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terça-feira, 20 de maio de 2014

Lampião em Pinhão - Sergipe - 1929


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Festival de teatro de Aurora - região do cariri Aurora CE


População de AURORA prestigiará na próxima Sexta-feira 2ª edição do Festac 2014.

A cidade de Aurora, na região do Cariri viverá na próxima sexta-feira(23) a 2ª edição do Festac 2014 - Festival municipal de Artes Cênicas numa realização da secretaria de cultura e Turismo do município.

O evento conforme afirmou o secretário da pasta o professor José Cícero pretende reunir pouco mais de sete grupos do teatro amador local, especialmente das escolas, além das representações do bairro Araçá e do distrito de Ingazeiras.

O festival acontece na plataforma da antiga estação ferroviária no centro da cidade, considerado como um dos mais importantes patrimônios histórico-arquitetônicos do município prestes a completar 94 anos. A abertura do evento será feita  através da participação especial da atriz e contadora de estórias de Fortaleza Paula Yemanjá apresentando a performance "Contos que encantam". 

O início do evento teatral a céu aberto está previsto para ocorrer às 18:30h com a palavra do prefeito Adailton Macedo. Para tanto, o local será completamente adaptado para acolher com comodidade todo o público participante. O acontecimento cultural está sendo aguardado com muita expectativa por parte da comunidade, muito especialmente pela juventude estudantil. Principalmente porque o município conta com um grande número de artistas que compõem o movimento de teatro amador.

A prefeitura através da secretaria de cultural e turismo local  premiará com  troféus e uma bonificação em dinheiro todos os grupos participantes do festival, cuja iniciativa conta, inclusive, com o apóio do centro cultural Banco do Nordeste seção Cariri.

Acerca do acontecimento ponderou o secretário: "A realização do Festac 2014 na antiga estação ferroviária não é a toa. Tem um propósito simbólico muito especial, visto que no passado a chamada 'pedra da estação' era a grande vitrine da cidade. Ou seja, era o local onde a população se reunia às vezes duas vezes por dia para assistir  o grande acontecimento social e cultural que era a passagem do trem, desde os anos em que os trilhos findavam em Aurora. 

Num tempo em que as comunicações dos sertões com o litoral eram precárias, o trem se constituiu como  o grande  elo de ligação destes rincões com o mundo. Portanto, a estação foi durante muito tempo um espaço nobre e disputado, por onde passavam personalidades, as novidades e as notícias da capital e do mundo. Um verdadeiro habitat onde se misturavam em tempos difíceis, ricos e pobre; primeiros exemplos práticos de igualdade e democracia" que se sabe, disse.

"Com este evento, queremos num certo grau, rememorar nossas memórias históricas mais afetivas. Mexer no baú das nossas melhores reminiscências e emoções latentes, instigando assim, a subjetividades para a necessária reflexão da nossa população por meio da arte e da história", concluiu.

Divulgação.

Festac - Festival municipal de Artes Cênicas de Aurora-CE.
Sexta-feira, dia 23 de maio

às 18:30 h
Na plataforma da antiga Estação Ferroviária no centro da cidade.

Realização:

Sec. de Cultura e Turismo (Secult-Aurora)
Prefeitura Municipal

Apoio:

Centro Cultural Banco do Nordeste.

Enviado pelo Secretário de Cultura de Aurora-CE José Cícero da Silva

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Maranduba... e a Caravana Cariri Cangaço

Por Manoel Severo
Aqui descansam os que tombaram em Maranduba

Quem pesquisa e conhece a história do cangaço, notadamente do ciclo de Virgulino Ferreira, confirma os três mais importantes confrontos ocorridos entre as forças volantes e o rei do cangaço: Serra Grande, Serrote Preto e Maranduba. Os três combates se notabilizaram por seus aspectos grandiosos e pela engenhosidade de um líder inconteste. Lampião à frente de seus cangaceiros, sempre em inferioridade numérica viria a alcançar três vitórias fragorosas, imprimindo vergonha às hostes governamentais e as volantes.

A Caravana Cariri Cangaço-GECC chegou a Maranduba por volta das 16 horas dessa segunda-feira de carnaval; pisar o solo de Maranduba, em território de Poço Redondo, outrora município de Porto da Folha, foi uma grande emoção para todos nós. Da rodovia que liga Canindé a Poço Redondo, percorremos cerca de 17Km de estrada de terra batida, passando por vários lugarejos e fazendas, inclusive pela casa da ex-cangaceira Adília. Vislumbrando ao longe a famosa Serra Negra, de João Maria e Zé Rufino, se chega a incomparável fazenda Maranduba, nosso guia: Alcino Alves Costa.

