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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A MISTERIOSA VIDA DE LAMPIÃO

Uma obra ao alcance de todos

Foto principal de A Misteriosa Vida de Lampião   Autor: Cicinato Ferreira Neto

Autor: Cicinato Ferreira Neto
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Hoje na História - 24 de Novembro de 2009

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 24 de novembro de 1925 dava–se a visita do Conde Ernesto Pereira Carneiro, acompanhado de esposa, com banquete oferecido no Grande Hotel, pelos industriais salineiros do município. 

Foi orador oficial o Dr. Eufrásio de Oliveira, falando, em seguida, o homenageado, em agradecimento.

Fonte:
Blog do Gemaia
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento



Postado por: "Blog do Mendes e Mendes"

Hoje na História - 28 de Novembro de 2009

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 28 de novembro de 1915 dava–se o falecimento do Prof. Francisco Izódio de Souza, nascido em Apodí a 1 de abril de 1867. 
Foi um batalhador pela instrução de Mossoró, tendo fundado a Sociedade União Caixeiral em 1911 e ajudado a organizar e instalar a quase totalidade de entidades escolares, sociais e católicas de nosso meio. 
Era constante a afirmativa popular de que não se instalava uma sociedade em Mossoró sem a presença do Prof. Francisco Izódio. Foi Presidente da Intendência interinamente em 1898, por ausência do seu titular, sendo posteriormente eleito Presidente da Câmara de Vereadores para o período 1911/1913. É desse tempo a campanha política do Capitão José da Penha, em oposição ao seu governo e à oligarquia dos Maranhões, dominante do Estado.
Todos os direitos reservados 
É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.
Fonte:
Blog do Gemaia
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento



Postado por: "Blog do Mendes e Mendes"

A Guerra de Canudos - Resumo

Fonte: achetudoeregiao.com.br

Situação do Nordeste no final do século XIX (contexto histórico)

- Fome – Desemprego e baixíssimo rendimento das famílias deixavam muitos sem ter o que comer;
- Seca –A região do agreste ficava muitos meses e até anos sem receber chuvas. Este fator dificultava a agricultura e matava o gado.
- Falta de apoio político –os governantes e políticos da região não davam a mínima atenção para as populações carentes;
- Violência – Era comum a existência de grupos armados que trabalhavam para latifundiários. Estes espalhavam a violência pela região.
- Desemprego – Grande parte da população pobre estava sem emprego em função da seca e da falta de oportunidades em outras áreas da economia.
- Fanatismo religioso - Era comum a existência de beatos que arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor.
Dados da Guerra de Canudos:
- Período: de Novembro de 1896 a outubro de 1897.
- Local: interior do sertão da Bahia
- Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro.
Fonte: historiabrasileira.com
Do outro lado as tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.

Gaúchos na guerra de canudos - Fonte: imagenshistoricas.blogspot.com
Causas da Guerra:
O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordavam com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia.
Por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao casamento civil. Ele afirma ser um enviado de Deus que deveria liderar o movimento contra as diferenças e injustiças sociais. Era também um crítico do sistema republicano, como ele funcionava no período.
Os conflitos militares
Nas três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de Canudos nenhuma foi bem sucedida. Os sertanejos e jagunços se armaram e resistiram com força contra os militares.
Fonte: historiandonanet07.wordpress.com
Na quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais. Militares de várias regiões do Brasil, usando armas pesadas, foram enviados para o sertão baiano. Massacraram os habitantes do arraial de Canudos de forma brutal e até injusta. Crianças, mulheres e idosos foram mortos sem piedade. Antônio Conselheiro foi assassinado em 22 de setembro de 1897.
Significado do conflito
A Guerra de canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região.
Fonte:
Postado por: blogdomendesemendes

Flagrantes - As últimas novidades do ano são de Antonio Amaury

Por: Kiko Monteiro

Com certo atraso registramos o evento ocorrido no último dia 13 de Dezembro na Assembleia Legislativa da Bahia. 
Fonte: Orkut
Foram lançados: "Maria Bonita" - Coleção Gente da Bahia - e uma nova e ampliada edição de "Gente de Lampião: Dadá e Corisco".
Fonte: Orkut
Os livros por se tratarem de edições especiais produzidos pela gráfica da Assembleia foram distribuídos "gratuitamente" entre os presentes. É óbvio que se esgotaram em fração de minutos.
As fotos são do pesquisador e escritor Luiz Ruben.
O autor autografa seus novos rebentos.

