Seguidores

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PAÍS RICO

Por Lima Barreto


Não há dúvida alguma que o Brasil é um país muito rico. Nós que nele vivemos; não nos apercebemos bem disso, e até, ao contrário, o supomos muito pobre, pois a toda hora e a todo instante, estamos vendo o governo lamentar-se que não faz isto ou não faz aquilo por falta de verba.

Nas ruas da cidade, nas mais centrais até, andam pequenos vadios, a cursar a perigosa universidade da calariça das sarjetas, aos quais o governo não dá destino, e os mete num asilo, num colégio profissional qualquer, porque não tem verba, não tem dinheiro. É o Brasil rico...

Surgem epidemias pasmosas, a matar e a enfermar milhares de pessoas, que vêm mostrar a falta de hospitais na cidade, a má localização dos existentes. Pede-se à construção de outros bem situados; e o governo responde que não pode fazer porque não tem verba, não tem dinheiro. E o Brasil é um país rico.

Anualmente cerca de duas mil mocinhas procuram uma escola anormal ou anormalizada, para aprender disciplinas úteis. Todos observam o caso e perguntam:

- Se há tantas moças que desejam estudar, por que o governo não aumenta o número de escolas a elas destinadas?

O governo responde:
- Não aumento porque não tenho verba, não tenho dinheiro.

E o Brasil é um país rico, muito rico...

As notícias que chegam das nossas guarnições fronteiriças são desoladoras. Não há quartéis; os regimentos de cavalaria não têm cavalos, etc., etc.

- Mas que faz o governo, raciocina Brás Bocó, que não constrói quartéis e não compra cavalhadas?

O doutor Xisto Beldroegas, funcionário respeitável do governo acode logo:

-  Não há verba; o governo não tem dinheiro.

- E o Brasil é um país rico; e tão rico é ele, que apesar de não cuidar dessas coisas que vim enumerando, vai dar trezentos contos para alguns latagões irem ao estrangeiro divertir-se com os jogos de bola como se fossem crianças de calças curtas, a brincar nos recreios dos colégios.

O Brasil é um país rico...

* Marginália, 8-5-1920
 
A crônica que você leu foi escrita há 94 anos por Lima Barreto, um dos poucos escritores do final do século XIX e início do século XX que se preocuparam em denunciar, por meio da Literatura, o quadro social e político do país à época. Contudo, é interessante observar que a situação descrita, apesar de um século nos separar do texto de Lima Barreto, continua relativamente atual. Por sua relevância literária, o site Alunos online traz para você um pouco da vida e obra de Lima Barreto.

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1881, sete anos antes da abolição da escravatura. Mulato, filho de família humilde, mas de bom nível cultural – a mãe era professora primária, o pai, tipógrafo –, Lima Barreto tinha como padrinho o Visconde de Ouro Preto e, graças a ele, conseguiu ingressar na faculdade de Engenharia, um verdadeiro feito, tendo em vista que a situação não era corriqueira para pessoas de seu nível social. Abandonou o curso, pois diante da doença do pai (a mãe falecera quando o escritor tinha apenas seis anos), viu-se obrigado a trabalhar para sustentar a família, madrasta e irmãos.

O fato de ser mulato e de ter sofrido com a discriminação racial marcou profundamente a obra do escritor, que diferentemente de outros escritores contemporâneos, não se calou diante das injustiças sociais às quais a população negra e pobre era submetida. Embora tenha sido um dos grandes literatos de nosso país, Lima Barreto foi negligenciado pela crítica literária e pelo grande público, que há pouco, em um movimento recente que popularizou os livros do escritor, reconheceu sua importância para a Literatura brasileira, sendo então aceito como um dos representantes do Pré-Modernismo. Lima Barreto construiu uma relação de amor e ódio com a Academia Brasileira de Letras, tendo candidatado-se por três vezes sem sucesso. Isso não significa que ele não merecesse vestir o fardão dos imortais da ABL, pois é certo que a candidatura malsucedida foi resultado do preconceito que sofria.

