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quarta-feira, 15 de junho de 2022

CANGAÇO VISTO DE CIMA - PARTE 2

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=_kZTwuPX3RE&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

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https://www.youtube.com/channel/UCG8-... Mais um vídeo com imagens dos locais do cangaço vistos pela perspectiva de um drone. Nas músicas do vídeo, Beto Sousa e Jadilson Ferraz. Link desse vídeo: https://youtu.be/_kZTwuPX3RE

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CERCA DE VARA

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.716

Os sertões nordestinos vão perdendo cada vez mais a vegetação nativa do seu Bioma. A caatinga vai se transformando em área pelada, não pelas secas periódicas, mas sim pelas ações destrutivas provenientes da falta de consciência de donos de terras. Sertão pelado faz desaparecer fauna, flora, construções e objetos   sustentados pela mata em pé. Fumaça na mata, fumaça na matéria-prima, fumaça no produtivo. Assim vai se evaporando a tradição, menos pela chegada do moderno, mas pela falta de amor aos devastadores da Natureza. E eles não são poucos.   A cerca de varas está no meio dos feitios sertanejos, mas em extinção apesar de tantas mostradas por aí.

CERCA DE VARAS (FOTO: AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

O uso geral desse tipo rudimentar de cerca é mais encontrado em casas, sítios e propriedades rurais cujos donos possuem baixo poder aquisitivo. Antes, era a falta do arame farpado depois, a própria economia, pois despesa com arame e estacas de madeira ou de cimento continua nas alturas. Antes as cercas de varas protegiam os jardins feitos pelas donas de casa e a roça verdejante da sanha devoradora do gado miúdo: bodes e carneiros. Hortas eram coisas raras nos sertões, pois a valorização estava apenas na lavoura do feijão, do milho da mandioca. E a proteção de cercas de qualquer tipo contra o bode, a cabra, o cabrito, é coisa praticamente perdida, pois o bicho sobe até em árvores e faz malabarismos por cima de cercas de varas.

Cercas de madeira podem ser verticais e horizontais, feitas de varas, de vime, de cipós, de garranchos, de tábuas, de bambu ou mesmo de estacas juntas abraçadas por aramado.  No tempo do cangaço facilitava bem a investida silenciosa dos cabras de Lampião às residências casebres de taipa. Apesar de ser uma coisa barata e simples, não é para todo mundo a habilidade de se construir uma cerca bem feita de quilômetros de distância. Na atualidade, porém, é saber onde conseguir essas varas com o sertão pelado.

Quanto a outras serventias em possuir uma cerca de madeira é a precisão em ministrar uma surra num cabra safado, dizia um amigo nosso. O marido chega bêbado em casa, perturbando, só resta a dona do lar “danar-lhe uma surra de vara para quebrar-lhe as pontas”.

O amigo tinha experiência!

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CANGAÇO EM CATOLÉ DO ROCHA, PB INVASÃO DA FAZENDA DOIS RIACHOS

 Por Eptácio de Andrade

Casa Grande da Fazenda


Fachada frontal

Em entrevista concedida ao escritor Epitácio Andrade, neste dia 05 de outubro de 2015, no restaurante Mangai, em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, o cidadão nonagenário Francisco Lobo Maia ¨Chico Lobo¨, de 92 anos, narrou com riqueza de detalhes a invasão da Fazenda Dois Riachos, localizada na zona rural dos municípios de Catolé do Rocha e Belém de Brejo do Cruz, ambos no Alto Sertão paraibano, pelo bando do cangaceiro pombalense Ulisses Liberato de Alencar e do famigerado Sinhô Pereira, um dos mentores do não menos afamado Virgulino Ferreira, o Lampião.

Epitácio Andrade com Chico Lobo
O bando era formado por 20 facínoras, dentre eles, Gato Vermelho, Gavião, Polvinha e o maníaco Chá Preto, que bolinou os seios de uma senhora presente no momento da invasão à fazenda. Na segunda década do século XX, a disputa pelo mandonismo 'coronelístico' no Sertão nordestino motivou o fatídico ataque à fazenda do coronel da guarda nacional Valdivino Lobo, genitor do senhor Chico Lobo.
 
