Seguidores

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

COISAS DO SERTÃO

 Clerisvaldo B. Chagas, 14 de janeiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.451

O clima da região de Maceió é tropical úmido e no calor deixe a pele oleosa, com dificuldade de evaporar. O clima do Sertão é tropical seco ou semiárido. No calor o suor evapora fácil. Na capital a chuva pára abruptamente como se tivesse sido cortada num só golpe. No Sertão a chuva vai parando aos poucos.

O sertanejo, principalmente do campo, tem um modo especial de falar sobre o tempo. Quando o céu está repleto de nuvens cinzas, ele diz: está bonito pra chover...”. Os mais experientes distinguem as coisas: “Não vai chover, isso é somente carregação...”. E de fato, o céu está bonito para chover mais não chove.

Muitos sertanejos ignoram as quatro estações do ano. Para eles, só existem duas estações: verão e inverno. O verão é marcado pela ação do Sol, o inverno, pelas ações das chuvas. A primavera não conta mesmo sendo amena em relação à temperatura. O outono surge como início de chuvas, portanto, classificado popularmente como inverno. A temperatura em pleno verão pode atingir até 39, 40 graus pelo dia e, à noite sofrer a chamada “amplitude térmica”, quando a temperatura declina, permitindo noites agradáveis e prazerosas.

Um pouco antes das chuvadas de verão, vários tipos de animais chamam atenção do sertanejo. Uma dessas maneiras de atrair a curiosidade é a chamada:” festa no céu”, como aconteceu na tarde de ontem: urubus em bando, sobrevoam em longos círculos repetitivos, distanciando-se aos poucos do ponto inicial da festa.  Dificilmente, nessas ocasiões, o céu não molha a terra até o dia seguinte.

Também não é raro no prelúdio das chuvas, as ventanias que provocam os redemoinhos, diversão de adultos e da meninada que grita insultando o vento: “Rapadura!” “Rapadura!”. Dizem que essas palavras fazem com que o vento furioso se dirija com seus redemoinhos para onde está sendo chamado.

Na situação de temperatura alta com chuvas abundantes e momentâneas, pode ocorrer o fenômeno do granizo, chamado por aqui de “chuva de pedras”.

Entretanto, o presente esperado mesmo pelo sertanejo, é a trovoada, chuvas abundantes de uma vez só, quase sempre acompanhada de raios apocalíticos e trovões terrificantes. Não fica um só cachorro na rua, galinha no terreiro e de nervosos sem mergulhar debaixo da cama.

TROVOADA IMINENTE OU CARREGAÇÃO? (FOTO: B. CHAGAS).



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

POÇO REDONDO DO CANGAÇO

 *Rangel Alves da Costa


Desde o ano de 1929, quando Lampião e pequeno grupo de cangaceiros despontaram nas estradas empoeiradas do arruado, a pedra fundamental do cangaço foi fincada para a eternidade na história dos sertões sergipanos.

Daí em diante, Poço Redondo passou a escrever sua própria saga na história do banditismo nordestino, principalmente pela grande quantidade de filhos da terra que se bandearam para as hostes cangaceiras e pelos inúmeros coiteiros que passaram a arregimentar - com zelo e até devoção - as investidas do bando na região.

E daí em diante também a escrita induvidosa situando Poço Redondo no patamar da história do cangaço. Ora, somente a quantidade de filhos da terra que partiram nos passos de Lampião já é algo espantoso. Nada menos que trinta e quatro, segundo estudos publicados por Alcino Alves Costa.

Os seguintes homens: Sabiá (João Preto), Canário (Bernardino Rocha), Diferente (Nascimento), Zabelê (Manoel Marques da Silva), Delicado (João Mulatinho. irmão de Adília de Canário), Demudado (Zé Neco), Coidado (Augusto), Cajazeira (José Francisco do Nascimento - Zé de Julião), Novo Tempo, Mergulhão e Marinheiro (Du, Gumercindo e Antônio, irmãos de Sila); Elétrico, filho de Pedro Miguel; Lavandeira, Penedinho, Bom de Vera (Luís Caibreiro), Beija Flor (Alfredo Quirino), os irmãos Moeda e Alecrim (João e Zé Rosa), os irmãos Sabonete e Borboleta (Manoel e João Rosa), os irmãos Quina-Quina e Ponto Fino (Jonas e José da Guia), Zumbi (Angelino), Cravo Roxo (Serapião), Cajarana (Francisco Inácio dos Santos), Azulão (Luís Maurício da Silva), e Santa Cruz.

