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segunda-feira, 1 de julho de 2019

TEN POMPEU Aristides de Moura, memorias.




Publicado a 11/02/2012

A vestimenta nas volantes, Coronel Ângelo da Gia, Antonio Ferreira, os dias e a sede dentro da caatinga, Rastejando dentro dos matos, Optato Gueiros, onça nas caatingas, a morte de Lampião, mulher no cangaço, a importância do chapéu na vida de um homem.


Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

Pedidos:

franpelima@bol.com.br

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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JOÃO TORQUATO DA PIA NOVA: DE MATADOR DE CANGACEIRO A POLÍTICO ALIADO DE ZÉ DE JULIÃO

Por Manoel Belarmino Belarmino

Duas tragédias de doer com profundidade na alma dos sertanejos de Poço Redondo marcaram aquela região, onde hoje é o distrito de Santa Rosa do Ermírio. Uma foi a "Chacina do Couro" ou "A Chacina da Fazenda Pelada", onde, no ano de 1932, foram mortos pelos cangaceiros 7 pessoas inocentes, e a outra foi a "Tragédia da Pia Nova", onde no ano de 1937 foram mortos pelos cangaceiros do subgrupo de Zé Sereno dois inocentes, Torquato da Pia Nova e seu genro Firmino. Torquato e Firmino eram dois homens de bem, respeitados, trabalhadores e queridos por todos das redondezas, daquelas terras sertanejas do sertão de Poço Redondo.

A morte do cangaceiro Zepelim, no mês de abril de 1937, na Fazenda Araras deixou os cangaceiros umas feras. Os cangaceiros sabiam que houve traição de algum coiteiro. Queriam descobrir qual o coiteiro que havia fraquejado e traído os cangaceiros de Zé Sereno, indo à Serra Negra dizer o lugar do coito. E o traidor foi o coiteiro Chico Geraldo que pessoalmente havia ido a Serra Negra avisar o local do coito a Zé Rufino.

Os cangaceiros, depois daquela morte do Zepelim pelos volantes das "forças" de Zé Rufino, inconformados, vão "virados na gota serena" saber do coiteiro Chico Geraldo da Fazenda Salgadinho se foi ele que fez aquela traição ou se ele sabia quem o fez. Aí Chico Geraldo mente. Diz que quem foi à Serra Negra entregar o coito dos cangaceiros havia sido Torquato e seu genro Firmino. Foi a gota d'água no oceano da sede de vingança dos cangaceiros.

Zé Sereno e Mané Moreno estão babando de raiva. Áurea estava que parecia soprar fogo pelas ventas de raiva pois já tinha notícias que os soldados da volante Badu (aquele mesmo Badu que, tempos depois, Áurea vai sangrá -lo com uma punhalada na Fazenda Travessado) e João Doutor tinham dado uma pisa, uma surra, no seu pai Tonho Nicácio na Fazenda Santo Antônio, antes do combate da Fazenda Araras.

Os dois subgrupos de cangaceiros, liderados por Mané Moreno e Zé Sereno, com 34 cangaceiros homens e mais 4 mulheres, Adília, Dinda, Sila e a valente Áurea Soares, vão até a Fazenda de Torquato. Cegos de raiva, os cangaceiros conversam pouco, prendem Torquato e seu genro Firmino e matam os dois ali mesmo no telheiro da Fazenda Pia Nova. Dois corpos de dois homens inocentes ficam ali estendido no chão, inertes, mortos. Uma tragédia na família dos Torquarto da Pia Nova. As mulheres e as crianças vêem enlouquecidas aquela cena de monstruosidade.

Um rapazinho de nome João, filho mais velho de Torquato, não aguenta aquela dor. Sente na alma. E poucos dias depois vai a Serra Negra e ingressa na volante para vingar a morte do seu pai e do seu cunhado. Vira uma fera braba.

