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domingo, 25 de dezembro de 2011

LAMPIÃO ROUBA, ASSALTA E MATA EM QUEIMADAS

Quem poderia um dia imaginar que o tão famoso bandoleiro do sertão, tivesse em seus planos de ladrão e homicida, a coragem de invadir Queimadas, uma cidade pacata, mas estratégica, com serviço de telégrafo e trem usual? Pois, invadiu!
LAMPIÃO CHEGA À QUEIMADAS
O Rio Itapicuru estava cheio. João Lantyer, Coletor Federal, irmão de Zulmira, estava na oficina de Pedro do Pataco, quando passava vindo do rio, um grupo de cerca de 18 homens armados, que o deixou confuso, porque o sargento Evaristo, Comandante do Quartel da PM, esperava uma Volante, na qual o Comandante era seu amigo e viria almoçar com ele.
ZULMIRA LANTYER RECONHEÇE LAMPIÃO
As 10:30 horas do dia 22 de dezembro de 1929, um domingo, em plenos preparativos para os festejos do natal e do ano novo, um grupo de moças, entre elas Zulmira Lantyer, ensaiava em casa uma peça teatral para ser apresentada na noite de natal.
Da janela da casa, umas das moças confunde o bando de cangaceiros com uma Volante. Porém, Zulmira, que conhecia o facínora através de retratos em jornais, o reconhece, e fala para as amigas: - É o bando de Lampião. E, o que vai na frente é o próprio. A jovem Zulmira sai correndo e espalha a notícia da invasão de Lampião na cidade, contudo, o povo, não acredita nela.
DISTRIBUIÇÃO DOS CANGACEIROS
Arteiro, Lampião designou dois cangaceiros para tomarem de assalto a Estação de trem de Queimadas. Na estação cortaram os fios do telégrafo, danificaram o aparelho, roubaram o dinheiro e ficaram de campana.
LAMPIÃO CHEGA AO QUARTEL
Como se conhecesse Queimadas como a palma da mão, com a maior facilidade, Lampião chega ao Quartel da Polícia Militar. O facínora na frente. Sem nenhum escrúpulo o grupo invade o quartel.
Todos os dias - diz seu Nôza - eu ia levar comida para um preso de Itiúba, que era compadre de D. Marocas, minha mãe, quando vi o bando. Dentro do quartel, sentados no último degrau da escada havia dois soldados brincando com umas pedras no piso riscado. O bando fez uma volta no salão e cercou os soldados, que “bateram” continência para Lampião. O cangaceiro – chefe repudiou veemente: - Baixe os braços, macacos! Eu sou o bandido Lampião! Os soldados ficaram paralisados
Lampião abriu a porta da cadeia e soltou os doze presos (assassinos e ladrões). Inclusive um soldado da PM que havia estuprado uma criança. Em seguida, Lampião utilizando-se de um apito (artifício que o sargento usava para chamar os soldados com urgência ao quartel), fez com que os outros soldados, até mesmo o Sargento Evaristo, voltassem correndo para o quartel, sendo surpreendidos pelos cangaceiros e presos na cadeia.
Na época eram exatamente sete soldados e um sargento. Na porta do quartel, do lado de fora, ficara um cangaceiro com a arma apontada para dentro, em sinal de vigília. Após essas atitudes, Lampião deixou alguns cangaceiros tomando conta do quartel. Com treze “cabras” desceu pela cidade e foi à casa do juiz, Dr. Hilário.
ACERTO COM O JUIZ
Com o Dr. Hilário, Lampião acertou que o mesmo fizesse uma lista de nomes de pessoas influentes e de posses. Imediatamente as intimasse a comparecer com urgência na casa do referido juiz.
Cada pessoa intimada pelo senhor Alvarino, que chegava à casa do juiz, lhe era estipulado uma quantia em dinheiro ou em jóias, para entregar a Lampião. O senhor Francisco Moura (Catita), Escrivão Estadual, responsável pela Coletoria, disse a Lampião que poderia lhe dar quinhentos mil reis, e deu. Desse modo, cada pessoa intimada deu ao cangaceiro a quantia negociada. Totalizando: 22.345$700(vinte e dois contos, trezentos e quarenta e cinco mil e setecentos reis).
LAMPIÃO DECLINA SUA FALSA BONDADE
Quando seu Catita entregou a Lampião os quinhentos mil reis e o coronel Hermelino entregou oitocentos mil reis, Lampião disse ao então Escrivão da Coletoria Estadual, que por aquela importância que lhe era entregue, se a família Moura viesse a sofrer alguma necessidade, tirasse dali o dinheiro que poderia impedir o efeito citado, ficando o total, diante do que afirmara seu Catita.