As mulheres: Sila (Ilda Ribeiro de Souza, companheira de Zé Sereno) Adília, companheira de Canário), Enedina (esposa de Cajazeira, a única do bando que era realmente casada), Dinda (companheira de Delicado) Rosinha (companheira de Mariano), Áurea (companheira de Mané Moreno, o da Bahia) e Adelaide (companheira de Criança e irmã de Rosinha e prima de Áurea).

Outros nomes, contudo, ainda serão confirmados, elevando tal número de filhos da terra que deixaram seus lares matutos para a difícil e perigosa vida nos carrascais nordestinos. Num tempo em que se dizia que em Poço Redondo quem não fosse cangaceiro era coiteiro (assertiva aproximada a uma grande verdade), tal exemplificação estava no grande número de sertanejos que acobertava e ajudava na sobrevivência do bando na região, ora levando mantimentos ora guardando segredos, levando missivas e recados, além de outras serventias, num tipo singular de cangaço.

Foi Poço Redondo a localidade que mais colocou à disposição do cangaço filhos na função de coiteiros. Grandes servidores dos coitos foram Mané Félix, Adauto Félix, Lourival Félix, Erasmo Félix (todos parentes e da região beiradeira de Cajueiro), Messias Caduda e muitos outros. Em Poço Redondo não havia coronéis nem portentosos latifundiários que tivessem pactuado com Lampião o fornecimento de armas, dinheiro ou interesses políticos e estratégicos.

A força do coiterismo na região estava na escolha feita (ou forçadamente feita): servir ao mal ou ao menos mal. Temiam as investidas do cangaço, mas temiam muito mais a chegada das volantes com suas extorsões, arrogâncias e brutalidades. Na concepção das forças volantes, todo sertanejo era pactuado com o cangaço e por isso merecia sofrer, ainda que muitos de seus comandantes fossem amigos e até protetores de Lampião.

Também em Poço Redondo marcos históricos surpreendentes na história cangaceira, locais de combates, de mortes, de tocaias e emboscadas, e também do fim do cangaço em 38, na Gruta do Angico. Em 32, na Fazenda Maranduba, ocorreu o segundo maior combate entre cangaceiros e volantes. A estratégia de Lampião venceu os egoísmos e discordâncias de dois comandantes: o pernambucano Mané Neto e o baiano Liberato de Carvalho. Dizem até que Liberato de Carvalho, irmão do coronel João Maria de Carvalho da Serra Negra, ajudou o cangaceiro maior em sua empreitada. Coisas que dizem. Foi também em Poço Redondo que o cangaço se findou a 28 de julho de 38, com a chacina de Angico. Cinco cangaceiros de Poço Redondo morreram naquela fatídica manhã: Enedina, os irmãos Moeda e Alecrim, Mergulhão e Elétrico.

Ao longo dos 14 km da Estrada Histórica Antônio Conselheiro (Estrada de Curralinho), há os marcos históricos da Cruz dos Soldados (local de morte dos soldados Zé Vicente e Sisi, vingança perpetrada por Corisco e Mané Moreno e seus comandados, numa desforra pela morte do cangaceiro Pau Ferro nas Quiribas, também em Poço Redondo), o marco da morte de Canário (morto à traição pelo também cangaceiro Penedinho, próximo aos beirais da estrada, na fazenda Cururipe), o marco de Antônio Canela (um sertanejo que foi morto pelo subgrupo de Mané Moreno, após ter falado o que não devia sobre Lampião - “Se Lampião aparecer aqui eu arranco a cabeça”. Acabaram arrancando a dele).

Ao lado da mesma estrada, o marco onde foi encontrado o corpo do ex-cangaceiro Cajazeira, Zé de Julião). De triste recordação foi a investida do cangaceiro Gato na região da fazenda São Clemente, deixando o terrível rastro de sangue e sete vidas sertanejas inocentemente ceifadas. Mas em Poço Redondo há muito mais da história cangaceira, a exemplo do Coito da Pia das Panelas, local de morte das cangaceiras Lídia e Rosinha (no riacho do Quatarvo, logo ao lado do coito).