O rapazinho sertanejo, simples, de bom coração, afiado na lida do gado e da roça, passa rapidamente a ser um valente e exímio atirador. O valente João Torquato, sedento de vingança, ingressa na volante de Tonho Recruta da Santa Brígida e não vê a hora de começar a matar cangaceiros.

João Torquato anda por todo o sertão na volante. E, finalmente, na Fazenda Queimada do Luiz, no outro lado do Rio Vaza-Barris, já em terras baianas, a cabroeira para numa fazenda para descansar e se alimentar. João Torquato e seu parceiro Chico Amaral saem um pouco para ver a caatinga e dão de caras com um grupo de cangaceiros. Era o grupo de Corisco, o "diabo louro das caatingas". Na frente dos dois volantes estão de carne e osso os cangaceiros Rouxinho, Guerreiro e Dadá de Corisco na malhada da casa abandonada da Fazenda Queimadas do Luiz. Os outros cangaceiros estão estocados. João aponta o fuzil e o dedo no gatilho. A hora havia chegado. E Atira. Atira sem parar. Mira nos peitos de Guerreiro e com um tiro só derruba o primeiro. Em seguida derruba o segundo. Tomba ali o cangaceiro Rouxinho. É a hora da vingança. O seu parceiro volante Chico Amaral "abre nos paus", foge. João Torquato fica sozinho. Daí a pouco Corisco bota a testa e o tiroteio continua. Os outros cangaceiros fogem, pensando estarem cercados pelas volantes. Os tiros de João Torquato acertam Corisco, que fica desarmado por causa dos ferimentos nos braços. Não fosse a presença da valente Dadá que continuava atirando e um tiro amigo dos soldados retardatários que atingiu a sua mão, João Torquato teria sangrado Corisco. Corisco escapa daquele tiroteio com vida por um milagre.

João Torquato, sozinho, naquele tiroteio, matou dois cangaceiros, Rouxinho e Guerreiro, e botou Corisco com todo o seu grupo para correr.

Em 1938, no "Fogo do Angico", o cangaço termina o seu ciclo. João Torquato deixa a volante e volta para a sua Pia Nova. De família numerosa, querida, homem de palavra e de coragem. Trabalhador como o seu pai Torquato. Tudo volta ao normal, apesar da saudade do seu pai e do seu cunhado.

Naquela primeira eleição, em 3 de outubro de 1954, quando Poço Redondo se emancipou de Porto da Folha, ali estava João Torquato como um influente político ao lado de Zé de Julião na disputa contra Artur Moreira de Sá. Na segunda eleição, em outubro de 1958, João Torquato da Pia Nova continuava ali, fiel, de arma em punho, pronto para "o que der e vier", na defesa do ex-cangaceiros e candidato, no momento do recolhimento das urnas. Um ex-volante aliado político de primeira linha de um ex-cangaceiro. João Torquato e Zé de Julião, dois políticos de fibra juntos. Dois filhos de Poço Redondo, que na guerra do Cangaço estavam de lados opostos, estavam ali juntos na política em defesa de sua terra e de seu povo. A força política de Zé de Julião era tão significativa que, mesmo não sendo o eleito (por ser mais novo que Artur), o resultado daquela eleição deu empate nos votos e vitoriosa para Zé de Julião na vontade popular.


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NOTÍCIAS SOBRE O CANTOR PAULO DINIZ



Entre 1987/1996, em decorrência de graves problemas de saúde que quase o deixaram paralítico, não gravou nenhum disco.


Parcialmente recuperado, em 1997 retomou à carreira, quando novamente já tinha residência fixa no Recife.



Atualmente, residindo no Recife, faz apresentações por várias cidades e capitais do Nordeste brasileiro, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que a doença que quase o paralisou nos anos 80 retornou a partir de 2005, e dessa vez paralisou seus membros inferiores.


