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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

THE FIVERS - MARCAS DO QUE SE FOI

Autor: Fevers
Este ano quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão
O tempo passa
E com ele caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão Ficar
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer
Este ano quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão
O tempo passa
E com ele caminhamos todos juntos
Sem parar
Nosso passos pelo chão
Vão ficar
Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer

Feliz Ano Novo para todos aqueles que participam déstas páginas:
Blog do Mendes e Mendes.

ENTREVISTA DE 2007 - omossoroense@uol.con.br

Por: Ana Paula Cadengue - Editor geral
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Geraldo Maia do Nascimento nasceu em Natal no dia 23 de maio de 1955. Filho de pai bodegueiro e mãe dona-de-casa, tem dois irmãos. Casado com Nilce Dantas, é pai de Marcelo e Renato. Morando em Mossoró desde 1998, tem uma verdadeira paixão pela história da cidade e de seu povo, além de ser um estudioso do cangaço.
O Mossoroense- Como surgiu o seu interesse por história?
Geraldo Maia - Eu sempre fui apaixonado por história, tanto que a minha mulher - que é professora de história, fez o curso por minha causa... (risos)
De tanto ela me ouvir falar, acabou fazendo a Universidade. Quando a gente namorava, eu fazia o curso de estatística e o curso de história da UFRN viajava muito... Tinha uma descoberta arqueológica, lá ia o pessoal. Eu, como aluno de estatística, não podia ir, então tratei de arrumar uma bolsa de trabalho - sem vencimentos - no Museu Câmara Cascudo, só para poder viajar.
OM - Você não teve vontade de seguir essa vocação profissionalmente?
GM - Não... Já imaginou dois professores dentro de casa? É difícil...
OM- Você, então, preferiu ser mais - digamos - prático?
GM  - A Petrobras é meu mundo prático. Mesmo como técnico de projetos, a minha área é planejamento, o que eu estudei e um trabalho agradável. Eu nem penso em me aposentar, gosto do que faço.
OM - Há menos de dez anos em Mossoró, você possui um dos maiores acervos sobre a cidade...
GM - História para mim sempre foi uma paixão mesmo, de eu estar estudando, procurando... Todo feriado que tem ou férias, a gente aproveita para viajar pela região, pelo sertão, ir atrás de assuntos que a gente não conhece. Onde tem alguma coisa sobre o cangaço... a gente já andou praticamente o nordeste inteiro. Onde tem algum movimento, ou houve, que a gente sabe que tem alguém da época ou que foi cangaceiro ou policiais, a gente vai lá, tenta levantar essas histórias. É uma maneira gostosa de aprender e minha mulher também me acompanha nessas loucuras... (risos). E os filhos quase sempre vão também... e gostam e incentivam o trabalho que eu faço.
OM - Você pesquisa há bastante tempo sobre o cangaço. O que está achando dessa "história" agora da inclusão de outros nomes no rol dos heróis da resistência de Mossoró a Lampião?
GM - Olha, isso é temeroso. E a gente fica... Como a gente faz parte de uma sociedade aqui em Mossoró que é bem conhecida. Aliás, eu acho que o lugar onde ela é menos conhecida é aqui em Mossoró, onde a gente tem menos apoio. Porque no resto do Brasil, a gente é super bem recebido. Na Semana Santa a gente foi a Paulo Afonso, onde tem bastante sócios da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, para uma solenidade na Academia de Letras, com discurso e tudo...  Isso mostra a importância que  dão a essa instituição fora de Mossoró...
Apesar da prefeitura daqui estar anunciando um Fórum do Cangaço... Esse fórum a SBEC já vem fazendo há 11 anos ... Esse ano a prefeitura nos convidou para incorporar o fórum que a gente faz sem ajuda de ninguém na programação dos 80 anos da resistência e esta semana - na quarta-feira, 16  - chegou para dizer que não vai dar mais apoio.... Tiraram o apoio e a gente está correndo para tentar ver se ainda dá tempo de realizar o fórum.
OM - E por que a prefeitura retirou o apoio?
GM - É o seguinte, eles tiraram de uma maneira indireta. Disseram que iam apoiar o evento, mas que a instituição tinha que se cadastrar como prestadora de serviço da prefeitura, aí a liberação da verba dependia da aprovação de um conselho, que se não aprovasse... Isso, a gente já tinha convidado uma série de palestrantes, visto preço de cachês, passagens aéreas, hospedagem. Afinal, a idéia era ser um grande evento por conta dos 80 anos da resistência, um evento em parceria oficial com a prefeitura... Mas a gente não pode ficar nessa dependência, e o presidente da SBEC,
Kydelmir Dantas, achou que a gente não tinha como esperar por isso, agradeceu a prefeitura e está partindo... Tirou o nome da SBEC dessa solenidade da prefeitura e está partindo para fazer um evento paralelo.
OM - Mas isso é estranho, porque a SBEC estava numa parceria com a prefeitura nessa comemoração dos 80 anos... Kydelmir inclusive fazia parte do prêmio Dorian Jorge Freire ...
GM - Pois é, isso anunciaram, mandaram um ofício de que ele estava fazendo parte da comissão julgadora. Até por ética, ele se negou a dar depoimento aos jornalistas que o procuraram e de repente ficou sabendo que o material já tinha sido avaliado. Ele perguntou: "e eu não estava na comissão?". Disseram que não. Ele ficou sem entender e disse que tinha recebido um ofício, mas...
