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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O LIVRO O FOGO DA JUREMA JÁ ESTÁ À VENDA COM O PROFESSOR PEREIRA


Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba,  que ele tem e está disponível aos amigos. 

São 318 páginas, preço R$ 50,00 com frete incluso.
Pedidos: franpelima@bol.com.br e fplima156@gmail.com

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CAJUEIRO DE ÁGUA CRISTALINA, NO SEU LEITO AZUL UM OLHAR DE MENINA

*Rangel Alves da Costa

Também na geografia, Poço Redondo, município sergipano e sertanejo localizado no Alto Sertão do São Francisco, nasceu divinamente abençoado. São 26 km de rio e beirais, num São Francisco que corre entre montes, serras, pedras e mandacarus.
Poço Redondo tem Bonsucesso, tem Curralinho, tem Jacaré, tem Cajueiro, e tudo beira de rio, tudo às margens do Velho Chico. Poço Redondo tem a piscina de águas límpidas e azuladas do Rio São Francisco em Cajueiro.
E povoado Cajueiro de tanta história, de tanta memória, de famílias tradicionais que ainda povoam as raízes da povoação. Um nome que vem de doce fruta, de cajus e cajueiros que se avolumavam pelas beiradas úmidas e pelos quintais molhados nos tempos passados. Um verdadeiro pomar sertanejo.
Cajueiro de cangaceiros, de coiteiros, de políticos, de pescadores, de sertanejos acostumados ao redor das águas e das brenhas carrasquentas sertões adentro. Cajueiro do candeeiro antigo e da vela acesa aos pés do velho oratório. Beatas e beatos nos seus ofícios de fé perante a igrejinha.
Cajueiro da vida mansa e do burro sendo selado para chegar à cidade. Ou da embarcação aportada esperando seu viajante. O mesmo Cajueiro da Gruta do Angico e da Família Félix e de tantos outros troncos familiares. Lourival Félix, Mané Félix, Adauto Félix, Erasmo Félix, Messias Caduda, tudo vingado e enraizado nas suas entranhas. Félix, Azevedo, Cruz, Rodrigues, sobrenomes que são também sobrenomes de Cajueiro.


A pedra grande no meio do rio e as casinholas que foram levadas ao chão para dar lugar a suntuosas moradias de forasteiros. As canoas antigas que ainda adormecem às margens brandas e como em colcha macia das águas cristalinas do rio. Infelizmente, poucas raízes continuam fincadas daquele Cajueiro de passado tão suntuoso.
Grande parte de seus moradores - e também muitas famílias - simplesmente migrou para a sede municipal ou mesmo para as Alagoas, no outro lado do rio. Casas foram fechadas, portas foram trancadas, e apenas as sombras do passado continuando saudosamente presentes.
Hoje Cajueiro é mais do turista, do visitante, daquele que deu vintém numa moradia e a transformou em casa bonita de final de semana e veraneio. Mas a história não foi apagada e nem as raízes mais profundas deixaram de existir. Os que permanecem em seu berço de nascimento continuam regando as flores de amor pelo seu sertão beiradeiro.
De Cajueiro ainda vingam doces cajus, assim como Robertinha (Robertinha de Cajueiro) que cantarola ao sopro da brisa boa e perante o amarelo avermelhado da flor do cacto: “Do Velho Chico sou, no seu leito de história nasci, vivendo ao seu lado ainda estou, pois de suas águas um dia eu bebi...”.

Escritor
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E PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO...


Por Geraldo Júnior

... a série de entrevistas que realizamos com o escritor e pesquisador Frederico Pernambucano de Melo, trarei nesse documentário a sua versão a respeito da autoria da morte de Lampião, onde ele falará sobre os motivos e as circunstâncias que o levou a ter uma nova visão sobre o assunto.

Amanhã (16 de outubro de 2019) estarei publicando no canal CANGAÇOLOGIA (YouTube) uma breve, porém, objetiva entrevista que consegui realizar, mesmo diante de tantas condições desfavoráveis proporcionadas pelo ambiente onde foram realizadas as gravações.

O que eu espero é que vocês ouçam o que o escritor tem a falar e analisem com cuidado para somente assim formarem suas opiniões, favoráveis ou contrárias, em relação ao assunto.