 No centro Cap. Marins e a direita Eduardo Dorea
"Tres filhos de Amaury". O maior é o Carlos Elydio
Vaqueiro" e cineasta Miguel Teles
À direita o jornalista e cordelista Franklin Machado
Délio Pinheiro (Assessor de cultura da Assembleia)
Ângela Maria
Luiz Ruben
Porfessor Manoel Neto
Dr. José Lomba - atual Cônsul de Portugal em Salvador
Aldo Carvalho (Secretário do Meio Ambiente)
Evento foi destaque em vários jornais
Extraído do Blog: "Lampião Aceso"

Hoje na História - 17 de Novembro de 2011

Por: Geraldo Maia do Nascimento


Em 17 de novembro de 1945 dava–se a posse, no cargo de Prefeito de Mossoró, do Dr. Francisco de Assis Ferreira Viana, funcionário da Fazenda Estadual, designado por ato do interventor do Estado. 
O período administrativo do Dr. Francisco Viana se prolongou até 12 de janeiro de 1946.

Todos os direitos reservados
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Fonte:
Blog do Gemaia
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento


Postado por: "Blog do Mendes e Mendes"

VOANDO MUITO BAIXO…DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

By: Rostand Medeiros
Photo

Voar raso é um dos grandes prazeres dos pilotos mais ousados. Na Segunda Guerra Mundial, claro, houve inúmeras exibições desse tipo de perícia, perigosa e emocionante. Aqui vão alguns exemplos:
O neozelandês Cobber Kain, primeiro ás da RAF na Segunda Guerra, é visto aqui na França fazendo uma passagem baixa com seu Hurricane. É dito que ele voou tão baixo que cortou grama com o propulsor, cujos restos passaram pelo radiador.
Um Douglas A-20G Havoc do 417º Esquadrão de Caça Noturna fazendo um raso diurno perto de seu campo de treinamento em Orlando, Florida.
Um Curtiss P-40 passa extremamente baixo por cima de um fotógrafo que registrava um treinamento de desembarque de fuzileiros navais norte-americanos em alguma ilha do Pacífico.
Um esquadrão de Junkers Ju 52 da Luftwaffe passam baixo pelo terreno russo perto de Demiansk, na região de Leningrado, durante o cerco soviético às tropas alemãs entre fevereiro e maio de 1942.
Em foto tirada em Canterbury, Nova Zelândia, em 1944, um Airspeed Oxford passa tão baixo que assusta metade dos espectadores em solo – a outra metade permanece firme.
Um P-47 Thunderbolt da USAAF passa extremamente baixo. Veja a velocidade da fotografia pela deformação das casas ao fundo.
Este P-40 está tão baixo, mas tão baixo, que, se formos considerar o diâmetro de seu propulsor, a aeronave está a apenas pouco mais de um metro do chão. Piloto tão maluco quanto corajoso – e o fotógrafo também, por estar tão perto.
Douglas A-20 do 88º Esquadrão da RAF se aproximando de um alvo no Mar do Norte. Muitas vezes a aproximação de aeronaves de ataque sobre o mar requeria um voo colado às ondas.
Em Taranto, na Itália, um piloto Aliado faz um raso com um Macchi MC.200 Saetta capturado da Regia Aeronautica. Este show de perícia, contudo, terminou em tragédia: o piloto atingiu um membro da equipe de terra e o decapitou. Não tendo notado nada em voo, o piloto somente percebeu, depois do pouso, um estrago no bordo de ataque de sua asa – contendo pedaços de crânio.
FONTE do texto e fotos
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros

QUERO SER UM INTELECTUAL NATALENSE

By: Rostand Medeiros
Photo

EXTREMAMENTE REALISTA. VALE A PENA A LEITURA,,,
O escritor carioca Arthur Dapieve afirmou certa vez em crônica que preenchia vários requisitos que poderiam fazer dele um intelectual. Usava óculos, tinha livros publicados, era professor e careca. Fiquei pensando se eu poderia ser um intelectual também. Já publiquei uns livros, tenho meio grau de miopia e sofro de calvície faz tempo. “Só falta agora dar umas aulinhas”, pensei. Mas aí, um amigo mais experimentado me alertou. Em Natal, as regras são bem distintas. Para ser um intelectual natalense eu não precisaria ter nenhuma das características apontadas pelo cronista carioca. Adentrar na sociedade secreta da intelectualidade natalense é uma tarefa das mais complexas e exigiria de mim uma série de renúncias, além de total entrega.
Segundo esse meu amigo, minha primeira ação para me tornar um intelectual natalense seria nenhuma. Isso mesmo: nada. Um intelectual natalense que se preze é reconhecido pela completa inércia. Ele não tem tempo de ficar realizando coisas, trabalhando em prol da cultura, concretizando uma obra para dividir com os conterrâneos. Ele vive ocupado demais se lamentando pelos bares do Beco da Lama, enquanto toma uma meladinha e fala mal de quem surge em seu campo de visão.
É que o Intelectual Natalense é muito mais cerebral que proativo. É um artista que pensa e, por pensar demais, não age. Ele tem sempre as melhores ideias. Tudo de bom que as pessoas realizam, ele já tinha pensado antes. Quando algo dá errado, ele é aquele cara que diz “Eu avisei”. E depois complementa com um: “Se eu fosse fazer isso, seria de uma maneira diferente, muito melhor.”
O Intelectual Natalense reclama dos que fazem alguma coisa e critica vorazmente tudo o que é realizado na área cultural nessa terra de Poti (e de Novo Jornal). Acusa todos de incompetência, se diz vítima de perseguição e chora o fato de nunca ser lembrado, convidado, homenageado, elogiado e saudado.
Um paradoxo facilmente identificável nesse gênio da raça é que, ao mesmo tempo em que mantém um tom crítico e feroz ao comentar o trabalho alheio, demonstra completa inapetência quando é ele o alvo de críticas. Dono de singular intolerância a opiniões minimanente contrárias às suas ou reticentes com relação a sua obra, o Intelectual Natalense não aceita muito bem ser contrariado e parte para uma reação agressiva e infantil que, não raro, desencadeia ataques pessoais do mais alto grau de baixaria.
Ele tenta passar uma imagem de erudição, falando de livros que nunca leu (ou até leu, mas não tem certeza se entendeu) e filmes italianos que nunca viu (ou até viu, mas que elogia, não por ter gostado, mas porque pega bem dizer que gosta mais dos bangue-bangues italianos). Consegue sensibilizar alguns incautos que acabam convencidos que um artista brilhante como aquele mereceria um pouco mais de respeito e reconhecimento.
O Intelectual Natalense tem uma fixação por Câmara Cascudo. Sempre que quer provar uma tese, ele cita o nosso grande autor. Aliás, se utiliza de citações para exalar inteligência até nas conversas mais banais. Como a maioria dos potiguares nunca leu nem a capa de um livro de Cascudo (nem ele), fica fácil manter as aparências. “O grande Câmara Cascudo já dizia: ‘Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão’.” E as jovens universitárias com bolsa de crochê e broche do PSOL respondem: “OOOOH!”.
É fácil reconhecer um Intelectual Natalense em locais públicos. Ele mantém sempre um ar sério, circunspecto, ranzinza e mal-humorado. É aquele cineasta sem filmes, dramaturgo sem peças, poeta sem livros e pintor sem quadros que inicia 90% das frases dizendo: “Eu tenho um projeto…”. E termina se justificando: “…mas ninguém nunca se interessou.” De vez em quando, ele respira fundo, esquece do nojo que sente pelo resto da humanidade e profere algumas sentenças amargas à guiza de diálogo. Ele também tem na ponta da língua frases clássicas como “Natal não consagra nem desconsagra ninguém.” Ou ainda a trovinha: “Rio Grande do Norte,/ capital Natal;/em cada esquina um poeta,/ em cada rua um jornal.”
Se eu quiser me tornar um Intelectual Natalense devo parar imediatamente de publicar livros e começar a escrever poemas ou contos chatíssimos que versem sobre sertão, Boi Bumbá, folclore e a vida simples no interior. Caso eu lance um livro algum dia e, por um acaso, ele não vender nada, não devo reconhecer minha pobreza criativa. Intelectual Natalense não errra e, por isso, não faz mea culpa.
Devo sim botar a culpa nos outros: na mediocridade da população, na insignificância da cidade, na touperice dos jornalistas, na limitação intelectual dos escritores, no descaso das autoridades, na juventude que cultiva interesses menores, na queda da bolsa, na alta do dólar, no cartel dos postos de gasolina. Enfim, a responsabilidade pelo meu fracasso será de qualquer um, menos minha.
Um fracasso no lançamento de um livro, inclusive, será uma ótima oportunidade para arrumar briga com alguém. Pois essa é a maior diversão de um Intelectual Natalense. Como ele não produz nada, não constrói nada e não faz porra nenhuma que não seja criticar os que fazem, sobra-lhe muita energia para ser dispensada em arengas banais que ele transforma em disputas coléricas, embates épicos e duelos mortais. Por isso, preciso urgentemente arrumar um desafeto.
 