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VEM AÍ A PADROEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 1julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.136

INTERIOR DA MATRIZ DE SENHORA SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS).
Foi embora o mês tão aguardado e querido das festas típicas e arrebatadoras. Junho entregou julho ao Nordeste com chuvas, friozinho e fartura, pelo menos nas Alagoas. Mas também é aguardado com muita expectativa o mês, geralmente mais chuvoso, coroando o tempo da bonança em nossos sertões. Espera-se a maior festa religiosa do interior em Santana do Ipanema, com sua padroeira Senhora Santana. O recesso escolar que era no período da festa, foi mudado pelo governo estadual que unificou o calendário para todos os municípios. Assim as escolas não ficaram completamente livres para louvar a padroeira. Mesmo assim, a medida não abalou a fé, a esperança e a devoção dos participantes dos atos da Igreja Católica.
Foi incorporada à abertura, a procissão dos carreiros, quando a imagem da padroeira sai de uma cidade circunvizinha com destino a sua Matriz, em Santana. Em torno de mil e quinhentos carros de boi, acompanham e participam ativamente da procissão, cuja imagem da santa é conduzida no carro da frente. Em relação ao padroeiro do Bairro Camoxinga, São Cristóvão, o início e com a procissão dos vaqueiros e veículos. Este mês repetir-se-á a grande festa que tem como novidade o espaço novo da antiga ponte do Urubu. Agora este espaço urbanizado recebeu o nome de Cônego Bulhões e oferece todo o conforto para grandes encontros na cidade. A Festa de Senhora Santana, ganhou mais volume e dinamismo com o tradicional carro de boi e o arraigado saudosismo.
A imagem de Senhora Santana chegou à região que se chamava “Ribeira do Panema”, em 1787, data oficial da fundação de Santana. Foi entronizada na igrejinha construída para esta finalidade, na fazenda do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, a mesma igreja que hoje é a Matriz do município. Trazida da Bahia pelo padre Francisco José Correia de Albuquerque, a imagem de Senhora Santana fora um pedido da esposa do fazendeiro, Ana Teresa, primeira devotíssima da santa que também pedira a construção da capela.
O padre Francisco era penedense.
Assim Santana do Ipanema completa seus 232 anos de fundação, homenageada há dois anos com o nosso livro/enciclopédia “230”. VEM AÍ A FESTA DA PADROEIRA.


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COMIDA E COMIDA

*Rangel Alves da Costa

Imagem a presença de duas fotos. Mirem as fotos. Olhem bem. Na primeira foto, um prato refinado de um restaurante de luxo. A pessoa já paga ao colocar o pé e ao sentar e pedir o menu. Logo se depara com esse requinte de nome estrambólico e pede. Ora, pede por que é rico, é igualmente refinado e coisa e tal. Valor? Certamente mais de 100 reais.
Na segunda foto, um prato tipicamente nordestino, gordo, apetitoso, igual comida de feira. Quanto? Nada mais que uns 20 reais. A diferença maior, contudo, não está no preço, e sim na quantidade, sabor e no poder de realmente saciar a fome.
Duvido que o primeiro prato acabe com a fome de alguém. Não acaba de jeito nenhum, pois um tiquinho de nada enfeitado com outro tiquinho de nada. Ademais, a fina educação da grã-finagem recomenda que nunca se deva comer tudo, sempre tendo de deixar alguma coisa no prato.


Mas como comer o nada e ainda deixar alguma comida no prato? Sou daqueles que não passa nem pela porta da frente de ambientes assim, cheios de frescuras e de cardápios cheios de cifrões. Sou daqueles que não passa sequer pela calçada de um local onde um refrigerante custa os olhos da cara, um prato custa o salário do mês e uma sobremesa tem o valor de uma roupa bonita.
Ora, quando estou com fome eu quero realmente comer. Quando estou com fome eu quero ter à minha frente um prato com comida de verdade. Se eu quisesse enfeite eu ia almoçar pétala em jardim ou beliscar um favo de mel. Que não me venham com tiquinho de nada, apenas enfeitado com raminho por cima, e depois ainda dizer que é comida, que é alimentação, que mata a fome.
Comida boa é aquela que satisfaz, que mata a fome, que de tão boa faz a pessoa comer mais e lamber os beiços. Comida boa é aquela que a pessoa come sem pressa e sem medo, seja na feira, na cozinha ou em pá no quintal com cuia à mão. Comida boa é aquela que aromatiza a cozinha e faz a boca se encher de água só em pensar no prato despejada. Até mesmo um feijão de corda com ovo por cima tem mais sabor e valia que prato de luxo.