Desde já peço aos amigos que utilizem o respeito e a educação ao manifestarem seus comentários. Ninguém é obrigado a concordar com a versão apresentada, mas devemos manter a postura e educação.

Grato.

Adendo - http://blogodmendesemendes.blogspot.com

Parabéns pesquisador Geraldo Júnior, pela sua preocupação, e na verdade, ninguém é obrigado a concordar, mas se deve guaradr o respeito ao escritor. Parabéns!


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VIDA NO CANGAÇO, MORTE NO PERDÃO


(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/CE.)

Após a morte de Lampião, o governo concedeu perdão e anistia aos cangaceiros que se rendessem e com isso vários cangaceiros remanescentes se entregaram ao poder público, dentre estes o cangaceiro Português e seu bando. 

Certo dia de Fevereiro de 1939, Português estava sentado no pátio do quartel de Santana de Ipanema, onde estava preso, quando de repente adentra um jovem e franzino rapaz com arma em punho e acerta seis tiros na cabeça de Português, saindo em seguida sem nenhum importuno por parte dos soldados. Tratava-se do jovem Pedro Aquino Filho vigando a morte de seu pai comerciante, ocorrida três anos antes, em 1936, pelas mãos daquele cangaceiro que ele acabara de justiçar. 

Contra o rapaz não foi aberto nenhum inquérito sequer, pelo contrário lhe alistaram naquele mesmo dia na polícia alagoana. 


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JOSÉ SATURNINO PARTE 2

Por Aderbal Nogueira


José Alves Sobrinho, sobrinho de Zé Saturnino, complementa a história contada por João Saturnino, filho de Zé Saturnino, 1º inimigo de Lampião, narrada na PARTE 1.

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EU E MINHA VÓ DADÁ, NA CASA DO BARBALHO EM SALVADOR BAHIA. SAUDADE!!!

Por Ilana Borboleta


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DEMARCANDO MAIS UM SITIO HISTÓRICO

O combate das Caraíbas, 1926

Por Cristiano Ferraz

No último domingo, dia 09 de junho cumpri um compromisso assumido com o amigo Louro Teles em maio de 2017 quando visitamos o local do combate de Serra Grande em serra Talhada. O combinado era visitarmos juntos o local onde aconteceu o combate das Caraíbas em fevereiro de 1926 entre Floresta-PE e Betânia-PE.

Nos encontramos na manhã de domingo em Floresta, eu, Louro Teles que veio de Calumbi-PE com Sálvio Siqueira (vindo de São José do Egito-PE) e Richard Torres Pereira de Serra Talhada-PE.

Seguindo para o destino pouco depois onde chegamos por volta de dez horas da manhã na residência de seu Antônio Odilon dos Santos, 84 anos de idade e que há quatro anos atrás havia me mostrado o local quando o visitei com meu primo Manoel serafim durante os preparativos para o Cariri Cangaço em Floresta em 2016.

Aquela visita foi um dos fatos que motivaram a escrita do nosso livro As Cruzes do Cangaço – Os fatos e personagens de Floresta-PE, lançado durante na abertura do primeiro evento Cariri Cangaço em nossa cidade no dia 26/05/2016.
 


Após conversarmos um pouco com seu Antônio, sua esposa e alguns familiares (uma filha e uma neta), nos dirigimos ao local onde foram sepultados os volantes mortos no combate que fica a cerca de um e meio a dois quilômetros da casa. Não sem antes tomarmos um cafezinho com queijo de coalho, como é “de praxe” na casa de todo bom sertanejo.

Chegando ao local percebi a diferença de quatro anos atrás. O local havia sido desmatado e a cruz de madeira que não mais existia em 2016 havia sido refeita de forma improvisada e colocada no local. Rapidamente cavamos o solo e colocamos uma cruz de metal feita pelo amigo Louro Teles. Aproveitamos o momento para fazer alguns vídeos e fotografias registrando o fato.



Em seguida fomos ao serrote onde aconteceu o combate, que fica a dois quilômetros da sepultur junto ao leito do riacho da Maravilha. Hoje o local também está bastante modificado em relação à época do combate, pois antes não havia o açude que hoje forma uma represa no leito do riacho.

