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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

“COMER SAL A PULSO”

Por Antônio Corrêa Sobrinho

O célebre cangaceiro ANTONIO SILVINO, que, como sabemos, atuou anos antes do seu êmulo, mais famoso ainda, Virgulino Ferreira da Silva, o LAMPIÃO, teve a sua história de ter forçado outrem, a fim de discipliná-lo, a comer quantidade excessiva de sal de cozinha. Façanha, sem comprovação, trazida a público pelo jornal carioca, O GLOBO, na edição de 23.10.1930.

Se realmente essa história aconteceu, não sabemos; mas, pelo menos, existe uma publicação a respeito em jornal de grande circulação.

Eis:

“Brincadeira de homem... – Um precursor de Lampião

Antônio Silvino fazia-se respeitado de seus satélites. Disciplinava-os. Sabia assegurar a conveniente distância que deve existir entre comandantes e comandados. Jamais permitiu atrocidades que não houvesse, em pessoa, determinado.

Chegara ele com a sua récua a uma fazenda. À hora do improvisado almoço, um cabra, o Tempestade, se deu ao luxo de reclamar:

- “Ô arroz ensosso de todos os diabos!”

Um relâmpago de cólera fulgiu nos olhos de Silvino, que, findo o repasto, foi falar à mulher do fazendeiro:

- “Dona, a senhora tem sal em casa?”

- “Tenho, seu capitão. Eu vi aquele homem não gostar... Vossenhoria me desculpe, me perdoe o arroz sair ensosso! foi coisa do avexame, do aperreio do preparo...”

- “Nhóra não, não é por isso não: eu quero é saber se a senhora me pode vender meio litro do seu sal.”

- “Posso lhe ceder; vender, não! O capitão leve o sal que não lhe custa nada e é dado de gosto!”

- “Nhóra não, não é pra carregar não. É um ensinamento que eu quero dar naquele cabrocha que falou do arroz. Me vá ver meio litro, por bondade!”

Atendido, Silvino pediu uma bacia, derramou dentro o sal, dissolveu-o com uma porção d’água, e voltando ao terreiro, onde o Tempestade esgaravatava a dentadura, obrigou-o, de punhal à mão, a beber toda aquela água horrivelmente salgada:

- “Isso é pra você, seu bruto, perder o costume de botar defeito no que lhe dão, de graça! Engula! Ou engole, ou morre! Comeu ensosso, beba salgado que é pra carga não ficar torta... Cabra sem criação!”

Daí a pouco, o Tempestade padecia sob a ação do purgante mais que enérgico...

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FAZENDA SERRA VERMELHA, ONDE ANTÔNIO FERREIRA, IRMÃO DE LAMPIÃO, MATOU JOSÉ NOGUEIRA.

 Por Manoel Belarmino

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NOVO LIVRO DO ESCRITOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO.

Por José Irari

Prezados confrades estudiosos e pesquisadores do tema nordeste e cangaço!! Novo livro do renomado escritor José Bezerra Lima Irmão!! Desta vez sobre Maria Bonita, recomendo sem medo de decepcionar... escritor de pesquisas honestas e fundamentais para estudos do tema. Adquirir meu exemplar via professor Francisco Pereira Lima. Desde já, parabéns nobre amigo José Bezerra Lima Irmão. 

Que venham outros trabalhos!

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C A B O - S A N T A N A.

 Por Luis Bento

Fazenda Faustino- município de Jati-Ce.

Antônio Matias de Santana. Nasceu no município de Salgueiro PE em 10 /02 /1910, faleceu em 31/02/1980 em sua residência no sítio Faustino município de Jati-Ce.

Antonio matias de Santana - Cabo Santana

Filho órfão de pai ainda criança foi morar na casa de seu futuro sogro, Arlindo Rocha como menino de recados, lá criou -se e viveu, foi motorista do patrão e seu auxiliar em tudo: na roça, no comércio, enfim pessoa de confiança do patrão e futuro sogro.

1928 - 27 de março, incorporado à volante do Tenente Arlindo Rocha, combateu Lampião e seu grupo cangaceiro na fazenda Piçarra de Antônio Teixeira Leite, seu Tonho da Piçarra no conhecido " Fogo da Piçarra ".

1932 - como voluntário participou da revolução em defesa do governo federal de São Paulo, voltando vitorioso.

1935 - casou-se com Maria Malta Rocha, filha do patrão.

Final da década de 30, veio para o Ceará, especialmente para o sítio Faustino no então Distrito Macapá que no passado era parte integrante de Jardim.

1954 - 03 de outubro, eleito vereador na primeira eleição do município, empossado em 25 de março de 1955. Passo importante, nesta data Jati desmembra oficialmente da cidade de Jardim.

LUIS BENTO

Diretor de Cultura,

Prefeitura de Jati,

Valorizando as Pessoas.

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A BOLA E O CEMITÉRIO

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.803 

Esse clima de copa, faz lembrar os áureos tempos do Ipanema Atlético Club, em Santana. Os jogos ainda eram realizados com a bola número 5, profissional, chamada “couraça.” Era bola de couro que não sabemos afirmar com certeza se era comprada fora da cidade, até porque havia um sapateiro que já fora jogador do Ipanema e fazia couraça sob encomenda e que era o Gérson Sapateiro. Nesses tempos tão bons do futebol santanense, a bola era uma só em cada jogo. E quando qualquer zagueiro bruto fazia a defesa dando chutaço ignorante, a que a plateia chamava de “balão”, era uma angústia medonha pela sequência do jogo. Isso porque a bola subia, subia que só um balão e caía fora do campo, ou na rua da frente do estádio ou no cemitério contíguo, Santa Sofia.

ESTÁDIO ARNON DE MELLO EM 2013 (FOTO: B. CHAGAS).

O estádio Arnon de Mello fora construído justamente vizinho ao cemitério na parte alta e plana do Bairro Camoxinga, por ser um dos poucos lugares da urbe adequado para essa finalidade. Quando a bola caía na rua demorava a chegar. Quando caía além da rua, demorava muito mais e, quando caía no cemitério demorava mais ainda. Era usado algum torcedor que assistia ao jogo em cima do muro entre os dois locais, entrava pelo cemitério galgava a parede e, bem sentado no muro, conseguia assistir ao jogo sem pagar.  Outras vezes era o próprio zelador do cemitério ou um coveiro que fazia esse favor de procurar a bola entre covas e catacumbas, até achá-la. Só então a bola voltava com um chutão ninguém sabe de quem e caía novamente em campo. Era uma vibração!

Com o tempo, as partidas foram acrescentando outras bolas e, a couraça bruta cor de terra foi aos poucos sendo substituída por essas bolas atuais compradas facilmente nas lojas de esportes. Mas era um prazer enorme para o torcedor sem dinheiro que ficava na rua, catar uma bola fruto de balão de zagueiro, principalmente. E com aquele orgulho grande de tocar na “pelota” do jogo, devolvia com outro balão vindo de fora. Já houve partidas que a bola gastou mais de 15 minutos para retornar.

E do lado de fora não era diferente de hoje. Vendedores de tudo na feira que se formava na rua, defronte ao estádio. Petiscos e bebidas tinham êxito assegurado em qualquer partida futebolística.

 Ô Ipanema!

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