Coronel Valdivino Lobo
Depois de sair, por divergências com o chefe político José Queiroga do município de Pombal, na Paraíba, onde se localiza a Fazenda Estelo, propriedade de seu genitor Francisco Liberato de Alencar, lugar onde nascera em 1894. Ulisses Liberato migrou em 1918 para Milagres, no cariri cearense, onde ficou homiziado na Fazenda Trapiá do major-coiteiro José Inácio de Souza, conhecido como major Zé Inácio do Barro. 

A mando do major-coiteiro Zé Inácio do Barro, Sinhô Pereira e Ulisses Liberato comandaram o ataque à fazenda Dois Riachos. Cuja empreita envolvia semelhante ação criminosa contra outras fazendas vizinhas, como as pertencentes a Adolfo Maia e a Rochael Maia. 
 A fazenda de Adolfo Maia foi depredada por Sinhô Pereira e a fazenda de Rochael Maia não chegou a ser invadida. No percurso do Ceará a Paraíba, o bando enfrentou uma força pública próximo a cidade de Catolé do Rocha o que motivou sua entrada na cidade de Jericó, onde promoveu depredações e roubos. Antes da invasão, os cangaceiros pernoitaram na Fazenda Santana, do senhor Antônio Saldanha, na zona rural de Catolé do Rocha. 
Na época da invasão à Fazenda Dois Riachos, o almocreve e já cangaceiro Ulisses Liberato, casado com a sertaneja Santina Benevides, desde 1919, tinha o Povoado do Jordão, localizado entre os municípios de Patu e Caraúbas, como seu ponto estratégico. No livro Jordão e seus Habitantes, prefaciado pelo mestre sertanista Raimundo Soares de Brito (Raibrito), a escritora caraubense Raimunda Dalila de Alencar Gurgel informa que o povoamento do Jordão começou em 1870. Em 1892, foi construído o açude. 
E foi reconstruído em 1926, depois de arrombar numa cheia.
Escritora Dalila Alencar

Raibrito com A saga dos limões (2011)
Em 1937, foi construída a capelinha de Imaculada Conceição, pelos pedreiros Tião Maia e Zé Pequeno. As senhoras Raimunda Godeiro e Maria dos Anjos auxiliavam na realização das novenas. A imagem da santa foi trazida do Rio de Janeiro/RJ, por dona Brígida Saboia.
Capela do Jordão
Em 23 de setembro de 1943, foi realizada a primeira festa da padroeira.
Em 1964, foi adquirido o harmônio.
Harmônio
No período de 20 a 22 de julho de 1950, ocorreram missões de Frei Damião e Frei Fernando, acompanhados pelo bispo João Batista Portocarreiro.

Em 1926, foi construída a casa de Quincas Godeiro.
Em 1930, teve início o roço da caatinga para a construção da estrada de ferro Mossoró-Souza.

 Estrada de Ferro de Mossoró
Acervo Geraldo Maia

Em 1936, o engenheiro Manoel Marques entregou a estrada de ferro. Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço.
Depois do assalto, Ulisses ficou refugiado em Juazeiro por dois meses. No mesmo ano da invasão a sua fazenda, o coronel Valdivino viajou ao Rio de janeiro, capital federal do Brasil, para um encontro com o presidente Epitácio pessoa que fora seu contemporâneo no ciclo ginasial.
Epitácio Pessoa
Era o tempo da ¨Política das Salvações¨, que pretendia instituir uma nova ordem e defendia um combate ao coronelismo. A invasão à  Fazenda do coronel Valdivino teve grande repercussão na imprensa.



