarra o cangaceiro Sabino se dirige para Lampião e fala de modo eufórico, quase esbaforido:

- Capitão, capitão. Tô achando que Antoi da Piçarra lhe traiu, pois tá demorando além da conta. Já era tempo dele ter vortado com as encomendas e tudo...

Bosco, Severo, Vilson e Jack - o francês

Ao que Lampião, com absoluta segurança replica:

- "De jeito nenhum. Isso não! Naquele eu confio sem medo. Se Antoi da Piçarra cavar um buraco no chão e mandar eu entrar, eu entro sem medo".
Depois de ouvir aquela resposta da própria boca de Lampião, Sabino de se afastou e deu as costas pra seu chefe mas, continuou olhando na direção do caminho... Permaneceu desconfiado daquela delonga atípica do velho coiteiro, que sempre foi rápido, leal e prestativo.

Conforme Vilson, o velho Antonio – seu avô, sempre contava essa história cabisbaixo (que ficou sabendo anos depois do trágico episódio).Sempre narrava as palavras de crédito de lampião com águas nos olhos...
_ Meu avô era uma homem forte e de palavra. Deve ter sofrido muito com tudo aquilo aquilo, disse.

A família também lhe pressionou com temor das perseguições e represálias do Arlindo e do Manoel Neto. As notícias que chegavam não eram das mais boas. Eram de ameaças. E de que Lampião não estava "bom das pernas" com seu bando exausto e sem munição.

As lágrimas que fluíam sempre dos olhos do avô quando tocava no assunto era a maior prova de que sofreu sobremaneira quando teve que tomar aquela decisão de indicar onde se encontrava Virgulino(seu amigo) junto com seu bando. A segurança da sua prole, de certo modo falou mais alto no seu coração sertanejo daquele homem quase solitário naqueles grotões do mundo. Onde os ventos do cangaceirismo sempre(vez por outra) davam suas voltas.

- Há quem dissesse que depois desta suposta traição, Lampião jurara vingança de morte ao velho da Piçarra. Até piada disseram que fizera com isso. Mas, felizmente nada disso aconteceu. Seu Antonio viveu muito e deu adeus à vida no seu leito tranquilo.

Também nos olhos de Vilson, mesmo depois de tantos anos, puder perceber que aquele acontecimento, também de algum modo o tocava fundo no seu íntimo. Quem sabe aquela história o fizera provar do mesmo sentimento amargo que naquele tempo mexera com o seu velho avô dono da Piçarra.
E eu cá comigo, pensei um pouco afastado olhando aquele chão onde tudo aconteceu. - De fato, a vida inteira para qualquer cristão do mundo é feita de escolhas. Mas, quantas escolhas ainda teremos que fazer?... Quantas opções difíceis e fatais todos têm que a elas se entregarem um dia por si mesmos, de corpo, alma, espírito e valentia em determinados momentos cruciais da vida.

É, não deve ter sido nada fácil para o provecto coiteiro quase abandonado vivendo sua eterna lida nos rincões da sua fazenda Piçarra nas fronteiras de Brejo Santos, Porteiras e Jati.

Talvez por isso, haveremos de compreender no seu contexto mais elástico a difícil e cruel decisão tomada pelo patriarca coiteiro Antonio da Piçarra.

Prof. José Cícero -
Secretário de Cultura
Aurora-CE
www.prosaeversojc.blogspot.com
WWW.Jcaurora.blogspot.com
WWW.blogdaaurorajc.blogspot.com
WWW.prosaeversojc.blogspot.com
jccariry@gmail.com

(*) Este é um comentário do Secretário da Cultura da cidade de Aurora, Ceará, José Cícero, sobre o artigo de Manoel Severo publicado no seu blog "Cariri Cangaço", com o título: ‘Vilson e Antônio da Piçarra’. Apenas eu o ilustrei com fotografias(Mendes).

Publicado em: http://blogdomendesemendes.blogspot.com ainda: www.cariricangaco.blogspot.com
Um bom, interessante, inteligente e prestativo Blog do nosso confrade - 
José Mendes Pereira. Recomendo uma visita...(jc)

http://blogdaaurorajc.blogspot.com/2011/07/v-behaviorurldefaultvml-o.html

DESCRIÇÃO DA MORTE DO PATRIARCA DO JUAZEIRO

 Material do acervo do escritor Junior Almeida


Pegando o gancho na postagem de Geraldo Júnior, aproveito e posto também nesse grupo:

Lourival Marques era um caixeiro viajante que estava em Juazeiro do Norte naquele 20 de julho de 1934, quando o Padre Cícero Romão Batista fez sua "última viagem", pouco antes das 7 horas da manhã. Lourival escreveu tudo que presenciou. Seu relato foi publicado em alguns jornais da época. Texto esse que disponibilizo aqui:

"Acordei pelo tropel de gente que corria pela rua. Fiquei sem saber a que atribuir aquelas carreiras insólitas. Quando cheguei à janela tive a impressão de que alguma coisa monstruosa sucedia na cidade. Que espetáculo horroroso, esse de milhares de pessoas alucinadas, correndo pelas ruas afora, chorando, gritando, arrepelando-se... Foi então que se soube... O Padre Cícero falecera... Eu, sem ser fanático, senti uma vontade louca de chorar, de sair aos gritos, como toda aquela gente, em direção à casa desse homem, que não teve igual em bondade e nem teve igual em ser caluniado.

