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sábado, 28 de julho de 2018

80 ANOS DO MASSACRE 21ª MISSA DO CANGAÇO SERÁ CELEBRADA NAGROTA DO ANGICO NESTE SÁBADO, 28


No próximo dia 28 de julho será realizada a 21ª edição da Missa do Cangaço, celebração que acontece no Monumento Natural Grota do Angico (Mona) − unidade de conservação gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), na divisa dos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, Sertão do Estado. O evento, que tem início às 8h, marca o 80º aniversário da morte de Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião, executado na grota ao lado de sua esposa, Maria Bonita, e de seu bando, depois de emboscada policial.

Organizado pela neta de Lampião, Vera Ferreira, e integrantes do Museu do Cangaço, com apoio logístico da Semarh, o ato contará com a presença do secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, além de moradores locais, amantes do cangaço, professores, alunos e pesquisadores de diversas partes do Nordeste.

Assim como acontece todos os anos, a Semarh vai disponibilizar um ônibus, que sairá de Aracaju, para levar as pessoas que queiram participar do evento.
 Foto: Kiko Monteiro


As prefeituras de Poço Redondo e Canindé de São Francisco vão oferecer um café da manhã nordestino, na sede do Mona, além de melhorar as estradas que dão acesso à unidade de conservação.

Morte de Lampião

O bando de Lampião acampou na fazenda Angicos, Sertão de Sergipe, no dia 27 de julho de 1938. A área era considerada por Virgulino como de extrema segurança, longe das vistas das forças policiais. Mas na manhã do dia seguinte, os cangaceiros foram vítimas de uma emboscada, organizada por soldados do estado vizinho, Alagoas, sob a batuta do tenente João Bezerra. De acordo com pesquisadores, o fogo durou somente 10 minutos.

Grota do Angico

O Monumento Natural Grota do Angico foi criado pelo governo do Estado há nove anos. Desde a sua criação, a unidade é administrada pela Semarh e recebe visitantes de várias partes do Brasil e do exterior, para a realização de estudos e pesquisas científicas. Além de abrigar o local da história do Cangaço, representa a única unidade de conservação estadual do bioma caatinga.

Texto: SE Notícias

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/80-anos-do-massacre.html

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FRÁGIL FEITO FERRO

*Rangel Alves da Costa

Alguém confessou ao espelho que não se surpreendesse se no dia seguinte ou a qualquer momento não ser mais ele que estaria ali para ser espelhado, ainda que com a mesma feição. E assim porque sentia por dentro, tomando a mente e todo o seu corpo, algo que estranhamente avançava para minar suas forças, para reduzi-lo a nada. Sempre se imaginara com força insuperável, indestrutível, mas que agora sendo colocado à prova por uma força silenciosa e destruidora. Verdadeiramente sentia-se como um ferro sendo tomado pela ferrugem.
E a ferrugem enfraquece o ferro, eis uma absoluta verdade. E muito o espelho ouviria se perguntasse por que assim acontece. Igualmente ao ferro, o homem também vem da natureza, pois do barro da terra, segundo preceitua o criacionismo. Tal qual o minério de ferro, é purificado para ganhar consistência. E também como a matéria bruta que se transforma em aço, o ser humano também acaba se tornando em estado de durabilidade. Então surge, no homem, um problema crucial a ser resolvido: como não deixar que a ferrugem vá, imperceptivelmente, domando a sua estrutura?
Mas de qual ferro e ferrugem se está falando? Do metal extraído do minério e transformado em aço e a deterioração advinda da oxidação pelo contato com o ar e a umidade? Ou de quaisquer outras forças que não resistem às ações inevitáveis do tempo? Talvez sobre tudo. Sobre o ferro da vida, da idade, dos seres. Sobre a oxidação que a tudo vai silenciosamente tomando até adentrar no seu cerne, nas suas entranhas e enferrujar até destruir o impensável de ser afetado. E a completa destruição é o último estágio dessa ferrugem.
Acontece no metal e no homem. Gota a gota, pingo a pingo, a umidade vai se formando sobre a férrea e indestrutível solidez. Mas a cada instante, lenta e imperceptivelmente, vai oxidando e fragilizando a força. E de repente outra feição vai se espalhando, dando outra cor e outra forma, que nada mais é que o enfraquecimento, a perda da absoluta resistência. O indestrutível então vai se dobrando ao acaso, a força padece ao querer do nada. E é assim que a ferrugem enfraquece o ferro.
É assim que o metal se dobra à voracidade da maresia; é assim que a pedra vai sendo carcomida, diluída, para se tornar em grão, em pó; é assim que a madeira é devorada pelo frágil cupim; é assim que a aragem vai tornando em cinzas a brasa vivaz; e é assim em tudo. Por mais que a feição externa permaneça com aparente resistência e nada aponte que a matéria já esteja sendo corrompida, é no percurso dos dias que tudo vai sendo tomado pelas situações inesperadas.


