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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Quem é o cara?

Por: Ivanildo Alves da Silveira
Manoel Severo, Dr. Napoleão e Ivanildo Silveira

Chegamos a uma conclusão

Amigos que opinaram ou que aguardavam o resultado de nossa investigação. Após realizar uma pesquisa, acho que encontrei a solução para o nome  do cangaceiro, o qual nós queremos identificar, na foto postada,  semana passada.


Após o celebre Benjamin Abrahão realizar as filmagens com o bando de Lampião no ano de 1936, o mesmo fez uma série de reportagens para um grande jornal de circulação no nordeste, no caso o "Diário de Pernambuco ".
Em uma dessas matérias ( vide, logo abaixo), datada de 27 de dezembro de 1936,  o mesmo fez a identificação do "cangaceiro" (inclusive, conviveu com ele), como sendo o "Marreca " que na foto publicada no jornal, posa ao lado do famoso "Jurity".


Uma outra foto dos dois cabras em boa resolução para melhor comparação.

Jurity e o cangaceiro Marreca

A  matéria completa.


Quanto à cangaceira que aparece na foto, me inclino a achar que se trata da "Inacinha", companheira do famigerado cangaceiro "Gato".

Marreca

Inacinha

Abraço a todos, e respeito quem pensa de forma diferente, portanto estamos disponíveis para o debate se necessário.

Rostand Medeiros, João de Sousa Lima e Juliana Ischiara

Obs.: Na pesquisa desse foto, agradecemos ao amigo Rostand, pelo envio do material.


Ivanildo Alves  da Silveira

Colecionador do cangaço

Membro do Cariri Cangaço e da SBEC

Natal/RN


http://lampiaoaceso.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O MISTÉRIO REVELADO SOBRE A FALA DE VIRGOLINO

Por: Geziel Moura 

O grande escritor Frederico Penambucano de Mello, por meio do seu recente livro "Benjamin Abrahão, entre anjos e cangaceiros", (p. 143), revelou o mistério da famosa fala de Lampião com o punhal, sendo que ele utilizou os serviços de René Ribeiro Hutzler, perito em leitura labial ena linguagem brasileira de sinais para este intuito.Nesse sentido, Virgolino fala o seguinte: 

"Esse é pra furar todo mundo.Muitas pessoas. Fura até o chifrudo!"

Segue, abaixo, o link do vídeo referido que eu editei para verificar.


http://www.youtube.com/watch?v=Tl9kbbldPUQ&feature=youtu.be

ABRAÇO
IVANILDO SILVEIRA
Colecionador e pesquisador do cangaço:

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=624939&tid=5841441293154958182&start=1

Mito e História do rei do Cangaço chegam a Hungria

Por: Istvan Major
Istiván Major e Fádina Lacerda

Senhores do Cariri Cangaço,


participar deste Seminário sobre Lampião, é muito importante para mim, me faz necessário conhecer o Mito e História do rei do Cangaço, para que assim eu possa escrever artigos para revistas do meu país - Hungria, e levar ao conhecimento do meu povo, este que foi um marco na paisagem social e política do Nordeste Brasileiro.

Agradeço a boa acolhida.

Prof. Dr. István Major PhD
UECE 

Nota Cariri Cangaço: O professor doutor István Major ao lado de sua esposa, Fádina Lacerda, estará conosco na Avant Premier do Cariri Cangaço em Lavras da Mangabeira neste próximo sábado, dia 18 de maio.

http://cariricangaco.blogspot.com

Isaias Arruda, o Menino Coronel dos sertões

Por: João Tavares Calixto Junior
Isaías Arruda

Nasceu Isaías Arruda de Figueiredo (Cel. Isaías Arruda) aos 6 de julho de 1899 na Vila d'Aurora. Era filho de Manoel Antônio de Figueiredo de Arruda e Maria Josefa da Conceição (naturais de Aurora, casados aos 30 de junho de 1896). (Livro de Registro de Matrimônios da Paróquia Menino Deus, 1896-1911, p.33).Foi batizado aos 30 de julho do mesmo ano pelo Pe. João Carlos Augusto, tendo como padrinhos Antônio Leite de Oliveira (solteiro) e Maria Joaquina da Conceição (casada). (Livro de Registro de Batismos da Paróquia do Menino Deus de Aurora, 1897-1904, p. 80).

Convolou núpcias no primeiro dia de setembro de 1920 na Igreja Paroquial da Vila d’Aurora com Estelita Silva, natural de Fortaleza, tendo como testemunhos a Raimundo Antônio de Macêdo e Manoel Gonçalves de Araújo. (Livro de Registro de Matrimônios, Paróquia do Senhor Menino Deus de Aurora, 1909-1922, p. 177). 