Agora, isso tudo pode ser reflexo exatamente do que está acontecendo, com esses nomes extras aparecendo para serem homenageados e a gente entende que uma instituição como a SBEC não deve se calar. Sempre que forçam o aparecimento de nomes de pessoas estranhas aos fatos históricos, a gente está batendo em cima, vai ao rádio, à televisão, dizer "olha isso não é verdade, não aconteceu". Talvez isso esteja causando essa retirada do apoio oficial da prefeitura...
OM - Essa não é uma visão bem "coronelística", digamos assim?
GM - O que é uma pena, porque tudo o que a gente faz não tem nenhum interesse financeiro. A gente faz para ajudar a difundir conhecimento. O dinheiro que estaria envolvido, era para custear as despesas com cachês dos palestrantes, as passagens, hospedagem. Afinal, ele vem enriquecer a programação.
OM - Você não considera meio perigoso colocarem uma pessoa que não tem uma tradição como pesquisador para coordenar um evento de tal monta?
GM - Sim. Para você ter uma idéia, vamos falar de
Paulo Gastão, que é uma das pessoas que mais entende do movimento do cangaço, não só aqui de Mossoró, mas do Brasil inteiro. Ele foi o fundador da SBEC. Tem relação das pessoas que participaram do movimento, que estão vivas,  que não mais estão... em Goiás, em São Paulo. Um cara que o que você o quiser sobre esse assunto ele tem tudo.  Uma pessoa assim não ser convidada a participar de nada? Geralmente, nomeiam outra pessoa e vão pedir ajuda a ele. Aí, ele disse que não vai mais ajudar ninguém. " Se não querem minha ajuda de forma direta, eu vou me calar". Ele realmente perdeu o entusiasmo e se calou, o que é um absurdo.
Em determinado período, a gente bateu em cima do espetáculo "Chuva de Bala", que mostra umas cenas que não têm nada a ver com o que houve na época e no local e o diretor disse que "em espetáculo vale tudo".
Eu acho o seguinte, você está retratando um fato histórico, usando o ambiente onde aconteceu aquele fato, você tem que ser o mais fiel possível. Para você ter uma idéia, nem existia mulher no cangaço naquela época.
OM - Nem a Maria Bonita?
GM - Não. As mulheres só foram entrar no cangaço depois nos anos 30. Aqui aconteceu em 1927. Só depois dessa derrota, quando Lampião foi expulso aqui de Mossoró... Expulso é forma de dizer, porque a gente já chegou a conclusão de que ele praticamente não entrou na cidade.
Ficheiro:Praça do Teatro Municipal Dix-Huit.jpg
O máximo que Lampião chegou foi na esquina do teatro Dix-huit Rosado, ele tentou dar uns tiros, tinha uma trincheira muito forte, ele foi seguindo pro lado do cemitério e essa foi a participação dele nesse combate.
OM - Para você, qual a importância da preservação do passado?
GM - A preservação é importante, aí vem aquela frase clássica: "conhecer o passado para projetar o futuro", não errar no futuro. E nesse sentido tem sido feitas algumas coisas em Mossoró, se bem que de modo exagerado e mudando a verdade, mas são válidas no sentido de que mostram o passado. Tem sempre exagero.
OM - Esses megaespetáculos contribuem para a formação da identidade cultural da cidade?
GM - Tem sempre distorções. O Auto da Liberdade, por exemplo, fala na libertação dos escravos, mas fala também na "revolta das mulheres". É um fato que acontecem em 1875, quando as mulheres lutam contra o alistamento de seus filhos para a Guerra do Paraguai, que tinha terminado desde 1870. Pode até ter sido conseqüência da guerra ter que aumentar as reservas do exército do país, mas quando a própria prefeitura diz que foi contra o alistamento na guerra do Paraguai, e a gente já bateu contra isso... Bom, mas fica o fato, sendo contado distorcido ou não, fica o fato.
OM - Mas, essa não é a única distorção. O próprio aniversário da emancipação da cidade...
GM - Isso está ficando um caso chato, mas não sou eu que sou contra. As datas são claras. Tem em qualquer livro. Parece que as pessoas querem fazer as coisas e não têm paciência para ler, pesquisar. O presidente da Câmara aprovou uma lei criando o feriado de 9 de novembro... Mas, não há discordância entre os pesquisadores: não existe essa data de 9 novembro. E por que se comemora? Porque existe uma lei, e o cara que fez a lei não quer mudar. A emancipação da cidade foi no dia 15 de março de 1852.
OM - Nos seus textos sobre a história de  Mossoró e/ou mesmo em conversas com amigos, você aponta algumas falhas na administração da cidade, como a falta de uma política para a preservação do patrimônio arquitetônico, o descaso com o Museu e o esquecimento de fatos importantes...
GM - A prefeitura precisa encontrar uma forma de preservar o patrimônio arquitetônico sem isso venha a se transformar num ônus para a família proprietária do imóvel. Precisa também verificar e reparar o acervo do museu que se encontra fechado há anos. Mas, o que eu acho de máxima importância, é dar o devido destaque a Celina Guimarães.
Fonte: senado.gov.br
A prefeitura faz um alarde imenso em cima da resistência a Lampião, mas esquece de celebrar os mesmos 80 anos da primeira concessão de voto a uma mulher na América Latina, Celina Guimarães. Acho esse fato muito mais importante que a revolta das mulheres, o ataque de Lampião, porque é um fato que abrange toda a América Latina. E tem mais, o documento que comprova isso está sendo destruído pelo tempo e a falta de conservação. Se não houver alguma providência urgente, daqui a pouco não teremos mais como comprovar esse fato.
Fonte:
http://www2.uol.com.br/omossoroense/260507/conteudo/entrevista.htm

