Seguidores

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

MEMÓRIAS DO CANGAÇO

 Por Valdir Nogueira

Sinho Pereira e Luiz Padre


HÁ 100 ANOS, ÀS 4 HORAS DA TARDE DO DIA 24 DE AGOSTO DE 1921, NAS PROXIMIDADES DA POVOAÇÃO DE BOM NOME, SEBASTIÃO PEREIRA ASSASSINOU BARBARAMENTE O SR. JOÃO BEZERRA DO NASCIMENTO

Após uma peleja com a volante de Zé Caetano, em que perdeu a vida Luiz Macário, considerado um dos melhores cabras de Sebastião Pereira, evadiu-se este com seu grupo em direção a Bom Nome, porém, no caminho, bem próximo à vila, encontraram com o Sr. João Bezerra do Nascimento, no entanto, na ira em que estava possuído, em decorrência da morte de seu cangaceiro, desfechou Sebastião Pereira um tiro naquele inocente homem e o matou.

As forças do capitão José Caetano se transportaram para o local, não encontrando mais o grupo de criminosos. Sobre a morte de João Bezerra, quando da única visita ao seu torrão natal, em 1971, 49 anos depois após a sua despedida do cangaço e partida para Goiás, declarou Sebastião Pereira numa entrevista concedida ao Sr. Luiz Lorena:

Lorena - Depois de tanta refrega por que se retirou para o Planalto Central do país?
Sinhô – A família Pereira (minha família) vivia atormentada em face de minhas ações. Era imperativo mudar a face da história.
Lorena – Quais os fatos que mais perturbaram você?
Sinhô – Vários. No começo tudo o que eu fazia errado dava certo. Com o passar do tempo tudo o que eu fazia certo dava errado.
Lorena – Entre estes, você pode destacar um?
Sinhô – Sim. A morte de João Bezerra em Bom Nome. Na forma como eu procedi, acelerou minha decisão. O meu estado de espírito estava de tal forma desajustado que eu já não tinha condição de conduzir as ações do grupo que comandava.

Vista panorâmica do distrito de Bom Nome, São José do Belmonte, a partir do Monte de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
João Bezerra do Nascimento, residia na fazenda Carnaubinha, zona rural de Bom Nome, sendo filho de José Bezerra dos Anjos e Joana Batista do Nascimento, tendo matrimoniado-se com Vitoriana Josefina do Nascimento, sua prima legítima, no dia 20/4/1907, em cerimônia oficiada pelo monsenhor Afonso Antero Pequeno, na fazenda Boa Esperança, sendo ela filha de Manoel Desidério do Nascimento (ex-prefeito de Belmonte) e Josefa Maria do Nascimento.

A fatalidade fez com que João Bezerra perdesse a sua vida, inocentemente, quando foi brutalmente assassinado por Sebastião Pereira, crime ocorrido às 4 horas da tarde do dia 24/8/1921. No entanto, nessa região do sertão do Pajeú, onde quase todo mundo é parente, a mãe e o sogro de João Bezerra, eram parentes em segundo grau de Manoel Pereira da Silva e Sá, pai de Sebastião Pereira. Portanto naquela fatídica tarde, Sebastião Pereira, havia assassinado um suposto primo.


Valdir José Nogueira de Moura, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, São José de Belmonte-PE

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/08/memorias-do-cangaco-por-valdir-nogueira.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SERTÃO EM BOA FASE

 Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:2.579

Após o governador Divaldo Suruagy, ninguém fez tanto pelas estradas de Alagoas, especificamente, pelo Sertão alagoano, esquecido por sucessivos dirigentes estaduais há décadas e décadas, como o atual governante. Levamos em conta o que estamos observando na administração atual e não no puxa-saquismo que não é coisa de homem. Todas as cidades alagoanas estão interligadas por asfalto. Recentemente no Sertão, o trecho Batalha – Belo Monte, Carneiros – Santana do Ipanema, e as ordens para Olivença – Batalha, por dentro e, Mata – Grande com a ligação à BR-316, reivindicação de mais de 50 anos. Além disso a nova estrada Inhapi - povoado Piau (Piranhas). Mostra o dinamismo do governo em estradas sertanejas,  além da duplicação Arapiraca – Delmiro Gouveia.

Quando víamos o asfalto chegando às usinas da zona da Mata, perguntávamos por que os povoados do Sertão não tinham esse direito. Pois bem, achamos que essa fase nova de progresso teve início com a ordem para pavimentação asfáltica trecho BR-316 – povoado Pai Mané no município progressista Dois Riachos. Além disse vem a ordem para ligação de Inhapi também ao povoado Promissão. Ainda falta relacionar Senador Rui Palmeira – Carneiros, atestando a fase de prosperidade pela qual passa o sertão de Alagoas no momento. Um boom de obras! Mas aqui não relacionamos outras áreas contempladas como Saúde ou Desenvolvimento Urbano, por falta de tempo e maior segurança.