Os velhos Umbuzeiros, únicas testemunhas ainda presentes em Maranduba

Do cenário da batalha pouco se conservou, a casa da fazenda toda ruiu, a vegetação típica da caatinga da época virou uma grande roça, poucas pedras, as pias secas, apenas os enigmáticos umbuzeiros e a cruz que marca o local do sepultamento dos homens de Nazaré, testemunham contra o tempo, aquela que foi uma das mais significativas vitórias de Virgulino Lampião.

 
Aderbal Nogueira e as Pias da Maranduba
Múcio Procópio e Pedro Luiz em Maranduba
Da velha casa da fazenda Maranduba só restam as ruínas e os alicerces

Alcino Costa, João de Sousa Lima, Juliana Ischiara, Múcio Procópio; cada um a sua maneira ia palmilhando o local e nos trazendo detalhes importantes e imortais daquela grande e inusitada tática de guerra do maior cangaceiro da história. Conhecendo a Maranduba, vendo sua geografia, sua vegetação de origem, pisando aquele chão, vendo em loco como as tropas da policia se posicionaram e se aproximaram, o recuo estratégico dos cangaceiros; só assim vamos entender o quanto foi surpreendente o desempenho e a resistência dos 32 homens de Virgulino contra os mais de 150 homens das volantes, que tinham entre seus comandantes, o nazareno Manoel Neto e Liberato de Carvalho. 

Manoel Severo

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SORÓ, O JAGUNÇO

Por Rangel Alves da Costa*

Jagunço não, ex-jagunço, havia esclarecido Soró na última vez que abriu a boca para conversar com alguém. Quem ouviu tal consideração também não pôde escutar mais nada, eis que caiu estatelado no chão, cravado de balas, sangrando de correnteza.

Havia ido matar Socó, bateu à sua porta, foi recebido do lado de fora, começou a entabular um proseado falsamente amigueiro, mas não conhecia as artimanhas do perigoso assassino. Assim que fez a pergunta para confirmar se estava diante do jagunço Soró, este respondeu já atirando: Jagunço não, ex-jagunço.

Ex-jagunço porque já havia se comprometido a não matar mais ninguém de emboscada, tocaia ou qualquer coisa parecida. Mas percebeu que aquele cabra trazia sua morte sob encomenda, por isso matou. E depois disso se manteve disposto a não puxar mais o gatilho nem a peso de ouro. Seu desejo agora era outro, sua vida também, só não sabia se iria conseguir.

Depois de encharcar as mãos de sangue para jogar o cabra nos escondidos por trás da serra, voltou decidido a não lavar as mãos quanto tempo fosse necessário para se impregnar do cheiro de morte e jamais esquecer quantos já tinha derrubado na frieza covarde, às escondidas, por ninharia. Ninharia sim, pois matar para receber vintém do coronel não dava nem pra manter família. Ainda bem que não tinha nem mulher nem filho.

Morava sozinho, nos escondidos do mundo, mas se fazia presente assim que o seu patrão mandasse notícia que estava precisando de um servicinho. Montava no cavalo, se armava até os dentes e riscava na malhada do casarão. De lá já saía sabendo quem deveria emboscar. Quase sempre alguém que estivesse servindo como empecilho para as empreitadas sempre maldosas daquele seu patrão, afamado senhor de terra e bicho.


Mas já estava cansado de ser usado para tirar a vida de gente que nem conhecia, talvez até pessoas de bem, inocentes. Não havia conseguido nada metendo bala na testa de um e de outro. Pobre havia nascido e pobre continuava. E agora carregando nas costas a culpa por tantos crimes. Não pensava nem em pecado, pois sabia que já prometido ao fogo mais ardente que existisse. O problema maior era cair nas mãos da justiça e saber que seu patrão, mesmo mandando em tudo, nada faria para livrá-lo da condenação.

Precisava dar um basta nisso tudo. Uma semana, um mês ou ano sem puxar gatilho já estava de bom tamanho. Se até lá não fosse acusado por tantas mortes, então pensaria até em morar na cidade e se passar como pessoa comum, mesmo sabendo que sombras e pesadelos terríveis o acompanhariam pelo resto da vida fosse aonde fosse.