Lampião, então comentou, que os valores arbitrados foram pelo juiz e não por ele. Disse também: “eu sei que negro só tem juízo pela manhã, mas num dia deste, com bandido na porta em demadrugada, tem. Que daquele dinheiro que estava tomando, poderia ser taxado de ladrão, mas não ficaria com um tostão, porque, utilizaria todo dinheiro para pagar as bala que comprava dos próprios macacos; tanto que as balas do seu bando eram todas do ano de 1930, enquanto as dos macacos eram de 1910 a 1930, que não serviam nem pra matar cachorro”. E exibiu seus cartuchos.
A RAZÃO DE SER BANDIDO
Segundo história narrada por Lampião, na casa do Dr. Juiz Pretor, a causa de sua vida de bandido foi à morte de seus genitores praticada por dois policiais a mando do Cel. Chefe Político. Ainda jovem fora queixar-se da morte dos pais na delegacia de polícia, onde foi barbaramente espancado. Mais tarde, resolveu falar com o juiz, onde após relato de toda história, inclusive do espancamento sofrido, recebeu apenas o conselho de entregar o caso a Deus, pois os políticos eram maus e estavam com o poder, havendo o perigo de ser molestado se fosse mexer com o caso.
Não satisfeito, Lampião resolveu matar o Chefe Político, e logo vendeu tudo o que tinha. Com o dinheiro apurado foi até a fazenda do Coronel e o matou. Mais tarde mandou avisar na cidade seu mal feito e fugiu para bem longe.
A perseguição para prendê-lo foi enorme, até que um dia, em um local muito distante, indo ao povoado, Lampião disse ter visto o seu retrato com uma oferta de duzentos mil reis para quem apresentasse sua cabeça. Neste mesmo dia, quando estava comprando uma fruta, foi abordado por dois soldados que lhe deram ordem de prisão. Mas num lance rápido, tomou a arma de um soldado e atirou no outro, matando-o. Apossando-se das duas armas. No quartel liberou o preso que ia para a penitenciária, sendo este seu primeiro companheiro da jornada de bandido.
Como bandido, o seu propósito era não entregar-se de maneira alguma à polícia, em virtude da liberdade que usavam os criminosos de seus genitores.
O MASSACRE NA PORTA DO QUARTEL
Às 18 horas, Lampião saiu da casa do juiz e voltou ao quartel. No passeio do quartel, em voz alta disse que iria matar todos os macacos. Que as pessoas (civis) se abrigassem em suas casas, atrás de paredes, pois, não gostaria de saber que uma bala do seu bando havia atingido um civil. O Sargento Evaristo pediu que Lampião o livrasse de ver os seus soldados sendo assassinados a sangue frio. Que preferia ser o primeiro a ser morto. Lampião, com muita raiva, mandou que o sargento se afastasse imediatamente do quartel.
CHAMAMENTO PARA A MORTE
Um a um os soldados eram chamados para fora do quartel. Lampião fizera uma espécie de meia lua com seus homens. Aos soldados, ele mandava que os mesmos se abaixassem para tirar a caneleira da botina. Quando o soldado se abaixava Lampião atirava na nuca. Os seus “cabras” iam sangrando os mortos e os colocando na porta da prefeitura, lado a lado.
SOLDADO CORAGEM
Um dos soldados, também com o nome de guerra Evaristo, ao ser chamado para a morte, pela janela do quartel tentou agredir Lampião e foi agarrado por seus “cabras”. Entrou em luta corporal com Volta Seca.
Dominado, mas, denotando muita coragem, diz para Lampião: “ – Você é muito macho com um fuzil e um punhal na mão. Vamos lutar homem a homem com fuzil ou punhal!” Volta Seca pediu a Lampião que queria sangrar o soldado. Com um punhal sangrou o soldado Evaristo e bebeu o sangue. Depois, no passeio onde é hoje a Câmara dos Vereadores, vomitou. E, onde hoje é o Banco do Brasil, vomitou novamente o sangue do soldado.
UM CONDENADO ESCAPOU DA MORTE
Um dos oito militares capturados, apenas o sargento Evaristo Carlos da Costa, comandante do destacamento, escapou. Durante o espaço de tempo que esteve preso, foi obrigado a percorrer as ruas pricinpais, já condenado, acompanhando o grupo, armado de fuzil sem balas, no ombro. A seu lado o perverso cangaceiro Antônio de Engrácia lhe sussurrava nos ouvidos: - Mais tarde o galo vai cantar nos seus ouvidos.