No ferro, o surgimento de uma pequena crosta já indica sua afetação. Mas tudo tão lentamente que se imagina poder resolver o problema com uma simples limpeza externa. Porém, quanto mais se remove mais vai haverá destruição. Quer dizer, não adianta dar apenas uma aparência de descontaminação quando o ambiente é propício para a continuidade.  Eis uma metáfora da vida: Há um muro pintado de novo e repintado, mas aquela aparência será de pouca valia se a estrutura já estiver corrompida, prestes a desabar a qualquer momento.
O ferro da vida, pois, se põe na constante ameaça da maresia do tempo, da existência. Como num espelho que vai embaçando pela idade e numa fonte parada que vai secando pela exposição ao sol e ao vento, assim também com a estrutura do aço humano. E o ser de repente se vê atormentado pelas enfermidades ou por aquilo que já lhe domou internamente. Mas também nas fraquezas da mente, como para demonstrar que o ser humano pode ser um castelo de areia prestes a ruir pela simples umidade da areia.
Assim na fortaleza que se torna ruína, no poder que enfraquece ajoelhado, no reinado absoluto que é invadido por um bárbaro qualquer. E na vida, no ser humano. Tanta pedra, tanto ferro, tanto fogo, para, de repente, apenas sentir que desde muito já vem sendo devorado pela idade, pela doença, pelas circunstâncias cruéis da existência.
Por isso mesmo, engana-se aquele que imagina ser suficientemente poderoso para superar qualquer ameaça que possa surgir. Ora, nada mais enxerga que o visível, que a aparência, que o perceptivelmente sólido e forte. Mas não se volta para a visão do íntimo, das entranhas, para as raízes. E, como uma fruta de pele sedosa, o seu interior já poderá estar sendo tomado por minúsculos seres que a tornam imprestável.
Em tudo na vida há uma ferrugem que ainda não despertou. Imperceptível, porém já com presença ameaçadora. Impossível percebê-la diante da aparente solidez e resistência. Mas ela já está ali, silenciosamente presente, impossível de ser evitada. Acaso o ser humano fosse mais atento, mais realista e procurasse avistar as coisas sem recortes, logo perceberia que o ferro que será tomado pela ferrugem vive rodeado por fatores para que o inevitável aconteça. Quer dizer, o próprio homem provoca a maresia diante de si.
E o que fazer, então? No metal, a química apenas retarda a ação; no ferro humano, somente o homem para se preservar e ser menos afetado pelo inevitável. Mas não há como fugir da ferrugem.

Escritor
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EXTRA EXTRA LAMPIÃO FOI ABATIDO 80 ANOS

Material do acervo do pesquisador Renilson Soares

Manchetes de jornal sobre morte de Lampião ...
fons: A Noite, Ano 1938, Ed. 3403 p.4

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EXTRA EXTRA LAMPIÃO FOI ABATIDO 80 ANOS


Material do acervo do pesquisador Renilson Soares

Manchetes de jornal sobre morte de Lampião ...
fons: A Noite, Ano 1938, Ed. 3403 p.4

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MISSA MARCA 80 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO EM POÇO REDONDO/SE

Material do acervo do Ruy Lima

No próximo dia 28 de julho (amanhã) será realizada a 21ª edição da Missa do Cangaço, celebração que acontece no Monumento Natural Grota do Angico (Mona) − unidade de conservação gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), na divisa dos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, Sertão de Sergipe.