Em seu registro de habilitação de casamento civil, anotado pelo Tabelião José do Valle Júnior aos 15 de agosto de 1920, observam-se informações sobre sua esposa: Era filha adotiva do Tenente Manoel Gonçalves de Araújo, e estava sob sua guarda a seis anos. Era, entretanto, filha natural de Francisco Saturnino da Silva, residente em Fortaleza, e Idalina Silva, já falecida. Casaram-se civilmente os contranubentes, igualmente ao matrimônio da Igreja, no dia primeiro de setembro de 1920, às dezessete horas, na casa de Zabulon da Silva Câmara Filho (CALIXTO JÚNIOR, J. T. Venda Grande d'Aurora, Fortaleza, 2012).

Autos dos proclames do casamento civil de Isaías Arruda de Figueiredo e Estelita Silva (Cartório da Vila d'Aurora, 1920. Fonte: Arquivo Público do Estado do Ceará)
   
Em perfeita consonância com a práxis vigente de sua época de existência, inseriu-se Isaías Arruda na prepotente atuação sociopolítica regional, marcada pela incursão do poder privado dos coronéis. Eram estes os senhores supremos dos feudos nordestinos, detentores do voto do cabresto e responsáveis pelas famosas eleições a bico de pena, onde até defuntos votavam. Trapaças e moléstias sociais que hoje ainda remanescem, apesar de diminuídas as proporções, são oriundas deste famigerado tempo da República dos Coronéis ou Coronelismo, a chamada República Velha.  

Bosquejando sobre as passagens deste notável personagem do cenário coronelístico nordestino, delegado de polícia em Aurora, assim como Prefeito municipal de Missão Velha, transcrevemos o que exara Joaryvar Macêdo em Império do Bacamarte (Fortaleza, 1990, p. 225): "Improvisado o coronel Isaías Arruda em poderoso chefe político de Missão Velha, se o juiz não se submetesse às suas ordens, ele o escorraçava, e ao oficial de polícia, intolerante com os desregramentos, mandava assassinar". 
  
Casa de Isaías Arruda em Missão Velha, CE (Foto: lampiaoaceso.blogspot.com) 

Algo depois de funestos episódios que lhe marcaram a curta vida, polêmica e tumultuada, ocorreu-lhe o assassinato aos 4 de agosto de 1928, na pedra da Estação de Trem de Aurora, vindo a falecer 4 dias depois. No Livro de Registros de Óbitos da Paróquia de São José de Missão Velha (1926-1930, p.136), deparamo-nos com o assento referente ao seu falecimento:
  
     "Aos oito dias do mês de agosto de mil novecentos e vinte e oito, na sede da Freguesia de Aurora, foi assassinado Isaias Arruda com vinte e oito anos de idade, casado com Estelita Arruda. Seu corpo foi sepultado nesta Villa. Para constar mandei lavrar este assento que assino. O Vigário Horácio Teixeira". 

Da calçada, onde caíra baleado, Isaías foi transportado para a residência de Augusto Jucá. No dia seguinte foi assistido pelos médicos Antenor Cavalcante e Sérgio Banhos, mas estes pouco puderam fazer no sentido de salvar a vida de Isaías, que terminou falecendo no dia 8 de agosto, pelas 6 horas da manhã (...). (GONÇALVES, Amarílio Tavares. Aurora, História e Folclore, Fortaleza, 1993, p.131). 

Estação Ferroviária de Aurora, onde Isaías foi assassinado pelos irmãos Paulinos em 1928.
 
Salienta-se que no dia 12 de agosto do mesmo ano, regressava de Aurora a Fortaleza, o Delegado Virgílio Gomes, que havia sido incumbido de instaurar inquérito sobre o assassinato de Isaías. A respeito, foi provocado por vingança à morte de João Paulino, o chefe dos irmãos Paulinos, família de espírito de luta aguerrido, que, por anos consecutivos, fizeram do município de Aurora, assim como de suas cercanias, aterrorizado. Era estrondosa a rixa entre os seus integrantes e os "Arrudas", de Isaías Arruda de Figueiredo.

Grupo armado de Isaías Arruda (Foto: cariricangaco.blogspot.com) 
João Tavares Calixto Junior - www.lavrasce.blogspot.com.br

Referências Bibliográficas:

CALIXTO JÚNIOR, J. T. Venda Grande d'Aurora. Expressão Gráfica, Fortaleza, 2012.
FATOS HISTÓRICOS - Portal da História do Ceará, IN: 
www.ceara.pro.br-menuhistoriaverbete,php
GONÇALVES, A. T. Aurora, História e Folclore. IOCE, Fortaleza, 1993.
MACEDO, J. Império do Bacamarte. Casa José de Alencar, UFC. Fortaleza, 1990.


