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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

MORRE EM ARACAJU A CANTORA PAULINHA ABELHA

Por Renata SouzaBárbara Brambilada CNN em São Paulo

Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha PretaReprodução/Calcinha Preta

Vocalista do grupo de forró "Calcinha Preta" estava internada no Hospital Primavera desde o dia 17 de fevereiro.

O Hospital Primavera confirmou o falecimento da cantora Paula de Menezes, conhecida como Paulinha Abelha. Segundo o comunicado, a vocalista do grupo de forró Calcinha Preta morreu em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico.

“Nas últimas 24 horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo. Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementar específicos”, comunicou o hospital por meio de nota.

A cantora estava internada desde o dia 17 de fevereiro no Hospital Primavera sob os cuidados das equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia.

Na última terça-feira (22), a equipe de médicos responsável pela cantora havia comunicado que ela se encontrava no estágio mais grave e profundo do coma.

O estado de saúde de Paulinha evoluiu de um quadro de insuficiência renal, diagnosticado quando foi internada, no dia 11, para uma lesão cerebral.

A cantora tinha 43 anos e fez parte da banda Calcinha Preta em três momentos diferentes. Desde 2018 mantinha uma participação contínua no grupo musical.

 https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/morre-em-aracaju-a-cantora-paulinha-abelha/

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LIVRO DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA

 

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LIVROS DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO

    Por José Bezerra Lima Irmão

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351

Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO

     Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com

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SÃO JOSÉ GANHA REPARTIÇÃO

 Clerisvaldo B. Chagas, 23 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.661



     O Humilde Bairro São José, fruto de desdobramento do Bairro Camoxinga, estar situado na região oeste de Santana do Ipanema, saída para Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco o Alto Sertão de Alagoas. É onde estão a escola Professora Helena Braga das Chagas, Corpo de Bombeiros, Posto de Saúde São José e o DNIT, repartições culminantes do lugar. Mas agora o Bairro do pai de Jesus entra numa nova dimensão que aumenta a autoestima dos seus habitantes. É que foi inaugurado ao lado do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) moderno edifício onde funcionará como sede própria, a 11Vara da Justiça Federal em Alagoas, às margens da BR-316, lugar do antigo DNER.

O fórum funcionava no Bairro Monumento quase defronte aos Correios, mas agora abrilhantará com sua pujante presença o Bairro São José, onde existe bem perto outros bairros como Clima Bom, Barragem e o gigante Camoxinga. Com essa nova moral o Bairro São José, tão longe do Centro, poderá atrair novos empreendimentos, deixar, quem sabe, o velho apelido de COHAB VELHA e por pés nos degraus da verdadeira transformação. Segundo noticiário, esteve presente na citada inauguração, entre várias autoridades do Judiciário o presidente da subseção de Santana do Ipanema, o advogado filho da terra, Raul Teodósio e a prefeita do município Christiane Bulhões.

Funcionando em Santana do Ipanema há 10 anos (registrada no livro: “230” da nossa autoria)

, o Fórum Federal atende a 22 municípios do Sertão e Alto Sertão de Alagoas. Sua nova sede é até um ponto estratégico para o Alto Sertão e as cidades ditas acima. Dias atrás surgiam perguntas e mais perguntas dos transeuntes a respeito do prédio que estava sendo construído no terreno onde funcionou o antigo DNER. E se era segredo ou quase, está aí a grande descoberta, repartição gigante trocada por outra gigante na serventia objetiva, no emprego e na circulação monetária, principalmente no Bairro São José.

Digam agora que o santo não tem força!

Trouxe a Justiça.

Justiça forte e federal. Ave o muque, São José!

EDIFÍCIO NOVO DA JUSTIÇA FEDERAL (FOTO: DIVULGAÇÃO/INSTAGRAM/JFAL).

