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terça-feira, 17 de junho de 2014

Igreja de São Vicente de Paula em Mossoró-RN


Igreja de São Vicente de Paula construída por retirantes na seca de 1915, uma das trincheiras para impedir que Lampião invadisse Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Quando o cangaceiro Colchete saltou o muro do jardim da casa do prefeito, com a intenção, suposta por alguns historiadores, de colocar fogo em um 'paiol' de algodão na parte baixa da casa, para assim obrigar o pessoal entrincheirado sair, um senhor chamado.

Manoel Duarte

Manoel Duarte, alojado no sótão da residência, acertou-lhe um tiro de 44 na cabeça. Em seguida, o cangaceiro Jararaca vendo o que tinha acontecido, partiu para concluir o que o companheiro tinha em mente (alguns historiadores relatam que ele iria apenas pegar a arma, munição e outros pertences de Colchete, ao também saltar o dito muro), o mesmo senhor, Manoel Duarte acertou- lhe uma bala 44 nas costas. 

Foto capturada no blog Mendes & Mendes.

Fonte: facebook

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O adeus a Vinte e Cinco - o último cangaceiro.


Foi sepultado no dia de ontem (16/06/2014) no cemitério Parque das Flores no farol na capital alagoana, o senhor José Alves de Matos que ficou conhecido por pertencer ao bando de cangaceiros de Virgolino Ferreira  da Silva (Lampião), e por ter sido durante os últimos tempos o último integrante do bando ainda vivo.

Vinte e Vinco era aposentado público e residia no bairro Salvador Lyra em Maceió, no estado de Alagoas, junto com sua esposa, filhos, netos e bisnetos.

Mais um personagem do cangaço que sai de cena para entrar definitivamente para a história do nordeste e do Brasil.

Considerados por alguns como heróis, por outros como malfeitores, a verdade é que viveram em uma época em que a única e verdadeira lei existente era a lei do mais forte...

... E assim foram.

Foto: Erik Maia (tnh1)

Fonte: facebook
Página: Geraldo JúniorO Cangaço


http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/06/o-adeus-vinte-e-cinco-o-ultimo.html

AS BANDEIRINHAS JUNINAS E O CHEIRO DE MILHO E COCO

Por Rangel Alves da Costa*

Somente agora, com mais da metade do mês de Junho, as bandeirinhas foram colocadas em todo o trecho de minha rua, no centro da capital sergipana. Noutros anos, já no final do mês de maio e a rua já amanhecia totalmente enfeitada, com as bandeirinhas balançando ao vento, uma verdadeira festa para os olhos.

Não somente os enfeites chegaram atrasados como também os ânimos para os festejos. Por ser um ano de junção entre Copa do Mundo e festas juninas, tudo se unindo numa comemoração só, inicialmente imaginei que tudo seria mais animado, mais convidativo e enfeitado. Mas não, pois nem nas outras ruas se avistava qualquer sinal que indicasse estar em pleno mês do festejo maior para os nordestinos.

Mas enfim as bandeirinhas chegaram, já ouço sua festa perante o sopro do vento, e agora só resta esperar que a vizinhança desperte para o festejo que se aproxima. De qualquer modo, esse ano será muito diferente de outros festejos passados. Ao menos pelo que andei sabendo, esse mês não teremos apresentação de quadrilhas nem trio forrozeiro para animar as noitadas. Quem tradicionalmente organizava tais apresentações abdicou da incumbência e deixou tudo em incógnita.


Com trio forrozeiro ou sem pé-de-serra, com quadrilha ou sem grupos juninos, a verdade é que a festa de São João não pode faltar. Tradicionalmente, esse trecho de rua sempre foi reconhecido com um dos mais animados, enfeitados e festivos nas noites juninas. Além dos moradores que tomam suas calçadas e espalham mesinhas e fogueiras por todos os lugares, um grande número de visitantes e convidados chega para abrilhantar a festança.