O presidente depois de ouvir o relato do ex-colega articulou a integração de autoridades das províncias do nordeste para unir forças numa perseguição implacável ao major-coiteiro Zé Inácio do Barro e um combate sem tréguas ao cangaceirismo. No dia 11 de setembro de 1922, Ulisses Liberato, sem o bando, foi preso na comunidade de Alagoinha, em Lavras da Mangabeira, no Ceará e, em seguida, recambiado para a cadeia do Crato sendo minuciosamente interrogado no dia 24 de janeiro de 1923 pelo delegado major Raimundo de Mores Brito e recolhido à prisão, onde já se encontrava Chá Preto e Polvinha. Chá Preto teve a mão direita decepada à machadada. A pretexto de ser feita a sua barba foi chamado um barbeiro, que realizou um trabalho de um ofício medieval, o barbeiro-cirurgião.
Barbeiro-cirurgião
Cravando-lhe um punhal na subclávia, o maníaco agonizou até a morte.
O major Zé Inácio não resistindo a implacável perseguição, resolveu emigrar para Goiás, aonde veio a ser assassinado, em São José do Duro (uma corruptela de São José do Ouro, hoje no estado de Tocantins). Em setembro de 1923, Ulisses Liberato, com 29 anos foi sumariamente fuzilado. Polvinha o acompanhou na linha de fuzilamento.
Pescado em Cosmogonia
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NINGUÉM ARREDA! RESISTÊNCIA DO POVO DE ALEXANDRIA AO BANDO DE LAMPIÃO

 Por José Romero Araújo Cardoso

Em dois momentos, quando da entrada do bando de Lampião no Estado do Rio Grande do Norte, o chefe quadrilheiro fez valer sua experiência como chefe de cangaço, evitando deliberadamente confrontar-se com a resistência que foi organizada.

Foto acervo Sinô Mias

A passagem dos cangaceiros em Alexandria foi desviada propositalmente, a fim de evitar conseqüências funestas, como em Belém do Rio do Peixe, no mês de maio de 1927, o que atrasou a marcha em mais de um mês. A resistência em Alexandria, organizada pela briosa e destemida família Oliveira, assim como a efetivada em Mossoró, também perfaz referência brilhante à bravura potiguar, embora não tenha havido confronto em razão de Lampião ter ponderado sobre o que o espera em Alexandria.

O segundo desvio proposital dos cangaceiros foi em Caraúbas. O “rei do cangaço” conhecia a fama de quem havia estruturado a resistência. Tratava-se tão somente do “Coronel” Quincas Saldanha, o “gato vermelho” da expressão sisuda e respeitosa proferida pelo próprio Virgulino Lampião.

Atordoados com a fama perversa de Virgulino Ferreira da Silva e seus cabras, os jagunços do “Coronel” Quincas Saldanha iniciaram forte tiroteio, a esmo, cujo erro foi notado imediatamente pelo experiente sertanejo, observando que os disparos estavam sendo feitos apenas de um lado. Quincas Saldanha ordenou cessar fogo e notou que estava certo. Lampião tinha desviado a rota para Pedra da Abelha, onde aprisionaria o “Coronel” Antônio Gurgel. A esperteza do chefe dos cangaceiros era uma das razões para o “sucesso” que obteve em vinte e dois anos de lutas no cangaço.

Em Alexandria lembraram-se de eternizar a valentia daqueles que pegaram em armas para obstacular as ações ensandecidas dos cangaceiros. Uma fotografia rara e inédita, de propriedade do senhor José do Patrocínio de Oliveira Maia, natural de Catolé do Rocha (PB), residente no presente da cidade de Mossoró (RN), é a prova iconográfica do empenho valoroso que a família Oliveira efetivou, organizando frente de combate, a qual, conforme se pode verificar no importante registro iconográfico, estava decidida e irresoluta.

A necessidade de fomentar obstáculo a Lampião se dava em virtude da forma tresloucada como o bando vinha se comportando desde quando cruzou a fronteira com a Paraíba. Em Cantinho do Feijão (PB) (hoje município de Santa Helena), o bando cometeu verdadeiros atos de vandalismo.