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O ATAQUE A BELMONT PARTE FINAL

 Por Rostand Medeiros

Gonzaga não Acreditou no Vaqueiro.Marilourdes Ferraz informa que Ioiô Maroto agiu de forma dissimulada e buscou a paz com seu amigo e compadre, que diante desta atitude decidiu dispensar seus guarda costas.A  carta do misterioso “Um Assignante”, publicada no domingo, 11 de março de 1923, dá um informação que se aproxima da versão de “O Canto do Acauã”. Consta que diante da surra em Ioiô Maroto, o comerciante Gonzaga começou a se desfazer de seus negócios em Belmonte, seguindo com a família para a cidade pernambucana de Bom Conselho. Então o próprio Ioiô Maroto teria escrito uma carta a Gonzaga, afirmando que não iria lhe fazer retaliações, que “era seu compadre e amigo”, que a amizade “voltaria a ser o que era”. A carta de “Um Assignante” afirma que Ioiô pediu então, certamente como prova de boa vontade, para Gonzaga dispensar os seis rapazes armados que ficavam em sua casa.


O jornal afirma que às dez da noite do dia 19 de agosto de 1922, um vaqueiro de Gonzaga conhecido como “Manoel Pilet”, foi a sua casa e afirmou ter visto muitos cangaceiros na propriedade “Cristóvão” de Ioiô Maroto, mas Gonzaga não acreditou. O vaqueiro chegou a se oferecer para fazer companhia e proteger o patrão em sua casa na cidade de Belmonte, mas Gonzaga recusou.Sua sorte estava selada.

O Fogo de Belmonte.No livro “Serrote Preto”, de Rodrigues de Carvalho (1961. Págs, 157 a 161), o autor comenta que certa noite, provavelmente um ou dois dias antes da manhã de 20 de outubro, Lampião e seu bando chegaram a propriedade de Ioiô Maroto, prontos para resolverem a questão. Rodrigues de Carvalho afirma que o parente de Sinhô Pereira não queria mais a vingança e que seguiu com Lampião praticamente obrigado.Já a carta publicada no jornal “A Província”, comenta que nesta época a cidade de Belmonte era guarnecida pelo sargento José Alencar de Carvalho Pires e mais 10 praças. Havia uma ordem que, no caso de serem ouvidos disparos, os comandados do sargento Alencar deveriam ir para o pequeno aquartelamento policial para serem tomadas as medidas de defesa. Depois de uma noite de muita chuva, que facilitou o ataque dos cangaceiros, as quatro da manhã do dia 20 de outubro de 1922, uma sexta feira, foram ouvidos tiros espaçados e depois a fuzilaria aumentou. Nesta manhã o sargento Alencar se achava adoentado na casa do seu sogro, o coronel João Lopes, irmão de Gonzaga. Mesmo assim Alencar saiu a rua e disparou contra os cangaceiros “cerca de 40 tiros” e foi para o pequeno quartel para dar ordens ao seu pessoal. Mas no lugar, ao invés dos 10 militares só estavam os praças Manoel Rodrigues de Carvalho, José Francisco e José Oliveira.

A cidade entrou em polvorosa. Pessoas buscavam refúgio em baixo dos poucos móveis existentes nas suas casas. Muitos correram para o mato, deixando tudo para trás e saindo apenas com os familiares e a roupa do corpo.Em pouco tempo chegaram para defender a urbe os soldados Severino Eleutério da Silva e Heleno Tavares de Freitas. Este último foi logo alvejado e morto. Após isso o sargento Alencar distribuiu a munição e saiu a rua acompanhado dos soldados Manoel Rodrigues de Carvalho e José Oliveira. Ele deixou um soldado na casa do coronel João Lopes e outro na casa do escrivão Manoel Medeiros. O militar posicionado na casa do escrivão tinha ordens de abrir fogo contra o prédio do açougue, onde estava alojado um grande número de cangaceiros, pois o sargento Alencar iria atacar o açougue pela retaguarda. A fuzilaria era cerrada e desigual, pois a cidade era defendida, segundo afirma o jornal, por apenas 6 militares, uns poucos civis, contra 65 cangaceiros.Os militares que estavam no quartel, mesmo cercados, mataram Antônio Pereira da Silva, conhecido vulgarmente como “Antônio da Cachoeira” e primo de Ioiô Maroto e Sinhô Pereira.