Carlos Fialho
Pronto. Quando eu preencher os requisitos, combinar uma boa dose de arrogância, incompetência, preguiça e despeito, poderei orgulhar-me de finalmente ser um Intelectual Natalense. Serei um homem realizado e convidarei todos vocês para tomar uma meladinha no Beco da Lama para comemorar. Na ocasião, falarei mal de todos os outros mortais que povoarem minha memória e acusarei a sociedade de desrespeito para com a minha magnânima pessoa por não me ter alçado ao posto supremo de Intelectual Natalense antes, uma vez que há muito mereço tal honraria.
Carlos Fialho
Fonte do texto e fotos – http://blogdofialho.wordpress.com/
Igualmente publicado em 7 de maio de 2011, em uma coluna do autor no “Novo Jornal,.

Extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo Rostand Medeiros

O Cangaceiro Campinas - Matérias

Por: Rubens Antonio Rubens

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7 de janeiro de 1928, no “A Tarde”:TERIA DESERTADO MESMO DO BANDO SINISTRO?
UM ASSECLA DE LAMPEÃO, PRESO EM PARIPIRANGA E TRAZIDO Á CAPITAL

A horda de bandidos, chefiada por Virgolino Ferreira, continua a infestar a zona sertaneja que o temivel facinora escolheu para campo de suas operações.
Agora mesmo o bando sinistro se encontra no visinho Estado de Sergipe. Compõe–se de 23 caibras chefiados pelo terrivel scelerado: 20 homens e 3 mulheres, bem armados e municiados.
Ultimamente um dos asseclas do grupo, o bandoleiro José Soares Santos vulgo “Campinas” entendeu de abandonar os companheiros de cangaço, fugindo – porque só fugindo podia desertar – com destino a Paripiranga, onde descoberto por agentes da Força Publica, foi preso e conduzido para esta capital. O bandido que se acha recolhido ao xadrez da Praça 13 de Maio, á disposição do chefe de Policia, declarou que fôra forçado, sob ameaça de morte, a seguir o grupo do faccinora deixando–os assum que poude fazel–o. Diz–se analphabeto e haver nascido no municipio de Paripiranga, antigo Patrocinio do Coité.