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Cartas de Salamanca - Os Sons de Terto Ayres

Por: David de Medeiros Leite

Cartas de Salamanca - Os Sons de Terto Ayres
Sons de chocalho, perdidos
nas várzeas, ao fim do dia.
O que era rude matéria,
transforma-se em poesia.
(Deífilo Gurgel, em “O Chocalho”)

Chego de férias e logo vou visitar o Memorial da Resistência, “novidade nova” por tantos  elogiada. A cidade realmente reclamava uma justa homenagem aos que, heroicamente, combateram o bando de Lampião naquele 13 de junho de 1927.


Demorei-me um pouco contemplando as fotos dos nossos valentes antepassados. Fiquei pensando na atitude deles: despojamento total. Misto de bravura e amor à terra. Homens que deixaram esposas e filhos e aceitaram a convocação do prefeito Rodolfo Fernandes para pegarem em armas em defesa da cidade. Grandeza de espírito incomensurável.

Rodolfo Fernandes de Oliveira

Causava-me espécie o hiato desses oitenta anos de ‘anonimato’ dos verdadeiros heróis da província. Mesmo as escassas homenagens, quando aconteciam, sempre faziam referências genéricas. Raras citações individuais, como se houvesse um problema de identificação, quando sabemos, eles próprios e suas famílias, sempre estiveram bem próximos.

Manoel Duarte Ferreira

Mas vamos ao que interessa. Dentre esses bravos mossoroenses, particularmente já tive oportunidade de falar acerca de Manoel Duarte Ferreira, cuja pontaria foi determinante para o recuo daquele bando de facínoras. Minha vontade, creiam-me, era poder resgatar o perfil de cada um deles. Todavia, se pelas circunstâncias não me tem sido possível, pelo menos desejo fazer breves comentários sobre outro nobre cidadão: Tertuliano Ayres Dias (1892-1983).

Terto Áyres

Terto Ayres nasceu em Pau dos Ferros, aos 27 de abril de 1892. Quando jovem, em sua terra de origem, estudou música, foi professor e maestro de uma sinfônica. Por um grave incidente político, que resultou na morte de um de seus irmãos, transferiu-se para Mossoró.

Em 1919, aos vinte e sete anos, começou nova vida na terra de Santa Luzia, enveredando pela indústria. Após uma rápida experiência em padaria, começou a fabricar chocalhos. E a fábrica, que de início atendia a Mossoró e à região oeste, logo passou a ser fornecedora dos estados do Ceará e da Paraíba.

Terto Ayres, por solicitação dos proprietários de salinas, também empreendeu uma série de atividades que visavam modernizar o nosso parque salineiro. Para tanto, resolveu visitar fundições em outras cidades, como foi o caso do Rio de Janeiro.

Além de considerável avanço para o segmento industrial e, conseqüentemente, para a região, a mecanização também se tornou instrumento de desenvolvimento da indústria do sal. Vale ressaltar que, nos anos seguintes, a sua movimentada oficina terminou por se constituir numa referência em sua área de atuação: a fundição.

Em meados dos anos 1970, bem me lembro, nós, meninos da Avenida Rio Branco e alhures, ficávamos curiosos em presenciar o espetáculo do ferro derretido ganhando outras formas. E, claro, assistíamos tudo à distância, por questões de segurança, para evitar quaisquer riscos.

Além do Terto Ayres, herói da resistência, e do Terto Ayres empresário, não poderíamos deixar de nos lembrar que, na década de 1930, seu Terto também exerceu o mandato de prefeito de Mossoró. E certamente o fez sob o manto da austeridade que lhe era peculiar.

E o Terto líder maçônico? Olismar Lima, em seu livro Loja Maçônica ‘24 de Junho’ (Do pó dos arquivos), resgatando um pouco da trajetória da maçonaria mossoroense, termina por revelar a efetiva e valiosa participação nas lides maçônicas desse estimado pauferrense.

Quando elaborava este texto, ocorreu-me a idéia de suscitar uma espécie de “caminho sonoro” em relação às veredas palmilhadas por seu Terto. Primeiro, como professor de música, a convivência com os acordes; numa segunda fase, com os sons dos chocalhos. Algum tempo depois, no comando de sua oficina, na movimentação das máquinas, no tilintar dos ferros contra os ferros; além das sirenes, declarando o início e o fim do expediente nos amplos galpões. Diga-se de passagem que nós, vizinhos e circunstantes, também delimitávamos o tempo em função daqueles implacáveis apitos.

Mas, ao longo de toda a sua caminhada, sem sombra de dúvidas, foi o toque preciso e prudente do malhete que norteou a honrada trajetória de Tertuliano Ayres Dias. A ele, todas as homenagens sempre serão justas e oportunas.

David de Medeiros Leite

http://www.recantodasletras.com.br/biografias/1196153

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