No passado, se um restaurante de luxo preparasse um fígado acebolado igual ao de Jarde de João Lameu, certamente o prato não sairia por menos de 200 reais. Mas quanto Jarde cobrava para o cabra sair de bucho cheio? 10, 15 contos. No meu entendimento, comida jamais poderá ser vista como luxo, mas como necessidade.
Não adianta o grã-fino pagar em ouro por um prato com quase nada e depois sair do “restaurant” morrendo de fome, doido pra encontrar um cachorro quente ou um prato de farinha com ovo e salsicha. Por isso que gosto de panelada cheia e prato que mais parece montanha. E comer com a mão, fazendo bolo de feijão e molhando no molho apimentado.

Escritor
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LIVRO: LAMPIÃO EM 1927 - A MARCHA DOS BANDIDOS.


ACABOU E EXPECTATIVA. CHEGOU O MAIS NOVO LIVRO: LAMPIÃO EM 1927 - A MARCHA DOS BANDIDOS.

Nesses últimos dezoito anos venho exaustivamente pesquisando o combate ao banditismo, particularmente o cangaço do mais destacado bandido das caatingas, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.


Dediquei-me a pesquisar principalmente a divulgação na imprensa pelos jornais de todo país e outros documentos da época, seja nos boletins militar, relatórios, revistas, enfim tudo que era divulgado ao tempo dos acontecimentos. A exemplo do Jornal do Recife, A Noite, Jornal Pequeno, A Província, O Jornal, Jornal do Brasil, A Gazeta, Gazeta de Notícias, dentre outros.

Embora a imprensa não fizesse investigação local, não deixava de receber e publicar telegramas e cartas enviadas por vítimas e autoridades locais informando os desmandos dos cangaceiros nas suas localidades e descrevendo os fatos ocorridos.

Esse trabalho tem sido apresentado em livros, até agora numa sequencia fora da cronologia dos acontecimentos, mostrando períodos distintos da atuação de Lampião e seu bando.





No livro Lampião e os Governadores, lançado em 2005, apresento a transcrição de documentos oficiais: relatórios, mensagens, falas e exposições, para mostrar como os estados tratavam a luta contra o banditismo, também abrange a década de 20, alcançando já a atuação de Lampião.

No livro Lampião Conquista a Bahia, lançado em 2011, apresento o período da entrada do rei do cangaço nas terras de Castro Alves, em 21 de agosto de 1928 até final de 1929.

O livro Lampeão Antes de ser Capitão, lançado em 2016 aborda o período do início de suas atividades como cangaceiro, de 1920 até fevereiro de 1926.

Logo após, no mesmo ano de 2016, lancei o livro Lampião em 1926, que apresenta a atuação de seu bando até final de dezembro daquele ano.

Já o período que apresento neste livro, Lampião em 1927 – A Marcha dos Bandidos, tem início em janeiro de 1927 e vai até setembro de 1928, aqui mostrado mês a mês, quando Lampião e mais cinco cabras atravessam o Rio São Francisco na altura da cidade baiana de Rodelas, portanto, um mês após sua entrada na Bahia.

Coloco numa cronologia mês a mês dos anos de 1927 e 1928.

Apresento uma iconografia com objetivo de colocar os personagens citados no seu tempo e espaço.