Como noutros anos, creio que também neste não faltarão as fogueiras soltando suas labaredas, os braseiros servindo de fogões para carnes, milhos, queijos e até para os batismos simbólicos da época. E ao redor, tomando todos os espaços da rua, as mesas com as iguarias típicas e apetitosas. Uma fartura de gostos, sabores, pedaços e porções que se acumulam nos pratos e vasilhames e que vão fazendo a festa da gulodice.

Por isso mesmo que já sinto a presença daquelas comidas, bebidas e um monte de iguarias que logo mais estarão diante de todos. Não vai demorar muito e as cozinhas estarão preparando as canjicas, os bolos, os milhos cozidos, os licores, o arroz doce, o mungunzá, a pipoca, o quentão. As carnes serão cortadas como para churrasco, linguiças amontoadas, as espigas de milho preparadas para o crepitante braseiro.
Os fogos ainda não pipocam como noutros tempos. De vez quando apenas uma bombinha ou outra. Até mesmo durante o jogo da seleção poucos fogos foram ouvidos pelas redondezas, mas creio que tudo será diferente daqui por diante. A partir desta terça-feira, quando os gols da seleção brasileira forem surgindo, e assim até o final da copa, os ares serão cortados por foguetes, rojões e vulcões. E o verdadeiro clima do São João estará pelo ar em todo seu esplendor.


Enquanto a verdadeira festança não chega, enquanto não vejo a meninada toda animada soltando suas chuvinhas e traques, fico imaginando as mesas colocadas nas calçadas e todas aquelas delícias espalhadas. E dá uma gulodice danada só em pensar em tanta coisa preparada com milho, arroz, coco, açúcar, cravo, canela e um monte de coisas que deliciam até o pensamento. E certamente engordam até a alma.

Não há regime que não peça licença à vaidade e não se deixe esbaldar ao menos por uma ou duas noites. Já vejo o arroz doce sendo despejado no copo ou no prato, a canjica cheirosa recebendo a canela, o mungunzá sendo enfeitado com cravo da índia. E também já me vejo experimentando tudo isso e repetindo a dose, e ainda ávido para saborear o que se estende de lado a outro na grande e farta mesa junina.

E que venha logo o São João, e que eu possa transformar essa vontade em realidades feitas com coco. O regime há de compreender e também querer saborear as sublimes delícias da vida.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Faltou pouco para o 'povo' nazareno enfrentar o governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, e o comandante geral da polícia, coronel Muniz Faria.


"(...) Tenente Manoel Neto já tinha sido notificado de que tinha sido excluído da Força Pública de Pernambuco, à qual tinha servido tão bravamente.

O quadro político em Pernambuco tinha mudado bastante. O novo Governador e o novo Comandante da Polícia, o qual era considerado pelos nazarenos como sendo “um homem rancoroso e desumano”. 

Também na Bahia, os nazarenos que estavam em campanha contra Lampião tiveram que enfrentar graves contratempos com as autoridades locais. Foram excluídos das tropas e convidados a retirarem-se do Estado no prazo mais breve. Nesse quadro tão desalentador para os nazarenos e com Manoel Neto sentindo-se profundamente humilhado e “punido tão severamente por ter defendido o Governo anterior, ao qual servira como ajudante de ordem, no Palácio, regressou ao sertão, decidido a organizar um grande grupo de sertanejos para enfrentar o novo Governo. Os meses seguintes foram cruciais para os nazarenos. Presos, perseguidos e humilhados pelo governo, estes tiveram que agir rápido para não serem dizimados, política e militarmente. Nazaré tornou-se uma fortaleza, disposta a resistir até o fim contra as novas autoridades. Nazaré e os nazarenos estavam em xeque-mate. Manoel Neto, como líder dos nazarenos, jurou que “Nazaré não se dobraria jamais”. Em março de 1931, o Governo aumentou a sua pressão, no sentido de desarmar todos os nazarenos. 