8 de janeiro de 1928, no “A Tarde”:
O CANGAÇO NO NORDESTE
“Campinas” diz–se Innocente – Mulheres temiveis acompanham os bandidos
Noticiamos hontem a chegada a esta capital do bandido José Soares Santos vulgo Campinas um dos componentes do grupo de facinoras chefiados por “Lampeão.” O caibra, que se acha recolhido ao xadrez da Piedade, nega haver praticado qualquer atrocidade no decorrer da sua malsinada carreira de bandoleiro do nordeste. É o que dizem todos elles de resto, ao cahirem nas malhas da policia. “Campinas” diz até que foi obrigado, sob ameaça de morte, a acompanhar o grupo de malfeitores,,, Só por medo de ser sangrado por Lampeão é que resolveu a acompanhal–o.
As tres mulheres que integram o bando sinistro, segundo affirma José Soares dos Santos, são habeis amazonas e manejam o rifle com incrivel destreza. Algumas são tão crueis quanto os homens. Tomam parte nos assaltos e combates ao lado dos bandoleiros, – mostram–se tão destemerosas como elles.
Extraído do blog: "Cangaço na Bahia" do professor Rubens Antonio

Informação ao leitor:
Lembrando ao leitor que o português usado no texto é de 1928, não podendo ser corrigido.

Alagoas desarmada por Costa Rego

Por: Rubens Antonio
[Rubens+2.jpg]

13 de abril de 1928, no “A Tarde”:
O “TRUC” DE UM GOVERNADOR
Como o sr. Costa Rego desarmou o sertão de Alagoas
RIO, 12 (A TARDE) – Numa roda de amigos em que se achava conhecida figura, provinda de Maceió, ouvi a seguinte interessante narrativa:
Empenhado em acabar com o banditismo no Estado de Alagoas, o governador Costa Rego architetou e poz em pratica uma medida original.
Allegando receios de reacção contra o seu governo, o sr. Costa Rego teria dirigido aos chefes politicos do interior, dos quaes alguns eram protectores conhecidos de cangaceiros, uma circular alludindo a essas suspeitas e pedindo o apoio a cada umd elles, apoio que consistiria em reunir o maior numero possivel de homens destemidos, embarcando–os para a capital, para onde deveriam vir logo armados e municiados, trazendo a maior quantidade de armas e munições que fosse possivel arrecadar.
Á vista dessa circular, e querendo dar arrhas de maior dedicalão ao governo, cada umd esses chefes entrou a empregar os maiores esforços, na demonstração da sua força.
Dahi resultou que legiões e legiões de cangaceiros vieram para a capital, promptos para combate. A cidade, pode dizer–se, ficou invadida por esses maus elementos.
Á proporção que iam chegando, o sr. Costa Rego ia arranchando esses cangaceiros nos quarteis e em casas que para esse fim destinou. E lá um bello dia, depois de pagar pelo governo as despezas da sua estada, deu passagens de volta a todos elles, fazendo–os portadores de cartas para os alludidos chefes politicos, nas quaes lhes agradecia o concurso prestado, que já não era, porém, preciso por haver passado a temerosa crise.
Quando, porém, esses chefes reclamaram as armas que tinham vindo, o sr. Costa Rego, então, lhes declarou, em nome do governo, que não havia necessidade de gente armada no interior do Estado.
Extraído do blog: "Cangaço na Bahia" do professor Rubens Antonio

Informação ao leitor:
Lembrando ao leitor que o português usado no texto é de 1928, não podendo ser corrigido.

Sobre a nascente do Pinga de M. Velha - rio Salgado

Por: José Cícero


Meio Ambiente: “Pinga” que te quero vivo...


