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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

SEGUEM ALGUNS VALORES DAS POUSADAS NO CENTRO DE SÃO RAIMUNDO:

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Bella Vista
3 a 4 pessoas por quarto = R$ 40,00 p/ pessoa com café da manhã (preço especial para p congresso)

Pousada Zabelê
Individual: R$ 120,00
Duplo: R$ 150,00
Triplo: R$ 180,00
Cama extra: R$ 30,00.
Preços para apartamento completo com ar, frigobar e café da manhã.

Hotel Real
Individual: R$ 140 com ar e R$ 58,00 com ventilador
Duplo: R$ 182,00 com ar e R$ 72,00 com ventilador.
Sendo um grupo de 25 pessoas, eles conseguem fazer R$ 50,00 por pessoa.
Todos os valores são com café da manhã.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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EM 1929 LAMPIÃO PASSOU EM ITABAIANA


Povoado Saco do Ribeiro, atual Ribeirópolis. Aqui Lampião passou em 1929. Itabaiana no Estado de Sergipe. Houve algo curioso envolvendo um telefonema feito daquela casa ao fundo, a que se destaca. Sabem qual foi?

Lampião ligou para Othoniel Dórea em Itabaiana e avisou que ia invadir aqui, mas antes disse que o delegado daqui era seu companheiro, pois era cego de um olho também.  

Como ele sabia desse detalhe? 
Aí... coisas de Lampião.

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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ENTREVISTA - FILHOS DO CANGAÇO INÁCIO CARVALHO OLIVEIRA

Por Geraldo Júnior

Prezados amigos (as), é com imensa satisfação que lhes apresento mais um Documentário da Série "FILHOS DO CANGAÇO".

O filho dos cangaceiros Moreno e Durvinha Inácio Carvalho Oliveira e o escritor Rostand Medeiros

Nosso entrevistado Inácio Carvalho Oliveira "Inacinho" é filho do casal cangaceiro Moreno e Durvinha, antigos integrantes do bando do cangaceiro Lampião.

Durvinha e Moreno

Inacinho nasceu no ano de 1938 enquanto seus pais ainda estavam no cangaço, após um mês de nascido, seus pais tiveram que entregá-lo para adoção, por causa da dura vida que levavam em meio a caatinga.

No ano de 1940  (02 de fevereiro), Moreno e Durvinha decidiram abandonar o cangaço e partiram em fuga rumo à outras terras, deixando para trás seu primogênito.

Moreno e Durvinha escolheram o Estado de Minas Gerais como destino final, onde se estabeleceram, mudaram seus nomes e permaneceram escondidos de todos, inclusive da própria família.

Neli Conceição

O reencontro entre pais e filho aconteceu após sessenta e seis anos de separação, graças a busca incessante que sua irmã Neli Maria da Conceição, manteve durante longos anos à sua procura.

Um relato histórico e emocionante que vocês conhecerão ao assistirem essa entrevista.

FILHOS DO CANGAÇO...

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior

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TCM MOSSORÓ DE TODOS OS TEMPOS - RODRIGUES FOTÓGRAFO (PARTE 3)


TCM MOSSORÓ DE TODOS OS TEMPOS - RODRIGUES FOTÓGRAFO (PARTE 3)

Publicado em 22 de junho de 2012

Entrevista José Rodrigues (RODRIGUES FOTÓGRAFO) fazendo uma retrospectiva de como começou na arte de fotografar, falando também sobre turismo (as grandes potencialidades do turismo na Costa Branca do Rio Grande do Norte.

https://www.youtube.com/watch?v=n66IycNwefo&list=UUEROdHAyZIRv1f-HD4de_cg&index=16

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CARIRI CANGAÇO - EDIÇÃO DE LUXO - ANO V

Por Manoel Severo

Juazeiro do Norte será nossa Sede no Grande Cariri Cangaço Edição de Luxo - Comemorando nosso ANO V. Venha, junte-se à grande família Cariri Cangaço de todo o Brasil e participe deste que será mais um momento inesquecível de fortalecimento e engrandecimento da cultura, memoria e história do sertão. Desta vez no Estado do Ceara, berço do Cariri Cangaço.