E mais, muito mais da história cangaceira está fincado em Poço Redondo. Salientando-se, por fim, que foi em Poço Redondo onde nasceu e viveu um dos maiores pesquisadores e escritores da história do cangaço: Alcino Alves Costa.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CASARÃO DA FAZENDA DOIS RIACHOS...

 Por Geografia da Paraíba

Toda a beleza e riqueza de detalhes do casarão da Fazenda Dois Riachos, localizada entre os municípios de Catolé do Rocha e Belém do Brejo do Cruz.

Além de riqueza de detalhes e uma beleza preservada desde o ano de 1885, o cenário da Fazenda Dois Riachos foi palco de uma das maiores invasões de cangaceiros: o bando do cangaceiro pombalense Ulisses Liberato de Alencar e do famigerado Sinhô Pereira, um dos mentores do não menos afamado Virgulino Ferreira, o Lampião, invadiu a fazenda

Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço.

Foto: @diegofrankley

Fonte: Blog do Mendes e Mendes

Siga: @geografia_da_paraiba

Use: #geografiadaparaiba

#mtur #paraibaturismo #turismonaparaiba #naparaibatem #paraiba #minhaparaiba #meunordeste #nordeste #brasilturismocom #nordestinoarretado #geografiadaparaiba #nordetino #paraibapb #oparaibalinda #destinoparaiba #instagram #seguidores #sertão #cangaço #história #CatoléDoRocha #sertanejo @fazendadoisriachos — com

Gr Batista de Azevedo

https://www.facebook.com/hashtag/canga%C3%A7o

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOSSA HOMENAGEM A JACKSON DO PANDEIRO

 

O encontro histórico de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga relatado por Adelzon Alves. (Foto: Nilson Araújo, da Sala Nordestina de Música, no site www.forroemvinil.com)

O segundo episódio do Uerj Entrevista faz uma justa homenagem ao fenômeno Jackson do Pandeiro, que completaria 100 anos no dia 31 de agosto. Para falar sobre a trajetória do rei do ritmo, a apresentadora Eneida Leão entrevista o jornalista Adelzon Alves, que comandou junto com Jackson um programa na Rádio Globo nos anos 70. Adelzon conta como se conheceram, fala sobre o programa que apresentaram juntos e explica a relação de Jackson com Luiz Gonzaga, o Gonzagão. (T4 – Ep2 – 19/08).

 http://www.cte.uerj.br/programa-radio-uerj/uerj-entrevista-programa-radio-uerj/uerj-entrevista-presta-homenagem-a-jackson-do-pandeiro/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O MANUSCRITO DO EX- VOLANTE NECO DE PAUTILIA...

 Por Giovani Gomes


O manuscrito do Ex- Volante Neco de Pautilia, ganhei de presente dele, quando gravei ele em 2008 e 2009. Fiz várias gravações com os descendentes de inimigos Lampião e Ex-Volante , seu Neco de Pautilia foi um deles . Muitas histórias contadas de forma diferente.

Acervo: Giovane Gomes.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ESTRADA DO ROMEIRO.

 Por Luis Bento

Na antiguidade a referida " Estrada " era parte integrante da grande comercialização entre os dois Estados: Ceará e Pernambuco. A antiga e histórica estrada, era via de acesso de Romeiros que se deslocavam dos Estados: Pernambuco, Alagoas e Sergipe com destino a Cidade de Juazeiro do Padre Cícero Romão Batista, para pagarem suas promessas. Em consequências ao numeroso fluxo de Romeiros de passagens por essas terras, ficou conhecida pela ( Estrada do Romeiro ).

Além dos Romeiros, dos comerciantes, muitos outros nordestino também foram andarinos dessa Estrada. O Padre Cícero, por aqui passou em 10 de março do ano de 1898. Convocado pelo Santo Papa, a comparecer ao Vaticano para prestar esclarecimentos do suposto milagre da Beata Maria de Araújo. A Estrada era muito movimentada por: Padres, Beatos, Romeiros, Volantes (Polícia) e Cangaceiros. Por se localizar na fronteira dos dois Estados: Pernambuco e Ceará. Por vários anos consecutivos a citada Estrada foi palco de sangrentas batalhas entre Volantes e Cangaceiros, desde a era do Cangaceiro Antônio Silvino até a época do Cangaceiro Lampião. Obs, é do conhecimento de todos os moradores da região, a passagem de Lampião por três vezes a essa Estrada:

02 de março de 1926

30 de janeiro de 1927

27 de março de 1928.

