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segunda-feira, 14 de julho de 2025

CANGACEIRO BORBOLETA.

 Por Fatos na História


https://www.youtube.com/watch?v=246XbFLiTV0

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ROTA DO CANGAÇO EM SERGIPE | LUGAR ONDE O CANGACEIRO LAMPIÃO E OUTROS DO SEU BANDO FORAM MORTOS.

 Por Japa Estrada com Fabi

https://www.youtube.com/watch?v=Ll49aijP9nQ

Rota do Cangaço | conheça a história da morte do Cangaceiro Lampião e mais alguns outros cangaceiros do seu bando. Mas você já pensou em fazer um passeio pela história do Brasil? Essa é a proposta da Rota do Cangaço, o passeio pode ser feito a partir de Canindé do São Francisco em Sergipe ou saindo de Piranhas Alagoas, você pode escolher ir até o Restaurante Angicos ou Restaurante Eco Parque de onde vc paga 20.00 por pessoa , segue a Rota com um guia que contará toda a história . Esse é o último vídeo da Série onde é possível conhecer belíssimos lugares às margens ou navegando pelo Velho Chico , no link abaixo vc terá acesso a Playlist completa dessa viagem :    • Piranhas Alagoas | Cânions do São Francisc...   Resumo: 0:00 Abertura 0:08 Casa do coiteiro de Lampião 5:30 Verdadeira Rota do Cangaço / Restaurante Angicos / Sergipe 6:31 Rota do Cangaço 10:00 Grota do Angico - Local onde morreu Lampião, Maria Bonita e bando Aproveita e se inscreve , curte e deixa seu comentário que eu vou amar ! Me segue lá Instagram : Japaestrada_comfabi

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POR QUE ENTREI PARA O CANGAÇO!

 Por Sálvio Siqueira


Muitos foram os motivos daqueles, e daquelas, sertanejos (as), nordestinos (as), que fizeram parte do cangaço. Causas? Seria necessário um livro exclusivamente só para tentar mostrar a causa, razão, de cada uma das personagens. 

Falaremos de uma das personagens que teve um motivo sublime, especial a nosso ver, que foi a paixão, o amor por um dos que lá, nas trilhas sangrentas, há muito vivia.

No município, hoje, de Paulo Afonso, BA, havia umas terras que receberam o nome de Arrasta-pé. Nessas, um casal seguia o que o Livro Sagrado determina, “crescei e multiplicai-vos”. Trata-se do casal Pedro Gomes de Sá e de dona Santina Gomes de Sá.

Os pais da cangaceira Durvinha - Durvalina Gomes de Sá

O velho Pedro Gomes escolhe um local especial para construir sua morada. Ela ficava em um ponto de onde se podia observar todo o vale. Estrategicamente fora, acreditamos ali erguida o seu lar, para que nas tardes em que estivesse em casa, poder, junto à sua amada, vislumbrarem o magnífico panorama que o bioma da caatinga contém. 

 
Alguns os chamam de "tanques", outros de "pias", e outros ainda de "caldeirões".

Além de em seu derredor existirem vários ‘tanques’ naturais na pedra bruta onde se acumulava o líquido mais precioso do Sertão na estação chuvosa, para ser usado na época da estiagem.

Escombros da casa dos pais de Durvinha - queimada pela volante do tenente Douradinho

Dentre seus filhos, aos 15 dias do mês de dezembro do ano de 1915, nasce à bela Durvalina Gomes de Sá. 

Como toda criança sertaneja, sua infância foi curta. Não havia naqueles lugares muito para fazer a não ser começar cedo no ‘batente’. Os filhos, logo seguiam o pai para a lida dos roçados, cuidar de animais e etc... Já as meninas, desde muito pequeninas, seguiam a mãe nas lidas domésticas. Os pais tinham obrigação de ensinarem aos filhos o uso da foice, do machado, da enxada e de como lidar com reses, animais e criações, além de como se portar quando estivessem prontos para seguirem suas vidas independentes. Já as mães, obrigatoriamente, tinham a responsabilidade de ensinar as filhas os afazeres da casa, preparando-as para ser uma espécie de servientes aos maridos, quando a hora chegasse, e, se por ventura, a ‘coisa’ desanda-se, a mãe era responsabilizada pelo resta da vida.

Assim, mais ou menos, era a criação de uma família de tempos não tão longínquos idos, nas quebradas dos sertões nordestino. 