Esperamos que essa área continue a ser destaques também com o próximo governador.  O Sertão precisa ser estimulado para dá uma resposta à altura não só a Alagoas, mas também a todo o Nordeste e Brasil, a exemplo de uma Petrolina. O turismo na região de Piranhas tem dado ótimos resultados, a Educação superior e Saúde não ficam atrás nos principais polos sertanejos. Muito já se fez ultimamente, porém muito ainda se tem para fazer. Falta o Curso de Medicina em Santana do Ipanema, o Curso de Direito que poderão formar o ápice da Educação nas terras abençoadas de Senhora Santana.

E se alguém acha que estamos exagerando, recorremos ao jargão do nosso saudoso Lulu Félix: “Você não viaja...”.

ESTRADA, ESTRADA, ESTRADA (FOTO: B. CHAGAS).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/08/sertao-em-boa-fase-clerisvaldo-b.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VACINADO, ERASMO CARLOS TESTA POSITIVO PARA A COVID-19 E SE ISOLA: "PEÇO QUE TODOS TORÇAM"

 Por Redação Contigo

Vacinado, Erasmo Carlos revela teste positivo para a Covid-19: "Peço que todos torçam" - Reprodução/Instagram

Cantor deu a notícia pelas redes sociais, pediu apoio e disse que já está isolado há três dias; veja.

Erasmo Carlos anunciou nesta quinta-feira (26) que testou positivo para a Covid-19. 

Em seu perfil oficial do Instagram, o cantor publicou um vídeo dando a notícia e informou que já está cumprindo o isolamento social há três dias.

Ele também lamentou ter contraído a doença mesmo respeitando os protocolos e estando vacinado com as duas doses. 

"Oi, gente. Mesmo mantendo todos os cuidados, inclusive vacinado duas vezes, eu testei positivo para covid-19. Já estou no terceiro dia de confinamento como mandaram meus médicos e peço que todos torçam. Passa rápido", disse ele na gravação. 

Na legenda, o artista aproveitou para reforçar a importância da vacinação, já que o imunizante protege o indivíduo contra casos graves da doença: "Vacina urgente para todos!!! Se cuidem, se vacinem e torçam por mim". 

VACINADO

Em março, foi a vez de Erasmo Carlos receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Aos 79 anos, o cantor recebeu a imunização e fez questão de eternizar o momento nas redes sociais.

"Assim como eu, o povo quer vacina. Quanto mais rápido, melhor. Não doeu!", escreveu ele no Instagram ao compartilhar o vídeo da agulhada.

Veja:

https://contigo.uol.com.br/noticias/coronavirus/vacinado-erasmo-carlos-testa-positivo-para-covid-19-e-se-isola-peco-que-todos-torcam.phtml

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO

Por Pedro Uzêda

Em reportagem publicada no jornal 𝕸𝖊𝖙𝖗ó𝖕𝖔𝖑𝖊𝖘 , o jornalista André Uzêda retrata a figura histórica de Virgulino Ferreira da Silva, o 𝐋𝐚𝐦𝐩𝐢ã𝐨. A reportagem saiu na edição de hoje, 28 de julho, quando a morte do famoso guerrilheiro completa 83 anos.

Foram entrevistados os escritores Oleone Coelho Fontes (autor de “Lampião na Bahia”), José Bezerra Lima Irmão (autor de “Lampião – a Raposa das Caatingas”) e Robério Santos (biógrafo de Volta Seca e dono do canal no YouTube “O Cangaço na Literartura”). Veja matéria. - https://www.facebook.com/franciscopereira.lima.904

Robério Santos

MORTE DE LAMPIÃO COMPLETA 83 ANOS COM MISSA VIRTUAL E DIVERGÊNCIA ENTRE HEROÍSMO OU VILANIA DO CANGACEIRO.

Por Pedro uzêda

Apenas 10 minutos do dia 28 de julho foram suficientes para findar a trajetória de uma das figuras históricas mais celebradas e controversas do país. Se o tempo da ação foi extremamente curto, a data e o local da execução de Virgulino Ferreira da Silva — "o Lampião" — tornaram-se perpétuos.