CARIRI CANGAÇO - EDIÇÃO DE LUXO - ANO V

Juazeiro - Crato - Barbalha - Missão Velha - Aurora - Barro - Lavras da Mangabeira
Programação em Breve.
www.cariricangaco.com



INGRA HOTEL - Hotel Oficial do Cariri Cangaço em Juazeiro do Norte
Contato - 088 3512 5419 falar com Juscelino.


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Sexo, Amor e Polêmica em Noite de Debates no Encerramento do Cariri Cangaço Piranhas 2015 !

Aderbal Nogueira, Wescley Rodrigues, Juliana Pereira e Manoel Severo

Novamente o auditório do Centro Cultural Miguel Arcanjo, centro histórico da mais bela cidade ribeirinha do Brasil; viveu momentos eletrizantes e marcantes, cheio de polemica e muita discussão quando trouxe à luz do debate outro tema dos mais intrigantes de todo o evento: A Sexualidade no Cangaço. Para a mesa tão esperada: Aderbal Nogueira, Wescley Rodrigues e Juliana Pereira.

Tendo como primeiro painelista o Professor Mestre da Universidade de Campina Grande, doutorando em Historia Cultural, Wescley Rodrigues, de Cajazeiras, a temperatura aumentou e o grau da polêmica chegou a envolver inclusive a inviolabilidade da masculinidade dos homens cangaceiros, o professor Wescley Rodrigues afirma: "chegou a hora desta geração de pesquisadores recortar com responsabilidade as temáticas que envolvem o cangaço em todas as suas nuances e capilaridades, assim nos propomos a discutir com lucidez a questão da sexualidade masculino, que ficou sob minha responsabilidade, sobre a sexualidade feminina com Juliana Pereira e o amor no cangaço com Aderbal Nogueira".

Juliana Pereira e a sexualidade feminina na época do Cangaço"

"O meio molda nossa sexualidade... Aqui no sertão do nordeste vivíamos uma sociedade patriarcal...esta história de que as mulheres eram livres no cangaço é uma grande mentira" reforça Wescley Rodrigues em sua fala e em certo momento , arremata sobre a historia da masculinidade de grandes vultos da historia:" Vejam, Julio Cesar o imperador romano, era conhecido como o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens. Acredito sim que existiam homossexuais no cangaço... Por quê ? Porque são seres humanos..." 

E continua o professor Wescley Rodrigues, apimentando ainda mais o debate :"Acho que todos devem ler o livro de Pedro Moraes (Lampião o Mata Sete) , até para poder criticar, até para poder contra-argumentar. A obra de Pedro Moraes para mim, é uma grande obra de ficção, ali nada se pode provar, mas é importante que se leia. Eu particularmente não acredito de jeito nenhum na pretensa homossexualidade de Lampião, a tese de Pedro Moraes não tem fundamento algum." Já o pesquisador Ivanildo Silveira, dentro do debate rebate: “esse livro de Pedro Moraes é um lixo, é um desserviço a literatura do cangaço é um livro para ganhar dinheiro, tenho vergonha de um livro como esse.”

Pesquisador Ivanildo Silveira na polemica noite de debates...
Pesquisador Archimedes Marques e a desconstrução do "Mata Sete" de Pedro Moraes

A advogada e historiadora cearense Juliana Pereira por sua vez nos trouxe abordagens ligadas à sexualidade feminina e o perfil das cangaceiras e provoca: "Não se reconhece a importância da mulher no universo cangaceiro, muitos ainda não atentaram com o devido cuidado para todas as mudanças que houveram com a entrada das mulheres no cangaço, a partir de Maria Bonita".