Seu Antônio, apesar da idade avançada nos acompanhou, tendo ficado numa sombra aguardando nosso retorno. O acesso ao local do combate no serrote, estava muito tomado pelo mato e ele preferiu ficar descansando. Com poucos minutos no local fizemos alguns vídeos e passamos a procurar vestígios do combate com o detector de metais manuseado por Louro Teles.

Rapidamente localizamos um projétil de rifle calibre .44 enterrado no solo por trás do serrote. Pouco tempo depois, foi encontrado um projétil de calibre .22 próximo ao local do primeiro. Com o rápido passar do tempo decidimos retornar para deixar seu Antônio em casa pois a hora do seu almoço já havia passado. Eram duas horas da tarde e acabamos demorando nos deslocamentos a pé indo e voltando para onde deixamos o carro.

Com os vestígios encontrados ficou a certeza de que aquele é mesmo o “palco” dos acontecimentos. Mesmo não tendo tempo para aprofundarmos as pesquisas no serrote e do lado oposto do riacho onde se encontravam as volantes, deduzimos que ainda ainda existem resquícios do acontecido e retornamos satisfeitos com o resultado. Firmamos assim o compromisso de retornarmos em breve para descobrir mais detalhes da dinâmica do combate.

O combate das Caraíbas, em Floresta foi travado entre Lampião e as forças volantes na quinta-feira dia 04 de fevereiro de 1926 às margens do riacho da maravilha, afluente do riacho do navio - nas divisas entre os municípios de Floresta e Betânia .

Participaram as volantes comandadas pelo Tenente Higino José Belarmino e Optato Gueiros contra o grupo de Lampião. Junto com Lampião encontrava-se entre outros o conhecido Manoel Pequeno (da fazenda Saco – na ribeira do riacho do navio) e seu grupo. Os cangaceiros se entrincheiraram no leito do riacho, em um serrote à margem deste e próximo a estrada por onde vieram os soldados, emboscando a força em campo aberto.

O confronto teve a participação da força de Nazaré composta por, Afonso de Sá Nogueira , Altino Gomes de Sá, Antônio Joaquim dos Santos (o famoso rastejador Batoque), Aureliano de Souza Nogueira (Lero), Aureliano Francisco de Souza (Lero Chico), Constantino Marcolino de Souza, David Gomes Jurubeba , Euclides de Souza Ferraz (Euclides Flor) , João Cavalcanti, João Domingos Ferraz, João Gomes Jurubeba, João Jurubeba de Sá Nogueira (João Gato), Joaquim Ferraz de Souza (Quinca Néo), Joaquim Francisco de Souza (Quinca Chico), Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor), Manoel Neto (Anspeçada), Pedro Gomes de Lira (irmão de João Gomes de Lira), Pedro Marcolino e Pedro Tomaz de Souza Nogueira.

O tiroteio durou até o final da tarde quando Lampião se retirou do local levando seus mortos (acredita-se que em número de cinco) sepultando-os na caatinga entre o local do combate e o poço do ferro (ou na fazenda São Brás, que fica a oeste do local) e deixando entre os volantes um saldo de pelo menos três baixas fatais, os soldados Aristides Panta da Silva (Este de Floresta), Benedito Bezerra de Vasconcelos e Antônio Benedito Mendes.

Os soldados mortos foram sepultados na margem esquerda do riacho da maravilha próximo ao local onde o riacho do Jacaré se une a este . O riacho da maravilha é a divisa entre os municípios de Floresta e Betânia.

No combate saíram feridos o Tenente Higino no braço, Manoel Neto no braço direito, Antônio Joaquim dos Santos (Batoque) na perna, João Cavalcanti, Altino Gomes de Sá (na “maçã” do rosto), João Pereira de Souza e João Pinheiro Costa.
 
 Tenente Higino Belarmino de Souza
Acervo Lampião Aceso

Na visita ao local tomamos conhecimento que durante o combate o fazendeiro/boiadeiro florestano Joaquim de Alencar Jardim (Quinca Jardim) retornava a Floresta após a venda de uma boiada. Antônio Ferreira, que brigava no serrote no momento, sabendo da passagem deste pelo local o esperou com mais dois cangaceiros na sombra de um umbuzeiro (conhecido como umbuzeiro do Marçá – ou Marçal) abordando-o para lhe pedir dinheiro.