Os nazarenos decidiram dividir-se em grupos de cem homens e embrenharemse nos sertões da Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe. Em outras palavras, os nazarenos estavam propondo passar para a ilegalidade total e transformarem-se, de fato, em cangaceiros, utilizando as mesmas táticas de Lampião. Diante da ameaça dos nazarenos de partirem para a confrontação total, partindo para a guerra de guerrilha numa região onde eles e Lampião eram senhores absolutos, o Governo decidiu contemporizar. As negociações foram iniciadas e os nazarenos impuseram suas condições; Manoel Neto seria reincluído na Força Pública num grau superior ao que estava quando foi excluído; toda família de Manoel Neto seria incorporada à Força Pública e mais “um grande número de parentes que desejassem ser soldados”. 

Proposta feita, proposta aceita. E assim, os nazarenos, depois de amargarem um período de ostracismo e perseguições, voltaram a ser novamente os fiéis guardiões da nova ordem e com a vantagem de todos passarem a ser, a partir de então, funcionários públicos do Estado (...)". Fonte Tese Sertão Sangrento: Luta e Resistência de Jovenildo Pinheiro de Souza( usando como fonte de pesquisa as obras dos autores abaixo relatados) LIRA, João Gomes de.Lampião (Memórias de um Soldado de Volante. pág. 458.

FERRAZ, Marilourdes. Lembrai-vos Companheiros. - Polícia Militar de Pernambuco, pág. 191.
LIRA, João Gomes de. Ob. cit., pág. 475.
LIRA, João Gomes de. Idem, pág. 478. Obs.: foto capturada no blog Lampião aceso

Fonte: facebook

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O rei Lampião teve tuberculose?


"Corria pelo sertão nordestino que Virgolino Ferreira da Silva, o rei Lampião estava tuberculoso. Mas ele estava de boa saúde. Tinha um olho só, mas uma excelente vista. Era analfabeto, mas escrevia poemas. 

Era ignorante, mas cansava de enganar a volante. Era bandido, mas tinha patente de capitão. Andava meio esquecido, distraído, cansado, mas disposto como nunca a continuar sua luta".

Fonte: facebook
Página: Paulo George

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Parabéns pelo seu aniversário, Ariano Suassuna

Por Lusa Piancó Vilar

No dia 16 de junho de 1927, no Palácio da Redenção, na Paraíba, como era chamada a capital do estado de mesmo nome, nasceu Ariano Vilar Suassuna, oitavo dos nove filhos de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Vilar. À época, o pai de Ariano era presidente (governador) da Paraíba.


Após o Romance d' A Pedra do Reino, dois sonetos podem servir como uma síntese de sua vida trágica. Um deles lembra a Fazenda Acauhan (onde passou a maior parte do pouco tempo que o destino lhe concedeu ao lado de João Suassuna), o outro é o que Ariano chora a morte de seu pai:

"Aqui morava um Rei, quando eu menino;
vestia ouro e Castanho no gibão.
Pedra da sorete sobre o meu Destino,
pulsava, junto ao meu, seu coração.
Para mim. seu Cantar era divino,
quando ao som da Viola e do bordão,
cantava com voz rouca o Desatino,
o Sangue. o riso e as mortes do Sertão.
Mas mataram meu pai. Desde esse dia,
eu me vi, como um cego, sem meu Guia,
que se foi para o Sol, transfigurado.
Sua Efígie me queima. Eu sou a Presa,
Ele, a Brasa que impele ao Fogo, acesa,
Espada de ouro em Pasto ensanguentada."
Fonte: Caderno de Literatura Brasileira.

Fonte: facebook
Página: Lusa Piancó Vilar 

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MINHA ENTREVISTA PARA A ASSOCIATED PREES SOBRE NATAL DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Publicado em 15/06/2014 por Rostand Medeiros

Rostand Medeiros

Ontem (14/06/2014), em meio as fortes chuvas que desabaram sobre a capital potiguar, fui contatado pelo jornalista norte-americano Jim Vertuno, da ASSOCIATED PREES, para uma entrevista sobre Natal durante a Segunda Guerra Mundial. Entrevista foi distribuída para órgãos da imprensa americana, como a ABC NEWS – (http://abcnews.go.com/Sports/wireStory/natal-big-role-us-wwii-24147060 ) e no jonal UT NEWS, de San Diego, California (http://www.utsandiego.com/news/2014/jun/15/natal-had-big-role-for-us-in-wwii/ ).