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Vídeo - Lampião

CANGACEIRÓLOGOS

Clique duas vezes para assisti-lo no YouTube


Dr. De Lacey Wardlaw, o Ministro Presbiteriano

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 1883 apareceu pela primeira vez em Mossoró um Ministro Evangélico de nacionalidade americana. Era o Dr. De Lacey Wardlaw, que aqui celebrou dois casamentos, o do Conrado Mayer com Maria Gomes da Silva e o de Ricardo Vieira do Couto com Maria Teresa Divina de Jesus. Esse ministro, tendo demorado alguns dias em Mossoró, fez diversas conferências, assistidas por um número sempre crescente de ouvintes, alguns dos quais aceitaram a religião evangélica.
De Lacey Wardlaw nasceu em 1856 no Estado de Tennessee (EUA). Bacharelando-se em Ciências e Letras recebeu, em 1880, ordens de Ministro do Evangelho por um dos Concílios dos Estados Unidos, quando contava com apenas 24 anos de idade. Foi mandado para o Brasil como Missionário do Sul, sendo-lhe designado o Estado de Pernambuco onde deveria exercer atividades evangélicas.
Em 1881 foi acometido de grave enfermidade, que o obrigou a embarcar para os Estados Unidos em um navio à vela, pois sua saúde não permitia esperar passagem de navio a vapor. Curando-se da enfermidade voltou ao Brasil nesse mesmo ano, desta vez sendo mandado para o Ceará, onde desembarcou a 27 de setembro.
Em 1883, De Lacey veio a Mossoró trazer a palavra de Cristo. A cidade vivia um momento de agitação intensa, com todas as atenções voltadas para a campanha pela libertação dos seus escravos, a exemplo do que já havia sido feito em algumas regiões do Ceará. Haviam marcado o dia 30 de setembro como a data em que Mossoró se declararia "livre da mancha negra da escravidão". E assim aconteceu. O Missionário compareceu à memorável sessão de 30 de setembro, tomando parte nos seus trabalhos, fazendo um discurso.
José Damião de Souza Melo, que foi amigo do americano desde o primeiro momento de sua chegada a Fortaleza, quando a 27 de setembro de 1881 foi recebê-lo, deve ter tido a iniciativa do convite para assistir o 30 de setembro.
Na ATA redigida por Almino Afonso, este fez menção à pessoa do Missionário, abrindo registro para o seu nome.
Diz o tópico da ATA:
"Coube a palavra ao ilustre hóspede da terra mossoroense, De Lacey Wardlaw, Ministro Evangélico dos Estados Unidos. Sua Senhoria, posto que não conheça bem os torneios da língua portuguesa, discorreu, todavia, nobremente, revelando a fecundidade do seu pensamento e elevada ilustração, congratulando-se com o povo americano, pela redenção gloriosa de Mossoró. Ele disse que lhe dava parabéns pelo modo pacífico de sua liberdade, uma vez que, sendo a sua Pátria o ninho clássico de todas as Liberdades civis, contudo não se conseguira, sem derramar oceano de sangue, apagar do solo dos Estados Unidos a nódoa secular da escravidão".
Mas não foi fácil a vida missionária de De Lacey em Mossoró. Retornando certa vez a Mossoró, aqui foi recebido debaixo de uma enorme chuva de pedras por parte dos fanáticos. Em outra oportunidade, estando o Ministro pregando, muitos dos ouvintes se preparavam para repelir quaisquer insultos. Veio sobre o telhado da casa uma verdadeira chuva de pedras. Um dos ouvintes, Durval Fiúza, saca de um revólver e após ele, alguns outros fazem disparos sobre os apedrejadores, que logo correram e jamais voltaram a apedrejar ninguém.
De Lacey Wardlaw foi pioneiro na pregação do Evangelho no interior nordestino. Além de Mossoró, onde fundou uma igreja, foi a Natal e ao Maranhão. Em Mossoró, a igreja criada em 1885, desapareceu posteriormente. Voltou aos Estados Unidos em 1901 e lá faleceu a 20 de janeiro 1934. Mas a semente estava plantada; cresceu e multiplicou-se, sem jamais ser inquietada.
(Para conhecer mais sobre a história de Mossoró visite o
O artigo foi escrito pelo jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fonte:

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Monumento ao Monsenhor Huberto Bruening

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Existe em Mossoró, ao lado direito da Catedral de Santa Luzia, um espaço chamado de "Largo Monsenhor Huberto Bruening", que foi projetado pelo arquiteto Carlos Augusto Nogueira Mendes. Esse Largo, consta de pavimentação de calçadas, construção de um pórtico, construção de pedestal,  colocação de um busto do Monsenhor Huberto, jardineiras, bancos e iluminação central. O busto foi doado pelo Sr. Francisco Ferreira Duarte e fica apoiado em um pedestal de 40 x 75 cm, em granito branco. O conjunto repousa sob um pórtico de 4,0m de altura, construído em granito ouro, tendo em sua base uma jardineira com revestimento de cerâmica, sendo toda a área iluminada por um poste  de 12,0m de altura com três luminárias. Em uma placa de bronze afixada no pedestal está escrito: "
"Ao Mons. Huberto Bruening o carinho e a gratidão da Cidade e da Diocese de Santa Luzia de Mossoró.
* 30-03-14 - S. Ludgero - SC
+ 29-08-95 - Mossoró - RN."
Huberto Bruening nasceu em São Ludgero, Santa Catarina, no dia 30 de março de 1914, às 8:00h de uma segunda feira. Cursou o primário na Escola Paroquial de São Ludgero; o ginasial fez em Brusque, no Seminário Arquidiocesano. Estudou filosofia em latim por três anos ainda em Brusque. Fez humanidade em São Leopoldo, RS e teologia em Fortaleza, no Ceará.
Chegou à Mossoró no dia 25 de abril de 1936. Em maio do mesmo ano foi incardinado na Diocese  pelo
Bispo D. Jaime de Barros Câmara, que lhe conferiu o Presbiterato na Catedral de Santa Luzia à 30 de janeiro de 1938.
Como homem de saber, lecionou nos seminários de Brusque, São Leopordo, Fortaleza, Belém do Pará, São Ludgero e Mossoró. As matérias que lecionava era o Latim, Português, Alemão, Filosofia e Música, dentre outras. Foi Reitor de Seminário, Capelão de Hospital, Censor, Cura de Sé e Presidente do Instituto Amantino Câmara, de amparo aos idosos.
Tinha uma paixão material que era a criação de abelhas Jandaíra, da qual se tornou especialista, participando inclusive de seminários Internacional em Munique sobre Apicultura em 1969 e nacional em Salvador, em 1989.
Em reconhecimento pelos seus atos, foi agraciado com o título de "Cidadão Mossoroense". Comandou um dos programas radiofônicos mais antigos de Mossoró que era "Mensagem de Fé", inicialmente na Rádio difusora, passando depois para a Rádio Tapúyo e finalmente na Rádio Rural.
Monsenhor Huberto semeou amizade durante toda a sua vida. E essas amizades não lhe faltaram nos momentos finais de sua vida. Morreu em Mossoró no dia 29 de agosto de 1995, sem nunca ter lhe faltado a presença de suas "Camilas", nome pelo qual chamava a todas que o ajudava. Sensibilizado pelo ato de compaixão que via em todas, sempre lhes dizia: "Eu não tenho com que pagar a ninguém, só Deus é que pagará a todas".
A cidade de Baraúna prestou homenagem ao Monsenhor Huberto, quando a Prefeitura tomou iniciativa de construir uma estátua e inaugurou no dia 29 de agosto de 1996, quando fazia um ano do seu desaparecimento, pela caridade e o respeito com que o Monsenhor tratava a todos. No ano seguinte foi a vez de Mossoró prestar a sua homenagem, inaugurando no dia 29 de agosto de 1997, dois anos depois da sua morte, o "Largo Monsenhor Huberto Bruening".
(Para conhecer mais sobre a história de Mossoró visite o site: http://www.mossoro.cjb.net/)
ADENDO   
José Mendes Pereira