Seus problemas com o alcoolismo, associados a distúrbios psíquicos, levaram-no por duas vezes à internação na Ala Pinel do Hospício Nacional. Vítima de um colapso cardíaco, consequência de uma saúde debilitada, Lima Barreto faleceu no Rio de Janeiro no dia 1° de novembro de 1922, aos 41 anos. Sua obra é composta por romances, contos e crônicas, dentre os quais merece destaque o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, que narra a trajetória daquele que ficaria conhecido como o “Dom Quixote brasileiro”, personificação exata do ufanismo nacional. A literatura brasileira possui uma dívida histórica com Lima Barreto, que merece ter sua obra revisitada e divulgada para que mais leitores apreciem seus textos.

Originalmente postado no site https://alunosonline.uol.com.br/portugues/lima-barreto.html

Pesquei na página do professor Adinalzir Pereira Lamego

http://bogdomendesemendes.bogspot.com


"QUEM PASSAR PELO SERTÃO"...



Era o tema de abertura da novela: Jerônimo o herói do Sertão na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A novela foi ao ar em 1953 criada por Moisés Weltman ficando com sucesso durante 14 anos. 

O papel título era interpretado por Milton Rangel, Moleque Sacy era interpretado por Cahuê Filho, Dulce Martins interpretava Aninha, a eterna namorada de Jerônimo. 


Em 1957 foi lançada pelo Rio Gráfica Editora a revista em quadrinhos "Jerônimo o herói do Sertão" Desenhada por Edmundo Rodrigues e em alguns números por Flávio Colin. Foi editada até 1965. 

Em 1970 houve uma tentativa da Editora Bloch reerguer a revista, sendo publicadas apenas três números. Eu era ouvinte assíduo da novela e confesso que a preferia mais do que a revista.

Pesquei no facebook na página do Beto Rueda.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

 http://bogdomendesemendes.blogspot.com

CONVITE!


Não se chega a 90 anos só, sem História, portanto precisamos dar as mãos em torno daqueles deram glórias a Glória. Assim sendo, que possamos nesta sexta 28/09, juntos, cantarmos o Hino de Glória entre amigos conforme programação abaixo. Obrigado a todos pela colaboração e pelo carinho.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1383201091810246&set=a.224039817726385&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O BRASIL QUE EU SONHO


Por Ivone Boechat

Por que a intenção de abandonar o Brasil na vala do analfabetismo? Um povo que mal lê, mal vê, mal pensa, mal vive, mal forma seus profissionais, não se torna uma nação livre. A multidão inebriada pela informação que mal compreende, bebe o veneno da mentira. E se vicia. Aí é fácil manobrar.

Uma sociedade refém da escassez aceita o que lhe depositam no chapéu. O que recebe a esmola se encanta com a benevolência dos santos que canoniza na eternidade de mandatos “legítimos”. Um país rico e uma nação pobre!

O Brasil que nós precisamos e estamos esperando desde o descobrimento é o Brasil que seja visto pelo mundo e por nós com respeito. Respeito ao tesouro deste povo que habita essa natureza fantástica. 

De que vale selecionar grupos e beneficiá-los em detrimento de outros? Ou discriminar raças, opções, ideias, embalando preconceitos em pacotes sociais querendo impor este ou aquele caminho como via única? O ser humano tem o ideal da liberdade no softwear original. 

O Brasil que nós precisamos é aquele que pode confiar em deixar seus recursos financeiros na mão de quem só vai utilizá-los em benefício do povo. Não existe dinheiro público. TODO DINHEIRO QUE ROLA NOS COFRES é PRIVADO: NOSSO. A quem se pode dar o segredo do cofre? 

Queremos que a justiça se implante igual para todos, porque não temos visto assim. Sempre o rico se beneficiando dos recursos e recursos e recursos, com nossos recursos.

O Brasil que nós precisamos não exige a eleição de homens santos, sem pecado ou deslize. Todo mundo erra. Deslizar é uma coisa, mas escorregar, se atolar na sujeira e gostar é outra. Espirra lama na educação, na segurança, na assistência social e médica. Quem se acostuma na lama acha que é normal.

O texto abaixo é para a reflexão.