O evento, que tem início às 8h, marca o 80º aniversário da morte de Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião, executado na grota ao lado de sua esposa, Maria Bonita, e de seu bando, depois de uma emboscada policial.

Organizado pela neta de Lampião, Vera Ferreira, e integrantes do Museu do Cangaço, com apoio logístico da Semarh, o ato contará com a presença do secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, além de moradores locais, amantes do cangaço, professores, alunos e pesquisadores de diversas partes do Nordeste.

Fonte: portal FAN1.COM.BR (Aracaju/SE)

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O MASSACRE DE ANGICO - A MORTE DE LAMPIÃO

Material do acervo do José João Souza

Há 80 anos, o terrível encontro entre militares do Governo Getulista e cangaceiros liderados por Lampião e sua esposa, Maria Bonita, foram pegos de surpresa e quase sem nenhuma reação na madrugada do dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, praticamente pôs fim à chamada Era do Cangaço. Em meio àquelas árvores retorcidas da caatinga e resultando num verdadeiro banho de sangue no sertão nordestino, 11 integrantes do afamado bando, incluindo o casal líder, foram mortos e tiveram suas cabeças decepadas.

Esta tragédia verdadeira é o tema do grandioso espetáculo ao ar livre e gratuito “O MASSACRE DE ANGICO – A MORTE DE LAMPIÃO”, concebido a partir do até então único texto dramatúrgico escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu.

Mas o “molho” que rege toda esta história é o perfil apresentado deste homem símbolo do Cangaço, visto por um outro viés, bem mais humano, “mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, afetuoso, que não era somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder, mas um homem que amava as poesias e sua gente”, revela o autor.

Numa realização da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com patrocínio do FUNCULTURA/Secretaria de Cultura/Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura Municipal de Serra Talhada a montagem, que teve sua estreia em julho de 2012, com absoluto sucesso, volta a ser apresentada no município de Serra Talhada,de 25 a 29 de julho, sempre às 20h, na Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), sob o lema “O Maior Espetáculo ao Ar Livre do Sertão Nordestino”.

Com entrada franca, a expectativa é reunir mais de cinquenta mil pessoas nos cinco dias da temporada. À frente da encenação, queconta com 50 atores e 70 figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa,está um mestre de grandiosas produções teatrais ao ar livre no Estado, o diretor, ator e dramaturgo José Pimentel.

Com cenas de relances quase cinematográficos,“O MASSACRE DE ANGICO – A MORTE DE LAMPIÃO”reconta a vida do Rei do Cangaço, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada. Para evitar uma tragédia iminente, e que de fato aconteceu, seu pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e para fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao Cangaço, movimento que deixou muito político, coronel e fazendeiro apavorado nas décadas de 1920 e 1930 no Nordeste. Temidos por uns e amados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais daquela época, tanto que a honra e bravura de Lampião foram decantadas pelos poetas populares, ao mesmo tempo em que o Governo o via como uma doença que precisava ser eliminada.

Foi com a decisão do então presidente da República, Getúlio Vargas, que as tropas militares conseguiram preparar, após diversas tentativas, uma emboscada em local propício, de única entrada e saída, em Angico. Mas até sua morte, outros fatos importantes da trajetória desde homem que marcou a história do Brasil, afamado como herói e bandido, são revelados, como seu encontro com Padre Cícero para receber a patente de capitão do Exército Patriótico; as demonstrações de liderança e guerrilha nas visitas aos sete estados do Nordeste; seu amor à esposa, Maria Bonita, com frases poéticas ditas à luz do luar; a festa da cabroeira dançando xaxado e coco; e até a traição de Pedro de Cândida, coiteiro que foi torturado pelos militares e acabou entregando o local de repouso dos cangaceiros em terras sergipanas (Lampião foi assassinado aos 41 anos. Maria Bonita estava com 27).