É lamentável! Uma foto do Monsenhor Huberto Buening não existe na Internet.

O texto acima foi Escrito pelo jornalista Geraldo Maia do Nascimento


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Fonte:

Hoje na História - 21 de Setembro de 2011


Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 21 de setembro de 1973 dava–se o falecimento do Senador Francisco Duarte Filho, mossoroense nascido a 25 de dezembro de 1905. 
Médico de largo conceito, diretor do Hospital de Caridade de Mossoró, cargo de que se ausentou para ocupar a representação do Estado no Senado Federal, o Dr. Duarte Filho exerceu por vários anos a chefia política de Mossoró. 
Foi Prefeito municipal no período de 4 de novembro de 1935 a 18 de janeiro de 1936, tendo ocupado a Secretaria de Saúde do Estado na administração do Governador Aluízio Alves. 



 A cidade lhe tributa homenagem póstuma, tendo seu basto em bronze na praça do Hospital que hoje tem seu nome, além de uma artéria.

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Jornalista Geraldo Maia do Nascimento


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Encerrando as atividades de 2011 - Para compreender Lampião...

Por: José Lima Dias Júnior*
O caso da Grota do Angico em 1938, não pode ser desvalorizado ou ignorado. Nesse caso, as respostas para essa questão dependem de “pressupostos tácitos”. Embora seu conteúdo esteja sendo sempre aperfeiçoado. A História ou outras formas de conhecimento (Sociologia, Antropologia, Geografia, etc.) está claramente muito mais perto de novas descobertas do que as afirmações tendenciosas, exageradamente dogmáticas, que causam danos à ciência.

Quanto aos eventos históricos e o cuidado que o historiador (bem como, outros pesquisadores) deve ter, vejamos o que escreveu o filosofo romano Cícero (106 a.C. – 43 a.C.): A primeira lei é que o historiador jamais deve se atrever a registrar o que é falso; a segunda, que jamais deve se atrever a ocultar a verdade; a terceira, que não deve haver suspeitas de favoritismo ou preconceito na sua obra.

Mas, pelo que me é dado observar, permitir o suborno e a corrupção como meio de vida, já era na época do cangaço, um hábito comum. Lampião estava muito à frente do seu tempo. Opôs-se corajosamente à máquina estatal, quando fora perseguido pelas forças policiais de sete estados nordestinos. Porém, aliou-se aos “coronéis”, aos líderes políticos como forma de sobrevivência, daí seu lado estrategista. Como não era um revolucionário, tampouco foi motivado pelo desejo de perpetuar os interesses da classe social em que nasceu, bem como não fizera oposição à tirania.
Por: Rogério Dias
No curso natural da história, vemos um conjunto de informações (artigos, teses, livros etc.) serem abatidas “pelas armas dos novos fatos”. Colocar a figura de Virgulino Ferreira da Silva associada ao “banditismo social” é algo grotescamente mal empregada, uma vez que não podemos explicar suas práticas criminosas invocando tal fenômeno, muito menos justificar seu lado sanguinário. Assim como, não deixa bem claro que possuía características muito menos cruéis.