"A entrada da mulher humanizou o cangaço, eu não tenho dúvidas; quanta selvageria foi amenizada ? A entrada das mulheres estabeleceu sim a verdadeira segunda fase do cangaço, isso não podemos desconhecer" assegura Juliana Pereira. Nesse segundo momento do Painel da noite, a pesquisadora cearense navegou pelos vários olhares sobre esse universo surpreendente que envolvia a presença do sexo feminino no cangaço, se configurando como um dos momentos marcantes do Cariri Cangaço Piranhas 2015 e completa: "Realmente acho que havia sim amor no cangaço, temos o próprio caso do primeiro casal; Virgulino e Maria, por outro lado penso que com Dadá houve uma espécie de síndrome de Estocolmo...Ela acabou se apaixonando por seu algoz..."

Carlo Araujo e o debate sobre sexualidade no cangaço.
Ivanildo Silveira, Elane Marques, Ingrid Rebouças, Neli Conceição, Luana Cavalcante e Pedro Barbosa

Já o pesquisador e documentarista cearense, diretor da SBEC e do GECC, Aderbal Nogueira acentua a discussão "Porque no cangaço não poderia haver homossexuais ? Eu particularmente acho que Lampião não foi homossexual, essa conversa é sem pé nem cabeça, mas acho sinceramente que poderia ter havido sim no cangaço, precisamos acabar com esse tabu. Nos recusamos a falar nisso por nosso próprio preconceito."

E continua Aderbal Nogueira: "Eu não acho que as mulheres foram a grande causa da derrocada do cangaço, mas estou convencido que elas atrapalharam e muito aqueles caras...E outra coisa essa historia de amor no cangaço eu também não acredito nisso não, em caso de tiroteio era cada um por si, eles se defendiam e elas que se virassem" E completa Aderbal Nogueira, "é muito bonito a poesia o que tá nos livros, etc, mas duvido que nenhuma mulher aqui desejasse viver uma vida daquelas e discordo da pesquisadora Juliana, não acho que houve humanização nenhuma... O amor no cangaço foi uma grande ilusão.

Felipe Mafuz, Aderbal Nogueira, Manoel Severo e Juliana Pereira
Eliene Costa, Manoel Severo e Celsinho Rodrigues

Cariri Cangaço Piranhas 2015
Centro Cultural Miguel Arcanjo, 27 de Julho
Piranhas, Alagoas

NOTA CARIRI CANGAÇO - Em breve a Curadoria do Cariri Cangaço estará disponibilizando, em podcast, na integra todas as palestras, conferencias e painéis do Cariri Cangaço Piranhas 2015.

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RELEMBRANDO...

Por Geraldo Antônio de Souza Júnior

Eu e minha amiga Gila Sousa Rodrigues "Gila" filha do casal de ex- cangaceiros Sila e Zé Sereno, na ocasião de minha primeira visita à sua residência aqui na cidade de São Paulo/SP.

Além de Gilaene, o casal Sila e Zé Sereno tiveram outros dois filhos, Wilson Ribeiro da Silva e Ivo Ribeiro da Silva, ambos falecidos.

Hoje Gilaene "Gila" Sousa Rodrigues é a única filha viva do celebre casal cangaceiro.

Durante a minha visita conversamos bastante, gravamos uma sensacional entrevista, tiramos fotos e tive acesso a todos os materiais (Recorte de Jornais, Fotografias, Vídeos, Fitas k7, entre outros) pertencentes aos seus pais.

E graças a sua atitude gentil e generosa, todo esse material hoje está digitalizado e salvo para que as futuras gerações de estudiosos tenham acesso.

Se tantas outras pessoas (Familiares/Amigos) seguissem esse exemplo... a história de muitos personagens não se apagariam com o tempo. Lamento!

Espero que outras pessoas sigam esse exemplo e não deixem a história de seus familiares serem esquecidas... Afinal essas pessoas são história... e a história pertence à todos nós.
Fonte: facebook

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O MAIS NOVO LIVRO SOBRE O CANGACEIRO JARARACA

Por Marcílio Lima Falcão

Sinopse - Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Jararaca: Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró historiciza a construção das memórias sobre a santificação do cangaceiro Jararaca, morto na noite de 19 de junho de 1927, no cemitério São Sebastião, em Mossoró, pela força policial que o escoltava para Natal, capital do Rio Grande do Norte. A interpretação é realizada por meio da análise da documentação dos jornais O Mossoroense, O Nordeste e O Correio do Povo, da análise de obras com narrativas a respeito da morte de Jararaca, da importância dos lugares de memória como espaços de conflito e das falas dos devotos que visitavam o túmulo de Jararaca no dia de finados. Procura-se compreender as formas de circulação, apreensão e ressignificação das memórias sobre a santificação de Jararaca.

Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Autor: Marcílio Lima Falcão
Adquira logo este através deste e-mail:limafalcao34@gmail.com
Valor: R$ 
35,00 (incluso a postagem)
Banco do Brasil
Agência: 
3966-7
CC – 
5929-3
Marcílio Lima Falcão

Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP).
Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

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OS LAMBES E SUAS MÁQUINAS MARAVILHOSA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 20 de agosto de 2015. - Crônica Nº 1.476 

Os fotógrafos, desde que as máquinas foram inventadas, são as verdadeiras testemunhas da história. Não fora esses profissionais e os pintores a óleo que os antecederam, contar o que aconteceu no mundo seria sem sal e sem açúcar.

CORISCO, VENDIDO E COMPRADO.

Lembro-me, perfeitamente, dos dois fotógrafos mais famosos da minha terra. Seu Antônio, homem baixo, magro e barba por fazer, era amigo do cigarro. Atuava, onde o alcancei, em sua residência, no início da calçada alta da Ponte do Padre, lugar que separa o Comércio do Bairro Camoxinga. Depois Seu Antônio mudou-se para a metade da Avenida Coronel Lucena, entre os dois becos de acesso à Rua Ministro José Américo. Expondo na frente de casa uma réplica, fotografia de Corisco, eu a comprei por ser uma coisa diferente. Entre as moedas, Cruzeiro e o Cruzeiro Novo, paguei barato a Seu Antônio, provavelmente, no início da década de 60. Ainda hoje possuo a foto que está escrita atrás: “Foto comprada a um fotógrafo profissional em Santana, por Clerisvaldo”. Separadamente coloquei o nome “Curisco”, com “u”.

Seu Zezinho, o outro homem da máquina, morava e despachava à Rua Nova, no início do declive para à Rua de São Pedro, lado de cima. Quase alto, branco, gordinho, aparentava sinais permanentes de fadiga. Acho que fotografou as cabeças de Lampião, Maria Bonita e mais a de nove cangaceiros quando expostas nos degraus da igrejinha do Monumento.

Já os lambe-lambes, atuavam na porta da Igreja Matriz de Senhora Santana, aventurando no 3x4 e nos casamentos e batizados aos sábados, dia de feira. Certo padre que gradeou a frente da igreja, praticamente acabou com os lambe-lambes de Santana.

Quantas e quantas coisas foram registradas por aqueles homens e suas máquinas maravilhosas, hoje consideradas de domínio público. Muitas estão em nosso livro inédito “228, história iconográfica de Santana do Ipanema”, à parte, de “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”.

Nossas homenagens aos que contribuíram com as letras.


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O CANGACEIRO BALÃO


Cangaceiro "BALÃO", em seus dias finais em São Paulo, doente, debilitado e, passando necessidades, muitas das quais foram supridas pelo grande escritor Antônio Amaury (cortesia da foto)...


Cangaceiro “BALÃO” e parte dos seus 25 filhos...! Fonte: Revista Realidade, 1973.


Clique neste link e leia mais sobre o cangaceiro Balão.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2012/04/o-cangaceiro-balao-enfeitou-as-suas.html

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O POLÊMICO CANGACEIRO " VOLTA SECA "


O polêmico cangaceiro "Volta Seca" tomando sua cerveja com a companheira, no Rio de Janeiro. 
Fonte: O Cruzeiro, jul/1953

Fonte: facebook

Nota: Observe que o cangaceiro Volta Seca aparece apenas uma parte do seu rosto segurando o copo ao lado direito da foto.