O senhor José do Patrocínio, conhecido por todos por Sinô Maia, guardou a relíquia com todo zelo, principalmente em virtude de que na fotografia aparece o avô do dono da iconografia rara e inédita. O combatente chamava-se José Garcia, estando assinalado na fotografia, como forma do neto demonstrar carinho ao valente sertanejo. Sinô Maia residiu muito tempo na fazenda cachoeira, em Brejo do Cruz (PB), servindo ao Dr. Fábio Mariz, na profissão de vaqueiro, durante décadas.

Sinô Maia não soube informar os nomes dos outros combatentes, nem a autoria da fotografia. Apenas guarda de recordação há muitos anos. Na fotografia, conforme pode se notar na mesma, identifica-se a bandeira do Brasil como pano de fundo, envolvendo simbolicamente o grupo da resistência de Alexandria na legalidade.

No âmbito histórico-iconográfico considero que o registro fotográfico da resistência organizada em Alexandria tem a mesma importância que as fotografias perpetuadas por Raul Fernandes em seu clássico opúsculo por título “A marcha de Lampião – assalto a Mossoró”.

Nenhum documento sobre a arrogante invasão do bando de Lampião ao território potiguar pode ser desprezada. O valor de uma fotografia rara e inédita sobre o tema, é incomensurável, visto que temos de relatar de todas as formas possíveis às gerações presentes e futuras a grandeza da bravura do povo potiguar, sobretudo Mossoroense, que resistiu galhardamente a um dos mais absurdos atos de agressão a seres humanos, a maioria indefesa, à lei e à ordem no Rio Grande do Norte.

Qualquer documentação inédita que tenha ligação com o cangaço deve ser valorizada, principalmente em razão de que a importância do fenômeno social ocorrido nas caatingas nordestinas traduz a essência da busca pela compreensão da dimensão regional de uma forma holística.

Fonte: Alma do beco

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CONFERÊNCIAS E LANÇAMENTOS DE LIVROS NA SEGUNDA NOITE DE CARIRI CANGAÇO PAULO AFONSO 2022

Por Manoel Severo

Luma Holanda, João de Sousa Lima, Jacqueline Rodrigues, 
Manoel Severo e Celsinho Rodrigues

Auditório da Escola João Bosco Ribeiro recebeu a segunda noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, dia 25 de março de 2022. A Programação constou de Conferência pelo anfitrião do evento, Conselheiro João de Sousa Lima, com o título "Os Anos de Pesquisa nas Estradas de Paulo Afonso" seguido da apresentação de seu mais  novo trabalho, "Maria Bonita a Rainha do Cangaço". Para uma platéia de pesquisadores e escritores de todo o Brasil, João de Sousa apresentou sua trajetória por terras pauloafonsinas em busca de fragmentos da verdade histórica dos tempos do cangaço.

"Foram muitos anos de minha vida dedicados à pesquisa sobre o cangaço. Muitos cenários, muitos lugares, inúmeras pessoas; ainda remanescentes daquela época dura de nosso sertão; muitas histórias e muitas descobertas, tudo isso faz parte de minha trajetória, o que me enche de satisfação em poder compartilhar com todos, principalmente através de meus livros, hoje a realização do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022; na cidade que me acolheu como filho; coroa todo esse esforço" revela o escritor João de Sousa Lima, Conselheiro Cariri Cangaço.

João de Sousa Lima e a Conferência "Os Anos de Pesquisa nas Estradas de Paulo Afonso"

Para o também Conselheiro Cariri Cangaço Celsinho Rodrigues, de Piranhas, "João é um verdadeiro farejador do sertão, Onde tem algo para ser descoberto tá lá João, um pesquisador com um instinto incrível, e isso todos nós podemos ver a partir de sua trajetória". Ainda sobre o lançamento da noite: "Esse mais novo livro de João, Maria Bonita a Rainha do Cangaço, seria como a joia da coroa de suas obras, pois João ao longo de sua trajetória se dedicou inteiramente a nos trazer a história da rainha do cangaço, inclusive nascida aqui em Paulo Afonso" reforça o Conselheiro Cariri Cangaço Professor Pereira, de Cajazeiras.