Certamente podemos exercer algum arbítrio quanto aos diferentes tipos de práticas condenáveis e modus operandi do “rei do cangaço”, contudo não deve ser decisões tomadas de qualquer modo, isto é, presa as conjecturas e a subjetividade. Quanto a mim, não quero dizer às pessoas que elas devem pensar, nem impor meu pensamento. O que tento observar, é que não podemos nos submeter a uma visão limitada, ou seja, a um pensamento imaginário e fantasioso. Precisamos, sim, de uma explicação baseada no conhecimento, mas que na vontade. Mesmo, sabendo que não existe uma verdade absoluta.

Para quem conhece um pouco da história do cangaço (neste caso sou um principiante), não podemos começar a apoiar teorias e opiniões que são obviamente absurdas, quanto as que procuram explicar o cangaço, enquanto fenômeno social.
Por Rosina Becker Do Valle
Como nordestino Lampião se pautou na superstição, nas crendices, no misticismo. As hierarquias sociais, a ausência do Estado, a questão da honra entre outras parecem adequadas para explicar o ingresso de Lampião à vida errante. Ainda sim, parece muito justo quando encontramos alguns pesquisadores apontarem que Lampião era um indivíduo sem compaixão, impiedoso, “cangaceiro infame, matado do mal, lei do sertão”, etc. Foram as circunstâncias que levaram Virgulino a enveredar pelo caminho do crime. Dessa forma, Lampião se favoreceu de alguns aspectos (corrupção, relação amistosa entre coiteiros e policiais, etc.) a adaptação na luta pela existência.

De herói a vilão, Lampião está presente no imaginário popular. A hipótese do envenenamento, no fatídico 28 de julho de 1938, não aceita por alguns estudiosos do cangaço, não mostra que a evidência seja escassa e até nula.

Com raízes no século XIX, o estudo do cangaço não deve ser visto ou atacado como“meras opiniões subjetivas” ou algo que não pode ser questionadas. O perigo da subjetividade e do preconceito tem sido perceptível desde o começo da história, observa Carl Sagan (O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 292). Não quero, aqui, abraçar o solipsismo, que a única realidade é os meus próprios pensamentos.
Por: Eduardo Lima
O fenômeno do cangaço não deve ser visto como algo demasiadamente simples, ingênuo, mas, algo que parece ser bastante complexo. As engrenagens deste fenômeno se entrecruzam, onde as partes componentes se complementam. Contudo, talvez seja necessário algum fato histórico não descoberto para compreender o universo lampiônico.

Não que todas as tentativas para explicar o evento da Grota do Angico têm falhado. Entretanto, é tão complexo e estranho que ainda não podemos compreendê-los.
O Fantasma de Lampião - Por Alexandre Fiuza
Se conhecermos a maior aproximação possível da verdade e não conservarmos os interesses de grupos, teremos condições de não repetir os erros cometidos no passado. O evento que culminou com a morte do maior ícone do cangaço são, assim como outras questões sujeitas à refutação, que precisam de uma ampla revisão.

É essencial para muitas outras ciências, a veracidade dos fatos. Não se pode fazer ou produzir conhecimento pautado no “achismo”. A História é um campo de possibilidades. Entretanto, a pseudociência não nos ajuda em nada. Diante do exposto, vejamos a observação de Carl Sagan (2006, p.305) acerca da ciência:
Por: Ana Miranda
A ciência é diferente de muitos outros empreendimentos humanos — evidentemente não pelo fato de seus profissionais sofrerem influência da cultura em que se criaram, nem pelo fato de ora estarem certos, ora errados ( o que é comum a toda atividade humana), mas pela sua paixão de formular hipóteses testáveis, pela sua busca de experimentos definitivos que confirmem ou neguem as ideias, pelo vigor de seu debate substantivo e pela sua disposição a abandonar as ideias que foram consideradas deficientes. Porém, se não tivéssemos consciência de nossas limitações, se não procurássemos outros dados, se nos recusássemos a executar experimentos controlados, se não respeitássemos a evidência, teríamos muito pouca força em nossa busca da verdade. Por oportunismo e timidez, poderíamos ser então fustigados por qualquer brisa ideológica, sem nenhum elemento de valor duradouro a que nos agarrar.
Por: Totonho Laprovitera
Prezado Kiko,
Tomei a liberdade de enviar esse texto como forma de reconhecimento do belíssimo trabalho executado pelo "Lampião acesso", o que torna possível acreditar na pesquisa e na ciência como forma de compreender o que está na nossa volta.
 Atenciosamente,
 José Lima Dias Júnior
 Mossoró, 28 de dezembro de 2011.