Na grota da fazenda Angicos, pertencente ao município de Poço Redondo, no interior de Sergipe, o cangaceiro foi abatido por tiros de metralhadoras portáteis, disparados por uma expedição sob comando do incansável tenente ao seu encalço, João Bezerra, oficial das Alagoas.

José Bezerra Lima Irmão

Maria Bonita, primeira-dama do cangaço, também sucumbiu na tocaia armada. Ao todo, 11 foram dizimados no primeiro alvorecer daquela manhã, em 1938. Passados 83 anos, as circunstâncias e o local da derrocada continuam sendo estudados por Lampiológos (pesquisadores do tema), enquanto Lampiófilos (adoradores de Virgulino) cultuam o espaço quase como um santo sepulcro.

Por conta da pandemia, pelo segundo ano consecutivo, a tradicional missa na data da morte acontecerá apenas de forma virtual. O evento é organizado há 24 anos por Vera Ferreira, jornalista, neta de Lampião e Maria Bonita, e pelo Museu da Gente Sergipana, de financiamento público.

Oleone Coelho Fontes

Estudioso do tema, o escritor baiano Oleone Coelho Fontes, autor do livro "Lampião na Bahia" (na 11ª edição), mantém uma posição crítica em relação ao seu objeto de pesquisa. "Lampião era um facínora. Durante todo tempo que esteve no cangaço, Lampião não teve um ato de solidariedade, humanidade ou benfeitoria. Essa história que era um Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, é a mais pura mentira. Era exatamente o contrário. Ele roubava dos pobres, agricultores, pequenos fazendeiros e trabalhadores, para dar justamente coronéis", defende.

O escritor sergipano José Bezerra, autor de "Lampião, Raposa da Caatinga", obra de mais de 700 páginas, vincula a vida do cangaceiro ao período histórico ao qual ele está inserido. "A violência era crônica nos sertões do Nordeste. Vigorava ali uma espécie de culto à coragem. A justiça daquele tempo era cara, lenta e rara. Os juízes e promotores eram figuras decorativas, nas mãos dos coronéis do sertão. Os jurados eram escolhidos a dedo. O Estado era omisso, só aparecia na hora de punir ou para cobrar impostos. Lampião é definido simplesmente como um fora da lei. Mas, afinal, onde estava a lei? O povo do sertão não conhecia a Justiça. A violência era crônica nos sertões do Nordeste", pondera.

Destaque internacional

Os acontecimentos daquele 28 de julho, no sertão sergipano, repercutiram com enorme destaque até em publicações estrangeiras. A revista americana Time, em 15 de outubro de 1938, noticiou a morte do cangaceiro, chamando-o de "Lamp Post". O mesmo aconteceu com o The New York Times, tratando-o como "um dos mais temíveis bandidos do mundo ocidental". Periódicos da França e Argentina também dedicaram páginas ao assassinato de Lampião e seu bando.

"Lampião viveu no mundo dos coronéis, jagunços, vaqueiros, tropeiros, curandeiros, beatos milagreiros, fanáticos, cantadores, repentistas, secas e epidemias. Virgulino Ferreira não foi nem herói nem bandido, foi simplesmente um sertanejo à moda do seu tempo, um tempo brabo em que o sujeito para ser respeitado tinha de mostrar que era cabra macho, e para isso era preciso honrar cada palavra que dizia, fosse para o bem, fosse para o mal", diz José Bezerra.

Por 31 anos, as cabeças de Lampião, Maria Bonita e dos nove cangaceiros mortos na emboscada em Angicos, estiveram na Bahia. A maior parte do tempo no Instituto Nina Rodrigues, então no Terreiro de Jesus, em Salvador. Mesmo diante de tamanha prova material, no entanto, muita gente até hoje sustenta a tese que Lampião não morreu naquele ataque coordenado por João Bezerra. A cabeça decapitada como troféu pertenceria a um sósia, em um drible coordenado pelo astuto cangaceiro. Em Buritis, interior de Minas Gerias, um ancião garantia ser o próprio homem. "Eu sou o verdadeiro Lampião. Homem nenhum conseguiu matar Lampião, e só Deus será capaz de me matar", dizia.

