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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

PADRE FREDERICO BEZERRA MACIEL

Padre Frederico Bezerra Maciel

Sim amigos, tenho grande admiração pelo Padre Frederico Bezerra Maciel. Frederico Bezerra Maciel nasceu em Porção, em 22 de outubro de 1912. Fez o ensino primário no Colégio Diocesano de Pesqueira e depois foi para o Recife, onde cursou o secundário, no Colégio Nóbrega.
   
Aos 16 anos decidiu ser padre e seguiu para o Seminário Maior de Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo. Em Friburgo, Rio de janeiro, entrou para o noviciado dos jesuítas e no Seminário de Olinda fez os estudos superiores de Filosofia e Teologia.

Depois de ordenado sacerdote secular, em 01 de março de 1942, na catedral de Santa Áqueda, em Pesqueira, Frederico, ávido de conhecimento, seguiu para a Europa, onde fez estudos de Sociologia, História da Arte e geografia Bíblica. Viajou pelo Oriente Médio, África e parte da América do Sul, em estudos bíblicos. Fez vários cursos: Sociologia, Arte, Técnica em Agricultura, Assistência Social, Parapsicologia e outros, era homem inteligentíssimo e humilde.

A sextologia "Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado" desenvolvida por ele, onde mostra sua relação e atitude corajosa de defesa e compreensão ao Rei do Cangaço Lampião. 
Sabemos, que até mesmo os mais sérios estudiosos do cangaceirismo tomaram atitudes e caminhos diferentes, em suas narrativas, embora no âmago histórico todos convirjam. 


Vemos também esse desencontro até mesmo na ciência. Alguns estudiosos, como exemplo, da escola de Nina Rodrigues, das heranças e atavismos das teorias de Lombroso, e outros que invocaram a secura e a dureza dos elementos naturais como responsáveis pelo comportamento desumano daquele ser marginalizado, sempre em conflito com o meio social em que vivia, também se desencontravam em suas teorias.



Até mesmo um ícone da literatura, Euclydes da Cunha, em certa passagem de sua obra "Os Sertões" publicado em 1902 e que trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia, incidiria no excesso de considerar que a mestiçagem extremada era um retrocesso. O mestiço, traço de união entre as raças, disse, "é quase sempre, um desequilíbrio." 
Padre Maciel não sustenta propriamente uma tese, pois dispunha-se apenas estudar e examinar os passos e ações de Lampião, na longa caminhada de revolta e do crime, e mesmo que discorde, assim como muitos, o fazia para absolvê-lo dos seus erros.
Sua posição era a de um autentico sacerdote piedoso, que perdoa os pecados, tanto mais se esses pecados eram resultado de uma vivência sofrida de uma vítima do infortúnio e da desgraça, numa sociedade que não tinha nem procurava ter os meios para atenuar as profundas injustiças que nela existia. 
Nosso querido Padre Maciel, numa atitude que talvez até possa ser interpretada como explorando aspectos de reivindicação ou de simples luta de classes, nos brinda com sua posição de origem religiosa.
Acostumado à leituras da Biblia, que em suas páginas narra violentos conflitos provocados por ambições sociais e de poder, penso que procurou dar à sua avaliação e narrativa uma orientação no sentido de que esta terra antes de ser de promissão, é mais um vale de lágrimas, de durezas e misérias, mostrando que antes de condenar, tem-se que examinar os erros de cada um.
Não vejo o Padre Maciel como ingênuo, pois sua formação me permite visualizar através de seus cursos feitos na Europa e com uma larga experiência, junto às vigararias onde serviu, em várias paróquias do nordeste, uma atuação que se deparou com inúmeros casos sociais. 
Tinha forte estudo psicológico e de vivência humana, não se podendo dizer, portanto, que a sua contribuição ao estudo do banditismo no nordeste seja fruto de um ponto de vista apaixonado. Não acredito nesse tipo de papel exercido por ele. 
A prolongada permanência no Sertão, as confidências recebidas e as conversas que ouvia particularmente e no confessionário, só lhes eram feitas por ser um padre. Esses foram os recursos de que se utilizou, sem se afastar dos compromissos de honrar o voto confessional que fez em sua religião, para construir a sua tese e dar o seu vasto depoimento e para isso precisar de muitas páginas em seu livro, que de único passou a ser seis. 
Por que esse homem era assim? Ao relatar aspectos de sua infância e juventude no Sertão, declarou textualmente: - "Parte de minha infância passei em Pesqueira, onde geralmente se concentravam as tropas para perseguição ao banditismo. As conversas na cidade giravam obrigatoriamente em torno da tropa ali sediada e das façanhas e desmandos do bando de Lampião. Era um 'Centro' de informações sobre a evolução do banditismo no sertão." 
Vemos então que esses fatos marcaram a sua adolescência e muitas vezes talvez tenha perguntado "Por que Lampião era assim?" 


