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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

[Cangaço na Bahia] 27 de novembro de 1929, no “A Tarde”:

Por: Rubens Antonio

No Rastro dos Bandoleiros
As proezas de Lampeão e de seu sinistro bando num film

O sr. José Nelli, conhecido operador cinematographico, resolveu fazer um grande film de divulgação das façanhas de Lampeão e do seu terivel bando.

O intuito do sr. Nelli é, revivendo os moticinios e scenas de vandalismo do faccinorara apresental–o tal qual elle é: simplesmente um animal senguinario. Para isso o sr. Nelli esta percorrendo todo o nordeste reconstituindo os crimes de Virgulino.

Os clichês acima mostram a estação de Rio do Peixe e uma scena do film.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio, do blog "Cangaço na Bahia"

http://cangaconabahia.blogspot.com/2012/08/27-de-novembro-de-1929-no-tarde.html 

LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE EM JORNADA MEMORÁVEL

Por: Archimedes Marques

“LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE” EM JORNADA MEMORÁVEL

Partindo de Aracaju direto para a cidade de Paulo Afonso no dia 27 de julho de 2012, no intuito de prestigiarmos o lançamento do livro

Capa do livro de Joao de Sousa Lima sobre Luiz Gonzaga

“Centenário de Luiz Gonzaga e a passagem do Rei do Baião em Paulo Afonso” do amigo e escritor

Mesa solene do lançamento do livro de João de Sousa Lima em Paulo Afonso

João de Sousa Lima, eu e a minha companheira Elane Marques, em noite chuvosa (mesmo com estrada ruim no lado alagoano) chegamos ao destino.

Eliane Marques no Porto de Piranhas.

Naquela noite, além do lançamento do livro, o município de Paulo Afonso prestava homenagem ao grande e inesquecível Luiz Gonzaga, homenagem esta que se estendeu por mais alguns dias naquela cidade baiana que tanto encanta a todos, entretanto, o nosso objetivo, era também prestigiarmos no dia seguinte o lançamento do livro “Maria do Sertão” do amigo Alcino Alves Costa, em Poço Redondo,

Capa do livro Maria do Sertao.
Archimedes, Alcino e Elane
Juliana Ischiara e Alcino.
Archimedes, Alcino e lily.
Archimedes Marques e Turistas em Piranhas.
Elane, Alcino e Lili.
Archimedes, Alcino e Vilela
O autor Archimedes Marques e o seu livro Lampião Contra o Mata Sete em Piranhas.

depois de visitarmos a cidade de Piranhas nas Alagoas e de lá em navegação pelo caudaloso “Velho Chico” irmos para a


grota de Angico nas terras de Sergipe, mais de perto, para assistirmos mais uma vez a famosa missa campal do cangaço rezada pelas almas dos cangaceiros mortos em 28 de julho de 1938, dentre os quais,

Lampião e Maria Bonita

Lampião e Maria Bonita, além do soldado Adrião, em suposto combate com a tropa volante do Tenente Bezerra que praticamente pôs fim a era cangaceira no nosso querido chão nordestino.

Soldado Adrião

Em rápidas pinceladas, é bom lembrar que Piranhas ficou nacionalmente e até internacionalmente conhecida por ser a cidade onde as cabeças de


Lampião, da sua amada Maria Bonita e de mais nove cangaceiros ficaram expostas após decapitação feita na grota de Angico em Sergipe pela polícia volante comandada pelo então

Tenente João Bezerra

Tenente Bezerra da força alagoana no dia 28 de julho de 1938. Em Piranhas também foi rodado o filme Baile Perfumado,


com o mesmo tema do cangaço e que retrata principalmente a trajetória do libanês


Benjamim Abrahão Botto, responsável pelo registro iconográfico do cangaço, sendo a única pessoa a filmar ações do bando de Lampião.


No museu da cidade pode ainda ser visto, dentre outros petrechos do cangaço, várias fotos do famoso bandido Lampião e seus asseclas, inclusive a famosa foto que mostra o empilhamento das cabeças na escadaria da prefeitura do município que terminou correndo o mundo.

Os cangaceiros Gato e Inacinha

Piranhas também foi palco do combate que pôs fim a trajetória bandida do sanguinário cangaceiro Gato. Sabedor que a sua companheira Inacinha tinha sido presa pela polícia e conduzida para a sede da cidade, Gato que era chefe de um dos subgrupos de Lampião procurou ajuda e induziu Corisco, outro grande chefe de cangaceiros, a atacar Piranhas.
   