Assim, nesse livro, concluo a década de 20 sobre a epopeia que foi o cangaço, mostrando mais uma vez que Lampião era sempre manchete com o acompanhamento de suas façanhas quase que semanalmente, em alguns períodos diariamente, nos principais jornais do Brasil, sempre grafando a palavra Lampião com “e”. Como curiosidade para o leitor, essa década de 20 resulta em mais de 1800 páginas com textos e fotos sobre o assunto, distribuídos nos 5 livros acima já citados.

Mostro no presente livro a divulgação de alguns jornais, pois outros repetiam as matérias, cartas e telegramas publicados nos jornais da capital do país, o Rio de Janeiro, alertando o leitor que a iconografia tem como objetivo colocar os personagens citados no seu tempo e espaço.

O que mais chama a atenção deste pesquisador é o número de cangaceiros que a imprensa publica no ano de 1928 em suas páginas. Varia de forma a confundir seus leitores, pois alguns jornais informavam a quantidade que variava de seis (6), até trinta e seis (36), afirmando alguns periódicos que Lampião chegou a contar até com cento e setenta (170) cabras.

O leitor vai encontrar várias análises sobre o fenômeno cangaço nesse trabalho. Posso aqui destacar o texto de Anísio Galvão, nessa época deputado estadual por Pernambuco; do ilustre baiano Otávio Mangabeira; artigos assinado por Assis Chateaubriand e Rodrigues de Carvalho, entre outros.

Mostro a posição do governo Artur Bernardes com as alianças feitas com os governadores e os coronéis da política nordestina para combater a Coluna Prestes e a participação do padre Cícero na convocação de Lampião para integrar o Batalhão Patriótico do Juazeiro, como também artigos sobre o padre Cícero Romão Batista, entre outros, são aqui transcritos.

Jornais do Ceará cobrem as fugas de Lampião nesse território e a briga interna dos oficiais cearenses que lutavam contra os cangaceiros, para justificar o fato de não haverem prendido Lampião.

Apresento o sensacional interrogatório que a justiça do Crato fez com o cangaceiro preso, Mormaço, publicado nos principais órgãos da imprensa cearense e pernambucana. Mormaço delata seus companheiros e faz revelações contra as autoridades constituídas que os combatiam.

A grande importância dada pela imprensa à tentativa de invasão a cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte em meados de junho de 1927, coloca Lampião no centro das manchetes na ampla cobertura jornalística. Nesse momento seu grupo era constituído por 53 cabras, a imprensa ampliou em várias vezes o número de cangaceiros envolvidos no acontecimento.

No percurso que os cangaceiros fizeram do sul do Ceará até a cidade de Mossoró os jornais do estado divulgavam com o atraso normal dos fatos que aconteciam nas correrias dos bandos entre uma localidade e a próxima que seria atacada pelo bando de Lampião em maio, junho e julho de 1927. Essas notícias eram depois divulgadas em outros órgãos da imprensa nordestina.

A imprensa informa o fracasso das polícias coligadas do Ceará, Paraíba e Pernambuco para prender os chefes de grupo: Lampião, Jararaca e Massilon na tentativa de extorquir a cidade potiguar de Mossoró.

O ataque de Lampião à cidade de Mossoró, a repercussão é tanta que a imprensa, mais uma vez, procura o antecessor do Rei do Cangaço, preso na Casa de Detenção do Recife, o não menos famoso Antônio Silvino, o Rifle de Ouro, no seu décimo terceiro ano de cumprimento de pena para uma exclusiva entrevista.

A imprensa pernambucana continuava com o assunto “Lampião” sempre em pauta, de forma constante, quase como uma cobrança do leitor e publica dessa vez a entrada de Lampião na Bahia, com apenas um dia de diferença, após o Rei do Cangaço atravessar o Rio São Francisco, em 21 de agosto de 1928 seguido de apenas cinco cangaceiros.

A quantidade reduzida de cangaceiros sob sua chefia, não fez diminuir o interesse da população e a importância da cobertura dada pela imprensa.

Paulo Afonso e Recife, novembro de 2018.

Boa leitura.