No elenco, atores da própria Serra Talhada, mas também do Recife e Olinda, além da atriz/cantora Roberta Aureliano, que interpreta Maria Bonita e é natural de Maceió, Alagoas, mas passou toda a infância em Serra Talhada. O ator e dançarino Karl Marx, de apenas 28 anos, vive o protagonista. Integrante do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, ele comemora 14 anos à frente do mesmo papel, em outras montagens. “A responsabilidade é grande porque trata-se de uma personagem que mexe com a imaginação das pessoas, que influenciou a cultura popular sertaneja, os valores morais e até o modo de viver do nosso povo. Pra mim, que sou da terra de Lampião, que nasci e me criei ouvindo histórias sobre esses homens que escreveram nossa história com chumbo, suor e sangue, me sinto feliz e orgulhoso pela oportunidade de revelar seu lado humano, suas emoções, seus medos e todos os elementos que o transformaram nessa figura mítica. Este trabalho é mais do que um desafio profissional. É quase uma missão de vida, ainda mais quando se trata de Cangaço, tema polêmico que gera divergências, contradições e até preconceitos”.

Ambientada em cima de uma ribanceira de terra batida (mas sem ser necessária a itinerância do público e com visão privilegiada para todos), durante 1h30 a encenação acontece, contando com uma arrojada trilha sonora (que, além das vozes gravadas dos intérpretes, inclui obras de Chico Science a Amelinha, com a música Mulher nova, Bonita e Carinho, Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor, além de músicas do cancioneiro popular, como Mulher Rendeira; e a canção Se Eu Soubesse, na voz da atriz e cantora Roberta Aureliano, intérprete da Maria Bonita), iluminação detalhista e muitos efeitos especiais, estes últimos, assim como os cenários, assinados pelo mago da cenografia pernambucana Octávio Catanho (Tibi), parceiro de José Pimentel em todos os seus outros trabalhos. No total, o projeto está orçado em R$ 500 mil e deve atrair ainda mais turistas àquela região, berço do grande homem do Cangaço.

FONTE: SITE PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRA TALHADA

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PERSONAGENS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DO NORDESTE.


Por Aderbal Nogueira

Nós aqui ao lado de dois descendentes de personagens importantes da história do Nordeste. Meu dileto amigo Paulo Britto filho do lendário João Bezerra, o homem que deu cabo a Lampião e minha amiga e ciclista Vera Ferreira a neta de Lampião. Essa foto tem um valor muito significativo para mim, pois mostra que a paz foi selada há muito tempo e que o estudo de um tema tão complexo pode e deve ser tratado com serenidade e responsabilidade.

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UMA TRAGÉDIA COM AVÓ E NETO


Por José Mendes Pereira
http://www.osul.com.br/homem-tenta-queimar-a-mulher-e-acaba-gravemente-ferido/

Já se passaram muitos anos que isso aconteceu em uma comunidade de Mossoró, bem próxima ao Mulungu, mais ou menos na década dos anos 80. Conheci o casal apenas vestido com roupas de camponês em alguma de suas viagens à Mossoró, e nunca dei um dedal de conversa com nenhum dos cônjuges.

O casal vivia da agricultura e de uma pequena criação de ovino, bovino e caprino aos arredores de Mossoró, ao lado do nascente da cidade, com uma distância mais ou menos de 18 quilômetros.

O casal já era de idade avançada, mas equilibrado na sua atividade rotineira. Nada lhe era difícil movimentar em sua pequena propriedade, muito embora, assim como qualquer outra pessoa que passa dos 60, 70 anos, a saúde do casal era comprometida.

O velho se chamava Benedito e por mais que eu tentei me lembrar do nome da sua senhora não veio na minha mente, e no decorrer de nossa história irei chamá-la de dona Maria.

O dia em que isto aconteceu não foi diferente dos outros dias passados, mas, algo, ao anoitecer, caminhava para mudar os destinos do casal idoso.

O sol já caminhava para se deitar no meio de um enorme lençol de nuvens amarelado, e a tarde estava preste a ir embora, porque logo mais, alegremente, chegaria a noite para rendê-la, assim como dizem os vigilantes de empresas.