*Graduado em História pela UERN. Leciona na Rede municipal de ensino na "Cidade de Quatro Torres".
Fonte:

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IMPORTANTE REVER - SÍLVIO BULHÕES REVELA

Por: Aderbal Nogueira

Amigos do Cariri Cangaço,

Segue trecho da entrevista feita com o amigo Sílvio Bulhões,


Filho de Dadá e Corisco,


entrevista essa que dentre as várias revelações, nos fala sobre o massacre da Fazenda Patos; narrando os fatos de acordo com o que Dadá contou para ele. Acredito eu que ele contou a verdade que ouviu de sua mãe; já se o que ela contou é verdade, cabe aos pesquisadores tirarem suas conclusões. Neste mesmo vídeo temos a participação especial do Caipira de Poço Redondo, nosso amigo Alcino Alves Costa.


"Corisco! se vocês quiserem matar os meninos matem, mas primeiro eu parto você em dois com esse meu parabelum , depois façam o quiser de mim e dos meninos"...


O amigo Sílvio é de uma gentileza sem tamanho, extremamente educado e amável, não procura esconder nada, é bastante realista e sabe perfeitamente qual foi a realidade das coisas, não procura tapar o sol com uma peneira. E apesar da realidade cruel e cruenta em que seus pais viveram é de uma devoção sem tamanho à memória deles, o que eu respeito e admiro, porém, como já disse, ele sabe perfeitamente a realidade nua e crua do que aconteceu. 

Aderbal Nogueira
Laser Vídeo

TONNI LIMA

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“Eu nunca senti que houvesse sido amado, porque amar com palavras e corpo é fácil, difícil é a amar com o
 
coração e, eu sempre soube que nenhum coração tinha tempo a perder comigo”

Tonni Lima
Fonte: Blog: fraseS subntendidaS

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Por uma verdadeira valorização da obra de Câmara Cascudo


Câmara Cascudo nos deixou um grande legado. Desenvolveu uma vasta obra que versou sobre os mais variados temas. Demonstrou grande acuidade analítica ao tentar compreender nossas especificidades culturais, históricas e sociais. No entanto, apesar de sua produção intelectual, as duas principais correntes predominantes interpretativas de seu pensamento não conseguiram, nem de longe, tangenciar as suas reais potencialidades teóricas.
Fonte: dacadeirinhadearruar.blogspot.com
A primeira escola – seguida pelo oficialato da cidade – se notabilizou e continua a se destacar por salientar as capacidades extraordinárias de Câmara Cascudo e de como é bom Natal ter um intelectual representativo no cenário nacional. Os seus interlocutores ficam restritos a uma leitura biográfica – um pouco fantasiosa, diga-se de passagem – do pensador.
Memorial Câmara Cascudo - Fonte: scriptusest.blogspot.com
Os fatores que dizem respeito à discussão da validade das suas análises sócio-antropológicas são quase que desconsiderados. Tratam, mesmo quando estudam o seu itinerário, de esquecer, sobretudo, da ligação do ilustre natalense com os grupos políticos mais conservadores de sua época. Os representantes desta corrente se apresentam como os “interpretes autorizados” e se autodenominam “cascudianos”. São sempre lembrados quando alguma instituição local resolve fazer algum colóquio, congresso ou seminário para nos lembrar o quanto Câmara Cascudo era inteligente e que ele nasceu em terras potiguares.
Fonte: almadobeco2.blogspot.com
A segunda vertente – a que se diz complexa – também não perde a viagem quando o assunto é empreender uma interpretação irreal de Cascudo. Na perspectiva desse movimento (pseudo) teórico, Câmara Cascudo chega a ser comparado com o antropólogo francês Claude Levi-Strauss.


Ora, qualquer aluno iniciante de antropologia sabe que Câmara Cascudo e Levi-Strauss se enquadraram em duas tradições dispares de pensamento.

Eles cultivaram metodologias e referencias científicas distintas. Dizer que há uma obra similar é como querer juntar o céu com a terra. Essa (absurda) associação nos mostra que pensar de modo verdadeiramente complexo é algo que se realiza na prática. Não se resolve por um ato nominalista.

Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

Não há a menor possibilidade de negar a importância biográfica e intelectual do nobre pensador. Esta não é a intenção deste opúsculo. Muito pelo contrário! A questão que se tenta expor é que um pensador como Câmara Cascudo merece muito mais. Para além dos floreios verborrágicos e das agregações estapafúrdias, é relevante entender que a teoria de cascudo pode efetivamente ajudar a compreender o que faz do Brasil, Brasil. Esta foi, sem dúvida, a sua maior contribuição.