Ouve-se nos bares em Queimadas, que o Sgt PM Evaristo foi obrigado por Lampião a vestir saia, sutiã, blusa de mulher e sapato alto. Desfilar rebolando pelas ruas da cidade, os “cabras”, em volta dele, mangando. Graças, no entanto, ao pedido formulado por D. Santinha, esposa de Amphilóphio Teixeira, escrivão da Coletoria Federal - o que representou exepcionalíssima concessão do rei do cangaço - que o sargento Evaristo escapou.
Ângelo Roque, no mencionado depoimento ao professor Estácio de Lima, confira o fato, dizendo que o sargento, se não fosse à intervenção da moça, igualmente “tinha caído no ferro”. E acrescenta que pensaram que o sargento trabalhava pra eles, o que não passava de grosso equívoco. No processo a que respondeu pesava sobre o sargento a acusação de traição.
O fato extraordinário de o sargento Evaristo haver escapado com vida se deve a uma jóia, sem que o sexto sentido não tenha também contribuído. Conforme umas das versões, o que ocorreu foi o seguinte: Lampião, na companhia de alguns cangaceiros, ao invadir a residência de Amphilóphio Teixeira, observou que sua esposa, D. Santinha, usava um lindíssimo trancelim de ouro no pescoço, tendo para as jóias palavras de elogio e admiração. D. Santinha, farejando o interesse do bandido por seu pingente de ouro, retira e o oferece a Lampião. Este num ímpeto inesperado, do qual amargamente se arrependeria lhe declarou: - A senhora agora tem o direito de me fazer um pedido. Dizem por aí que bandido não tem palavra, mas eu quero mostrar à senhora que bandido também tem palavra.
Naquele momento a vida do sargento foi poupada. D. Santinha pediu por ele, que sua vida fosse preservada, pois tratava-se de cidadão correto, crente, excelente pai de família, homem temente a Deus, religioso e de muito caráter. E continuou a tecer elogios até ser atendida. Notou, todavia, que Lampião ficara constrangido e embaraçado, seguramente por não esperar pedido daquele porte. No entanto, refazendo-se da surpresa, disse: - Nunca poupei vida de macaco, mas eu já disse que à senhora tinha direito a um pedido e vou garantir a minha palavra. Bandido também tem palavra. E se depender de mim o sargento só morre de velho.
Realmente, a profecia aconteceu, e o sargento Evaristo morrreu de velho.
Lampião, depois do massacre, ainda deu um baile no Clube e foi embora com seu bando pela madrugada do dia 23 de dezembro de 1929. Daquele dia trágico na pacata cidade, de cidadãos ordeiros, ninguém esquece. O Quartel, ainda hoje, maio de 2009 é o mesmo. Pessoas, tais como: João de Alice, Joel, Nôza, guardam na memória aquele dia triste, marcado de muito sangue em Queimadas. Dizem que as marcas de sangue dos soldados até o presente momento estão incrustradas no passeio do Quartel.
ALGUMAS AUTORIDADES DA ÉPOCA
1.Intendente: Aristides Simões. 2. Delegado: Durval Marques. 3. Juiz de paz: Pedro Primo. 4. Coletor Federal: João Lantyer. 5. Escrivão da Coletoria Estadual: Francisco de Moura e Silva (pai do Sr. Nôza). 6. Juiz Pretor: Dr.Hilario (um negro). 7. Serventuário da Justiça Estadual: Alvarino. 8. Dr. Sampaio. 9. Antonio Araújo – Banco do Brasil. 10.Waldemar Ferreira – comerciante.
VERDADE OU MENTIRA?
No decorrer do ano de 1960, dizem que Lampião, já sem a indumentária de cangaceiro, esteve em Santa Luz, na casa comercial do Sargento Evaristo. Em 1962, - diz seu Nôza – meu filho, Francisco, em Apipucos-PE, ouviu uma conversa entre dois senhores, onde um afirmava estar Lampião, numa fazenda ali perto. Uma senhora de Queimadas, que viajava sempre pra São Paulo, numa dessas viagens, num trem, em Minas Gerais, encontrou-se com um senhor idoso que disse conhecer muito bem Queimadas, indicando pontos reais. Ao despedir-se, o referido idoso falou que era o cangaceiro Lampião.
O senhor Luiz Soares, juntamente com um amigo, esteve na residência de Lampião, na fazenda Rio Verde em Teófilo Otone, em Minas Gerais, onde conversou com Lampião que estava muito doente. Isso em 1977. O que supomos que o referido cangaceiro, estaria com cem anos. Verdade ou mentira?
O texto não apresenta autor