 Morreu em 1993, aos 96 anos, idade exata que Virgulino teria se vivo fosse. "É impossível Lampião ter morrido em Minas Gerais, com tantas testemunhas do fato do 28 de julho de 1938 e algo tão gigantesco passar despercebido? E a cabeça? Ela ficou tanto tempo em exposição e todos concordam que era de Lampião. No mais, o tal “Lampião de Buritis” não tinha leucoma no olho direito, só isso já derruba a tese de muitos que desconhecem nosso Cangaço e adoram inventar histórias. É uma polêmica que não vale a pena debater", diz Robério Santos, pesquisador do tema e dono do canal no YouTube O Cangaço na Literatura.

 https://www.metro1.com.br/noticias/cultura/109816,morte-de-lampiao-completa-83-anos-com-missa-virtual-e-divergencia-entre-heroismo-ou-vilania-do-cangaceiro?fbclid=IwAR3PO2BGCz-BLmU1VqTfuzr3XPLDWgBGM4zkA3sH_8LnOrYB0Eiex-NPMsc

http:/blogdomendesemendes.blogspot.com

ALGO MAIS DO ATO "SILÊNCIO, A CULTURA DORME!", AGORA UM CORDEL


Pedro Popoff era até ontem um menino e aparece agora no ato, com outra fisionomia. Se antes era chamado de Pedrinho, agora não mais, pois é um baita Pedro, diria mesmo, Pedrão. Um cordelista como poucos e aqui pegando um texto de surpresa e o interpretando magistralmente no Calçadão da Batista:
Deus e o Diabo contra o Mal Maior
(autoria: Amanda Helena e Cátia Machado)
Essa história que lhe conto
De um diabo atrapaiado
Conseguiu expulsão do céu
Do inferno foi enxotado
Margoso num tinha amigo
Fez Deus perder paciência
Do Tinhoso era inimigo
Criatura desdenhada
Na Terra fez moradia
Bom era em fazer ruindade
E o fez com galhardia
Deu pra si uma missão
Dar fim na alegria humana
Da mais alegre nação
Proseando com um sujeito
Ouviu falar de um lugar
De belezas sem igual
Que tinha um povo sofrido
Cordel, baião, carnaval
Onde a figura margosa
Espalharia seu mal
Sendo só ressentimento
Resolveu firmar-se rei
Ser Mito era seu alento.
Garrou na beira da estrada
Cavalo solto que viu
No lombo do pangaré
Rumou destino ao Brasil
Era cabra muito tosco
De tudo fazia chacota
Pra gente triste, era Mito
Pros felizes, um idiota
E arranjou seguidores
Que pras suas intempéries
Eram fiés batedores
Por anos, pra lá e pra cá
Foi parar no interior
Do estado que era mai rico
Do adormecido Brasil
Foi onde ele encontrou
Mais que fiel escudeira
Rosinha, o seu amor
Rosinha era bonitinha
Mas como dizia a vó
Por fora bela viola
Rosinha era de dar dó
Por dentro, pão bolorento
Que se encantou com Margoso
Montada no seu jumento
Diabo foi tê com Deus
Reclamar o seu papel
Que se era pra sê ruim
O que seria do pobre
Vendo junto os dois tinhoso
Cabrita Rosinha Suína
E o Diabo Margoso
Era Morte das sofrida
Era guerra da vacina
Era tanta inguinorânça
Vestindo Sabedoria
Que já nem o sábio ria
Com tanta desgraça junta
E o povo não entendia
Deus, sem graça, remendou
Nas fala do Capiroto
Precisô se desculpá
Assumiu a distração
E propondo solução
Pra cabá com esses dois
Mió é nóis si juntá
O golpe tava tramado
Si juntaro dos dois lado
Deus e o Diabo de cá
Margoso e Rosinha lá
Si enfrentaro em votação
Queria a de papel
Mas isso deixaro não
Resgataro dos rincão
Onde o sol nasce quadrado
Um homi qui vem do povo
Se dizia injustiçado
Que dará o veredito
Confirmado em eleição
Se vem de Deus ou do Cão
Rosinha garra Margoso
Que era diabo dos Bão
A luta foi coisa feia
Com Deus não se brinca não
Mintira atrás de mintira
Tentando se acreditar
Inté se desmascará
Caíro, os dois, sem sustento
Tombando do pangaré
E do pobre do jumento.
Perdero até o seu rumo
Com as perna dando nó
Nas terras do outro um
Onde quadrado é o Sol
O povo voltou sorrir
Alegria sem igual
Festejando pelas ruas
Cordel, baião, carnaval
O povo cuida do povo
Que ninguém vá duvidá
Dessa desgraça de novo
E assim, voltou o normal
Mas tanto que consertá
E o Diabo, já festeiro
Voltou a atrapaiá
Mas nosso povo, com fé
E sendo Deus brasileiro
Tinha pra quem rezá e aonde se agarrá

OBS.: As fotos são minha e de Eric Schmitt.
HPA, pela transcrição - Bauru SP, domingo, 15 de agosto de 2021.

https://www.facebook.com/Pedrodocordel

http://blogdomendesemendes.blogspot.com