Quinca Jardim naquele momento se acompanhava de Joaquim Serafim (conhecido como Joaquim Grande do Rancho dos Homens) e mais duas ou três pessoas. Joaquim Grande então disse a Antônio Ferreira que Quinca Jardim não tinha a quantia pedida pois vendera a boiada mas não recebera o pagamento. Antônio Ferreira se contentou com a resposta sem saber que o dinheiro do pagamento da boiada estava no bornal que Joaquim Grande carregava a tiracolo.

Dois dos outros acompanhantes de Quinca Jardim disseram a Antônio Ferreira que um dos cangaceiros que o acompanhava tomara o pouco dinheiro que estes carregavam. Antônio Ferreira então perguntou quem pegara o dinheiro e o mandou devolver. O cangaceiro o fez embora queixando-se do trabalho ingrato onde era obrigado a devolver o dinheiro ganho.

Menos de um ano após, no final do ano de 1926 Lampião mataria 129 reses de Quinca Jardim na Barra do Juá por não ter recebido dinheiro após um pedido (acredita-se que um bilhete). Isso, provavelmente aconteceu ao descobrir que fora enganado cerca de dez meses antes. Comenta-se que apenas uma rês escapou porque este fato se deu no dia da morte de Antônio Ferreira no Poço do Ferro. Na ocasião lampião se encontrava na região (Poço do Ferro – Pipocas – Rancho dos Homens) preparando-se para dar uma brigada com Ildefonso Ferraz do Curral Novo. Com a morte de Antônio Ferreira Lampião teve que ir às pressas ao Poço do Ferro para sepultar o irmão, morto pelo companheiro Luiz Pedro (do retiro) em um disparo acidental.

Há controvérsias quanto à quantidade exata de bois mortos por Lampião e seu grupo naquele dia. O certo é que no total a boiada era de 100 a 130 animais. Desses apenas uma rês escapou, sendo tratada por Pedro Ferreira, da fazenda Rancho dos Homens, tio de Antônio Odilon dos Santos, que nos mostrou o local do combate, a sepultura dos soldados e nos contou vários detalhes do que aconteceu ali naquela época.

Seu Antonio Odilon é neto de Antônio Pedro dos Santos, que foi inspetor de quarteirão na região onde poucos anos mais tarde viria a surgir a vila de Nazaré. Conta-se que por volta de 1910 em perseguição a Zé de Souza houve um tiroteio onde morreu uma criança. Os familiares da criança diziam que a morte deste só seria vingada com a morte de Pedro Ferreira, o filho primogênito de Antônio Pedro. Com isso Antônio Ferraz de Souza, padrinho de Pedro Ferreira o trouxe para Floresta na garupa de seu cavalo e procurou amenizar a questão tirando a família de Antônio Pedro para a região da Barra do Juá.

Estes então vieram para a Fazenda Rancho os Homens onde se estabeleceram e vivem até hoje, muitos dos seus descendentes morando na região entre Floresta, Betânia e Ibimirim. Entre os filhos de Antônio Pedro um deles se tornou muito conhecido por sua grande habilidade como vaqueiro. Chamava-se Joaquim Pedro dos Santos, o Quinca Pedro, da fazenda Urubu, vizinha ao Rancho dos Homens.

Maiores detalhes dessa história podem ser lidos em vários livros sobre o cangaço Lampiônico, entre os quais podemos indicar:

1) As Cruzes do Cangaço – Os fatos e personagens de Floresta-PE, de Cristiano Luiz Feitosa Ferraz e Marcos Antônio de Sá;

2) O Canto do Acauã, de Marilourdes Ferraz;

3) Lampião – Memórias de um soldado de volante, de João Gomes de Lira;

4) David Jurubeba Um herói nazareno, de José Malta de Sá Neto;


5) Lampião Seu Tempo e Seu Reinado, do padre Frederico Bezerra Maciel.