Floro Bartolomeu...o que dizer dele?!

Por: Manoel Severo

Em nosso último encontro na capital potiguar, entre o Grupo de Estudos do Cangaço de Natal e o Cariri Cangaço-GECC, o pesquisador e escritor,
Honório de Medeiros nos confidenciava o desejo de escrever sobre Floro Bartolomeu.

Aquilo ficou em minha cabeça, como que martelando sem parar... Chegou a lembrança de outros encontros, desta vez na Saraiva Mega Store do Iguatemi, em Fortaleza, quando o Cariri Cangaço-GECC, reuniu os confrades para a Conferência do grande pesquisador, professor doutor, Renato Cassimiro, sobre Padre Cícero e Lampião.
Naquela oportunidade tivemos um amplo capítulo para discutir a figura ímpar que foi Floro Bartolomeu, segundo o próprio Renato Cassimiro, "uma das mais destacadas e importantes figuras de toda a história do Juazeiro", afirmação essa confirmada e asseverada por todos os confrades presentes, cada um desfilando os muitos episódios protagonizados pelo famoso "braço armado de Padre Cícero".
Floro Bartolomeu e Padre Cícero

A formatura em medicina na Bahia, o casamento em Triunfo, a partida para o sertão do Ceará, as Minas do Coxá, o Conde, a aproximação com padre Cícero, o poder em Juazeiro, o Fogo do Taveira, o Rebate, o Boi Mansinho e o Beato Zé Lourenço, a independência de Juazeiro, a Guerra de 14 - Sediçao, a política, os jagunços, Batalhões Patrióticos e a Coluna Prestes, o convite a Virgulino, a patente de capitão, Setembrino de Carvalho...O Exército...Enfim, esse era Floro Bartolomeu, um homem  que mudou sua época e deixou um legado: Juazeiro do Norte.
Floro e os coronéis do Cariri 


Floro e os Jagunços da Sedição e depois, Batalhões Patrióticos.
Fotografias do arquivo do Padre Lauro, memorialista do Crato, cortesia do confrade Wilton Dedê

Todos os episódios marcantes e decisivos que ocorreram no estado do Ceará, notadamente na região do Cariri e centro-sul, durante os primeiros idos do século passado, tiveram a figura emblemática de Floro Bartolomeu, ou simplesmente Doutor Floro, como personagem principal, daí, nunca é tarde aguardar mais uma grande obra, nos trazendo esse fantástico personagem. Com a palavra os mestres: Honório de Medeiros, Renato Cassimiro, Daniel Walker, Renato Dantas, Napoleão Tavares Neves, Lira Neto...

Manoel Severo

Postado por Cariri Cangaço

O Escravo Que Aterrorizou a Bahia

Por: Murici Cardoso
Foto de Lucas da Feira

Lucas de Feira foi um insólito personagem de sua época. Fugitivo negro cometeu crimes atrozes durante o Brasil Colônia e entrou para o folclore da região sertaneja.
Feira de Santana é a cidade mais populosa da Bahia, depois da capital, Salvador. Chamada carinhosamente de Princesa do Sertão, boa parte de sua economia está baseada na criação de gado. Por volta do século XIX, as culturas do fumo e do algodão eram, além da pecuária, suas principais atividades econômicas. Ao contrário do Recôncavo – assim chamado por rodear a Baía de Todos os Santos – cujo solo de massapê se prestava à cultura da cana-de-açúcar, tão estreitamente vinculada à atividade escravocrata, a cidade está numa região de transição entre o litoral e o sertão (agreste). Foi nesse cenário um tanto inóspito, caracterizado pela vegetação de caatinga entremeada de trechos úmidos – os brejos – que nasceu Lucas Evangelista dos Santos, em 1807. Ele se tornaria famoso entre os escravos que se revoltaram contra sua condição e que fugiram dos engenhos da região (a rebeldia escrava na forma de contestação de massa foi uma constante no Brasil Colônia). Diferentemente de Zumbi e outros que a história reverencia como heróis, Lucas Evangelista – chamado de Lucas de Feira (ou da Feira) – não é tão conhecido pela historiografia, muito menos tratado como personagem heroico. Isso pelo fato de que Lucas, violento, foi um bandido que espalhou terror pelas plagas sertanejas atacando homens de negócio, fazendeiros, caixeiros viajantes e vaqueiros.
Fonte: 416destinos.blogspot.com

UM HOMEM PERTINAZ

Carpinteiro de formação, Lucas de Feira reuniu um bando de oito criminosos, assaltando também feiras livres, matando e seviciando. A história tem se omitido sistematicamente a respeito dele. Porém, recentemente, a Universidade Estadual de Feira de Santana realizou um seminário para trazer informações sobre esse personagem. A professora Zélia Lima de Jesus escreveu a obra. A médica Nina Rodrigues, refletindo o preconceito dominante da época, credita o fato de Lucas ter sido mestiço a sua “superior inteligência”. Outras informações dão conta de que ele veio de uma linhagem nobre e, se tivesse nascido na África seria considerado rei. “Como hoje é uma figura muito badalada por causa dos movimentos reivindicatórios afrodescendentes, é possível que estejam comparando Lucas a Zumbi.
Esse sim tinha antecedentes reais”, comenta Franklin Machado, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