O cangaceiro Corisco

Entretanto, usando da sua experiência e até sensatez, Corisco achou a ação muito perigosa, vez que, além de tudo a cidade era sede de polícia volante. Desesperado e alucinado de ódio Gato não ponderou, não viu a razão, não quis ouvir as advertências do amigo, agindo somente pela emoção, e assim disse que partiria de qualquer jeito para a ação de resgate a sua querida Inacinha. Corisco, por sua vez, em solidariedade ao amigo e para não se sentir um covarde acabou aceitando a empreitada.
O momento não era propício, e com isso Lampião, ao saber dessa desastrada ação, não gostou nem pouco, porque sabia muito bem de todos os riscos que os seus amigos comandados iriam correr, mas já era tarde, não havia mais como impedi-los, não havia mais tempo de convencer Gato que ele estava errado. Assim, no dia 28 de setembro de 1936, os dois grupos partiram para o resgate. Gato também tinha como plano estratégico sequestrar a esposa do sargento João Bezerra que residia em Piranhas para posteriormente fazer uma troca com Inacinha.
No caminho por onde passava os 16 cangaceiros que participaram do embate, onze pessoas foram mortas a tiros, punhaladas e golpes de facão, fazendo mais duas vítimas no combate propriamente dito dentro da cidade de Piranhas. Na reação do povo piranhense junto com o contingente policial Gato levou um tiro que atingiu a sua coluna vertebral, ficando momentaneamente paralisado da cintura para baixo.
Vendo o poder de fogo contrário, sem qualquer esperança de sucesso, os cangaceiros recuaram e fugiram levando Gato, que não resistindo ao grave ferimento, faleceu três dias depois em prova que de tudo Corisco estava certo. Fora de fato uma ação suicida.
Hoje, vimos com alegria que a parte histórica da cidade continua muito atraente e demonstra estar bastante preservada.

Piranhas. - crédito Tito Garcez

A maior parte das construções arquitetônicas dos séculos passados permanece da sua forma original e bastante melhorada em demonstração que o poder público local se preocupa com a história do município.
Assim, chegamos a Piranhas na ensolarada manhã do dia 28/07/2012, entretanto perdemos o último grande barco com destino a Angico e então o livro


LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE terminou ficando encalhado no porto da cidade, embora alegremente exposto em ponto estratégico para os tantos turistas que se fizeram presentes a visitá-lo em boa quantidade de aquisição de alguns dos seus exemplares.
Mesmo com as pretensões iniciais frustradas, vez que resolvemos não seguir viagem em barco menor, de tudo valeu pela experiência, pelo prazer de estar de volta àquela cidade que tanto visitei na minha mocidade ao lado dos amigos

Inácio de Loiola

Inácio de Loiola e Washington Luiz Damasceno Freitas,


principalmente por rever grandes amigos, pesquisadores do cangaço, tais como:


o Professor Pereira de Cajazeiras, colecionador, editor e negociante de livros sobre o tema; o escritor


Antonio Vilela de Souza (com o seu mais recente livro “A outra face do Cangaço - Vida e Morte de um Praça”); a advogada e estudiosa Juliana Ischiara; o grande documentarista,

Aderbal Nogueira

Aderbal Nogueira, proprietário da Laser Vídeo Produções; o Secretário de Turismo do Município de Piranhas,

Jairo Luiz

Jairo Luiz, também escritor e turismólogo; a irreverente e alegre Lily, também mantenedora de um museu particular sobre o cangaço na sua residência em Belo Horizonte (em homenagem aos seus pais, cangaceiros 



Moreno e Durvinha), dentre outras não menos importantes personalidades do tema que incansavelmente continuam buscando os rastros dos cangaceiros e que também objetivavam, além de assistirem a missa do cangaço em Angico, prestigiarem o lançamento do livro “Maria do Sertão” de autoria do eterno e carinhoso Caipira de Poço Redondo, o grande escritor, sem sombra de dúvida, a maior autoridade sobre o cangaço no Estado de Sergipe, Alcino Alves Costa, que ocorreria, como de fato ocorreu, naquela linda tarde na cidade sede do maior município territorial de Sergipe. Antes, porém, todos os visitantes presentes e demais convidados puderam saborear o verdadeiro banquete fornecido pelos familiares de Alcino Alves Costa em Poço Redondo.
O livro “Maria do Sertão” que tem o prefácio do estimado amigo pesquisador, estudioso e escritor do cangaço,

Juliana Ischiara, Alcino Alves e Paulo Gastão

aulo Gastão, cujo texto data do ano de 2006 é um antigo sonho de realização do Caipira de Poço Redondo que agora se concretiza através da determinação e da pujança dos seus familiares e da sua querida filha de consideração e do coração, Juliana Schiara.