Nos pequenos chiqueiro e curral seu Benedito cuidava da sua criação, separando cabritos e bezerros das mães e os colocando fora, porque no dia seguinte, um homem vinha apanhar o líquido extraído dos úberes das vacas para ser vendido na freguesia. Lá dentro da casinhola dona Maria esposa do fazendeiro Benedito cuidadosamente, preparava o jantar para os que ali estavam.

Assim que seu Benedito terminou as suas atividades de sempre caminhou para casa, entrou, e lá, apoderou-se de uma bacia de alumínio, pôs água, pegou uma toalha que estava sob a varanda que fechava a parte de baixo da casa, e foi lavar os seus encardidos pés no terreiro da casinhola.

Os filhotes miúdos de cabras e vacas corriam de ponta a ponta no interior do imenso terreiro que ficava em frente à casa grande da fazenda, toda rodeada de alpendres.

O cachorro de cor preta com lavras brancas espalhadas por todo seu corpo, e nomeado por “Lamari” muito mimado por todos dali, e totalmente de raça "vira-lata", fazia a segurança do fazendeiro Benedito e da sua generosa e unida família.

Dona Maria permanecia na cozinha preparando o jantar, e após de tudo pronto ela percebeu que a lamparina que estava na sala não clareava bem o ambiente. Pegou-a e balançou-a, na intenção de calcular o tanto de óleo diesel que ainda tinha dentro dela, e ao balançá-la, notou que ela estava precisando ser abastecida com o líquido inflamável que era o óleo diesel. Mas resolveu deixar o abastecimento do líquido na lamparina assim que terminasse o jantar.

Assim que terminou de lavar os pés ao ar livre do terreiro o seu Benedito dirigiu-se até a sala de jantar, e lá, sentou-se ao lado esquerdo da esposa Maria, que já o aguardava sentada em uma cadeira ao redor da mesa. Filhos e alguns netos fizeram o mesmo, aconchegaram-se aos arredores da mesa para o jantar.

Antes de iniciarem, como do costume dos sertanejos, seu Benedito, dona Maria, filhos e netos presentes, todos puseram as suas mãos postas para os céus, e iniciaram uma reza, que no mínimo, demorou 3 minutos. Dona Maria foi quem iniciou a reza. Primeiro, um pai nosso, e em seguida, as Ave-Marias.

Terminada a bênção do “Pai Poderoso” no meio de conversas e risos, o jantar satisfez o prazer de todos ali. Seu Benedito foi o primeiro a abandonar a mesa, apoderando-se de uma cadeira e foi para o terreiro receber um ventinho que vinha do Norte e em seguida, dirigia-se para o Sul. Os outros foram saindo paulatinamente.

Como é hábito de "dona de casa" a esposa do fazendeiro dona Maria ficou ao redor da mesa recolhendo os pratos, colheres e restos de comida para levar até ao local onde estava o cachorro “Lamari”, que aquelas alturas, impacientemente, já estava aguardando o seu jantar.

Depois de limpar a mesa e guardar os objetos que foram usados no jantar dona Maria abandonou a cozinha, e foi em busca do terreiro, e em uma das mãos, uma xícara de café para seu Benedito. E ao passar pela sala lembrou que a lamparina precisava ser abastecida, vez que ela tinha diminuído bastante o claro. E logo, convidou um dos netos para ir até ao armazém ao lado da casa, onde lá, o óleo diesel era guardado em um balde (espécie de tonel) que cabia aproximadamente 20 litros do líquido inflamável.

Os dois chegaram ao local. Abriram a porta e entraram para a retirada do líquido, sempre clareados por uma lamparina que estava em uma das mãos da dona Maria.

E de repente, tentaram passar uma parte do óleo diesel para uma outra vasilha. Dona Maria esquecera que ela e o neto estavam transferindo um líquido inflamável. E foi nesse momento que os dois se atrapalharam.