BANDIDO CRUEL
Lucas nasceu escravo – de propriedade do padre José Alves Franco – em Belém, perto de Cachoeira, contígua a São Félix, na fazenda Saco do Limão. Segundo as descrições da época era “alto, espadaúdo, tinha rosto comprido, barba e olhos grandes”. O historiador Melo Moraes Filho creditava a ele as qualidades da gratidão e da caridade, porém, que ninguém se engane com esse perfil. Lucas de Feira era um homem que muitas vezes tratava suas vítimas com requintes de perversidade. Chegou a pregar o lábio de um capturado a uma árvore, prometendo se vingar caso ainda o encontrasse ali em seu retorno. Numa ocasião, atacou uma família, ferindo o filho, matando o pai, seviciando a filha. Chegou a crucificar num pé de mandacaru uma virgem que se recusou a submeter-se ao estupro. Há quem diga que Lucas formou um bando de até 30 homens, mas o mais comum é encontrar referências de 3 a 8 componentes em sua quadrilha. O escravo começou sua atividade criminosa com cerca de 20 anos, e nela permaneceu até 1848, quando foi preso. Seu final de vida foi sofrido. Durante o cerco que resultou em sua prisão, foi ferido no braço esquerdo e teve que amputá-lo. “Ele foi traído por um coiteiro chamado Cazumbá, que revelou seus principais esconderijos”, diz Franklin. Conta-se que um escravo, tendo enfiado diversos espinhos no braço amputado, saiu às ruas exibindo-o como troféu sobre o bandido “que causou mal a tanta gente”. Entre homicídios e tentativas, roubos e estupros, alguns calculam – não sem contestação – cerca de 150 os crimes de Lucas de Feira, que foi enforcado em 25 de setembro de 1849 e morreu pedindo perdão pelos seus crimes. Sua vida foi cantada nos versos do poema ABC de Lucas, do oficial de justiça Souza Velho, que narra a vida do escravo sob o ponto de vista dos senhores.

Certamente Lucas não foi um revolucionário ou herói dos escravos – na sua sanha bandida não fazia distinção se atacava ricos, pobres, negros ou brancos, escravos ou libertos. “É um personagem bem pouco conhecido de nossa historiografia, até mesmo entre os baianos. É possível ainda que muitos dos crimes atribuídos a Lucas tenham sido praticados por outros escravos que se passavam por ele. Existem algumas obras que ajudam a desvendar o mito. Entre elas, Lucas, o salteador, de Alberto Silva; Lucas, o demônio negro, romance de Sabino de Campos; Flor dos Romances Trágicos, de Câmara Cascudo; A Verdadeira História de Lucas de Feira e o espetáculo músico-teatral Escravo Lucas, o Cristo Exu da Bahia, ambos de minha autoria”, afirma o professor Franklin Machado.
(*) Pesquisador. Escritor.

RETRIBUINDO

Por: Dr. Archimedes Marques

Amigo José Mendes.


Retribuo os votos de boas festas e desejo a você e aos seus entes queridos um ano novo repleto de excelentes realizações.

Archimedes Marques


http://www.cangacoemfoco.jex.com.br ...

http:/blogdomendesemendes.blogspot.com

AGRADECIMENTO

Por: Honório de Medeiros

Mendes,
Caro amigo, agradeço em meu nome e de minha família seus votos de Feliz Natal, e aproveito para lhe desejar, para si e sua família, um próspero Ano Novo.
Honório de Medeiros e família.
www.honoriodemedeiros.blogspot.com

Enquanto não vem cangaço - ILHA GRANDE – RJ

Por: André Alécio

Igreja no povoado de Abraão
Igreja no povoado de Abraão

Situada no sul do estado do Rio de Janeiro, próximo a cidade de Angra dos Reis, a Ilha Grande é um convite para os que buscam contato com a natureza, tranqüilidade, e belas paisagens.
Abraão
Abraão
A principal concentração de pousadas, restaurantes e agências de passeios fica na Vila do Abraão, que é aonde a barca e as escunas chegam do continente trazendo os turistas de todas as partes do mundo para conhecerem as belezas do local. Na Vila do Abraão você pode optar por diversos passeios de barco e também fazer diversas trilhas a pé, para outras praias próximas.
Em Ilha Grande há muita procura por esportes como mergulho, trekking, surf, caiaque e a pratica de barco a vela.
Praia do Abraão
Praia do Abraão:
A principal praia é o ponto de partida para a maioria dos passeios tem uma boa estrutura para os turistas, como internet, mercadinho, farmácia, padaria, pousadas, restaurantes, campings, etc… É uma praia de águas calmas com muitas embarcações ancoradas tem piers para o embarque e desembarque de passageiros que vem de Angra dos Reis e também de Mangaratiba, e também sai escunas das agencias de turismo para os passeios pela Ilha Grande.
Praia de Dois Rios
Praia de Dois Rios:
é onde funcionava o Presídio, que hoje esta desativado. Há uma vila militar. Tem muitas casas. Lá não tem pousada e não é permitido acampar. A praia é grande e muito bonita. Chega-se nela de barco ou fazendo uma caminhada a partir da vila do Abraão é a única vila que tem uma estradinha que passa carro ( jipes militares). A caminhada é tranqüila pela estradinha, mas tem um morro forte na saída de Abraão e muitos pontos da estrada pega sol no verão a caminhada com o sol forte fica cansativa.
Tapera
Tapera:
outra praia paradisíaca bem próxima de Ubatubinha, vale a pena a visita com coqueiros e poucas casas de pescadores, tem um barzinho também no local. A praia tem águas calmas é um local vislumbrante.
Amanhecer em Araçatibinha
Tranqüilidade em Parnaioca
Tranqüilidade em Parnaioca

