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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eleita Diretoria do GPEC Por: Narciso Dias


O GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço elege sua primeira diretoria, composta pelos confrades:

Narciso Dias    - Presidente
Jorge Remígio - Vice-presidente
Cel. Nóbrega   - 1º Secretário
Jair Tavares    - 2º Secretário

Membros:
Francisco Pereira Lima
José Otávio Maia
Demétrius Sousa
Manoel Costa
Joaquim Furtado
Bira Delgado
Valdeny Arraes
Antonio Bezerra

Narciso Dias - 
Presidente do GPEC e Conselheiro Cariri cangaço.

NOTA CARIRI CANGAÇO: 
Em nome do Conselho Consultivo e de toda a família Cariri Cangaço, externamos os votos de pleno sucesso ao GPEC, nascido da dedicação, esforço e principalmente do amor de cada um deseus membros, pelas coisas de nosso nordeste e pelo cangaço.

http://cariricangaco.blogspot.com

Luzia Paiva - Um anjo em figura de mulher guerreira!


Mossoroense de registro, mas nascida em Alagoinhas, localidade de Mossoró. Filha de Domingos Fernandes Pimenta (in memoriam) e Raimunda Paiva Fernandes (Dona Mundica). Sétima filha de uma família de nove, sendo a mais nova das mulheres. Vinda de uma família católica apostólica, praticante, em que todos os irmãos têm nomes de santos. Luzia, nome escolhido pelo pai, foi uma homenagem à Santa Luzia, a padroeira de Mossoró. Tinha forte ligação com o pai, um homem simples, de ensinamentos sábio e valoroso 

"Tenho um imenso prazer em dizer 
que foi meu pai quem fez o parto e me 
trouxe ao mundo."

Da infância com aroma de cajarana, tem boas lembranças: o pai sentado na cadeira de balanço no alpendre, banho de chuva e muita liberdade, que viria a se tornar rara quando se mudou para cidade por ocasião dos estudos. Uma recordação desta época, que a marca até, foi quando decidiu cortar o longo cabelo o mais curto possível, pois usava sempre duas tranças feitas por suas irmãs, que lhe renderam o apelido de "menina de trança"... e muita pertubação dos colegas de escola.

Luzia Paiva é cunhada do administrador deste blog

Ao chegar em casa, seu pai bravejou: "Você agora parece mais com um dos seus irmãos, porque o cabelo, minha filha, é a moldura do rosto de uma mulher!". Ficou tão arrependida que prometeu ao pai que deixaria os cabelos crescerem outra vez e nunca mais os cortaria tão curto. Cumpre a promessa até hoje.

Glória Maria e Luzia Paiva em Jerusalém

É mãe de três filhos: Ariana, Amorim Terceiro e Pedro Henrique! Avó de Maria Letícia e João Pedro. Como ela mesma os define: "Meus amores, minhas paixões, minha vida!".

Luzia Paiva - filhos e netos

No âmbito profissional é assistente social, artista plástica, cronista e correspondente da Revista Nosso Estado.

Um dos seus maiores prazeres é pintar. Descobriu a pintura num movimento de introspecção e, por convite da amiga Mirian de Souza, iniciou um curso. "Foi uma bênção - considera: cada tela é uma gestação" - É como se fosse um filho! Nos primeiros dias até acordava à noite para admirá-las!".

Tem a Bíblia sagrada como seu livro de cabeceira e define como uma mulher de infinita compaixão pela dor do próximo, que busca constantemente a autocompreensão como meio para entender o próximo. Sonha e idealiza a igualdade social, o respeito e a paz entre as pessoas. Tem a mania de fazer filmes mentais de seus objetivos de vida, o que considera um exercício eficaz e emocionante. Nas cenas de sua vida há sempre a mesma trilha sonora: "Não quero ver você triste" e "Comandante do seu coração", ambas de Roberto Carlos.
Miriam de Sousa

Miriam de Sousa - proprietária da TV Ponta Negra de Natal-RN

Falar de Luzia é muito agradável, pois tenho o prazer de conviver com esta mulher maravilhosa! Luzia é um misto de criança e mulher. Criança doce, meiga e muitas vezes ingênua. Mulher forte, corajosa, lutadora, sensual. Uma mulher de presença muito forte. Onde chega a atrair os olhares de todos, pela sua beleza interior e exterior. Um ser lindo! Amorosa, carinhosa, prestativa. Uma mãe apaixonada pelos seus filhos. 