Juliana Ischiara

Do romance “Maria do Sertão”, desejamos todo o sucesso possível, como mais desejamos ainda (no grau máximo dos desejos) o pronto restabelecimento do seu autor que tanto enobrece a cultura sergipana.
A festa em homenagem a Alcino, sem dúvida, coroou de êxito essa andança do livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE nas terras em que o próprio Lampião tanto andou. Aquela tarde além de alegrar por demais aos seus amigos que se fizeram presentes, pois, como já disse antes, o Alcino Alves Costa é uma pessoa abençoada por Deus e apesar de ainda estar debilitado por conta da última problemática relacionada à sua saúde, irradia luz, irradia alegria, irradia paz, irradia harmonia, irradia determinação, irradia coragem, irradia vida além da vontade de continuar a viver. Sem dúvida um homem iluminado que bem ilumina a todos que o cercam e que muito engrandece o meu livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE com o seu lindo e irreverencioso texto de apresentação.

Autor: Archimedes Marques (Escritor e Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

Enviado pelo autor do texto: Dr. Archimedes Marques
http://www.cangacoemfoco.jex.com.br/

DOCUMENTÁRIO: JORGE AMADO


Extraído do blog: Pesquisando a História do pesquisador:
Urano Andrade.


Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro. Seus livros já foram traduzidos para um grande número de países. Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social. Passou por várias fases até chegar na fase voltada para crônica de costumes. Politicamente comprometido com ideias socialistas foi preso duas vezes, uma em 1936 e outra em 1937. Exilado, viveu em Buenos Aires, França, Praga e em vários outros países com democracias populares. Voltou para o Brasil em 1952.

Entre suas obras adaptadas para a televisão, cinema e teatro estão Dona Flor e seus dois maridos, Gabriela cravo e canela, Tenda dos milagres e Tieta do agreste.

Jorge Amado (1912-2001) nasceu no dia 10 de agosto, na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia. Filho do fazendeiro de cacau, João Amado de Faria e Eulália Leal Amado. Passou a infância na cidade de Ilhéus, onde aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira em Salvador, cidade onde viveu misturado com o povo, nos anos da sua adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fortemente sua obra de romancista.

Começou a trabalhar com 14 anos, em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da "Academia dos Rebeldes", grupo de jovens que, juntamente com o "Arco e Flecha" e o "Samba", desempenharam importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Valter da Silveira, e Clóvis Amorim.

Em 1927 ingressou como repórter no Diário da Bahia e também escrevia para a revista A Luva. Aos dezenove anos publicou seu primeiro romance "O país do carnaval". Nessa época já estava no Rio de Janeiro, em contato com nomes importantes da literatura. Foi redator chefe da revista carioca Dom Casmurro, em 1939.

Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai, que aos 63 anos começou a escrever sua memórias. Teve dois filhos, João Jorge, sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga, casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico neuropediatra Joelson Amado e do escritor James Amado.

Participou do movimento da frente popular da Aliança Nacional Libertadora. Foi exilado na Argentina, no Uruguai, em Paris e em Praga e ainda morou em diversos países. Recebeu vários prêmios, títulos honoríficos e foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23.

Jorge Leal Amado de Faria faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado, a seu pedido, e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.

Obras

Romance: O país do carnaval, 1931; Cacau, 1933; Suor, 1934; Jubiabá, 1935; Mar morto, 1936; Capitães de areia, 1937; Terras do sem fim, 1943; São Jorge dos Ilhéus, 1944; Seara vermelha, 1946; Gabriela cravo e canela, 1958; Dona Flor e seus dois maridos, 1966; Teresa Batista cansada de guerra, 1972; Tieta do agreste, 1977; Tocaia Grande, 1984; Tenda dos milagres, 1969. poesia: A estrada do mar, 1938. Biografia: ABC de Castro Alves, 1941; O cavaleiro da esperança, 1942.

N. SRA. DAS DORES NA ROTA DO CANGAÇO

Por: João Paulo História

CONVITE

O Projeto Memórias tem a honra de convidar V. Sa. para participar do Simpósio e Exposição N. SRA. DAS DORES NA ROTA DO CANGAÇO: HISTÓRIA, CULTURA E TURISMO que será realizado no próximo dia 31 de agosto de 2012, no auditório da Câmara de Vereadores, a partir das 19 horas. 