Belmont em Pernambuco

Pessoas da localidade participavam da defesa. Entre estes estavam Manuel Gomes de Sá, conhecido como Manuel Justino e seu filho João Gomes de Sá, que foi ferido. Um cangaceiro alcunhado “Baliza”, vendo este cidadão em apuros pulou o muro de sua casa disposto a matá-lo. A ajuda veio de Dona Luzia Gomes, esposa de João Gomes, que municiou o rifle e animou o esposo para a luta. João Gomes matou “Baliza” com um tiro no peito. Outro que pegou em armas foi o cidadão Luís Mariano, que junto com outros disparava contra a corja de bandidos de dentro do curral de Tertuliano Donato.

Consta que o sargento Alencar expulsou os cangaceiros do açougue e de uma janela deste estabelecimento comercial, gritava palavras de apoio a Gonzaga e mandava bala contra os cangaceiros. O sargento imaginava que Gonzaga estava resistindo dentro de sua casa. Mas aí, segundo está textualmente descrito no jornal, o próprio Lampião gritou “-Eu levo daqui um comboio de fazenda; eu vou ficar rico!…”. Deixando entender que a situação do comerciante não era das melhores. Alencar percebeu que a única maneira de expulsar os cangaceiros seria atacar pela retaguarda da casa de Gonzaga. Mesmo com poucos homens e a munição acabando, ele seguiu para o local e abriu fogo contra a “cabroeira”.

De dentro da casa eram ouvidos gritos de euforia e de pavor. Dona Martina, a mulher de Gonzaga, suas filhas e outras mulheres que estavam no interior gritavam pedindo proteção aos céus. Quando estive em Belmonte me narraram que um cangaceiro chamado José Tertuliano, conhecido como Zé Terto, e possuindo o vulgo de “Cajueiro”, protegeu as mulheres da família de Gonzaga da sanha de seus companheiros, empurrando-as para dentro de uma dispensa. Ainda dentro da casa os cangaceiros gritavam de euforia, parecendo que haviam alcançado a vitória desejada. Mas para o sargento Alencar e parte do seu valoroso destacamento, o que importava era entrar na residência e expulsar aquela corja para longe de sua cidade. A tática deu certo. Era perto das oito da manhã e depois de um fogo intenso o bando de Lampião saiu de Belmonte cantando a “Mulher Rendeira”.

Provavelmente ao entrar na casa do comerciante, o sargento Alencar entendeu o porquê dos cangaceiros e Ioiô Maroto irem embora cantando.

Saldo do Ataque- Gonzaga Ferraz jazia morto na sala existente logo na entrada. Estava envolto em panos, onde certamente os atacantes iriam atear fogo no falecido e consequentemente na casa. Ele teria tentado se defender da turba que buscava invadir o local pela porta dos fundos. Havia chegado a atirar com o que tinha, mas diante da desvantagem empreendeu fuga indo para o grande sótão. Ao tentar se esconder, ou buscar fuga utilizando uma janela, ele despencou na sala e teria morrido da queda, ou então sido chacinado pelos cangaceiros.

O certo foi que Ioiô Maroto, mesmo ferido levemente, alcançou sua pretendida vingança. Já Lampião e seus homens roubaram o que puderam do comerciante. Para o “Rei do Cangaço” o produto do butim que mais lhe chamou atenção foi a aliança de Gonzaga. O saldo para o povo de Belmonte, além da morte de Gonzaga e do soldado Heleno Tavares de Freitas, foi a morte de um civil, que “A Província” chama apenas como “um velhinho” e que se achava na porta de sua casa quando foi alvejado. Já o jornal “Diário de Pernambuco”, transcrevendo um telegrama enviado pelo delegado Manuel Guedes ao então Chefe de Polícia, Desembargador Silva Rêgo, dá conta que o civil morto se chamava Joaquim Gomes de Lyra.