Um caudal de mais de 40 mil pessoas atropelava-se, esmagava-se na ânsia de chegar à casa do reverendo. O telégrafo transbordava de pessoas com telegramas para expedição, destinados a todas as cidades do Brasil. Para fazer ideia, é bastante dizer que só em telegramas, calcula-se ter gasto alguns contos de réis. Logo que os telegramas mais próximos chegaram ao destino, uma verdadeira romaria de dezenas de caminhões superlotados, milhares e milhares de pessoas a pé, marcharam para aqui. Joaseiro viveu e está vivendo horas que nem Londres, nem Nova Iorque viverão jamais... O povo, uma onda enorme, invadiu tudo, derrubando quem se interpôs de permeio, quebrando portas, passando por cima de tudo. Pediu-se reforço à polícia, mas o delegado recusou, alegando que o Padre era do povo e continuava a ser do povo.

Arranjaram, no entanto, um meio de colocar o cadáver exposto na janela, a uma altura que ninguém pudesse alcançar e, durante todo o dia, várias pessoas encarregaram-se de tocar com galhos de mato, rosários, medalhas e outros objetos religiosos, no corpo, a fim de serem guardados como relíquias. Milhares de pessoas continuavam a chegar de todos os pontos, a pé, a cavalo, de automóvel, caminhão, de todas as formas possíveis.

Quatro horas da tarde... Surge no céu o primeiro avião do exército. Depois outro. Lançam-se de ponta para baixo, em voos arriscadíssimos, passando a dois metros do telhado da casa do Padre Velho. Duram muito tempo os voos. É a homenagem sentida que os aviadores prestam ao grande vulto brasileiro que cai... Desceram depois no nosso campo, vindo pessoalmente trazer uma riquíssima coroa, em nome da aviação militar.

A cidade é uma colmeia imensa; colmeia de 60 mil almas, aumentada por mais de 20 mil, que chegaram de fora. Nenhuma casa de comércio, de gênero algum, barbearias, cafés, bares, nada abriu. A Prefeitura decretou luto oficial por três dias. O mesmo imitaram as cidades do Crato, Barbalha e outras. Todas as sociedades e sindicatos têm o pavilhão nacional hasteado a meio-pau com uma faixa negra, em funeral".

Fonte: facebook
Página: Junior Almeida

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UMA TELHA DA CASA DO FUNDADOR

Por Valdir José Nogueira de Moura

No dia 4 de junho de 1925 reuniu-se o Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano sob a presidência do Dr. Pedro Celso, secretariado pelos Srs. Dr. Mário Melo e Profº. Felipe Monteiro, e com o comparecimento dos Srs.: Dr. Samuel Campelo, Santana Araújo e Ambrósio Leite.

“Depois de Lida e aprovada a ata da sessão anterior, o 1º secretário deu conta do expediente:

Uma carta do Dr. Afonso de Miranda Leal, com a oferta ao Instituto, de uma telha que cobriu a casa de vivenda da antiga fazenda “MANIÇOBA”, isto é, a primeira casa construída na cidade de Belmonte, onde habitou por muitos anos o fundador daquela cidade major JOSÉ PIRES RIBEIRO, que foi proprietário da referida fazenda.”

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" HÁ INFÂMIA DEVASTADORA, QUE FOI O CANGAÇO NA BAHIA".

Por Sandro Lee

Em 1932, toda a família do pequeno agricultor que residiam no povoado das Caraíbas, vizinho do povoado do Brejo do Burgo - (BA). Família essa do Senhor Martins Gabriel, que tinha o seu filho adolescente na época, com 19 anos de idade apenas, por nome de João da Cruz. Todos dessa mesma família, passaram por muito aperto naqueles períodos, pois os facínoras cangaceiros, quase que destruíram toda aquela família. Pois devido as ordens do capitão da polícia baiana João Miguel. Martins Gabriel, é seu filho João da Cruz, foram obrigados a saírem do povoado das Caraíbas, para ficarem na cidade de Santo Antônio da Glória, por ordens da polícia. 