O evento busca discutir a presença do cangaço no município e a exploração turística de seus lugares de memória e contará com exibição de documentário e palestra do escritor 


Archimedes Marques, que na oportunidade estará lançando seu Livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE.


Você é nosso convidado especial!

Cordialmente,
Projeto Memórias

Enviado por João Paulo História
http://blogdomendesemendes.blogspor.com

O SÁBIO DA CANOA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 839
Clerisvaldo B. Chagas

O SÁBIO DA CANOA

É conhecida a história do sábio da canoa e bem provável que o leitor a conheça com outros ingredientes. Faz parte de narrativas que se perdem de livros ou de criações orais contadas vez em quando. Certo dia surgiu um sujeito todo engomado e duro como cabo de vassoura, às margens do rio São Francisco.

Canoa. (Fonte: Luís Nassif. On line).

Um canoeiro aproximou-se e indagou se queria atravessar. A resposta foi positiva. Depois de acertarem o preço, o passageiro, vestindo terno branco e chapéu panamá, colocou seus apetrechos na embarcação e acomodou-se na travessa. O canoeiro começou a remar e a canoinha singrava as águas que era uma beleza! De repente o ilustre passageiro começou a perguntar ao pescador mal vestido e analfabeto, se ele sabia falar francês. O remador respondeu negativamente. O sábio então lhe disse: “O senhor perdeu 10% de sua vida”. Canoeiro calado, o sábio pernóstico indagou se ele dominava o idioma inglês. Nova resposta negativa, novo prognóstico: “O senhor já perdeu 20% da sua vida”.Naturalmente o pescador não estava gostando daquele diálogo e começou a detestar o passageiro. Quando o sábio indagou pela terceira vez, com a mesma explicação, formou-se uma tempestade que chegou rápido até o pequeno e frágil veículo. O canoeiro, então, perguntou por sua vez se o intelectual sabia nadar. Como a resposta foi negativa, o pescador disse para o engomado: “Pois o senhor acaba de perder a vida toda”, abandonou a canoa e saiu nadando.

Muita coisa já foi feita em benefício do nosso País. Nós brasileiros, continuamos, entretanto, insatisfeitos, com as péssimas administrações dos nossos prefeitos que não trazem o desenvolvimento para as cidades, desviando descaradamente a verba pública, amparados em famigerados contadores e defensores de bandidos. Os escândalos trazem luz aos desmantelos, vários colarinhos examinam as quatro paredes do xadrez, mas logo, logo estão na rua a zombar dos seus adversários políticos e vibrando com as farras de regozijos dos correligionários. Houve tempo em que se dizia que se o Brasil não acabasse com a saúva, a saúva acabaria com o Brasil. Podemos atualizar a frase trocando a saúva pela corrupção.

Os políticos tornaram-se especialistas em defesa dos seus interesses. Muitos nem incentivam mais os filhos ao trabalho, mas os colocam na mesma trilha de sucessão para o dinheiro fácil. Nada temos contra os políticos exemplares que graças a Deus ainda surgem. Todavia, parece mesmo que somente uma ordem divina pode exterminar esse tipo de saúva. E se o leitor amigo quer saber, eles nadam corretamente diante das tempestades, à semelhança do canoeiro. Nós, formadores de opinião e povo, ficamos à deriva, ao sabor do tempo brabo, sem saber nadar, infelizmente, como O SÁBIO DA CANOA.

AS DEZ PRAGAS DA POLÍTICA (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

AS DEZ PRAGAS DA POLÍTICA

As dez pragas da política, também conhecidas como pragas eleitorais, são os sacrifícios, os sofrimentos e os tormentos que o povo sofrerá na pele, no recanto de cada lar e no seu humilde cotidiano, se o faraó – aquele que chega erguendo a mentirosa e desavergonhada bandeira do seu partido e de sua candidatura – conseguir ludibriar a população votante e continuar instalado nos templos executivos e legislativos municipais.

Não somente nestas esferas de poder político, pois alcançando também as eleições presidenciais e para as câmaras legislativas e o senado federal. E neste aspecto há de se observar que as pragas, as maldições e imprecações são ainda mais fortes, redobradas, triplicadas, vez que onde o poder é maior também serão as mazelas destinadas ao povo eleitor.