Luma Holanda, João de Sousa, Manoel Severo, Bismarck Oliveira e Junior Almeida na segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Bismarck Oliveira e os lançamentos de , "Cangaceiros de Lampião de A a Z" 
e "O Ataque a Sousa"

Além da Conferência e lançamento de Maria Bonita de João de Sousa Lima, a segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso ainda reservou os lançamentos das aguardadas obras dos escritores e Conselheiros Cariri Cangaço, Bismarck Oliveira com os livros; "Cangaceiros de Lampião de A a Z" e "O Ataque a Sousa" e Júnior Almeida com o festejado "Lampião em Serrinha do Catimbau".

Júnior Almeida com o festejado "Lampião em Serrinha do Catimbau".
Luma Holanda, João de Sousa, Manoel Severo, Bismarck Oliveira e Junior Almeida na segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Conselheiros Cariri Cangaço Bismarck Oliveira e Júnior Almeida em Noite de Lançamentos no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Os lançamentos da noite de hoje são obras extraordinárias, tanto o João de Sousa com "Maria Bonita a Rainha do Cangaço" ,como Bismarck Oliveira com duas obras em segundas edições revisadas; "Cangaceiros de Lampião de A a Z" e O Ataque a Sousa"  e o amigo Júnior Almeida com o sensacional episodio de "Lampião em Serrinha do Catimbau" dão o tom do que nos espera na noite de amanha com os demais lançamentos" ressalta o Conselheiro Cariri Cangaço, Emmanuel Arruda.

Narciso Dias, Emmanuel Arruda, Prof. Pereira, Bismarck Oliveira, Fagner Lopes, 
Roberto Batista e Manoel Severo
Herton Cabral, Jose Irari, Luiz Ruben, Adriano Carvalho, Ivanildo Silveira, Josué Santana e Junior Almeida
O Mestre dos Cordéis, Jurivaldo
Narciso Dias, Luciano Costa e Vanessa, Manoel Severo, Rubinho e Emmanuel Arruda
Luiz Ruben, Adriano Carvalho, Ângelo Osmiro e Valdir Nogueira
Betinho Numeriano, Ana Gleide, João de Sousa e Manoel Severo
Wescley Dutra e João de Sousa Lima

Durante toda a realização do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, o hall de entrada do auditório da João Bosco Ribeiro transformou-se numa grande feira e exposição de livros, artesanato, pintura e esculturas com  temáticas sobre o cangaço e sertão; era a reedição da Latada do Livro Cariri Cangaço onde os convidados puderam  entrar em contato com todas as obras lançadas durante o evento como também obras já lançadas e obras raras, consolidando mais uma vez o Cariri Cangaço como um grande difusor da literatura nordestina.

Geraldo Ferraz, Adriano Carvalho e Manoel Severo
Latada do Livro no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Leonardo Gominho, Joaquim Pereira, Luiz Ferraz Filho e Adriano Carvalho
Junior Almeida, Prof. Pereira, Ivanildo Silveira e Fagner Lopes

"O Cariri Cangaço é verdadeiramente uma grande festa, um congraçamento extraordinário entre todos aqueles que estudam, pesquisam ou mesmo curiosos sobre a temática e a Latada do Livro, reunindo todo este manancial de obras, é simplesmente sensacional" revela a Conselheira Cariri Cangaço Luma Holanda. Quem completa é a escritora e cordelista Célia Maria: "Encontrar os amigos de todo o Brasil não tem preço, na verdade posso confessar que esperamos com ansiedade cada nova edição do Cariri Cangaço".