Luiz Gonzaga Ferraz

Entre os defensores de Belmonte feridos, além do citado João Gomes de Sá, o próprio sargento Alencar estava com um ferimento leve, em decorrência de ter tido sua arma destroçada por um balaço dos cangaceiros. O jornal “A Província” de 1923 dá conta que depois de encerrado o tiroteio, cinco pessoas da cidade vieram “participar da defesa”, ajudando a transportar o “corpo” do sargento Alencar. Como este não estava morto, provavelmente desfalecido devido ao seu ferimento de natureza leve, se levantou e passou a maior descompostura naqueles que só ajudavam “carregando os defuntos”.

Além de “Antônio da Cachoeira” e “Baliza”, os cangaceiros aparentemente tiveram um terceiro homem mortalmente alvejado pelos defensores da cidade. As fontes apontam que poderia ser um antigo membro do grupo de Sinhô Pereira, de alcunha “Pilão”, ou um cangaceiro conhecido como “Berdo”. Já as fontes apontam sempre de forma controversa, que o número de feridos entre os atacantes chegou a até cinco homens e os nomes variam. A unanimidade é o nome do paraibano Cícero Costa, que seria uma espécie de enfermeiro do grupo e em menos de dois anos seria morto no tiroteio da Serra das Panelas.

A notícia do ataque a Belmonte teve forte repercussão na imprensa pernambucana. Uma semana depois do ocorrido, o periódico recifense “Jornal do Commercio” fazia uma severa crítica ao então governador pernambucano, Sérgio Teixeira Lins de Barros Loreto pela falta de segurança no sertão. O jornal traz estampada uma carta da viúva de Gonzaga, datada do dia da morte do seu marido, pormenorizando os fatos e responsabilizando Ioiô Maroto.

Rostand Medeiros
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Casa de Gonzaga

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SINHÔ PEREIRA E LAMPIÃO

Do acervo do José João Souza

De 1915 a 1922, Sinhô Pereira combateu os seus inimigos sem desfalecimento. Em 1920 ele aceitou em seu bando de cangaceiros três rapazes, Virgulino Ferreira e dois irmãos, Antônio e Levino, os quais deram um maior poder de fogo ao grupo de Sinhô Pereira. 

Durante os dois anos em que Virgulino Ferreira e os irmãos lutaram sob o comando de Sinhô Pereira, os combates contra os Carvalho e a polícia, intensificaram-se. Neste período, um dos combates mais duros foi o da serra da Forquilha, em São Francisco, onde Sinhô Pereira foi cercado numa casa por 120 soldados, contando ele com apenas 11 cangaceiros, entre os quais os irmãos Ferreira. O cerco foi rompido, sem nenhuma baixa por parte dos cangaceiros. Foi neste combate que Virgulino Ferreira ganhou o apelido com o qual passaria a ser conhecido na história do cangaço. Durante o tiroteio entre os cangaceiros e os policiais, observou-se o fato de que o rifle de Virgulino Ferreira, de tanto atirar para dar saída aos homens de Sebastião de dentro da casa em que se encontravam, mais parecia um candeeiro ou lampião aceso, resolveram dar-lhe o apelido de Lampião. Neste e em outros combates, Sinhô Pereira teve oportunidade de observar Lampião em situações limite e, quando resolveu abandonar a vida do cangaço, em 1922, não hesitou em nomear Lampião como seu sucessor.

Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência

De: Jovenildo Pinheiro

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O ATAQUE A BELMONT PARTE II

 Por Rostand Medeiros


Em seu livro “O Canto do Acauã” (2011, pág. 157), a pesquisadora Marilourdes Ferraz dá outra versão para o caso. Ela afirma que o tenente Montenegro recebeu uma carta, onde havia uma denúncia contra Ioiô Maroto, informando ser ele um coiteiro de cangaceiros. Segundo afirma a autora de “O Canto do Acauã”, a dita carta foi falsamente atribuída ao comerciante de Belmonte. Por saber de qual família vinha Maroto, Gonzaga correu a afirmar ao fazendeiro que não tinha culpa neste caso.Já autora de “As Táticas de Guerra dos Cangaceiros”, Maria Christina Russi da Matta Machado (1969, pág. 73), não afirma que Ioiô Maroto e Gonzaga eram amigos e nem compadres, mas que os dois tinham uma desavença antiga. A autora aponta, sem detalhar nada, que o problema entre os dois “foi coisa sem importância” e que Ioiô Maroto não imaginava que Gonzaga aguardasse a oportunidade de “liquidar as contas”, lhe denunciando a volante cearense que lhe desonrou em sua própria casa. Já João Gomes de Lira, autor de “Memórias de um Soldado de Volante” (1990, págs. 77 e 78) tem outra versão. Segundo este antigo membro de volantes que perseguiu cangaceiros, Ioiô Maroto residia em um lugar chamado “Queimada Grande” e durante a surra aplicada pelos militares cearenses, soube da boca do próprio tenente Montenegro que foi o comerciante Gonzaga a pessoa que lhe havia denunciado.


Mas é a própria Marilourdes Ferraz que aponta duas ocorrências, que mostram uma possível solução deste pequeno mistério. A primeira razão teria ocorrido em maio de 1922, quando foi saqueada por Sinhô Pereira e seu bando, composto inclusive de Lampião e seus irmãos, uma carga de tecidos de Gonzaga que era transportada para Rio Branco, atual Arcoverde. Parte da carga foi distribuída entre os bandidos e o resto eles atearam fogo.

A outra razão seria o fato que, depois desta ocorrência, Gonzaga começou a atender as exigências dos cangaceiros que viviam pela região. O comerciante, para se ver livre desta corja de malfeitores, entregava mercadorias e dinheiro. Entretanto, em uma ocasião em que estava ausente, consta que sua esposa, a Senhora Martina, tratou muito rispidamente o portador da mensagem dos bandoleiros. Diante dos episódios ocorridos, a autora afirma que Gonzaga contratou homens para a sua proteção, de sua família, de seus negócios e de suas propriedades.A notícia da desatenção da esposa de Gonzaga e do fato dele contratar homens para sua proteção chegou aos chefes dos cangaceiros causando insatisfação. Estes guardavam muito rancor de quem não lhes atendia seus pedidos e de quem tomava estas atitudes de defesa.

Sabendo destes fatos narrados em “O Canto do Acauã” e lendo o teor do material publicado no jornal recifense “A Província”, em 11 de março de 1923, ao cruzarmos as informações, podemos facilmente deduzir que Gonzaga estando com homens armados para lhe proteger e com o comandante da volante cearense arranchado em sua casa, se sentiu seguro para relatar ao tenente Montenegro os problemas que acontecia consigo e a ligação de parentesco entre Ioiô Maroto e Sinhô Pereira. Depois do fracasso da atuação de sua volante em Pernambuco, da reprimenda do tenente Cardim, não é difícil imaginar que o tenente Montenegro deduziu que fazer uma visita ao parente de Sinhô Pereira poderia lhe trazer alguma vantagem. Evidente que isso é apenas uma dedução e nada impede que a triste sina de muitas pessoas de “botarem lenha na fogueira”, possa ter desencadeado tudo que ocorreu depois.
Virgulino Ferreira,à época do ataque a Belmonte

Lampião Chefe de Bando.No meio de toda esta história, enquanto Ioiô Maroto tentava curar suas feridas e Gonzaga se preocupava com seu futuro, em 4 de junho de 1922, no sítio Feijão, zona rural do município pernambucano de Belmonte, próximo a fronteira do Ceará, Sinhô Pereira informou ao membros do seu bando, que em breve vai entregar o comando a Lampião.Apesar de ter menos de 27 anos de idade, Sinhô alegou problemas de saúde para a sua decisão e que seguia um apelo do mítico Padre Cícero Romão Batista, da cidade de Juazeiro, Ceará, que havia lhe pedido para deixar esta vida e ir embora para o sul do país.Vinte e dois dias depois de receber a notícia que a passagem de comando está próximo, Lampião efetivamente já é chefe de grupo. Neste momento começa a imprimir sua horrenda marca pelo Nordeste e vai se tornar o maior cangaceiro do Brasil. Na edição de 29 de junho de 1922, do jornal “Diário de Alagoas”, afirma que “Cangaceiros, em numeroso bando assaltaram a cidade de Água Branca, penetrando na residência da Baronesa”.