As dez pragas bíblicas não são muito diferentes destas impingidas pelos eleitos aos seus eleitores sempre enganados, aviltados, desrespeitados. Na Bíblia, conta-se que o Faraó, com verdadeiro poder diabólico, desrespeitou a ordem de Deus para libertar o povo de Israel da escravidão. Por se rebelar contra o poder divino, contra o tirano foram lançadas as dez pragas do Egito. Estas eram um sinal de que faraó deveria se arrepender de sua insurreição contra Deus e deixar livre o povo de Israel, para que se cumprisse a promessa feita a Abraão.

Mas na política, onde sempre há faraós no poder e tantos outros querendo alcançar as riquíssimas e corrompidas dependências dos templos, as pragas ocorrem e sempre ocorrerão de modo inverso. Quer dizer, os faraós recebem do povo a força de governo que precisam para depois se contrapor ao próprio povo. É este que ao eleger o faraó estará marcando sua própria sina de abandono, pobreza e até morte. E para reverter essa situação, somente o eleitor poderá destruir o poder do corrupto antes mesmo que ele alcance seus objetivos eleitorais.
    
As dez pragas vão sendo lançadas lentamente, no decorrer do mandato. Acreditando o povo que daquela vez escolheu o melhor, de repente as primeiras constatações: nada do prometido é cumprido, foge do povo mais que tudo, o seu nome é estampado indignamente nas manchetes dos jornais e pelas ruas a voz do povo acaba fazendo o reconhecimento tardio: corrupto, larápio, bandido de gabinete.

O povo abrirá a boca para esconjurá-lo, ameaçá-lo de não quero vê-lo passando nem diante de sua porta. Mas o faraó é matreiro, poderoso, sabe enganar como ninguém, e principalmente já conhecendo o povo eleitor que se vende por qualquer coisa. E quem foi chamado de ladrão será ovacionado como salvador da pátria no dia seguinte.

Por conhecer da fraqueza e da sem-vergonhice do eleitor, então começa a jogar seu jogo infame, mas que sempre dá bons resultados. Terá o sorriso e a palavra, o gesto e o aceno, mas por trás estará costurando com agulha de fogo e linha cortante o que cada um deverá merecer: quatro anos sobre brasa ardente, descalço, sedento, e mais adiante os do grupo dele rindo, achincalhando, fazendo festa com a bandeira da sigla partidária fincada no túmulo da esperança.

Verdade é que as pragas não serão novidades nenhuma, pois já preparadas no grande caldeirão da perversidade, do amedrontamento, da ilicitude, do desrespeito ao povo, à lei e aos direitos constitucionalmente consagrados. Infelizmente, sempre são derramadas sobre o povo sem piedade, e estes esperam apenas cicatrizá-las para se debruçar novamente sobre o caldeirão da vergonha eleitoral. E vai levantar a bandeira, gritar, torcer, apostar, defender com unhas e dentes aqueles que mais tarde serão seus algozes.

Segundo a Bíblia, as dez pragas são: 1. Transformação da água em sangue; 2. A praga das rãs; 3. A infestação de piolhos; 4. Proliferação insustentável de moscas; 5. Peste tomando o gado; 6. Úlceras e tumores sobre o corpo; 7. Devastação das plantações por raios e granizo; 8. Ataque dos gafanhotos; 9. Dias de trevas; 10. A morte dos primogênitos.


Por sua vez, no infame e abjeto livro político e partidário, as dez pragas são: 1. Transformação de ser humano em objeto asqueroso, desprezado e menosprezado; 2. A infestação da pobreza, com crescimento de miseráveis e desvalidos, de modo que qualquer esmola seja garantia de voto; 3. Desemprego, pois o faraó possui muitos amigos e parentes, e somente a estes caberão ter emprego e renda; 4. A mentira como resposta eficaz e eficiente para tudo, vez que o povo sempre acredita no que o mentiroso poderoso diz; 5. A transformação do poder em arma contra o povo e sempre em benefício próprio e de familiares e apadrinhados; 6. O povo em maldição: faraó que promete demais e não tem condições de cumprir será amaldiçoado. Mas como ele tem poder, repassará a maldição para o povo mesmo; 8. A maldição da sabedoria popular: “o povo tem o governo que merece”; 9. O feitiço do esquecimento, pois quem apanha hoje do faraó, sofre nas mãos do político, amanhã já estará completamente esquecido, e ainda mais se receber um saco de cimento ou uma cesta de alimentos; 10. Os arrependimentos: aí já terá sido tarde demais. Portanto, a única coisa a se fazer para evitar as dez pragas é mandar de volta o faraó para o seu devido lugar, ou tirá-lo do pedestal que tenta permanecer.

(*)Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com