Primeiro levaram os negros,
mas não me importei com isso,
eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários,
mas não me importei com isso,
eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis,
mas não me importei com isso,
porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados,
mas como tenho meu emprego,
também não me importei

Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
ninguém se importa comigo.


Bertolt Brecht


Enviado pela autora:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CARIRI CANGAÇO



Uma noite solene de muitas homenagens marcou a abertura do Cariri Cangaço Piranhas 2016. Com o auditório do Centro Cultural Miguel Arcanjo, no centro histórico de Piranhas totalmente lotado, a noite teve inicio com a Sessão Solene Extraordinária da Câmara Municipal de Piranhas, tendo a frente o senhor , presidente da Câmara Municipal, quando foi outorgado em clima de reconhecimento e festa; ao curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Gurgel Barbosa, o Título de Cidadão Piranhense.

O título propositura do vereador José Cláudio - Cacau, foi aprovado por unanimidade pela poder legislativo piranhense. Na ocasião o homenageado foi saudado pelo vereador Cacau que ressaltou a homenagem:"Hoje Piranhas está em festa, reconhecendo o grande trabalho deste espetacular nordestino, um homem que não mede esforços pata defender o sertão e que tem levado o nome de nossa cidade de Piranhas para todo o Brasil e o mundo". Em nome da sociedade de Piranhas falou um dos organizadores do evento, Celsinho Rodrigues: "Manoel Severo é um encantador de amigos e hoje Piranhas está em festa com o reconhecimento a este grande amigo de nossa cidade".

O Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo em suas palavras não contendo a emoção de tão significativo momento afirmou: "Esse é um dos dias mais felizes de minha vida, receber o título de cidadão da querida cidade de Piranhas, uma honra que guardarei por toda vida, mas gostaria de pedir permissão aos senhores vereadores e ao meu estimado amigo vereador Cacau para compartilhar esse Título com toda Família Cariri Cangaço de todo o Brasil".

Ainda dentro da solenidade da noite, foi lida uma Moção de Aplausos ao Cariri Cangaço, iniciativa da vereadora Ana Beatriz Numeriano da cidade de Floresta, proposição aprovada por unanimidade daquela casa legislativa pernambucana, lida e representada em Piranhas pelos pais da vereadora, Ana Gleide Souza Leal e Betinho Numeriano e grande comitiva de florestanos presentes ao Cariri Cangaço Piranhas.

Após encerrada a Sessão Solene da Câmara Municipal de Piranhas deram inicio as homenagens prestadas pelo Conselho Alcino Alves Costa , do Cariri Cangaço a personalidades que se destacam na defesa da memoria e historia do sertão. Receberam os Diplomas de Amigos do Cariri Cangaço, o pesquisador e advogado cearense Lívio Ferraz, o pesquisador e escritor José Bezerra Lima Irmão, o pesquisador e escritor de Calumbi, Louro Teles; o "capelão do Cariri Cangaço" Padre Augustinho Justino, do Rio de Janeiro; a senhora Gerlane Carneiro Cavalcanti, de Serraria, o vereador José Cláudio Pereira - Cacau e o ex-prefeito de Piranhas, Celso Rodrigues. Para o Conselheiro Cariri Cangaço, Jorge Remígio, "a entrega desses diplomas é uma forma de respeito e reconhecimento do Cariri Cangaço a essas personalidades que através de seu trabalho consolidam a memória e história de nosso nordeste".

Um dos momentos altos da noite foi a homenagem prestada pelo Cariri Cangaço e os grupos de estudo do cangaço: GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará (rep por Antonio Tomaz); GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço (rep por Narciso Dias) e GFEC - Grupo Florestano de Estudos do Cangaço (rep por Cristiano Ferraz); ao deputado estadual e pesquisador Inácio Loiola Damasceno Freitas que recebeu Diploma de Sócio Honorário dos referidos grupos. Para Manoel Severo "sem dúvidas essa homenagem prestada pelos grupos de estudo do cangaço ao deputado Inácio Loiola é mais que merecida. Quem conhece a dedicação e determinação de Inácio em defesa de nossa memoria, principalmente no restabelecimento da verdade histórica sobre o cangaço, reconhece seu valor e sem dúvidas hoje estamos resgatando essa dívida por parte dos grupos de estudos a esse grande nordestino, Inácio Loiola".