A vida naquela fazenda não era tão monótona como também, alguns, devam estar imaginando. Pelo contrário. O pai de Durvalina sempre fazia tremendas festas em sua casa, tanto que o nome de onde moravam lembra uma dança sempre dançada nos forrós sertanejos “Arrasta-pé”.

A cangaceira Durvinha - Durvalina Gomes de Sá — com luiz pedro da ingazeira.

Normalmente, a adolescente ao completar 15 anos de idade, seus pais fazem uma festa comemorativa que ficará para sempre em suas lembranças. Para Durvalina, o ‘presente’ não veio dos pais, mas de um acaso da vida. Ela, já bastante participativa das festas que o pai promovia, conhecia todos os garotos da sua idade naquela ribeira, até mesmo ensaia um namorico com um deles. Porém, parece nenhum ter-lhe tocado o coração.

A fazenda Arrasta-pé, dos pais de Durvalina, tornou-se uma passagem obrigatória do bando de cangaceiros chefiados por Lampião, pela sua aproximação, quase limítrofe, do Raso da Catarina. A cabroeira ia e vinha sempre parando para resolverem alguma coisa entre Lampião e o velho Pedro Gomes, até o mesmo tornasse um coiteiro do chefe cangaceiro.

Pois bem, dentre os vários cangaceiros que faziam parte da caterva de Lampião, teve um que chamou, em demasia, a atenção da jovem menina. Era um cabra vistoso, alto, forte e sempre andava nos conformes. Passando a prestar mais atenção, nota como ele é elegante e a trata como nunca outro a tratou, isso na prática e nos sonhos "imagináveis" sonhados por todo adolescente. Pronto, cupido fez mais uma das suas, e o seu primeiro amor ‘destaboca’ com uma paixão até mesmo insana, como são as paixões, com a força e o calor de um vulcão em erupção.

O cangaceiro Moderno - Virgínio Fortunato da Silva

O cangaceiro Moderno Virgínio Fortunato da Silva antes de torna-se um cangaceiro, fora casado com uma filha de José Ferreira chamada Angélica Ferreira, sendo a irmã mais velha de Lampião. Quando da ida da família Ferreira para a terra de Padim Ciço, Juazeiro do Norte, CE, já tendo os pais de Lampião falecido em terras alagoanas, Angélica engravida. Historiadores pouco relatam sobre essa gravidez, assim como, nada ou quase nada, citam sobre a sua prematura morte. Pelo pouco que lemos, tem-se a impressão que a causa mortis fora de problemas no puerpério, fase muito crítica no pós-parto, principalmente se ocorreram problemas na gestação, coisa que também não fora ‘explorado’ pelos pesquisadores.

IDENTIDADES: 1- Zé Paulo, primo; 2 -Venâncio Ferreira (tio); 3 - Sebastião Paulo, primo; 4 - Ezequiel, irmão; 5 João Ferreira, irmão; 6 -Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada); 7- Francisco Paulo, primo; 8- Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica) 9 - ZÉ DANDÃO, agregado da família. SENTADOS, da esquerda para direita: 10 - Antônio, irmão; 11-Anália, irmã; 12 - Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); 13 -Maria Mocinha, ou Maria Queiroz, irmã; 14-Angélica, irmã e 15 - Lampião. Dos nove irmãos da família Ferreira, dois estão ausentes nesta foto: LEVINO, que morrera no ano anterior, 1925, no sítio Tenório, Flores do Pajeú/PE, em combate contra as volantes paraibanas dos sargentos Zé Guedes e Cícero Oliveira. E VIRTUOSA, que, sinceramente, não sei dizer se simplesmente não quis aparecer na foto, ou já era falecida.

Virgínio contam os historiadores, nascera em 1903, em terras do Estado do Rio Grande do Norte. Muitos deles, escritores, não citam o lugar exato em que nascera, por isso, não citaremos também. Fortunato fica viúvo em 1926. Quando do mandato de prisão, através de Carta Precatória das autoridades pernambucanas, para todos da família Ferreira que em Juazeiro estava, o sargento que fez a escolta dos membros da mesma, revela aos mesmos que havia um plano, e, portanto, uma ‘ordem’ para que todos fossem assassinados. Tendo aberto o jogo, em vez de procurar matá-los, o sargento prontifica-se em dar-lhes proteção até os limites em que poderia atuar. Não gostando desse rumo dos acontecimentos, Virgínio, junto com o irmão mais novo de Virgolino, Ezequiel Ferreira, resolvem não irem presos para Vila Bela, PE, e caem nos matos catingueiros até chegarem onde se encontrava o “Rei dos Cangaceiros”, e entram para o cangaço, ficando conhecidos, a partir desse momento, Virgínio como “Moderno” e Ezequiel como “Ponto Fino”.