O coronel mandou avisá-lo que precisava acertar contas com outro coronel, agora tornado inimigo, e resolveu não ir. Já sabia que lhe caberia tocaiar o poderoso até deixá-lo estrebuchado no chão, sufocado até a morte na poça de seu próprio sangue. Não foi e sabia que pagaria pela desfeita. Conhecia bem a sanha assassina do patrão.

Tinha certeza que enviaria alguém para matá-lo e aquele cabra chegado com boa conversa, depois perguntando se estava diante do jagunço, não era outro senão o mensageiro da morte, outro matador pago para o serviço. Foi por isso que não pensou duas vezes. Matou antes que fosse acertado e morto. Mas não era pra ser assim.

Não era pra ser assim pela promessa feita. Havia se comprometido a não ser mais jagunço, a não matar mais ninguém nessa cruel condição. Por isso mesmo que precisava sentir nas mãos aquele cheiro putrefato de morte, sentir ainda aquele sangue repugnante tão perto de si, sufocando suas entranhas.

Ora, sangue e morte tinham feito parte de toda sua vida de vilezas e crueldades. Mas suportaria aquela presença abominável? O pedaço de pão vinha acompanhado da morte, o punhado de farinha seca na presença do sangue, tudo o que tocava vinha acompanhado de seu ofício assassino.

Sentou num tronco, levantou as mãos diante dos olhos, depois passou os dedos podres pelo nariz. Não sabia que a morte fedia tanto, mas não lavaria as mãos. Não enquanto guardasse na memória tantas atrocidades cometidas. Mas suportaria tanto martírio, ter nas mãos as lembranças dos crimes covardemente cometidos?

E nunca mais lavou as mãos nem tomou banho. E quem o encontrasse pelas estradas, completamente louco, pensaria apenas ser mais um insano imundo, maltrapilho, caminhando sem destino. E era. Só que este implorava por água benta para lavar as mãos.

Poeta e cronista
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Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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JOSÉ SOARES E ANA CLETA: O CANGAÇO MARCOU SUAS VIDAS.

Por João de Sousa Lima

O Juá é o maior povoado de Paulo Afonso e foi um dos maiores coitos de Lampião nessa região, sendo também o lugar que mais deu cangaceiros aos subgrupos do cangaço.

José Soares e João de Sousa Lima

Além de ter vários coiteiros a povoação foi um dos redutos para os fugitivos de Canudos. o Juá, Salgado do Melão, Brejo do Burgo, Várzea da Ema foram grandes focos de sobreviventes da Guerra de Canudos.

José Soares e João de Sousa Lima

Saíram do Juá para o cangaço: Noca, Verônica, Rita,  Lua  Nova, Português, Passarinho, Carrapicho, Baliza, Ferrugem, Mané Revoltoso Medalha e Lili.

José Soares e João de Sousa Lima

Muitas pessoas ainda guardam nas lembranças a passagem do cangaço na região e dois deles foram entrevistados recentemente e deixaram seus registros para um futuro livro.

José Soares da Silva é primo do cangaceiro Ângelo Roque.

A família de José Soares residia no povoado Serrote, vizinho ao Juá e tinham muitos familiares entre os povoados Macambira, Alagadiço, Juá, Serrote e São José.

Ana Cleta e João de Sousa Lima

Lampião chegou ao entardecer na casa dos seus pais: José Antonio e Marcelina Teixeira. Zé Soares era um garoto  entre 8 e 9 anos de idade. Lampião ordenou a Zé Soares pra ele ir buscar água para os cachorros. Zé foi a cozinha e trouxe uma lata com água e uma bacia, dirigiu-se ao terreiro e colocou a água para os cães, enquanto observava o chapéu "brilhoso" de Lampião. O serviço do garoto foi pago e os cangaceiros seguiram destino.  Foi o primeiro contato dos muitos que iriam acontecer.

Ana Cleta, João de Sousa Lima e Elenilda

A senhora Ana Cleta Maria Xavier é prima da cangaceira Sabrina. Sabrina era filha do casal Antonio Vicente e Francelina e seu irmão Zé Gato também entrou para o cangaço.

Ana Cleta e João de Sousa Lima

Sabrina foi levada pelo irmão Zé Gato para uma festa e dançou a noite toda e quando retornou de manhã apanhou do pai e fugiu de casa. o irmão Zé Gato foi quem intermediou a fuga da irmã. Sabrina seguiu para o povoado Icó (no centro do Raso da Catarina).  No Icó Sabrina pediu  ajuda ao tio Quelé e Quelé mandou ela ir falar com o delegado Mané Francelino. O delegado teve medo dos cangaceiros atacar o Icó e não aceitou deixar Sabrina no lugar e ai Sabrina já reaparece tempos depois junta aos cangaceiros.