Luzia Paiva em Jerusalém

Uma mulher vaidosa. Sempre arranja tempo para cuidar seu corpo, e da sua mente. Está sempre em busca de  autoconhecer-se, de estar bem consigo mesma, em busca da felicidade. A sua sensibilidade pode é bem perceptível através das suas telas. Quanta vida e quanta cor ela põe quando pinta. É uma excelente companhia muito religiosa. Tem uma conexão com o divino, muito intensa. Todos nós nascemos com uma centelha de divindade. Quando esta centelha brilha intensamente nós experimentamos nossos melhores e mais nobre aspecto. Lu, continue na sua busca e seja feliz. 

Miriam de Sousa.

Fonte: Revista Nosso Estado
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Benjamin Abraão Botto e a involuntária extinção do cangaço comandado por Lampião

Por: José Romero

Natural da região compreendida pela Palestina bíblica, o sírio-libanês Benjamin Abraão Botto chegou ao Brasil no ano de 1914, fugindo da convocação compulsória para lutar na Primeira Guerra Mundial, determinada pelo império inglês que dominava a região na época.


Benjamin Abraão - Fotógrafo de Lampião
                   
Botto rumou para o Ceará, na companhia de outros conterrâneos que alimentavam o mesmo objetivo. Na terra de Iracema, manteve contatos no Juazeiro do Norte com o célebre padre Cícero Romão Batista, tornando-se secretário particular do polêmico sacerdote católico.

Interessado em cinema e fotografia, Botto foi o responsável pelas únicas imagens cinematográficas existentes de um dos protagonistas do "milagre da hóstia". Em Juazeiro do Norte, no mês de março de 1926, assistiu à chegada do grupo de cangaceiros chefiado por Lampião, o qual atendia convocação do caudilho Floro Bartolomeu da Costa, cujo objetivo era implementar a participação dos bandoleiros das caatingas no combate à Coluna Prestes, compondo os ´Batalhões Patrióticos´ formados no governo Arthur Bernardes.

Floro Bartolomeu

Com a morte do padre Cícero Romão Batista, no ano de 1934, Benjamin Abraão Botto começou a elaborar ousado projeto que objetivava captar imagens fotográficas e cinematográficas do bando comandado por Lampião, cuja atuação havia se concentrado, desde 1928, entre os estados da Bahia, de Sergipe e de Alagoas.

A conseqüência imediata e inevitável da ousada tentativa cangaceira de atacar a cidade de Mossoró, a qual desfrutava na época o status de já ser a segunda cidade do Rio Grande do Norte, foi o recrudescimento impressionante da perseguição de forças volantes ao bando depois da primeira derrota de Lampião, graças à ação dos mossoroenses. 
                 
Exemplo disso observou-se quando da entrada triunfante de Lampião e seus cangaceiros, no ano de 1926, na cidade pernambucana de Cabrobó, após receberem falsas patentes de oficiais do Exército Brasileiro, ´documentadas´ em Juazeiro do Norte pelo engenheiro agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa, a mando do padre Cícero Romão Batista, tendo em vista que Floro Bartolomeu havia sido transferido, às pressas, para Fortaleza por causa de agudas crises de angina, falecendo pouco depois, na então Capital Federal, para onde fora enviado com urgência. Lampião chegou àquela cidade de Pernambuco na companhia de cerca de 120 homens. Em 1928, após o frustrado ataque a Mossoró, Lampião empreendeu fuga desesperada para o sertão meridional, na companhia de apenas quatro asseclas. O resto do bando ou estava morto ou nas cadeias espalhadas pelos estados nordestinos que aderiram à perseguição implementada pelo governo de Juvenal Lamartine.