Em 1930, já com quatro longos anos como cangaceiro, Moderno já havia ganho a confiança do ex-cunhado e termina por ter seu pequeno bando. Disponibilizado, principalmente, quando se fazia necessário ir buscar alguma coisa de valor como dinheiro extorquido ou mesmo munição e armas compradas a pessoas que nem todos deveriam saber que eram. O coração do cangaceiro depois que perde a esposa, está mais duro que antes. No entanto, ao começarem as passagens por uma casa nos limites do Raso da Catarina, quatro anos depois de enviuvar, uma pequenina jovem, faz com que ele bata mais forte. Ele contando, na época com 27 anos de idade.

O casal cangaceiro Moderno e Durvinha - Virgínio Fortunato da Silva e Durvalina Gomes de Sá

A coisa tornasse até um tanto infantil, como é infantil e imprevisto o amor, quando puro, torna-se fazer parte do respirar, comer, viver... e o gostoso é amar. Entre os dois, o cangaceiro e a menina da fazenda Arrasta-pé, o amor mostra-se completo, insensato, indomável, até mesmo irracional. Sempre havia uma desculpa qualquer para se chegarem e prosearem um pouco. A cada encontro a coisa fica mais amarrada. O cangaceiro, com as ‘teias de aranha’ do seu velho coração limpas e a jovem a imaginar aventuras infinitas nos braços dele, fosse onde fosse. Não restando outra saída, os dois marcam o dia e a hora de fugirem. Data e hora são chegada, os dois se metem nas matas da caatinga. As folhas das árvores serviram de colchão, as árvores como parede e a claridade do luar, ou mesmo o brilho das estrelas, foram testemunhas de várias noites de amor pleno entre os dois apaixonados...

Assim, muitos daqueles que sobreviveram ao fim do Fenômeno, sempre tem uma história para contar sobre sua adesão as fileiras sangrentas do mesmo, seja ela por vingança, perseguições, maus-tratos, etc... Já para a jovem Durvalina Gomes de Sá, conhecida nas hastes da história do Fenômeno Social Cangaço como a cangaceira Durvinha, entrar para o cangaço foi tão somente por opção, por querer. Por estar sentindo amor, um amor que levou consigo por toda sua existência por um cabra de Lampião chamado Moderno... Nas quebradas do Sertão baiano.

Fonte “Moreno e Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço” – LIMA, João de Sousa (João De Sousa Lima). 1ª Edição. 2007.
Foto Neli Conceição (filha de Durvalina e Moreno)
Ob. Ct.
Benjamin Abrahão

PS// FOTOGRAFIAS COLORIZADAS, DIGITALMENTE, POR NOSSO AMIGO, PROFESSOR Rubens Antonio

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O FORRÓ DO JOÃO DE MOCINHA.

 Por José Mendes Pereira

Antônio Alexandre da Cunha Filho - Tota  - cantor do conjunto musical João de Mocinha.

Meus amigos que foram adeptos das inesquecíveis Casa de Menores Mário Negócio e a famosa Editora Comercial, Railton Melo, Jorge Braz, Pedro Nascimento, Manoel Flor de Melo e João Augusto Braz, sei que vocês não foram festeiros daquele clube “Forró do João de Mocinha” estabelecido à Rua da Harmonia em Mossoró, no grande Alto de São Manoel, fundado entre os anos de 1966 a 1967, por Francisco de Assis Lemos (o Chico), filho do homem que o forró recebera o seu nome, mas sabem que durante muitos anos, aos sábados e aos domingos à noite, algumas vezes, uma matinê no sábado, animou os festeiros do São Manoel e de outros bairros com o som da amada sanfona, triângulo e zabumba, onde lá, o cavalheiro pegava a sua dama, e só no bico do sapato, divertia a si mesmo e a sua morena, ali, aconchegado, e de ponta a ponta, o casal rodopiava o salão do ambiente.