Quando era seminarista, passava as férias no Sertão, no município de Triunfo, acompanhando o Sr. Bispo às Missões, em visitas pastorais e deve ter ouvido e visto muita coisa. Depois de ordenado, quatro anos após a morte de Lampião, foi designado para a paróquia de Tacaratu, que abrangia Petrolândia e Inajá (antigo distrito de Moxotó e Santo Antonio da Glória (na Bahia). Toda essa região (sertão baiano, Alagoas, Sergipe, Pernambuco), dentro do eixo do São Francisco, era percorrida a cavalo, para celebrar missas, fazer casamentos, batizados e efetuar confissões.

Conversava apenas, sem intenção de documentar, pesquisar ou escrever. Apenas como disse ele "Guardei de memória muitas dessas conversas, e tomava algumas notas, sem quebrar o sigilo dos nomes de pessoas e dos fatos que me eram revelados. Passei nove anos naquela região sertaneja e também em Flores e Carnaíba (Sul e Norte de Pernambuco). Viajei ainda pelo rio de Contas, Chapada Diamantina, região do Cariri e Rio Grande do Norte, Voltei, depois, ao Sertão, várias vezes, desde 1958, já residindo no Recife e, então com o intuito de pesquisar, tornei-me fotógrafo revelador de filmes, para melhor documentar tudo o que colhera sobre o banditismo, especialmente de Lampião."

Segundo o Padre Maciel, o livro, estava escrito desde 1943 e tinha 1.200 páginas, cerca de 33 fotografias e que foram perdidos nas cheias do Recife muita documentação.
Mesmo que alguns amigos digam que Padre Maciel colocou também seu coração nesse livro e admirava o cangaceiro e por isso seus relatos estejam cheios de romantismo, continuo a ter profundo respeito e admiração por ele.

Raul Meneleu, pesquisador - Aracaju SE
http://meneleu.blogspot.com.br/

ENTREVISTA COMPLETA COM "BENJAMIN ABRAHÃO" DO FILME "BAILE PERFUMADO".


Uma entrevista sensacional que realizamos com o ator Duda Mamberti, que deu vida ao personagem Benjamin Abrahão no filme "Baile Perfumado" (1996) de Lírio Ferreira e Paulo Caldas.

O ator interpretou no filme o mascate sírio-libanês Benjamin Abrahão Calil Botto, antigo secretário particular do Padre Cícero do Juazeiro do Norte/CE, que entre os anos de 1935 e 1936, acompanhou o bando de Lampião e produziu dezenas de fotos e a única filmagem existente de Lampião e seu bando. Conquistando a confiança do rei do cangaço e conhecendo o cotidiano e segredos até então desconhecidos por todos.

Nessa entrevista o ator Duda Mamberti fala sobre o elenco, os bastidores e todo o desenrolar dessa fantástica produção cinematográfica que marcou época por ser um trabalho em grande parte fidedigno a história, além de tantas outras curiosidades a respeito do filme e do tema em questão.

Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões.