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ADOLESCÊNCIA DE UM PROSCRITO

Por Sávio Siqueira
Foto de Virgulino Ferreira da Silva com seus dez anos de idade-

No sopé da Serra Vermelha, no sítio Passagem das Pedras, na margem do riacho São Domingos, no município de Vila Bela, no Estado pernambucano, lá pelo meado do ano de 1897, nasce uma criança e lhe dão o nome de Virgolino Ferreira da Silva. Segundo alguns historiadores, o terceiro filho de Maria Sulena da Purificação e segundo do Sr. José Ferreira dos Santos(Silva).

Local com os escombros da casa em que Virgulino Ferreira Nasceu

Naquele tempo, passou a fazer e desfrutar daquilo que toda criança desfrutava e fazia nas terras do semiárido sertanejo. Na maior parte do tempo, vivia na casa de sua avó materna, casa de avós é sempre mais gostoso, até começar a ficar taludinho. Nas campinas, ia pegar passarinho, caçar, colher e desfrutar dos frutos das árvores ali, embaixo das fruteiras, onde parece que o fruto fica mais saboroso, tomar banho nos poços que a enchurrada deixou no leito do riacho São Domingos, enquanto pastorava os animais. Até chegar o tempo de ir para a escola. Junto com seus irmãos mais velhos, Antônio e Livino, passa a frequentar as aulas e nota-se que se destaca em comparação as outras crianças. Segundo pesquisa de historiadores, ele chega a chamar a atenção do professor, pelo seu desenvolvimento no aprendizado. Outro fato que vem chamar atenção, é de que nenhum fato, até hoje, fora escrito como que os 'Ferreira', Antônio, Livino e Virgolino, tenham sido briguentos na escola, no sítio, nas vilas ou cidade e sempre mantinham respeito pelos mais velhos... Pelo menos que saiba, nada sobre, li ou ouvi dizer.

Filho de casal pobre, neste mundão de Deus, tem que "pegar no batente" logo cedo. Passa a fazer os afazeres na propriedade rural, enquanto seu pai estava fora. Seu pai era um almocreve, transportava cargas de alimentos, tecidos e objetos nos lombos dos seus burros. Logo, logo, a criança, Virgolino, passa a seguir seu pai em suas longas caminhadas, aprendendo a profissão.

Virgolino não podia ver um pedaço de jornal, uma revista, um livro ou mesmo a bula de algum remédio, que devorava suas letras em busca de saber o que nelas estavam escrito. Aprendeu a tocar fole, sanfona, a arte de artesão em couro, essa foi, creio, pelo seu atual meio de vida. Muitos animais com suas cangalhas e arreios, e sabendo, ele mesmo consertava quando alguma reata quebrava, até nos acampamentos onde paravam para descansarem. Fazia versos, cantarolava prosas e músicas da época. Foi formando um corpo esquio, moreno e com agilidades para idade, já chamava a atenção das moças da região. Gostava de forró e, segundo alguns escritores, era um cabra  bom dançador. 

Quando o jovem contava com seus 17 anos, seus familiares o deixam tomando conta dos animais e vão a uma Romaria em Juazeiro no Ceará, isso na segunda metade de 1915. Sua parentela retorna e ele fazendo o relatório dos dias em que ficou tomando conta do sítio, diz ao pai e irmãos, que deu por falta de alguns dos animais. Dias depois, junto ao tio Manoel Lopes, que era inspetor de quarteirão, vagam pela caatinga em busca de rastros ou restos dos animais desaparecidos. Após muitas horas de busca, veem vestígios de uma terra que tinha sido removida há pouco tempo. Cavam e encontram várias peles de animais, nas quais, tem a marca que as identificavam de que seria da sua família. Naquele tempo, além do ferro usava-se uma marca, específica nas orelhas das criações. Estava aí o motivo dos sumiços dos animais, alguém estava roubando, matando, vendendo, ou comendo, a carne e guardando o couro para dar fim depois.