Célia Maria, Jurivaldo e Capitão Quirino
Júnior Almeida, Célia Maria e Rita Pinheiro
João de Sousa Lima e Orlando Carvalho

"O Cariri Cangaço tem se notabilizado por ser este grande espaço de encontro; aqui não só as conferências, os debates e as visitas, mas o encontro com a literatura tem seu ponto alto com a Latada do Livro Cariri Cangaço, onde todos encontram todos os lançamentos e obras raras sobre o tema, além do contato com o que temos de melhor na literatura do cangaço e temas correlatos" reforça o Conselheiro Cariri Cangaço e Presidente da ABLAC, Archimedes Marques.

Cariri Cangaço Paulo Afonso - Segunda Noite, 25 de março de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/06/conferencias-e-lancamentos-de-livros-na.html

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GRUPO DE XAXADO BANDOLEIROS DE SOLIDÃO MANTEM ACESA A CHAMA DA CULTURA SERTANEJA

 Por Hesdras Souto


Na última sexta-feira, dia 10 de junho de 2022, na Escola Municipal Anchieta Torres, no distrito de Santa Rita, zona rural de Tuparetama, no pajeú pernambucano, o Grupo de Xaxado Bandoleiros de Solidão deu um show de dança, cultura, beleza e força, durante o arraial junino da escola supracitada. Manter viva a manifestação cultural do xaxado é a maior preocupação do grupo, de acordo com seus membros. O grupo foi aplaudido diversas vezes, merecidamente.

Falar sobre o xaxado carece de uma pequena digressão. Ao que tudo indica, o xaxado surgiu em Pernambuco na década de 20 do século passado, sendo dançado originalmente apenas por homens, já que a mulher só foi entrar no cangaço na última década de sua existência, por volta dos anos 30. Durante a dança é comum se ouvir os dançarinos entoando gritos de guerra, talvez remontando aos gritos comuns entre os cangaceiros durante as refregas contra às Volantes. A difusão dessa dança é creditada ao bando de Virgulino Ferreira, o famoso Lampião.

O grupo de xaxado da cidade de Solidão, pequena cidade pajeuzeira, tem vinte e um anos de existência e tradição, levando o xaxado para todo o Brasil. Numa conversa que tive com Agrimele, coordenador do grupo e membro desde a primeira formação, “o grupo começou em 17 de outubro de 2001, fruto de um projeto desenvolvido pelo Governo do Estado de Pernambuco chamado Ciranda da Criança”, desde então várias gerações já passaram pelo grupo. Pelas contas rápidas de Agrimele, mais de mil pessoas já xaxaram com grupo.

O integrante mais novo tem 11 anos, mostrando que a formação cultural no Bandoleiros de Solidão começa desde cedo. Os membros são todos estudantes das escolas públicas da cidade, são bem educados, alegres e respeitadores. Um show em todos os sentidos. O sucesso da apresentação do grupo de Solidão na Escola Anchieta Torres foi tão grande que no dia 17 de junho o grupo volta a Tuparetama para fazer nova apresentação, dessa vez na Escola Estadual Ernesto de Souza Leite.

Grupos de xaxado como o Bandoleiros de Solidão, dentre tantos outros, mostram que a (nossa) cultura é viva, forte, vibrante e resistente, e temos obrigação moral de nos irmanarmos para apoiá-la, afinal, nascer no Nordeste já é um privilégio, e no sertão é uma verdadeira benção. Viva a Cultura do Sertão! Viva todos aqueles que amam nossas raízes! Viva o Cariri Cangaço!

Quem quiser saber mais sobre o grupo pode entrar em contato com o Prof. Agrimele pelo telefone (87) 9.8833-0903.

Por Hesdras Souto, Sociólogo, Pesquisador e Presidente do Centro de Pesquisa e Documentação do Pajeú (CPDoc-Pajeú).

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/06/grupo-de-xaxado-bandoleiros-de-solidao.html?fbclid=IwAR27UuMfaG2JOORKCIStuCBT4QMR2sAJFlzF2Uxaugjn7RBotVCD1UViwJk

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