FOTOS:

Dos Pesquisadores, Luís Bento e José Francisco na Antiga Estrada do Romeiro ao lado do Aras Park Matulão em Jati Ce. A 11 Km da divisa com o Estado de Pernambuco.

Jati/ 13 / 01 / 2021

Pesquisador

Luís Bento.

https://www.facebook.com/groups/1995309800758536

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A HISTÓRIA DOS GRANDES INIMIGOS DE LAMPIÃO

 

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Nesta palestra o jornalista e historiador Moacir Assunção (autor de Os homens que mataram o facínora, Record, 2007, finalista do Prêmio Jabuti 2008) analisa as conexões entre o bandoleiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seus inimigos, em especial os nazarenos (moradores da Vila de Nazaré, em Pernambuco, tidos como os mais temíveis rivais do rei do cangaço), assim como as conexões do cangaço, um dos mais importantes fenômenos sociais brasileiros, com a cultura nacional.

O escritor analisará as histórias das lutas entre Lampião e seus inimigos, com suas fortes marcas na história do Brasil, assim como aspectos culturais correlatos ao tema, como a imagem de valentia dos nordestinos, cultuada por ambos os lados em confronto, além de uma discussão pouco conhecida que versa sobre o apreço de Lampião (e também de seus inimigos) por itens típicos da cultura sertaneja, como a literatura de cordel, as comidas típicas do sertão tal como a buchada e o churrasco sertanejo, e o apreço por enfeites em chapéus, roupas e armas. "Ao contrário do guerrilheiro, que busca se confundir com a mata, os cangaceiros, principalmente no período lampiônico (1922-1938) adoravam aparecer.

As medalhas e moedas de ouro nos chapéus de couro podiam ser vistos a quilômetros", destaca Assunção. É que Lampião, homem dotado de uma inteligência acima da média, percebeu a força da imprensa para mostrar poder e atacar seus oponentes.
Assim, muitas fotos e até filmagens sobre o bandoleiro nordestino e seus comandados foram divulgados na época. Ele também concedeu algumas entrevistas para jornalistas e, ao contrário dos seus antecessores no cangaço, lia e escrevia corretamente.

Adorava ler sobre si nos jornais e isso lhe ajudou a formar o mito do cangaceiro invencível. Ao mesmo tempo, criava a identificação com o homem da terra, sofrido e valente, em eterna guerra contra os coronéis. Esse símbolo acabou sendo apropriado, indevidamente, por parte da esquerda brasileira, que passou a difundir o mito de um bandido Robin Hood, o que ele jamais foi.

No entanto, se Lampião foi um bandido, e de fato foi, é forçoso reconhecer que, independente disso, a força do fenômeno cangaço no Brasil e em vários países da Europa e nos Estados Unidos, locais em que foram publicados livros sobre o tema e em que o filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, alcançou grande sucesso, é muito grande.

Na música, com músicos como Luiz Gonzaga, Fagner e Alceu Valença, na rica literatura de cordel, em que Lampião é líder inconteste, no cinema, nas artes plásticas e até na propaganda o mito do cangaceiro é um dos mais poderosos da história do Brasil.

É possível constatar, também que, apesar de viver em uma região pobre, Lampião era um homem sofisticado, que apreciava bebidas de qualidade, perfumes de boa procedência, roupas finas e até ícones da modernidade, como cinema e fotografia. É, sem dúvida, um personagem singular e diferenciado que aparecerá na palestra.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Moacir Assunção

Jornalista, mestre em História Social pela PUC-SP, com pós-graduação em Ciências Sociais pela FESP-SP. É professor dos cursos de Comunicação Social, Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos da USJT.

https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/a-historia-dos-grandes-inimigos-de-lampiao

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O TRISTE FIM DE GONZAGA

 Por Nas Pegadas da História

https://www.youtube.com/watch?v=41PYWIvKIjg&feature=share&fbclid=IwAR29tp-6X733rYItGzdu6ija4f1m_1hnjrotKuo57_wdW_mh_ODwMs7Gr0k&ab_channel=NASPEGADASDAHIST%C3%93RIA

http://blogdomendesemendes.blogspot.com