ASSIM ERA DADÁ | LIANDRO ANTIQUES (ENTREVISTA COMPLETA)

SOBERANA É A MÃE DE DEUS.


Por João Filho de Paula Pesso

Certa vez, Corisco e Dadá estavam acampados num coito de uma fazenda conversando com o fazendeiro e percebeu que toda vez que se aproximava alguém, uma cadela perdigueiro que lá estava, se alertava, enrijecia o rabo e ficava atenta e arisca. Corisco comentou que se tivesse uma cadela daquelas, dormiria mais à vontade. O Coiteiro então deu-lhe imediatamente de presente, dizendo “é sua”, Corisco agradeceu e perguntou o nome dela, o coiteiro informou que era Soberana, neste momento Corisco sisou o rosto e disse que a aceitaria mas iria mudar seu nome, pois Soberana é a Mãe de Deus e que aquele não era nome para se botar em cachorro. O Coiteiro se desculpou e disse que ele podia botar o nome que quisesse. Corisco disse que a partir daquele momento o nome dela seria Jardineira e a levou consigo, integrando-a ao bando e fazendo par com o outro cachorro do grupo, que se chamava ‘Seu Colega”. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.


LIVINO FERREIRA DA SILVA FILHO DE JOSÉ FERREIRA E DE DONA MARIA SULENA DA PURIFICAÇÃO.

Por José Mendes Pereira
Livino Ferreira da Silva é o que está à esquerda sobre duas irmãs.

Em 7 de novembro de 1896 nascia Livino Ferreira da Silva que no mundo do crime foi alcunhado de o cangaceiro Vassoura. Ele era o primeiro filho de José Ferreira dos Santos com Maria Sulena da Purificação. Segundo José Bezerra Lima Irmão Antonio Ferreira também é filho de José Ferreira dos Santos. Sendo assim ele é o segundo filho do casal.

No dia 04 de julho de 1925 Lampião teve o desprazer de saber da morte do irmão feita pelas volantes da polícia. Nesse dia Lampião atacou a fazenda Melancia, em Flores no Estado de Pernambuco. O proprietário dela era o Zé Calú e foi violentado pelo grupo. Em seu socorro vieram os sargentos Imbrain e Zé Guedes com 30 soldados e resolvem perseguir o grupo que se alojara na fazenda Barra do Juá, onde lá foi morto dois cangaceiros. Os cangaceiros vão para o sítio Tenório, em Flores - PE onde o soldado Berlamino Morais em pleno combate viu um vulto de cangaceiro em cima de uma pedra gritando e atirando. Belarmino então atira e mata. Era o cangaceiro Livino Ferreira da Silva irmão de Lampião.

No outro dia ao saber disso o capitão Zé Caetano e o cabo Pedro Monteiro vão até a fazenda Tenório e encontram os 3 corpos sem as cabeças, prática esta utilizada pelos cangaceiros para dificultar a polícia o reconhecimento de quem foi morto.

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DONA JACOSA AVÓ DE LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

Dona Jacosa (a primeira na parte superior do desenho) era avó de Virgolino Ferreira da Silva o Lampião, e era a mãe de dona Maria Sulena da Purificação e de dona Francisca Jacosa conhecida por Chica Jacosa. 


Não confundir. Dona Jacosa está no desenho na parte superior e esta é dona Francisca Jacosa (Chica Jacosa) filha de dona Jacosa mãe da mãe de Lampião. Se existe foto de dona Jacosa feita por fotógrafo eu desconheço.

Infelizmente eu não tenho muito que falar sobre ela, como por exemplo: quem eram seus pais, irmãos e onde nasceu.  Sei que ela residia a 200 metros da casa de José Ferreira dos Santos e dona Maria Lopes os pais de Lampião. 

Afirmam os pesquisadores do cangaço que desde menino Virgolino Ferreira da Silva vivia mais na casa da avó, costume de algum neto viver mais agregado aos avós que moram perto da casa dos pais.

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