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LOCAL DA COVA DO CANGACEIRO EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA



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MOMENTO HISTÓRICO: LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO, SERÁ LEVADO A JÚRI EM PETROLINA


Por Carlos Britto

O cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como ‘Lampião’, será réu no primeiro Júri Épico, que acontecerá no próximo dia 31 de outubro, no Centro Cultural Dom Bosco, das 8h às 19h, em Petrolina. Por ser uma figura lendária e polêmica, o ‘Capitão’ foi escolhido para a estreia do evento, que ocorrerá anualmente e é de cunho processual, no qual haverá o conselho de sentença, que dará o veredicto acerca das acusações que pesam contra o réu.

Lampião, sua companheira Maria Bonita, Padre Cícero, Corisco e as pessoas de maior relevância que foram contemporâneas ao cangaço ganharão vida com a participação de atores que encenarão os personagens principais do caso. Mas a acusação e a defesa do réu serão feitas por profissionais do Direito como o promotor de Justiça Criminal, Fernando Della Latta, e os advogados de defesa Marcílio Rubens, Wank Medrado, Henrique Márcula e o defensor público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Francisco Jairo Siqueira Coelho.

O Júri Histórico é um projeto idealizado pelo professor e advogado Anderson Wagner Araújo e pelo promotor Fernando Della Latta. O objetivo é promover uma interação entre o Direito e as demais ciências como a Sociologia, a História, a Filosofia e a Antropologia, além de possibilitar aos alunos do curso de Direito o contato com as chamadas metodologias ativas.

Didática

Para o professor Anderson Araújo, o Júri Épico é instrumento didático de grande valor, pois apresentará uma discussão interdisciplinar ilustrada por um tempo antigo. “Do ponto de vista da exatidão histórica, julgar um personagem do passado mostra-se impossível, mas sob a ótica da dinâmica acadêmica é potencialmente válido e capaz de produzir efeitos, pois trataremos de uma situação imaginária, perpassada por um contexto histórico real e um processo penal do tribunal do júri com todas as suas particularidades“, elucida Araújo.

Já confirmaram presença no julgamento de Lampião o Juiz da Vara da Infância e da Juventude, Marcos Bacelar, a juíza da Vara do Tribunal do júri, Elane Brandão Ribeiro, a promotora de Justiça no 1º Tribunal do Júri do Recife, Eliane Gaia, a promotora de Justiça do 2º Tribunal do Júri do Recife, Dalva Cabral Oliveira, o promotor de Justiça substituto do Recife, Rinaldo Jorge da Silva, a promotora de Justiça Cível de Petrolina, Cíntia Granja e os defensores públicos André Cerqueira (da Bahia) e William Micael (de Pernambuco).

O evento será realizado em parceria entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)/PE, Defensoria Pública de Pernambuco, TJPE, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape) e a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC).


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CONHEÇA A TRAJETÓRIA DE MAINHA O MAIOR PISTOLEIRO DA HISTÓRIA DO NORDESTE BRASILEIRO.



Considerado o diabo pelos seus adversários, a fama de Mainha se espalhou pelo Brasil e seus crimes, quando contados, chegam gelar a espinha.

“Todo o sertão nordestino/ Assim como as capitais/ Têm uma marca sangrenta/ De assassinatos brutais/ Que mesmo o tempo querendo/ Não acabará jamais. / Estes crimes foram feitos/ Pelo rei da pistolagem/ Conhecido por Mainha/ Homem de cruel bagagem/ Pois descrevo sua história/ No mundo da bandidagem”(Guaipuan Vieira).

O trecho acima foi retirado do cordel escrito por Guaipuan Vieira e é um dos muitos exemplos de cordéis que narram a história do famoso pistoleiro Mainha, considerado o maior pistoleiro do Nordeste.

Idelfonso Maia Cunha, conhecido como Mainha, nasceu em Alto Santo, Ceará, no dia 28 de outubro de 1955. Acusado de cerca de 100 mortes praticadas durante os anos 80, no Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, Mainha teve uma trajetória marcada por muito sangue e desafetos, mas também pela admiração de muita gente que o julgava um homem valente e destemido, que não aceitava desaforos.