1- Cachoeira/Rio Salgado M. Velha.
2 - equipe: JC, Kledson, Bruno, Marx, Zuis e Wesley.
3- Equipe,
4 - idem.
Imagens da incursão à Cachoeira(rio Salgado) em direção a nascente do "Pinga" de M. Velha
Uma pequena análise sobre as ameaças que pesam sobre o Bioma da Cachoeira e a nascente do “Pinga” do rio Salgado em Missão Velha

Num passado não muito distante ele era tido como um local famoso – Uma nascente como tantas que noutros tempos abundavam pelo Cariri equilibrando a vida dos ecossistemas, em especial a vazão cotidiana do rio. Antes, toda a cidade pelos menos sabia da sua existência ao contrário do que ocorre nos dias atuais. Visto ser ela uma das maravilhas naturais da não menos famosa e lendária Cachoeira de Missão Velha. Todos os habitantes o sabiam pelo nome natural de batismo sertanejo, ou seja, “O Pinga” da Cachoeira ou da Lapinha. Nascente encravada entre as rochas que margeiam o rio Salgado a quase uma légua do centro da cidade.
Um ‘olho d’água’ que outrora abasteceu com suas límpidas águas, gostosas e azuladas boa parte da então pequena elite missãovelhense. De tão boas, havia até quem apostasse nas suas propriedades medicinais. “Água boa de beber que inté dá pena de se gastar no lavar dos panos”costumavam dizer as antigas lavadeiras dos rios. Hoje, certamente a tal modernidade a chamaria seguramente de “mineral”.
Mas, infelizmente como se percebe, nenhum destas qualidades foram suficiente; pelos menos o bastante para livrá-lo do atual estado de abandono e do imoral descaso no qual está relegado e submetido como que por castigo. Portanto. o que ora acontece com aquele bioma é uma tremenda e vergonhosa pervesidade.
Protegida por um conjunto de árvores altas e frondosas a nascente permanece ali calma e tranqüila como um anjo de Deus a olhar para nós pedindo clemência. Árvores na sua grande maioria antigas de troncos enormes com suas raízes sedimentadas sobre as rochas e os lajedos. Algumas espécies conhecidas, outras nem tanto. Muitas até frutíferas há muito plantadas pelos que lá moravam, algumas delas nativas tais como Jenipapos, Oliveiras, Mangueiras, além de catolé, oitis, jatobás, cajá, imbu, pinhas dentre outras. Um lugarzinho incrívelmente fresco e bucólico, fincado entre a caatinga e o chapadão do rio Salgado. Um magnífico paredão à direita do mancial. Deveras intransponível repleto de ninhos de urubus e muitas outras espécies de aves da região.
Foi uma visitação gratificante. De maneira que nos arredores do “Pinga” era como se estivéssemostodos protegidos por uma grande cobertura natural. Tamanha era a sombra daquelas copas imensas. O sol estava quase a pino e o calor daquela tarde era insuportável. Mas, na beira da nascente a sensação era completamente diferente. Um micro clima aprazível marcado pela mais absoluta frescura dos ventos. Quem sabe, um ar-condicionado natural a que todos deveriam experimentar. Quem sabe assim, despertassem para a importância da defesa e da preservação daquela maravilha. A mais autêntica expressão de Deus na terra...
Nos anos idos, era comum encontrar pelas veredas daquelas matas um certo senhor sertanejo de pele escura quase tostada pelo sol. Um exímio tangedor de animal – morador do local – a conduzirsob o lombo do seu jumento duas ancoretas contendo o precioso líquido do “Pinga” para os potentados da cidade, principalmente o Dr. Raimundo Alves antigo proprietário do terreno onde a pequena nascente está localizada. No meu tempo de menino nunca me esqueci daquele homem ‘estradeiro’ a caminhar com seu asno todos os dias, pacientemente nas suas idas e vindas a levar a água do “Pinga da Lapinha” para a cidade. Um verdadeiro "Prometeu" dos nossos sertões do mundo entregue por inteiro a sua sina.