Então Martins Gabriel perderia ali, toda a sua plantação de verduras, é legumes, na fazenda por nome de Aroeira, dentro do grande Raso da Catarina. Tudo sé acabou-se aos poucos, pois além da Roça de fartas verduras, que estava gora toda perdida, também todo o seu pequeno rebanho de Gado, estavam agora também comprometidos, nas mãos dos bandidos cangaceiros, que abatiam todo o Gado para consumo próprio, onde somente a parte melhor da carne do Gado, que eram impiedosamente abatidos, tinham valores de consumo para os facínoras cangaceiros. Dos oficiais que foram na residência de Martins Gabriel, serào lembrados esses agora aqui, foram eles. O tenente Ladislau Reis de Souza ( Tenente Santinho ), Tenente Moitinho Dourado ( Tenente Douradinho ), Tenente Zé Soares, é o Tenente Waldemar Lopes.

Nas fotografias acima vemos, João da Cruz filho de Martins Gabriel montado em seu cavalo, é a casa da antiga fazenda no povoado Caraíbas, com os pesquisadores Alessandro, Sandro lee, Isack Santos.

Pesquisas realizadas com o total apoio, da família de Martins Gabriel é João da Cruz.

PESQUISAS INÉDITAS, SOBRE O CANGAÇO.

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CANCÃO II E CANDEEIRO I - BIOGRAFIAS.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=FHs4qtZJWig&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Um resumo a respeito da biografia dos cangaceiros Cancão II e Candeeiro I, ambos integraram o bando de Lampião e cumpriram pena na antiga Penitenciária do Recife no estado de Pernambuco. Embora as informações biográficas sejam limitadas, devido a dificuldade de obtê-las, são de extrema relevância para o conhecimento e aprendizado daqueles que buscam conhecer um pouco mais sobre a saga cangaceira. Vamos conhecer. Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todos os nossos vídeos e atualizações do canal. Forte abraço... Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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JOSÉ CORDEIRO.

Por Aderbal Nogueira 

https://www.youtube.com/watch?v=_5vKXDDahpI&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Guarapuava ontem sentiu na pele o terror que Mossoró sentiu quando os Cangaceiros adentraram a cidade. O medo dos cidadãos é o mesmo, só muda a época e os personagens. Nesse vídeo o senhor José Cordeiro narra o ataque a Mossoró, ele estava em uma das trincheiras.

José Cordeiro foi um dos combatentes das trincheiras de Mossoró, durante a tentativa de invasão do bando de Lampião.

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ITAPAJÉ - PEDRA DO FRADE.

 Por Aderbal Nogueira

Nesse último dia 10 estivemos na Pedra do Frade em Itapagé. Durante esse ano de 2022 vamos descortinar o Ceará, teremos muitas belezas naturais na nossa nova jornada "Trilhando o Ceará".

https://www.youtube.com/watch?v=ZY923NF2WRY&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Assista esse primeiro vídeo no nosso canal no YouTube "Aderbal Nogueira Cangaço"

https://youtu.be/ZY923NF2WRY

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VALE DO CATIMBAU - PE.

Por Aderbal Nogueira

O ano era 2000 e eu estava na casa de seu Né, o ex-cangaceiro Candeeiro, no distrito de Guanumbi, Buique-PE. Seu Né disse "você já foi no Catimbau? vá que é muito bonito e o bando passou por lá". 3 anos depois eu fui. 

Um lugar muito interessante, e ainda conheci o castelo de Meu Rei, que era um tipo de profeta que havia fundado uma comunidade alternativa no meio daquela imensidão. Esse vídeo é apenas um pequeno registro daquela incursão ao enigmático Vale do Catimbau. As imagens não são boas, mas valeu o registro, clique no link e assista

https://www.facebook.com/aderbal.nogueira

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O BANDO DOS RICARTES E LAMPIÃO NO CARIRI

 Por Lampião Governador do Sertão

https://www.youtube.com/watch?v=jgctfvyNn4o&ab_channel=Lampi%C3%A3o%2Cgovernadordosert%C3%A3o

O documentário em pauta foi fruto de muitas pesquisas bibliográficas, mas sem deixar de lado uma boa pesquisa de campo. Neste caso, praticamente uma peregrinação constante. Nós da equipe (LAMPIÃO GOVERNADOR DO SERTÃO), vamos apresentar aqui o resultado de muito serviço, de estudos, edição, narração e etc. 

Nosso objetivo é transmitir a todos como foi a atuação do Cangaço em terras Cearenses. Como todos sabem, o Cangaço nas primeiras décadas de 1900, é um dos mais difíceis períodos para se pesquisar, descobrir alguma coisa sobre o assunto requer muita dedicação e pesquisas.

Vamos fazer a nossa parte apresentando a vocês, o bando de cangaceiros chamados de RICARTES. 

Muito obrigado a todos, e que Deus os abençoe.

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