Esta era a octogenária Joana de Siqueira Torres, viúva do Barão do Império Joaquim Antônio de Siqueira Torres. Os cangaceiros chegaram de madrugada entraram pelos fundos do casarão e roubaram o que puderam. Apesar de ocorrer uma resistência das pessoas do lugar, eles escaparam ilesos.No dia 1 de julhos este periódico alagoano informou através de “viajantes vindos do sertão”, que os esforços da polícia para prender os assaltantes foram nulos.Lampião segue para Pernambuco, feliz pelo resultado do saque. Em uma tarde, junto com seus companheiros de rapinagem, dançaram xaxado e cantaram a mítica melodia “Mulher Rendeira” embaixo de uma quixabeira no centro do povoado de Nazaré e o fato foi presenciado por Manuel de Souza Ferraz, o conhecido Manuel Flor. Este se transformaria em um dos maiores perseguidores de Lampião.

Finalmente, no dia 22 de agosto de 1922, Sinhô Pereira parte da fazenda Caraúbas, perto do lugar Bom Nome, em Pernambuco, para o estado de Goiás.Mas antes de partir, Pereira pediu a Lampião que fosse a Belmonte resolver a desfeita sofrida por seu parente Ioiô Maroto. Lampião certamente possuía uma dívida de gratidão com Sinhô Pereira, por tudo que ele havia lhe ensinado em meios as andanças pelas caatingas e jamais iria lhe negar esta solicitação. Além do mais, ele sabia que Gonzaga tinha dinheiro e isto era o que realmente lhe interessava.

Continua...

Rostand Medeiros
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Baronesa de Água Branca

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LUIZ GONZAGA EM MOSSORÓ

Por Relembrando Mossoró 

Festa da Rádio Rural de Mossoró , que contou com show do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, ao lado de Nilton Santana, das Lojas Olindas e uma vencedora de uma bicicleta.

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O ATAQUE A BELMONTE PARTE I

Por Cangaçologia 

https://www.youtube.com/watch?v=CbQBAKSLTwU&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

As mortes dos cangaceiros-índios Mourão e Mormaço na versão do militar José Mutti de Almeida "Mutti" ex-comandante de Volantes baianas que durante anos atuou no combate e repressão ao cangaceirismo/banditismo nordestino.

Lembrando que existe uma outra versão, considerada por muitos como a versão oficial a respeito desse assunto, que em breve será apresentada no nosso canal para que vocês possam assistir, analisar, confrontar as informações e tirar suas próprias conclusões.

Por enquanto meus agradecimentos a todos que assistem nossos vídeos e que participam de forma direta ou indireta no canal Cangaçologia.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

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O ATAQUE A BELMONTE PARTE I

 Por Rostand Medeiros

Rostand Medeiros no Cariri Cangaço 2010

Como já foi bastante comentado, devido as sérias perseguições contra a família de Virgulino Ferreira da Silva, seguido do assassinato do seu pai pela ação desastrosa de um grupo de policiais alagoanos no lugar Matinha de Água Branca, em 9 de junho de 1920, fez com que ele e seus irmãos Antônio e Livino, se transformem definitivamente em cangaceiros.Os irmãos Ferreiras se juntam ao bando conhecido como Porcinos e depois, em agosto de 1920, passaram a servir sob as ordens do chefe cangaceiro Sebastião Pereira, o conhecido Sinhô Pereira. Em meio às ações junto com Sinhô, Virgulino recebe a alcunha de Lampião.A ligação de amizade entre Sinhô e Lampião vai ocasionar, em outubro de 1922, a morte de um importante comerciante chamado Luiz Gonzaga Lopes Gomes Ferraz, da cidade de Belmonte (atual São José do Belmonte), no sertão pernambucano. Este caso, um dos mais emblemáticos do período em que parte do Nordeste foi flagelado pela figura do temido cangaceiro Lampião, teve uma grande repercussão.Muito já foi comentado sobre este episódio, mas no Arquivo Público do Estado de Pernambuco, nas amareladas páginas dos antigos jornais, foi possível encontrar novas informações.