No Htl Praiamar o encontro do Prof. Enivaldo Bonelli, o jornalistra da

Para este encontro, devido as minhas limitações no idioma inglês, pedi a ajuda ao meu amigo Enivaldo Bonelli, professor do Departamento de Física da UFRN, que estudou na Cornell University, em Ithaca, estado de Nova York.

O papo foi muito positivo e objetivo, rolou no Hotel Praiamar, em Ponta Negra. O jornalista Jim Vertuno é especialista na parte esportiva, mas queria conhecer aspectos que ligam a história da presença dos militares americanos em Natal durante a Guerra, com o momento atual.

A grande base de Parnamirim Field durante a Segunda Guerra Mundial.

Para Jim os seus compatriotas pouco sabem da importância de Natal para o esforço de guerra Aliado e da importância deste momento para a nossa cidade. Muitos deles estarão conhecendo a capital potiguar para assistirem na próxima segunda feira (16/06/2015) o jogo de futebol entre a seleção dos Estados Unidos e a equipe de Gana.

Pessoalmente não é uma novidade esta informação. Há tempos que percebi que afora os militares americanos que efetivamente ficaram baseados em solo potiguar, apoiando operações aéreas, ou patrulhando e combatendo submarinos nazifascistas no Atlântico Sul, pouco da participação de Natal na Segunda Guerra Mundial é conhecido nos Estados Unidos.

Mas aí caberia a nós potiguares fazer, e ganhar dinheiro, com esta divulgação.

Mas não fazemos!

E a culpa é nossa mesmo! Que votamos em políticos de péssima qualidade, como os que atualmente dirigem e representam o Rio Grande do Norte…


É incrível que em um momento como este o Museu da Aviação, no antigo prédio da RAMPA, não esteja pronto e operacional. Isso depois de sabermos com bastante antecipação que Natal foi escolhida como umas das doze sedes brasileiras da XX Copa do Mundo da FIFA, com a confirmação de uma partida de futebol da seleção dos Estados Unidos.

O jornalista Jim Vertuno pediu para darmos uma volta pela cidade para lhe mostrar “- O que ficou da presença americana em Natal!”. Fui muito sincero e lhe apresentei o que tínhamos sobre nos dias atuais. Ele educadamente recusou. Fica difícil mostrar um prédio em reforma na margem do Rio Potengi, ou encarar de última hora a burocracia para entrar com um jornalista estrangeiro na Base Aérea de Natal e mostrar as antigas dependências de Parnamirim Field.

Foi um encontro positivo e fiquei muito feliz em saber que através do trabalho desenvolvido pelo nosso blog TOK DE HISTÓRIA, o jornalista Jim Vertuno conseguiu nosso contato conseguimos trocar estas ideias.



Extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/

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MORRE O CANGACEIRO VINTE E CINCO

Por João de Sousa Lima
José Alves de Matos - o cangaceiro Vinte e Cinco e João de Sousa Lima

Morreu na manhã deste domingo, 15, o ex-cangaceiro José Alves de Matos, conhecido como ‘Vinte e Cinco’. O último dos cangaceiros de Lampião nasceu na cidade de Paripiranga, na Bahia e tinha 97 anos. José Alves morreu em decorrência de problemas respiratórios.

"...Neli Conceição, filha de Moreno e Durvalina, Vinte e Cinco e João de Sousa Lima"

O ex-cangaceiro ganhou esse apelido por que foi no dia 25 de dezembro de 1933 que ele integrou o bando de Lampião. Com o fim do cangaço, ele se entregou à polícia. Durante o cumprimento da sentença estudou e chegou a concluir o segundo grau.

João de Sousa Lima,..., Vinte e Cinco e Neli Conceição

O sepultamento de José Alves aconteceu nesta segunda-feira (16), no Cemitério Parque das Flores, no Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió.