A noite também marcou homenagens do Cariri Cangaço e do Conselheiro Cariri Cangaço; Ivanildo Silveira; ao pesquisador e deputado estadual Inácio Loiola; ao casal organizador do Cariri Cangaço Piranhas, Celsinho Rodrigues e Patricia Brasil, ao Padre Augustinho Justino e ao Presidente do GPEC, Narciso Dias.

Ainda dentro da Programação de Abertura da primeira noite do Cariri Cangaço Piranhas 2016, foram prestadas homenagens a Manoel Severo Barbosa e Lili Neli, através do pesquisador e escritor de Capoeiras; Junior Almeida (Ranaise Almeida e Yasmim Almeida), através de arte em barro, representando os dois homenageados, como também homenagens por parte do pesquisador, escritor e artista plástico Archimedes Marques ao casal Celsinho Rodrigues e Patrícia Brasil Rodrigues e ao colecionador do Cangaço, Ivanildo Silveira.

O último momento da noite ficou por conta do talento e da arte do fotografo maranhense Márcio Vasconcelos, com o lançamento de sua obra: "Na Trilha do Cangaço - O Sertão que Lampião Pisou". A Obra foi vencedora do XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. Para Márcio Vasconcelos "foi uma grande honra trazer o lançamento de nosso trabalho para um evento do porte do Cariri Cangaço, meus agradecimentos a Manoel Severo e Celsinho Rodrigues". Conheça o espetacular trabalho de Márcio Vasconcelos em: http://www.natrilhadocangaco.com.br/ensaio.php

Após a solenidade de abertura do Cariri Cangaço Piranhas 2016 os convidados do evento participaram da Exposição sobre o Cangaço no mesmo Centro Cultural e de programação cultural de xaxado no centro histórico de Piranhas.

Cariri Cangaço Piranhas 
Centro Cultural Miguel Arcanjo, Piranhas AL
28 de Julho de 2016


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

INDONÉSIA ALDI, O ADOLESCENTE QUE PASSOU 49 DIAS À DERIVA PELO MAR


O indonésio Aldi Novem Adilang tem 19 anos e passou mais de um mês e meio à deriva no Pacífico a bordo da plataforma de pesca em que trabalhava (e onde vivia). Foi resgatado no final de Agosto por um cargueiro do Panamá ao largo de Guam, o território norte-americano que fica a 2500 quilómetros da cidade indonésia de Manado, onde o jovem trabalhava. Depois de viver momentos de desespero no mar, o adolescente regressou este mês a casa em Wori, a poucos quilómetros de Manado.

A função de Aldi na barraca de pesca flutuante (as chamadas rompongs, comuns na Indonésia) era manter as luzes acesas sobre o mar – uma estratégia que atrai os peixes que ficam então presos em armadilhas. A barraca onde o adolescente trabalhava desde os 16 anos ficava a flutuar a cerca de 125 quilómetros da costa. Todas as semanas, alguém da empresa para quem trabalhava ia até à plataforma flutuante recolher o pescado e entregar comida e água a Aldi.

Em meados de Julho, os ventos fortes que se fizeram sentir na região destruíram o ancoradouro da embarcação e Aldi ficou à deriva. Como tinha poucos mantimentos, o adolescente sobreviveu pescando peixe, queimando madeira da sua própria barraca para o cozinhar. Ia bebericando água filtrando-a nas suas roupas para minimizar a ingestão de sal, refere o jornal The Guardian.

https://www.publico.pt/2018/09/24/mundo/noticia/aldi-o-adolescente-que-passou-49-dias-numa-barraca-de-pesca-a-deriva-pelo-mar-1845048?utm_source=notifications&utm_medium=web&utm_campaign=1845048

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SINHÔ PEREIRA EM JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ


https://www.facebook.com/OCangacoNaLiteratura/photos/a.473048182846337/1142221035929045/?type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com