Uma Interessante Carta. No domingo, 11 de março de 1923, foi publicada no jornal recifense “A Província”, uma grande carta vinda da cidade de Belmonte, cujo autor se intitulou “Um Assignante”. Neste volumoso documento ele narra pormenorizadamente o conflito ocorrido na sua cidade em outubro do ano anterior, que culminou na morte do comerciante Gonzaga.Em maio de 1922, segundo o autor da missiva publicada no periódico, se encontrava em Belmonte a volante policial Pernambucana, comandada pelo tenente Cardim. Esta volante estava a caça do grupo de cangaceiros de Sinhô Pereira e tinham informações que estes se encontravam no lugar “Olho D’água”, uma serra próximo a fronteira do Ceará e da Paraíba.

Sinhô Pereira

Para alcançar seu objetivo o tenente Cardim solicitou apoio de uma volante da polícia cearense, que teria em torno de sessenta membros, cujo autor da carta não declina o nome do comandante, mas afirma que este era “um antigo cangaceiro”. Consta que Cardim desejava realizar um cerco contando com o apoio dos cearenses. Mas o comandante desta volante não participou da ação policial e, pior, saiu a praticar toda sorte de atrocidades contra a população, principalmente terríveis surras. Este fato assustou toda a comunidade e alertou o bando de Sinhô Pereira que desapareceu na caatinga. A carta afirmava que Cardim se encontrou com seu colega cearense, dispensou seu apoio, mas antes passou uma ríspida descompostura no seu comandante pela ação dos seus soldados.

Evidentemente insatisfeito com a reprimenda, com a frustrada ação policial no estado vizinho ao Ceará, onde a sua marca principal era a tortura em larga escala na busca de informações, o tenente cearense buscava alguma compensação. Consta que o militar recebeu uma informação sobre um possível coiteiro e parente de Sinhô Pereira e, para não “perder a viagem”, no caminho de volta para casa fez uma “visitinha” a esta pessoa e sua família. A propriedade era conhecida como Cristóvão, pertencia a Crispim Pereira de Araújo, conhecido como Ioiô Maroto, um homem pacato e que vivia longe de complicações, apesar de ser membro da família de Sinhô Pereira.

Segundo comenta a tradição oral da região , e que conseguimos apurar em nossa visita a Belmonte em 2008, o mínimo que posso dizer em relação à visita da volante cearense ao pobre do Ioiô Maroto foi que “o cacete comeu”. Sobrou até para sua já vetusta mulher e suas filhas. Consta que um policial negro, conhecido como “Uberaba”, teria praticado contra as mulheres “toda sorte de misérias e imoralidades, entre a risadaria de todos, inclusive do tenente que achava em tudo muito espirito”. Depois do ocorrido, segundo a versão publicada no jornal de 1923, consta que Ioiô Maroto soube que o oficial da polícia cearense esteve na cidade de Belmonte, onde se arranchou na casa de seu compadre e amigo, o comerciante Luiz Gonzaga Lopes Gomes Ferraz. Foi informado ao fazendeiro ultrajado que Gonzaga declinou ao perverso tenente que Ioiô Maroto era parente de Sinhô Pereira.O autor da carta publicada no jornal, por razões óbvias, não declinou o nome do militar, mas se sabe que ele era o tenente Peregrino de Albuquerque Montenegro.
 
Continua...
 
Rostand Medeiros


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