Luiz Ruben F. de A. Bonfim
- Economista e Turismólogo
- Pesquisador de Cangaço e Ferrovia
- Conselheiro do Cariri Cangaço - Membro da ALPA
- Academia de Letras de Paulo Afonso.



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NOTA DE PESAR!

Por Lindomarcos Faustino

Acabei de saber que Ailson, funcionário do setor de tomografia do HRTM, faleceu hj. Uma pessoa e servidor de coração espetacular! Sem palavras!! 

Que Deus o acolha e conforte família e amigos!


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COITEIROS DE POÇO REDONDO

Por *Rangel Alves da Costa

Inicialmente, necessário afastar logo um equívoco que se disseminou nos escritos do cangaço e que diz respeito ao personagem coiteiro. Diversos escritos, de autores até renomados, tratam o coiteiro de forma generalizada, ora para falar sobre um colaborador do cangaço ora para dizer sobre aquele que apenas servia. 

Distinção essencial, vez que, por exemplo, o coronel colaborava, ajudava a manter a sobrevivência do cangaço, mas não pode ser tido como coiteiro. Daí que, equivocadamente, livro existe dizendo que o coronel Antônio Caixeiro - ou outros coronéis de poder e mando - era um poderoso coiteiro. Coiteiro ele nunca foi. Colaborador sim, patrocinador, defensor e financiador sim, mas coiteiro nunca. 

Na raiz da palavra coiteiro, no seu étimo, encontra-se o verdadeiro sentido e significado. Coiteiro: aquele que serve ao coito. Coito: local de repouso, descanso ou estadia de cangaceiros. E quem ia até o coito, quem servia de mensageiro entre o bando acoitado e o mundo exterior? Sim, isso mesmo, o coiteiro. Desse mundo, no sentido extado da palavra, o termo coiteiro somente deve ser usado para denominar aquele sertanejo ou nordestino que mesmo não fazendo parte do bando, a este servia como intermediador de suas necessidades. Ficou claro assim? 

Ora, dizer que um coronel, um político ou um poderoso era coiteiro, é inverter a função histórica do indivíduo. O coronel, por exemplo, não ia comprar fardos de queijos para um bando acoitado nas proximidades. O latifundiário não ia entregar bilhetes ao coronel com exigências de Lampião. O político não se lanhava de espinhos em meio aos carrascais para levar carne de bode fresca aos famintos cangaceiros. Tudo isso era função do coiteiro autêntico. 

E Poço Redondo, povoação sergipana e sertaneja que se destacou pelo grande número de filhos que seguiram os passos de Lampião, também teve uma porção de naturais que serviram como coiteiros. E autênticos e originais coiteiros, ou seja, homens destemidos que arriscavam suas vidas para fornecer e servir o que a cangaceirama estivesse necessitando. Homens acreditados - e até fiéis amigos de Lampião -, em suas mãos muitas vezes estava a própria sobrevivência do bando. Qualquer traição podia ser a emboscada e a morte certa. Daí que não era todo sertanejo com tino suficiente para tamanha e melindrosa missão. 

Muito coiteiro, perseguido e torturado pela volante, preferiu morrer a trair. Mas como a história testemunha, foi uma traição coiteira que pôs fim ao cangaço. Como dito, Poço Redondo foi chão de muito coiteiro. Pedro de Cândido, embora convivendo mais do outro lado rio, entre Piranhas e Entremontes, era de família fixada em Poço Redondo, com propriedade na beira do São Francisco e dona do Angico, local do desfecho final. Seu irmão Durval, apenas um rapazote, convivia com a família. 

Mané Félix

Mas foi nas ribeiras da povoação de Cajueiro, também nas beiradas do rio, que se assentou uma nomeada dos mais autênticos coiteiros, principalmente aqueles originários da família Félix. Manoel Félix, o mais fiel dos coiteiros de Lampião, era vinga de tal família, bem como seu irmão Adauto. Da mesma família eram os coiteiros Lisboa e Juvenal. Da região também era Messias Caduda (acompanhante de Maria Bonita, através do São Francisco, em sua viagem a Propriá), outro destemido e fiel amigo da cangaceirama. 