Devido a distância e a dificuldade do acesso ao local cercado de mata quase fechada e de um solo acidentado e pedregoso, não era barato a “carga d’água” do “pinga”. De modo que, beber daquela água em casa era, por assim dizer, quase um luxo e, para poucos(diga-se de passagem). A água do velho “pinga” da cachoeira era equivalente a “mineral” a que todos consomem com facilidade agora. Algumas delas vindo de muito longe e até de outros estados. Hoje contudo, o ‘pinga’ perdeu o seu antigo valor. Caiu no anonimato da história. Ficou esquecido. E aos poucos está sendo engolido e devorado pela pressa e o imediatismo de uma geração dos três “is” - ignorante, insensível e indiferente notadamente às verdadeiras riquezas que a mãe natureza nos legou ao longo da história.
Mas, por incrível que pareça a fonte do “Pinga” não morreu. Posto que ainda mantêm o seu antigo encanto. Está lá tranqüila e silenciosa como um cristão da vida resignado com o sofrer do seu destino. Vivendo toda a sua solidão, cochilando sobre os imensos lajedos que margeiam o Salgado desde o "goelão" das belas quedas da Cachoeira. No entanto é preciso tem olhos para vê-lo e coração sensível para senti-lo. Do contrário, só restará uma imenso vazio. O “Pinga” não morreu, mas corre risco de morte, caso permitamos que o seu sofrimento se prolongue além do suportável.
O abandono do campo também feriu de morte o velho “Pinga”. Ninguém mora mais por ali, isolado, distante de tudo onde sequer a eletricidade dera o ar da sua graça. A única residência ( a chamada Casa de Pedra) que lá existiu por mais de duas décadas encontra-se abandonada, destruída pelo tempo, caindo aos pedaços. As matas tomaram conta de tudo, como se quisesse de volta aquilo que os homens tomaram-lhe um dia e não se deram ao trabalho de preserva, simplesmente por não “saber cuidar”.
O teto da casa desabou. Contudo algumas das suas antigas paredes ainda estão de pé. Apenas ovelho pé de imbu insiste em resistir com seu aspecto verdejante e com seu grosso tronco enrugado a rolar pelo chão como uma serpente enorme. Quem sabe a nos mostrar que de fato, toda a veracidade da máxima euclidiana de que “ o sertanejo é antes de tudo um forte”.
Porém, não é apenas o “pinga” que está a correr sério risco de desaparecer. O bioma da caatinga em seu entrono, assim como todo o manancial da Cachoeira e do rio estão sob a mira do tiro de misericórdia. O fogo cruzado da destruição em nome do capital. Há sinais de degradação dentro da mata. Clareira e derrubadas, veredas rasgadas por máquinas e explosões dos lajedos para a retiradas de um tipo pedra existente bastante requisitada para as modernas construções citadinas. Assim como atalhos e caminhos feitos pelo gado bovino criado de modo embrenhado naquela caatinga da cachoeira de Missão Velha.
Mesmo assim, felizmente ainda é possível se ouvir o canto de pássaros silvestres, árvores endêmicas frutificando e outros bichos. Fauna e flora insistindo na sua antiga e necessária harmonia natural. De modo que aquilo tudo junto nos invade os olhos, os ouvidos, as narinas tocando a nossa pele como se fosse um afago de Deus deixando em nós um pouco de perfume e refrigério. Ao ponto de pensarmos como nos velhos tempos de que a caipora e o pai-da-mata ainda estão por ali.
De resto, andar pelos antigos caminhos que nos levaram ao “Pinga” foi como mergulhássemos dentro de nós mesmos. Deixarmos invade por uma sensação de paz interior nunca dantes experimentada em nossas vidas sertanejas. Algo que, sobretudo nas grandes, cidades diria que não tem preço.
Todavia naquele rincão, a natureza como se percebe está fazendo sua parte. De sorte que, depois desta prosaica incursão ecológica e memorialista peço aos meus conterrâneos missãovelhenses em particular e, ao povo do Cariri em geral, que não se permitam a mais este crime. Não deixemos o “Pinga” morrer. Tampouco o Salgado se envenenar. Do contrário, o futuro certamente não nos absolverá...

Prof. José Cícero
Aurora - CE.