O fogo da lamparina lambeu o óleo e ambiciosamente, tomou de conta incendiando tudo, causando uma espécie de explosão. Com a explosão, o óleo foi de encontro às roupas e os corpos dos dois, fazendo com que cada um, era uma chama só. Os gritos eram tristes: "Meu Deus! Meu D..." Sem nenhuma solução os dois se abraçaram no meio do fogo, ficando os seus corpos colados.

Ao verem o clarão e ouvirem a explosão e os gritos dos infelizes seu Benedito, filhos e netos correram para um possível socorro, mas já era tarde demais. O fogo tinha se alastrado, transformando os dois viventes em um só corpo numa tocha humana.

Por último, o que o seu Benedito, netos e filhos tinham de fazer eram somente carregarem água em baldes para apagar a língua de fogo que já tentava alcançar o teto. Ali, a tristeza permanecia em todos os corações que ficaram vivos.

Chamada a perícia para os possível trabalhos técnicos descobriram que foi a lamparina que estava bem próxima do óleo, e ao transferirem o líquido de um balde para o outro, o fogo faminto, com a sua língua traiçoeira, lambeu de uma só vez o líquido inflamável.

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HOJE COMPLETAM 80 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO

Por Benner Britto

Hoje (28/07) completam 80 anos da morte de Virgulino Ferreira da Silva (vulgo LAMPIÃO), após cerco realizado pelo meu Avô (Cel. João Bezerra da Silva), comandante da Volante alagoana.


74 anos da morte de LAMPIÃO - 28 de julho de 2012!!!

Na foto, meu Pai (Paulo Britto) e a cruz colocada pelo meu Avô, Cel. João Bezerra da Silva, homem responsável pela Volante no combate em Angico.

Escrito na cruz: "AQUI JAZ O REI DO CANGAÇO CAPITÃO LAMPIÃO COM DEZ COMPANHEIROS. COMBATE EM 28-7-1938. LEMBRANÇA DO CAPITÃO BEZERRA. COLOCAÇÃO DA CRUZ EM 30-10-1961".

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O FIM DO REINADO DE LAMPIÃO

Por Noádia Costa

Virgulino Ferreira da Silva conhecido no Cangaço pela alcunha de Lampião, reinou por quase 20 anos no sertão nordestino, transitando por 7 Estados. Durante esse período, adquiriu fama, dinheiro, popularidade. Fez amigos e inimigos, foi amado e odiado.


Inteligente, estrategista, conhecedor dos caminhos áridos do sertão, desaparecia pelas caatingas sem deixar rastros. Lutava quando percebia que estava em vantagem, caso contrário se retirava com seu bando.


Foi na vida nômade e violenta do Cangaço que conheceu seu grande amor, Maria Gomes de Oliveira, que posteriormente ficou conhecida como Maria Bonita. Juntos compartilharam alegrias, tristezas, perdas. Não sei se viveram o conto de fadas mostrado pela literatura de cordel , mas estiveram juntos até o fim.


Na madrugada do dia 28 de julho de 1938, o seu reinado chegaria ao fim. As volantes comandadas pelo tenente João Bezerra, sargento Aniceto e o aspirante Francisco Ferreira de Melo, surpreenderam os cangaceiros no coito localizado na Grota do Angico, Poço Redondo, Sergipe.


O saldo foi de 11 cangaceiros mortos, incluindo Lampião ,sua companheira Maria Bonita e o cangaceiro Luís Pedro. Da polícia foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza, que fazia parte da volante do aspirante Francisco Ferreira de Melo.


Os cangaceiros tiveram suas cabeças degoladas e expostas em várias cidades como verdadeiros troféus. O rei do Cangaço estava morto. Pessoas se aglomeravam para ver o cortejo macabro, que causava grande alvoroço. Muitos não conseguiam acreditar.

Hoje 28 de julho de 2018 , completa 80 anos da morte de Lampião. Sua história permanece contada em livros , cordéis, revistas, no nordeste e em várias partes do Brasil e do mundo. O chapéu que fazia parte de sua indumentária, sempre presente nas feiras, apresentações culturais e centros de artesanato. O Cangaço permanece vivo na cultura, na música, na arte, na dança e através da pesquisa.

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