João de Sousa Lima, Vinte e Cinco e Neli Conceição

José Alves de Matos, o cangaceiro Vinte e Cinco tinha uma memória privilegiada e apesar dos seus 97 anos de idade recebia muitas visitas em sua residência para falar do seu tempo de cangaceiro.


Em uma de minhas últimas visitas ele lembrou com facilidade que eu havia estado com ele em nosso primeiro encontro há exatos seis anos.

Vinte e Cinco está com um círculo sobre a sua cabeça

José Alves de Matos nasceu em Paripiranga, Bahia, na fazenda Alagoinha. Teve vários primos e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: Santa Cruz, Pavão, Chumbinho, Ventania e Azulão. No dia que entrou para o bando de Corisco o seu sobrinho Santa Cruz entrou no grupo de Mariano.


Vinte e Cinco discutiu com Dadá e saiu do grupo de Corisco para o grupo de Lampião. Podemos vê-lo em foto ao lado de Corisco e em outro momento ao lado de Lampião. Quando da morte de Lampião havia ido com os dois irmãos Atividade e Velocidade buscar uns mosquetões e umas munições.

Vinte e Cinco vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs e depois seu pai casou novamente e nasceram mais cinco homens e três mulheres. Quando acabou o cangaço e se entregou com alguns companheiros em Poço Redondo, Sergipe; Acabou ficando preso por quatro anos em Maceió e dentro da cadeia começou a estudar, quando recebeu o alvará de soltura conseguiu entrar no estado como Guarda Civil, conseguindo a vaga através de um amigo. Quando o governador Ismar de Góis Monteiro descobriu que ele havia sido cangaceiro convocou o secretário de Justiça do Estado, o senhor Ari Pitombo e disse que não podia ficar com ele na guarda pois ele havia sido cangaceiro, o secretário procurou o chefe da guarda, o major Caboclinho e o major disse que ele era entre os 38 guardas o melhor profissional que ele tinha. O Secretário resolveu fazer um concurso entre eles e José Alves contratou duas professoras, esqueceu as festas e curtições e foi estudar bastante o que lhe rendeu o primeiro lugar na primeira fase, na segunda fase se classificou entre os melhores e quase foi reprovado na parte de tiro, pois era acostumado com o Parabellun e teve que atirar com um 38, só passando depois que atirou com o Parabellun e acertou o alvo, depois de duas seqüências de erros com a outra arma. Hoje José Alves de Matos é aposentado como funcionário público estadual.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/2014/06/morreu-na-manha-deste-domingo-15-oex.html

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Marica Macedo do Tipi: Brava Sertaneja d’Aurora

Por José Cícero
José Cícero recebe o Cariri Cangaço no Tipi de Marica Macedo

Contemporânea da intrépida lavrense Fideralina Augusto Lima, Generosa Amélia da Cruz em Santana do Cariri;  além dos feitos e ações que nos remetem até mesmo a  heroína Bárbara de Alencar;  Maria da Soledade Lamdim – Marica Macedo do Tipi compôs com folga de mérito e valentia o histórico quarteto  das chamadas matriarcas dos sertões do Cariri. Filha de João manuel da Cruz(Joca da Gameleira) e de dona Joaquina de Sales Landim(D.Quinina) ambos descendentes dos "Terésios".

Nasceu ao que tudo indica no início de 1865  na localidade de Gameleira do Pau na  serra do Araripe  região do Jamacaru (bem ao lado da fazenda  Serra do mato do não menos famoso cel. Santana –  conhecido coiteiro de Lampião)  em Missão Velha.

Em 1891 após casar com José Antonio de Macedo(Cazuzinha) seu parente, o casal decide ir morar em Aurora  comprando a propriedade do sítio Sabonete onde mais tarde se formaria a vila Tipi; local onde  fixara residência até o fim da vida. A força do seu nome foi muito além  do riacho do Tipi de onde construiu o seu  poder. Que além de político era alicerçado no criatório de gado,  lavoura  de milho, algodão, casa de farinha e  engenho de rapadura. 