Fonte: guiadoviajante.com

A MISTERIOSA VIDA DE LAMPIÃO


  Uma obra ao alcance de todos estudantes do cangaço


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Autor: Cicinato Ferreira Neto
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Hoje na História - 27 de Setembro de 2010

Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 27 de setembro de 1946 dava–se a instalação do I congresso Eucarístico de Mossoró, presídio por
 
D. Jaime de Barros Câmara, com presença dos bispos de Limoeiro e Sobral (Ceará), Cajazeiras (Paraíba), autoridades civis, eclesiásticas e militares do Estado, todo o clero diocesano, além de grande número de fiéis da região. 
O Congresso teve a duração de sete dias, tendo sido realizado na Praça Cônego Estevão Dantas (antiga do Seminário), adrede preparada para elevada finalidade.
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O ano que passou - 25 de Dezembro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento
GERALDO MAIA DO NASCIMENTO - 1º  PRESIDENTE -  30-09-2009 

O mês de dezembro nos leva a meditação, a autocrítica, a um balanço do que aconteceu no ano. O que ganhamos o que perdemos, o que fizemos e o que deixamos de fazer, são algumas das indagações que nos fazemos nesses momentos. E quase sem querer extrapolamos esses pensamentos para o que aconteceu a nossa volta, baseado no que lemos, presenciamos ou apenas assistimos na TV, seja na cidade, no estado, no país ou no mundo. O ano que está findando, por exemplo, foi muito rico em acontecimentos. Tivemos escândalos que não deram em nada, ou nada que terminou em escândalo, e assim os meses foram passando. Lembramos também dos que se foram, alguns por nos serem caros, deixaram saudades. E dos que chegaram. É o círculo da vida. 
Nos últimos anos, alguns grandes do país de Mossoró, com quem tive a satisfação de conviver, mudaram de plano espiritual, deixando na cidade a sensação de vazio. Cito dois apenas como exemplo: o professor Vingt-un Rosado e Maurício de Oliveira, que nos deixou tão precocemente. Maurício, que no meio cultural encabeçou movimentos como a criação de teatros em Mossoró, foi presidente da extinta Cooperativa Caiçara de Artistas (Coocar) e fundador do Grupo Vina. Como bandeira de luta foi um ardente defensor do rio Mossoró, que antes era rio livre; travesso. Corria majestoso em suas enchentes, formando grandes redemoinhos, cortando barrancos às suas margens, arrastando troncos de árvores em suas águas barrentas e veloz. Travessuras essas que fizeram com que os nativos que aqui habitavam o chamassem de mô-çoroc, vocábulo indígena que pode ser traduzido como rio destruidor. Hoje, no entanto, pela ação do homem, permanece parado, preso entre muros de concreto, sendo contaminado pelos restos que o homem descarta, morrendo lentamente. Essa foi uma das batalhas de Maurício. Pelo rio, lutou o bom combate; não teve tempo, porém, de assistir a vitória. Mas com o seu exemplo, outros assumiram a luta e a batalha continua. 
Foi assim também com o Professor Jerônimo Vingt-un Rosado, o “Seu Vinte e um”, como Câmara Cascudo o tratava, que nos deixou no dia 21 de dezembro de 2005. Fico pensando se a coincidência do dia da sua morte com o seu nome não teria sido a maneira que “O Grande Arquiteto do Universo” achou para que ele fosse sempre lembrado. O amor a sua terra era tão grande que ele não a via como um simples chão do interior nordestino. Para caber seu amor, precisaria de um país, e assim ele criou o “Pais de Mossoró”, e a ele dedicou sua vida. Se fez mecenas nesse país; nele semeou livros. E assim nasceu o Boletim Bibliográfico e a Coleção Mossoroense. E como bom semeador, continuou plantando, e bibliotecas foram surgindo mundo afora, bibliotecas essas que ele tratou a vida toda de adubar com o envio de novos livros. Foi essa também a maneira que ele achou de homenagear as pessoas que ele admirava, emprestando o nome dessas pessoas às suas bibliotecas. E até eu, cujo único mérito foi ser seu amigo, tive meu nome ligado a uma biblioteca em Mossoró, que embora desmerecida a homenagem, me levou as lágrimas à grandiosidade do seu gesto. 
Tal como Maurício, Vingt-un era também Agrônomo. Talvez o apego a terra tenha refletido quando da escolha de suas formações universitárias. Ambos professor, e como professores influenciaram pessoas. O quanto influenciaram não sabemos. Como disse Henry Adams, “Um professor influi para a eternidade; nunca se pode dizer até onde vai sua influencia\". Sabemos que deixaram discípulos, e que foram muitos. 
 Às vezes nos achamos no direito de questionar Ao Grande Arquiteto do Universo: Por que os sábios se vão, quando ainda têm tanto a ensinar? O poeta Antônio Francisco, num momento de divina inspiração, decifrou o mistério, e divulgou esse mistério num poema que ele chamou de “A Resposta” que assim conclui:  “
               E forçando o cordão do pensamento,
               numa curva da linha eu vi o nó.
               E com ele a janela da verdade,
               e a resposta pra tudo é uma só:
               Quando falta um artista lá no céu,
               Jesus manda buscar em Mossoró!”.
               