Antes de se tornar pistoleiro, Mainha atuava como vaqueiro, chegando a ganhar até um carro em uma das vaquejadas das quais participou. O sonho de se tornar um vaqueiro famoso, porém, deu lugar a uma vida marcada pelo crime e pela violência. Antes mesmo de nascer, a morte já rondava a sua história. Seu pai foi golpeado com facadas por causa de conflitos de terras. Quando ele tinha seis meses, o pai levou seis tiros e sobreviveu. As armas, no entanto, passaram a fazer parte da rotina de sua família e se tornaram comuns entre seus dez irmãos.

Quando Mainha tinha 20 anos, Irene, sua irmã preferida, foi assassinada e, assim, ele deu início à sua trajetória como pistoleiro e o jovem Idelfonso, que sonhava em ser vaqueiro e conquistar mulheres e fama, transformou-se em um dos maiores matadores do Nordeste, temido e procurado em diferentes estados da região.

Embora ele tenha negado ao longo de toda a vida que matasse por dinheiro, o fato é que acumulou uma longa ficha de crimes e deixou um grande rastro de sangue por onde passou. Segundo Mainha, ele não era um pistoleiro, matava apenas por questões de honra e vingança.

Sua fama correu por todo o Nordeste e virou tema de vários cordéis e estudos sobre a pistolagem no Brasil. Por onde passou, Mainha despertou medo e admiração, sendo temido por muitos e perseguido por outros.

Segundo a justiça, seu primeiro crime aconteceu em 13 de fevereiro de 1977, quando matou o prefeito de Alto Santo, Expedito Leite. No entanto, ele não assumiu o assassinato e afirma que a primeira vida que tirou foi a de seu vizinho Orismide, pois ele o chamara de ladrão de cavalos, assim, precisava preservar sua honra e punir o ofensor. Protegido por fazendeiros do Pará e do Ceará, Mainha conseguiu escapar por diversas vezes das perseguições policiais e só foi preso em 6 de agosto de 1988 em Quiterianópolis (CE). Pego de surpresa, ele não teve tempo de reagir e acabou indo para a prisão.

Antes da prisão, porém, o pistoleiro acumulou uma longa lista de crimes, muitos dos quais negou durante toda a sua vida. Em 4 de fevereiro de 1982, matou os pistoleiros Altamiro e Altevir, sendo, no entanto, absolvido desse crime sob a alegação de legítima defesa, já que os pistoleiros haviam sido contratados para matá-lo.

Em 16 de abril de 1983, esteve envolvido em uma chacina, na qual matou o ex-prefeito de Pereiro (CE), sua esposa, seu motorista e um soldado a quem o ex-prefeito havia dado carona. Por esse crime, ele foi condenado a 64 anos de prisão, indo para o regime semiaberto após 12 anos de reclusão.

No presídio, Mainha teve destaque depois de defender o então arcebispo de Fortaleza, Dom Aloisio Lorscheider e mais diversas autoridades, durante uma rebelião em 1994. Ao levar cerca de 25 pessoas para a sua cela, o pistoleiro salvou as suas vidas, protegendo-os dos presos rebelados.

Em entrevista concedida ao professor Ricardo Arruda, da Universidade Federal do Ceará, Mainha afirmou que não tinha medo da morte, temia apenas ser desmoralizado e ter sua honra ofendida. Ele se identificava como um justiceiro e vingador, não como um pistoleiro e dizia que, apesar de viver “com a morte nos olhos” não queria esse destino para seus filhos e não era a figura perigosa em que o transformaram, ele dizia querer deixar o passado de crimes para trás e passar a viver como cidadão, embora soubesse o quanto seria difícil abandonar a vida do crime.

Em 2002, ele é preso novamente por trocar tiros com policiais durante uma festa de família e perde o direito ao semiaberto, conquistando-o novamente em setembro de 2003.

Em 4 de janeiro de 2011, enquanto passeava em um burro no município de Maranguape (CE), Mainha foi assassinado com 9 tiros de pistola. Seu velório foi acompanhado por uma multidão, pois além do medo que despertava, também conquistou muita admiração, já que muitos realmente acreditavam que ele matava em nome da justiça e da honra.

Texto - Adriana de Paula e Joel Paviotti
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