O forró não tinha regras para se participar da festa, podia entrar quem quisesse, mulheres de bons modos, mulheres de vida livre, desde que pagassem a entrada de acordo com o preço estabelecido na portaria, e rigorosamente, os festeiros respeitassem o ambiente. Nada grátis, afinal, o dono fazia gastos e mais gastos com instrumentos musicais, e procurava manter o conjunto com bons músicos, para que o forró funcionasse nos finais de semanas, e fizesse mais ainda sucesso, e divertisse os festeiros.

O nome do conjunto era “Os Diamantinos” de propriedade do Chico, que começou com instrumentos improvisados, e aos poucos, foi se aperfeiçoando, e era administrado por seu pai João de Mocinha, tendo como componentes: Crooner Antônio Alexandre da Cunha Filho (vulgo Tota), cujo, foi meu colega  de trabalho da empresa do Governo Estadual, na Educação. No triângulo, João Batista (vulgo Doidelo), este é meu primo de 2º grau, porque, as nossas avós eram irmãs. Ainda no triângulo e bateria o Antônio Aírton de Carvalho (já falecido) e no baixo o Edilson de Teotônio, irmão de Alcimar dos Teclados, nosso grande amigo e primo dos meus primos. 

Alcimar dos Teclados e sua esposa - também é cantora. Grandes artistas musicais.

Quando Edilson saiu do grupo, quem assumiu o contrabaixo foi o Geniel, também meu primo de 2º grau, filho do Olegário Ismael Jácome e de Francisca de tia Adelaide Maria da Conceição. Na guitarra, era responsável pelo som um jovem com o vulgo de Chico Cascudo.

Com este nome, o conjunto musical “Os Diamantinos” permaneceu durante 13 anos, e foi uma homenagem a uma freira do Ceará, amiga do padre Sales, que por aqui vivia, e sugeriu aos proprietários este nome de fantasia, o qual foi muito bem escolhido e abençoado por Deus.

O proprietário do clube acreditou e com muito sacrifício, investiu, chegando a ser uma das casas de shows melhores da periferia de Mossoró. O forró do João de Mocinha era tradição na cidade, e conquistou a população fazendo grande sucesso. Esta foi a primeira fase do conjunto musical “Os Diamantinos” que durou de 1966 a 1979.

A segunda fase do ”Forró do João de Mocinha”, teve início logo a seguir, em 1979, quando o conjunto “Os Diamantinos” deixou de existir, recebendo o nome de “The Black Som” considerada a fase de “ouro” do grupo, tendo sido comprado mais instrumentos com maiores potências no que diz respeito a decibéis. Nesse período, alguns componentes deixaram de fazer parte do conjunto, como por exemplo: Geniel, que abandonou o grupo, e que a sua vaga de baixista foi preenchida por um jovem chamado Neto. O crooner de “Os Diamantinos” o “Tota”, permaneceu até dois anos no “The Black Som”, mas posteriormente, ele deixou a banda, e a vaga foi preenchida pelos cantores Sales de Aleixo e uma jovem com o nome de Aledir.

A fama do forró fez com que o Chico investisse mais ainda, comprando instrumentos como teclado, caixas de som de alta potência, além de baterias e tumbas de alto curto.

O forró andava bem, obrigado, mas quando o proprietário resolveu colocar um empresário, que havia mudado o nome para “The Black Som”, e por ironia do destino, não se sabe se foi afastamento dos festeiros, porque já existiam outros clubes nas periferias de Mossoró, ou se foi administração do empresário que não chegou a satisfazer aos frequentadores, e a partir dali, o conjunto caminhou para a decadência.

E para ver se recuperava o sucesso que fez o conjunto antes, pai e filho resolveram convidar os antigos componentes, como o Tota, o Geniel, o Airton, o João Batista (Doidelo), o Edilson..., e como ninguém quis mais fazer parte do grupo, ele foi fracassando, sem mais ter casa cheia no ambiente, e assim foi de água abaixo, chegando a falência.

Se o grupo “Os Diamantinos” fez bastante sucesso, mais ainda fez o “The Black Som”, e com a entrada do empresário, o conjunto perdeu o rumo, chegando o proprietário encaixar os seus instrumentos, guardando-os, esperando por uma outra oportunidade, a qual, nunca mais existiu.

Que pena! Um clube que fez muito sucesso, agora só restou a saudade a quem nele frequentou, e o prédio todo desmoronado que ainda tenta resistir em pé, lá na Rua da Harmonia, no grande Alto de São Manoel em Mossoró.

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