               Boas Festas!!!
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Autor:
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Nascimento de Jesus Cristo

Por: Alexandre dos Reis
Introdução

Hoje vamos estudar sobre o nascimento de Jesus Cristo, que simbolicamente celebramos no dia 25 de dezembro, no Natal. A palavra Natal vem do latim e significa nascimento. O Natal não é uma celebração bíblica: não há nenhuma referência no Novo Testamento de cristãos celebrando o nascimento de Jesus Cristo. A data de 25 de dezembro começou a ser celebrada oficialmente como nascimento de Jesus por determinação do Papa Julio I (280-352 d.C). A idéia por trás da celebração era imprimir no coração das pessoas a importância do nascimento do Filho de Deus.

E, com o passar do tempo, muitos símbolos foram sendo acrescentados à festa de Natal, como árvores, presentes, velas, estrelas, cartões, comidas típicas, presépio, Papai Noel, etc. Atualmente acrescentamos, ainda, o 13° salário e o shopping center. Só que essas coisas, por mais legais que sejam, acabam ofuscando o nascimento de Jesus Cristo. É muito comum ouvirmos frases como: "Natal é paz", "Natal é esperança", "Natal é um mundo melhor", "O espírito do Natal vai te contagiar". Porém, eu acredito que, por trás dessas palavras, existem outros significados: "13° salário é esperança", "Fartura é um mundo melhor", "O espírito do feriado prolongado", "As comidas e as bebidas é que vão te contagiar". É verdade que, nessa época do ano, as pessoas se tornam mais religiosas e sensíveis, ouvimos mais histórias de perdão e as pessoas se tornam mais solidárias e humildes. Por outro lado, também vemos muita ganância e materialismo.