Gostava de  idéias  novas e pioneiras. Como por exemplo, quando Antonio Macedo (seu filho), assumiu a prefeitura em 1919 ela ordenou que o município fosse dividido em quatro partes  para facilitar   a administração. Cabendo a ela própria gerir os problemas e os interesses da região que ia do sítio Cobra, Sabonete, Mel e Tipi até à fronteira com a Paraíba. Há quem diga, que fizera inclusive.  uma excelente administração.
Da casa grande, quanto   da bagaceira do eito dava ordem  aos seus comandados com  a mesma autoridade e energia dos coronéis  do seu tempo. Suas determinações tinham verdadeira força de lei. Tornando-se, por conseguinte, uma mulher de invejável poder e respeito não somente no que tange às questões familiares, como inclusive  na política aurorense onde se pontificou por vários anos não, diretamente, mas através de filho,  parentes e aliados.

Casais Lamartine Lima e José Cícero no Cariri Cangaço Aurora com Manoel Severo

Esteve no centro de questões emblemáticas, a exemplo do chamado “fogo do Taveira” que redundou  na invasão e saque de Aurora em 1908 por mais de 600 jagunços sob o comando de Zé Inácio do Barro ante os auspícios de quase todos os coronéis da região. Quando foi deposto  por meio das balas o então intendente municipal Antonio Leite Teixeira Neto(Totonho de Monte Alegre) pondo em seu lugar o seu fiel aliado, o cel. Cândido do Pavão. Um episódio que de tão marcante ainda hoje ocupa lugar de destaque nos anais da história do Cariri, do  Ceará e do Nordeste.

O tal 'fogo do Taveira' aconteceu  entre os dias  16 e 17 de dezembro de 1908 no sítio Taveira de Aurora, situado já nos limites de Milagres  e contíguo ao Barro.  Quando num tiroteio fora morto o seu filho mais novo José Antonio de Macedo(Cazuza) de apenas 14 anos sendo também ferido o proprietário da casa .  Coincidentemente,  mesmo dia e  na mesma ribeira se dava a  polêmica demarcação das célebres  minas do Coxá pertencentes ao padre Cícero Romão Batista.  Objeto de disputa entre o sacerdote e pequenos sitiantes das imediações. O que decerto, contribuiu ainda mais para o acirramento dos ânimos entre a gente do coronel Totonho de Monte Alegre, Marica Macedo, Zé Inácio do Barro e coronel Domingos Furtado de Milagres.


Sabendo disso, Marica solicitou ajuda a Floro Bartolomeu que se encontrava nas imediações do sítio Maracajá(Pavão) com um grupo jagunços armados até os dentes.  Não querendo participar diretamente do conflito o representante do padre Cícero apenas usou do seu prestígio junto ao então governador do estado -  Nogueira Acióli que ordenara a retira imediata do destacamento policial que dava apoio ao cel. Totonho. O que facilitou ainda mais a estratagema para  a invasão e deposição do então intendente municipal.  Assim, o fogo do Taveira representou  o verdadeiro estopim para a invasão e saque de Aurora, por  cerca de 600 jagunços  a mando dos coronéis da região a pedido de Marica.

Nada acontecia na Aurora do seu tempo, tanto na política quanto nas questões mais comezinhas que não fosse do seu inteiro conhecimento. Influente e respeitada era de fato uma grande liderança. Ao passo que também, tinha a força de juiz, prefeito, delegada, assim como senhora de engenho e conselheira familiar.

Uma mulher sertaneja que, dentre outras qualidades, se notabilizou  sobretudo por está muito além do seu tempo... Morreu supostamente de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1924 na residência de sua filha, localizada  a rua José dos Santos, na beira fresca de Aurora.

Prof. José Cícero

Secretário de Cultura e Turismo
Pesquisador do Cangaço
e Conselheiro do Cariri Cangaço.
Aurora – CE.

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