Adauto Félix

Também de Poço Redondo foram os coiteiros José Vicente de Sousa (Zé Vicente), João de Terto e uma leva de mais de cinquenta. Estes, contudo, não possuíam o ofício de coiteiro como os Félix ou os Caduda, por exemplo, mas apenas servindo em esparsas ocasiões e geralmente de forma distanciada. Quer dizer, faziam chegar informações aos cangaceiros, negavam suas presenças, costuravam situações que protegessem o bando e colocassem em risco a passagem das forças volantes. Tem-se, assim, que Poço Redondo foi grande celeiro tanto de cangaceiros como de coiteiros. Apenas cerca de trinta e quatro seguiram os passos de Lampião e os demais, mas um número muito maior conviveu na retaguarda de proteção e apoio. 

Inegável, portanto, a importância fundamental de Poço Redondo no contexto do cangaço, e sem falar na Gruta do Angico, na Maranduba, na Estrada de Curralinho e suas tantas cruzes e suas tantas mortes. Nas fotos abaixo, Mané Félix, o primeiro, e Adauto Félix, o segundo.

Escritor


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PERÍCIA NOS OBJETOS DE LAMPIÃO..!


Do acervo do pesquisador Voltaseca

Um perito oficial examinou as vestes, a cartucheira, bornais e, um punhal que pertenciam a Lampião e, que estão no Inst. Hist.de Al, tendo produzido um laudo para o documentário, OS ÚLTIMOS DIAS DO REI DO CANGAÇO. Direção do jornalista João Marcos, imagens de André Feijó e, a produção da TVE.

Texto de Aarão José

Após 80 anos, a morte de Lampião ainda levanta dúvidas. Suspeitas, mistérios, versões diferentes contadas por sobreviventes de ambos os lados, e que foram narradas ao longo do tempo podem ganhar novas revelações a partir do trabalho da Perícia Oficial do Estado de Alagoas.


É o que pretende o documentário “Lampião: Os últimos dias do rei do cangaço", que será lançado na noite desta sexta-feira (28), às 19h, no Teatro Linda Mascarenhas. Com direção do Jornalista e historiador João Marcos Carvalho e imagens de André Feijó, a produção realizada pela TVE Alagoas, traz em seu conteúdo uma perícia realizada nas roupas e objetos pessoais de Lampião.

O exame foi realizado pelo perito criminal Victor Portela, do Instituto de Criminalística de Alagoas, no dia 31 de agosto deste ano, no Museu do Instituto Histórico e Geográfico. A investigação forense solicitada e gravada com exclusividade para o documentário procura desvendar o número de tiros que atingiram o cangaceiro.



O perito criminal contou que foram examinados as vestes, a cartucheira, bornais e um punhal que pertenciam a lampião. Os exames foram voltados para identificação de pontos de impactos e perfurações compatíveis com projeteis de armas de fogo e determinação da trajetória desses disparos para confrontar com os relatos do dia em que a volante matou lampião.

“Participar de um documentário comemorativo dos 80 anos de Lampião e poder utilizar de conhecimentos técnicos periciais para recontar ou reafirmar a história, é algo gratificante, além de um grande desafio. Apesar do maior cuidado no manuseio das vestes e utensílios, os conceitos e métodos utilizados nos exames são os mesmos utilizados atualmente nos locais de morte violenta que atendemos. A perícia, mais uma vez, revelando a verdade através da ciência”, afirmou o perito.

Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram mortos em 28 de julho de 1938, na Grota do Angico (SE), pela patrulha volante da PM alagoana comandada pelo tenente João Bezerra da Silva. A conclusão da perícia será mostrada no documentário lançado nesta sexta-feira.

OBS:
O aludido documentário, ainda, não foi disponibilizado para o público...


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