Fonte:


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Hoje na História - 30 de Dezembro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 30 de dezembro de 1830 era inaugurada a reforma da Capela de Santa Luiza, com imponente procissão da milagrosa Virgem, de regresso ao seu primeiro altar.
O historiador Câmara Cascudo narra o cunho altamente festivo do acontecimento, em cuja despesa está debitada a importância de 960 réis, gastos com “trovejantes cargas de foguetões e ¾ de pólvora para se atirar na passagem de Santa Luzia para a capela”.
Mandaram buscar no Assú o mestre Pedreiro Manuel Fernandes, que veio com um escravo mestre de obras (R. Nonato em “Evolução Urbanística de Mossoró”).
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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento


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DE PÉS DESCALÇOS (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

DE PÉS DESCALÇOS
Dizem que os espinhos da estrada são como pontas de canivetes famintos, que as pedras que se espalham na terra causam tormentos terríveis, que as miudezas cortantes que estão por todo lugar ferem a pele e adentram o solado.
Sobre tudo isso já sei e ainda assim joguei bem longe minhas sandálias de couro cru para deixar em nudez os meus pés, descalços para o longo caminho que tenho de seguir. Quem dera o chão pisado ser espelho de cada passo.
E os meus pés, acostumados que são a andar calçados e protegidos por todo lugar, sobre terra, pedra e asfalto, terão de se acostumar com a penitência de provar na dor o sabor do encontro.
Partirei assim que o sol se esconder, a vermelhidão sumir atrás de sua porta e os primeiros sinais da noite surgirem. Sem o queimor do sol, sem o calor escaldante, com a brisa do anoitecer talvez seja mais fácil andar.
Certamente que sem o sol açoitando, revirando tudo que há debaixo e por cima da terra, as pedras e os espinhos do caminho procurarão descansar dos ferimentos provocados em outros pés ao longo do dia.
Mas certamente também nem todos repousaram satisfeitos no leito da escuridão. Pedras, espinhos, garranchos e outros cortantes existem que continuam esperando a passagem de outros pés no mais alto negrume e madrugada adentro.
Sabem que são esses pés que trazem consigo os passos dos atormentados, dos penitentes, dos pecadores, dos que fazem da provação uma forma de redimir suas culpas e aliviar as dores e os tormentos que afligem o coração.
Quantos pés descalços não já feriram, lanharam, cortaram, fizeram sangrar nessa condição? Ora, a pessoa que segue acha apenas que pisou num espinho, numa ponta de pedra, quando vai deixando pra trás as marcas avermelhadas de seus erros.
Mas também não sei se a noite será menos dolorosa. No luminar do dia ainda se avista tudo ao redor, os percalços e os perigos, e principalmente os perfurantes que tentam se esconder à espreita. Na noite tudo é diferente.
Sem outra luz senão a da lua e do que possa enxergar o olhar, os meus pés descalços não pisarão noutra coisa senão na mais afiada ponta. É sempre assim quando se caminha arriscando a sorte para sofrer menos.
Haverá um laivo de sangue que brota, uma ferida aberta, uma chaga na pele, um lanho que se abra num pequeno fio, um espinho que adentra, um espinho que fica, um espinho cuja pontada fará aguçar ou perder os sentidos.
Mas qual o sentido mesmo dessa dolorosa viagem, de pés descalços, em meio ao anoitecer e seguindo adiante até onde o passo possa chegar? Por que caminhar na dor, procurar no sofrimento esse encontro?
Já faz muito tempo que deixei de te olhar com o mesmo espelho de seu olhar de paixão. Sua doçura, ternura e carinho eram para mim estranhezas numa relação apenas suportável para mim.
Não era nem minha esposa, minha mulher, apenas uma namorada que sempre quis ser companheira, amiga, amorosa e compreensiva amante. Ora, pensei ter as minas de ouro, as riquezas da vida, o baú cujas chaves repousavam às minhas mãos.
Pensei ser dono de tudo, dono do mundo, e principalmente de você. E por ser dono a deixei num canto esquecida e repreendi assim que me lançaste um olhar e uma palavra. E mandei ir embora, sair porta afora, achando que voltaria num grito.
Ontem gritei, hoje desesperei, não suportei mais a ausência. Apenas vi quando seguiu pela estrada, entrou na curva do caminho e sumiu. Onde estará o meu amor agora, onde estará agora aquela que precisa ouvir minha confissão e o meu pedido de perdão?
Não sei, mas juro que irei encontrá-la. Por isso estou de pés descalços, já pisando em pedras e espinhos. E quem sabe confessando o amor verdadeiro ela não me ajude a sarar de tantas feridas.

Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
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