Foto com Virgulino Ferreira da Silva com 20 anos de idade-

O local em que foi encontrada as provas do roubo, ou seja as peles dos animais, ficava dentro das terras da fazenda Pedreira, a mesma tendo como proprietário o Sr. Saturnino Alves de Barros. Próximo a casa de um de seus vaqueiros, morador, Zé Caboclo. As provas levam o inspetor de quarteirão a prender Zé Caboclo e um 'sócio' que com ele andava, chamado Tibúrcio. São amarrados e levados para pequena cidade de Ingazeira. Lá depois de um bom 'réla' e a advertência que não deveriam continuar fazendo o crime, os libera e os manda embora. Insatisfeitos e envergonhados pelo descobrimento do que andavam fazendo, ao chegarem na fazenda Pedreira, vão queixar-se ao dono, contando a sua versão. O dono da fazenda Pedreira, homem justo e sério, já estava com idade avançada. Tinha os Ferreira como amigos e assim continuou.

Os filhos daqueles que têm posse, na maioria das vezes, tentam sempre deixar os de pouco recurso por baixo. O ancião Saturnino, tinha um filho que se enquadrava exatamente nesse perfil. Arrogante, queria sempre machucar os outros. A fazenda de seu pai era maior e com mais desenvolvimento financeiro do que o sítio Passagem das Pedras de José Ferreira. Por isso, quando o pai de Virgolino vai a fazenda Pedreira relatar o que estava acontecendo com seus animais, o filho do dono da fazenda Pedreira, José Alves de Barros, conhecido por todos como Zé Saturnino, tendo escutado o que os dois senhores conversavam, salta de lá e diz para o pai que pode deixar que ele tomará as providências nesse caso. Diz também que errado são os Ferreira andar em sua terras e, que Zé Caboclo não tem culpa nenhuma.

Naquela época não se faziam cercas dividindo os limites das propriedades. Os animais pastavam livres nas 'soltas'. A tarde voltavam para o terreiro das casas dos donos, pois estes os davam sempre uma ração extra, no caso das criações, com certeza, seria um punhado de milho. Com isso, pelo instinto, os animais sempre retornavam no ocaso de cada dia, para receberem sua 'ceia'. 

Foto dos escombros da casa da fazenda Pedreira do velho Saturnino-
O inspetor de quarteirão, Manoel Lopes, foi ao encontro de Zé Saturno no dia da feira de Vila Bela. O encontrando, referiu sobre o acontecido em suas terras, ou em terras de seu pai, praticado pelo vaqueiro Zé de Caboclo e seu 'sócio'. Em vez de agradecer, Zé Saturnino diz muitas para o inspetor e o ameaça, dizendo que falará com pessoas influentes, autoridades políticas, e o tirará do cargo e colocará outra pessoa.

Ainda hoje comemora-se com muita festa a data da padroeira das cidades interioranas. Naquele tempo, próximo da data da Festa da Padroeira de Vila Bela, toda a população está em euforia para festeja. Seguindo com os preparativos, primeiro mandam fazer suas roupas. Não havia roupas feitas, comprava-se o tecido na metragem adequada e mandava-se fazer. Para as mulheres tinham as costureiras e para os homens os Alfaiates. Antônio Ferreira mandou uma determinada pessoa fazer sua roupa, terno, para poder, também ir pois iriam todos, festejar. Ao vir com sua roupa encontra-se com o tal vaqueiro dos Saturnino, Zé de Caboclo, e após muito xingamento, saltam dos animais e vão as facas. Alguns autores referem esse fato como sendo na ida de Antônio pegar a roupa. Depois de grande jogo de facas, termina por cair no chão a faca do vaqueiro. Este salta na cela de sua montaria e pica-lhe as rosetas das esporas indo embora. Antônio, guarda sua arma branca e, também montando, vai para casa. Sem nada dizer aos pais, Antônio segreda apenas para  Livino e Virgolino, junta seus irmãos e parte em busca de Zé de Caboclo, mas, esse entrou num 'buraco no chão', e não conseguiram encontrá-lo. Seu pai, ao tomar conhecimento do que se passava, saí em busca dos filhos e os encontrando, aconselha a deixarem de lado. Trás os três de volta para casa e naquele ano ninguém da família Ferreira foi festejar na Festa da Padroeira.

Daí pra frente, aquela região pegou 'fogo'. Mas, isso, contaremos depois...

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