Ana Cleta, João de Sousa Lima e Elenilda

Pude ainda conversar com Zé Soares e Ana Cleta, dois sobreviventes da época do cangaço. O povoado Juá foi um dos grandes coitos dos cangaceiros e ainda encontramos por lá pessoas que beirando os 90 ou 100 anos ainda guardam lembranças daquele tempo.

João de Sousa Lima é historiador, escritor, pesquisador do cangaço e administrador do blog: http://www.joaodesousalima.com

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BIANCA OLIVEIRA: CANGACEIRA MODERNA.

Por João de Sousa Lima

Conheci Bia acaso do destino; Ela fascinada pelas histórias do cangaço e eu entranhado há tempos nas diversas veredas da historiografia cangaceira, colhendo dados, rabiscando páginas, escrevendo livros.


Muitas léguas separavam corpos, a tecnologia estreitando distâncias, aproximando almas.


Muitos sonhos, risos, segredos desvendados, confidências guardados no diário imaculado do coração.


Ela tornou-se chama ardente, flamejante centelha que aquece os campos minados da alma que sofreu os desamores e dissabores  da vida. Suas palavras trouxeram momentânea paz....    


...Paz que acreditamos vir pelo amor.....    ....Essa paz iluminou meu horizonte, cruzou meu espaço, revirou meu tempo.


Restou  um brilho, um brilho que quase opaco adormeceu  no desconhecido dos nossos sonhos.


Sua voz  deixou palavras que ecoam  como amarras que aprisionam  as liberdades que nutrem o coração. Foram frases que vagam ao vento e causam desalinho nas lembranças dos bonsmomentos. Seu riso eterniza-se como essência da nossa amizade mesmo tendo as lembranças do teu feminismo que deixou rastros fortes nas mais áridas veredas de um coração de um homem rude...


Quando o sol castigar tua epiderme feminina e clarear teu chapéu imaginário de cangaceira, a luz atenuará algumas atitudes quase impensáveis que queima o pasto de nossas mais doces lembranças eternas...

João de Sousa Lima é historiador, escritor, pesquisador do cangaço e administrador do blog: http://www.joaodesousalima.com

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NO MEU SERTÃO QUANDO CHOVE É ASSIM.....

Por João de Sousa Lima 

Ontem estive em uma roça de um amigo que fica no Raso da Catarina e pude observar como a vida ressurge rápido com a chuva.

Foto: João de Sousa Lima

Várias flores coloridas enfeitam os diversos caminhos da roça e a chuva não pàra de cair. É um grande  espetáculo da natureza.
    
Inspirado  nessa visão colorida fiz a poesia que segue abaixo e que ofereço a todas minhas amigas:

EU TAMBÉM FALEI DAS FLORES.

Eu venho do Pajeú das flores
Onde as flores são poesias
Onde versos saúdam os dias
E eu canto meus amores

Olhei os lírios nas campinas
Nas relvas frias e dormidas
Nos aromas que criam vidas
Gravei imagens nas retinas

Colhi flores, ofertei rosas
Pétalas na palma da mão
Aromas dentro do coração
Matizes vivas e formosas

Nos mais verdes campos
Entre pétalas e espinhos
Cores adornam caminhos
Aromas em rastros Santos

Feliz quem seguiu flores
Sorveu suas fragrâncias
Andou muitas distâncias
Pra ver seus esplendores

Olhei as flores nos campos
Ventos e Arcos coloridos
Quem olha jardins floridos
Vê caminhos de encantos

Foto: João de Sousa Lima
 Foto: João de Sousa Lima
Foto João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima
Foto: João de Sousa Lima

João de Sousa lima é historiador, escritor, pesquisador do cangaço e administrador do blog http://www.joaodesousalima.com/

Paulo Afonso, 19 de Maio de 2014

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Mortos de Angicos - Colorindo para melhor apreender.

Por Rubens Antonio

Imagem original. Cabeças expostas em escada da Prefeitura de Piranhas, em Alagoas. 


 A mesma imagem colorizada por Rubens Antonio:


E por Sérgio Roberto


Em versões mais "densas" ou mais "lavadas", com mais ou menos contrastes, mais realistas ou estilizadas, oferecem óticas de abordagem, favorecendo igualmente aos interessados em estudar o fenômeno do Cangaço.

Rubens Antonio é professor e pesquisador do cangaço.

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