No eixo compreendido pelos estados baiano, sergipano e alagoano, a ´Fera do Pajeú´ recompôs o bando e inaugurou nova fase da atuação de sua vida bandoleira, encontrando pouca experiência militar que rivalizasse com suas táticas de guerra de guerrilha, razão pela qual a Bahia se apressou em contratar homens experientes para combatê-lo, como os famosos Nazarenos, eternos perseguidores do ´Rei do Cangaço´, não esquecendo ainda de citar José Osório de Farias, o famoso Zé Rufino, o matador de Corisco, o ´Diabo Louro´.

Zé Rufino em 1938 - Acervo de Rubens Antonio. tokdehistoria.wordpress.com

No ano de 1936, amadurecido o projeto de ir ao encontro de Lampião e seu bando nas caatingas baianas, com o apoio da AbaFilm, empresa localizada na capital cearense, Benjamin Abraão Botto inicia sua peregrinação, intuindo realizar o que até então era inimaginável, quer seja, fotografar e, principalmente, filmar o ´modus vivendi´ dos cangaceiros do bando de Lampião.

[Lampiao.br+01.jpg]
Lampião

Orgulhoso e pouco enfático quanto à reflexão referente à relação entre causas e efeitos fomentados por gestos e ações que suscitam profundas e concentradas análises, como no caso do ataque tresloucado a Mossoró, Lampião não demorou a demostrar interesse em contribuir com o projeto de Benjamin Abraão. O cangaceiro conhecia o cinema, pois tinha assistido vários filmes na companhia do bando, encantando-se com as imagens em movimento da Sétima Arte.

Durante mais de um semestre Benjamin Abraão conviveu com os cangaceiros, fotografando-lhes e filmando com entusiasmo a movimentação e o dia-a-dia do grupo bandoleiro.
               
Homens rudes, com pouca instrução, faltando-lhes clarividência, demonstraram indisfarçável alegria por protagonizarem um projeto cinematográfico inédito e ousado. Nem as relações polêmicas entre os cangaceiros e protetores foram poupadas, pois tudo foi captado pela câmera do entusiasmado sírio-libanês.
                
O filme foi apreendido pelo DIP. O ditador assistiu a película com os representantes do setor de segurança nacional, os quais ficaram horrorizados com as imagens mostrando coiteiros recebendo dinheiro dos bandidos, cangaceiros vistosamente adornados com ouro, prata e jóias, enfim, a dimensão exata dos quase vinte e dois anos de rapina sob o comando de Lampião.
                 
A ordem para eliminar Lampião e seus sequazes foi dada, restando pouco tempo de vida ao bandido desde que Vargas constatou a dimensão do que estava acontecendo no nordeste brasileiro.
                
Coiteiros, homens de importância social no sertão, políticos de projeção, foram presos. Botto teve pouco tempo de vida, sendo assassinado no lugar Pau Ferro, atual Itaiba, pertencente à comarca de Águas Belas(PE), no ano de 1937, antes de Lampião e dez companheiros de cangaço perecerem na grota de angicos, município de Poço redondo (SE).

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da UERN, Campus Central, Mossoró/RN.

OBS.: Corrigido por sugestão do digníssimo Promotor de Justiça Potiguar Dr. Ivanildo Silveira, sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, de quem o autor se orgulha de ser amigo particular. Abaixo segue íntegra de e-mail recebido:

Ivanildo Silveira

VALEU AMIGO JOSÉ ROMERO,

ESSA SUA COLUNA NO "SERTÃO INFORMADO", É MUITO BOA.
PARABÉNS AMIGÃO.


SÓ A TÍTULO DE COLABORAÇÃO, NAQUELA MATÉRIA QUE VOCÊ FEZ SOBRE O BENJAMIN ABRAHÃO, ELE FOI ASSASSINADO NO LUGAREJO CHAMADO "PAU FERRO, ATUAL ITAIBA/PE", PERTENCENTE À COMARCA DE ÁGUAS BELAS/PE, E NÃO SERRA TALHADA, COMO O AMIGO INFORMOU. OK. MAS, DE UM MODO GERAL, A MATÉRIA ESTÁ MUITO BOA.

UM ABRAÇO E UMA BOA SEMANA.

IVANILDO SILVEIRA

http://blogdomendesemendes.blogspot.com