Para os cristãos, Natal é a celebração do cumprimento das profecias do Antigo Testamento.
Isaías 9:1-7
Aqui temos uma profecia, revelada 750 anos antes do Messias nascer, que fala da luz, da paz, da justiça e da retidão que ele traria. Vamos analisar o cumprimento de algumas dessas profecias no Novo Testamento.
1. Luz
João 1:4-5; 10-12; 8:12
Jesus é a Luz do mundo. Jesus é a Luz da vida. Jesus é a Luz dos homens. Jesus brilha nas trevas. A palavra luz é empregada em conexão com alegria, benção e vida. Em contraste, a palavra trevas é associada com adversidade, tristeza e morte.
O mês de dezembro é muito especial, pois é um tempo de reflexão. Um tempo para refletirmos sobre o poder da Luz em nossas vidas. É incrível pensar nas bênçãos espirituais, materiais e emocionais que recebemos neste ano por estarmos na Luz.
2. Príncipe da Paz
Ser Príncipe da Paz significa que Jesus é o chefe, o líder da Paz. Podemos verificar o cumprimento dessa profecia em Lucas 2:14, 29-32 e João 14:27, 16:33. Jesus veio trazer paz aos homens: a verdadeira paz, não uma paz exterior. Isso não significa que agora não iremos mais sofrer, que nossas dívidas nesse mundo serão esquecidas ou que tudo vai dar certo. A paz que Jesus veio oferecer é algo interior: paz para suportar as pressões do dia a dia sem se corromper moralmente. Somos muito pressionados no trabalho, em casa, por dívidas, por injustiças, pelos desafios da vida de solteiro e pela sexualidade! Essas coisas têm poder para tirar nossa paz e alegria de viver de vez em quando.
No entanto, Jesus disse: "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz". A verdadeira Paz só é alcançada por intermédio de Jesus. O príncipe da Paz diz muitas coisas na Bíblia para alcançarmos a verdadeira paz. Como anda o seu relacionamento com a Palavra de Deus? Essa semana eu tive dificuldades para passar tempo com Deus. Eu tive dificuldades para ouvir os conselhos de Jesus, passei pouco tempo com o Príncipe da Paz, acabei valorizando mais outras coisas. Como conseqüência a minha paz interior foi abalada e as consequências disso vieram: impaciência, culpa, insegurança, medo, dúvida e impureza. Eu aprendi a lição que somente o príncipe da Paz pode equilibrar minha vida.
3. Maravilhoso Conselheiro
Outra profecia em Isaías 9 é que o menino seria conhecido como o Maravilhoso Conselheiro. A idéia básica por trás desse conceito está em Provérbios 24:6: "Quem sai à guerra precisa de orientação e com muitos conselheiros se obtém a vitória." Jesus nasceu para se tornar o Maravilhoso Conselheiro. O cumprimento dessa profecia está em todo o evangelho. A sabedoria de Cristo nas parábolas revela o poder que há nas palavras do mestre. Jesus é o único conselheiro perfeito, que não erra nunca.
João 14:15-17; 25-26; 15:26-27; 16:7-8
O Maravilhoso Conselheiro está em nós para sempre. Ele ensinará todas as coisas, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Imagine como seria o mundo se fosse dirigido pelos conselhos de Jesus Cristo. Na política não haveria corrupção. As famílias seriam estruturadas e unidas. Os casamentos iriam brilhar, os filhos seriam obedientes. Os namoros seriam puros. Não haveria fome. E tantas outras coisas. Lembre-se: "Com muitos conselheiros se obtém a vitória". Que o Maravilhoso Conselheiro seja seu orientador nesta vida.
O nascimento de Jesus trouxe muitas outras bênçãos para nossas vidas. Vamos aproveitar esse tempo de comemoração do Natal para refletirmos sobre como Jesus tem tocado pessoalmente nossas vidas.

Fonte:

Natal do Senhor



Nossa Igreja celebra com a solenidade do Natal a manifestação do Verbo de Deus aos homens. É este de fato o sentido espiritual que decorre da própria liturgia, que oferece para a nossa meditação o nascimento eterno do Verbo (O Filho, Jesus).
Embora seja uma das festas religiosas mais conhecidas no mundo, o Natal tem suas origens em cultos pagãos de adoração ao sol, que, no Hemisfério Norte, aconteciam durante o solstício de inverno. Nessa época, as noites são longas e frias, por isso, a volta do Sol, trazendo luz e calor, era festejada com músicas e danças. Nesta ocasião os escravos recebiam presente dos seus senhores e eram convidados a sentarem à mesa como cidadãos livres. O cristianismo deu um significado novo a esta festa, ao celebrar o nascimento daquele que é o verdadeiro Sol, a Luz do Mundo, Dia que rompe nas trevas. Hoje é o dia de todos nós que acreditamos na vida, na força do amor, na comunhão e na fraternidade universal.
A tradição da troca de presentes nasceu das oferendas dos Reis Magos ao Menino Jesus e a ela, muito mais tarde, foi incorporada a figura de Papai Noel, que acabou se tornando um autêntico símbolo de Natal. Os presentes trazidos pelo bom velhinho ganharam assim, um valor especial de demonstração de afeto e estima. O presenteado reassegura-se de que é amado pelo semelhante.
Oração Pedindo a Proteção de Deus: Concede-me Senhor a sua proteção; E em proteção concede-me forças ao meu ser; Em minha força dá-me sábia discrição; Na discrição me faze um justo ser; Nessa justiça põe também amor; Ao meu amor o teu amor mistura; E, ao teu amor, o amor às criaturas; É isto que te rogo meu Senhor. Bendito seja Deus, que não rejeitou minha oração nem desviou de mim a sua misericórdia. (sl 66.20)
Fonte: Católica Net
Postado por Beto Fernandes

Depois da ceia (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Depois da ceia

Esse ano
não tivemos
amoras da Pérsia
amêndoas árabes
azeitonas italianas
nem vitelo
nem vodka russa
os tempos mudaram
os tempos são outros
parecendo escassez
sem a grande mesa
imensa e farta
de verniz e brilho
de cheiro e sabor
de velas e taças

apenas o pão
apenas o vinho
apenas dois copos
apenas a chama
da noite enluarada
e apenas nós dois
do que restou
e te dou um presente
um doce beijo
um abraço apertado
uma confissão
e depois
depois de tudo
a compreensão
que a fartura da ceia
é a oportunidade
para se compreender
os limites da vida

e na falta das ilusões
sobre a mesa
sobrar mais tempo
para olhar calmamente
bem no fundo
dos teus olhos
e dizer te amo
e dizer te amo
e dizer do quanto
ainda te amo...

Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com