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terça-feira, 4 de maio de 2021

PEÇA LOGO ESTES TRÊS LIVROS PARA VOCÊ NÃO FICAR SEM ELES. LIVROS SOBRE CANGAÇO SÃO ARREBATADOS PELOS COLECIONADORES.

  Por José Mendes Pereira


A primeira obra é "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" que já está na 5ª. edição, e aborda o fenômeno do cangaço e a vida do maior guerrilheiro das Américas. Um homem que não temeu às autoridades policiais  e muito menos aqueles que lutavam contra a sua pessoa, na intenção de desmoralizá-lo nas suas empreitadas vingativas, e eliminá-lo do solo nordestino. Realmente foi feito o extermínio do homem mais corajoso e mais admirado do Nordeste do Brasil, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, mas não em combate, e sim, através de uma emboscada muito bem organizada pelo alagoano tenente João Bezerra da Silva. 


O Segundo livro da trilogia do escritor e pesquisador do cangaço é: "FATOS ASSOMBROSOS DA RECENTE HISTÓRIA DO NORDESTE" com 332 páginas, e um grande acervo de fotos relacionado ao assunto. E para aqueles que gosta de ler e ver fotos em uma leitura irá se sentir realizado com todas as fotos.


O terceiro livro da trilogia também do escritor José Bezerra Lima Irmão é: "CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO NORDESTE" resgata fatos sobre os quais a história oficial silencia ou lhes dá uma versão edulcorada ou distorcida: o "desenvolvimento" do Brasil, o desumano progresso de colonização feito a ferro e fogo, Guerra dos Marcates, Cabanada, Balaiada, Revolução Praieira, Ronco da Abelha, Revolta dos Quebra-Quilos, Sabinada, Revolta de Princesa, as barbáries da Serra do Rodeador e da Pedra do Reino, Guerras de Canudos, Caldeirão e Pau-de-Colher, dando ênfase especial à saga de Zumbi dos Palmares, Invasões Holandesas, Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equador e Guerras da Independência, incluindo o 2 de Julho, quando o Brasil se tornou de fato independente... São assuntos que dão gostos a gente lê-los.  

Adquira-os com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

ou com o autor através deste g-mail: 

josebezerralima369@gmail.com

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O FOGO DA IPUEIRA DOS XAVIER NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO

 Por Manoel Severo

O ano de 1927 foi sem dúvidas, à exclusa de 1938; em função de Angico; um ano a ser esquecido por Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, Rei do Cangaço. Imperador absoluto dos carrascais e caatinga sertaneja entre o Ceará e a Bahia, Lampião haveria de, no ano de 1927, amargar seus mais infelizes revesses... Foi em Maio de 1927 que recebeu uma "corsa" na cidade Uiraúna; sertão paraibano; em junho do mesmo ano a mais notável de todas as derrotas: Mossoró de Rodolfo Fernandes, desta vez no oeste potiguar e ainda em Fevereiro do mesmo ano a pequena Ipueira dos Xavier no município de Serrita, Pernambuco, também colocaria seu nome no rol daqueles que não se rederam à sanha do bando cangaceiro.

Ipueira dos Xavier, berço e morada do clã Xavier que tinha no coronel Pedro Xavier seu patriarca e grande referência e que possuía fortes e intimas ligações familiares com outro clã poderoso dos sertões pernambucanos, o do coronel Chico Romão. Ali nas Ipueira dos Xavier, no inicio de fevereiro de 1927, capitão Virgulino Ferreira seria rechaçado pela força, coragem e tenacidade desses sertanejos liderados pelo patriarca e familiares. Ao final de um cerco e um fogo de cerca de tres  horas, Lampião havia perdido um de seus melhores "fuzis", o cangaceiro Tempero, e teve que ordenar uma retirada diante da iminente derrota anunciada.

Coronel Pedro Xavier, patriarca do Clã Xavier

Para contar essa historia; a ligação dos coronéis do sertão de Pernambuco e do próprio coronel Pedro Xavier da Ipueira dos Xavier com o chefe dos cangaceiros, as razões, circunstâncias e o desfecho desse histórico episódio, Manoel Severo , curador do Cariri Cangaço recebe os pesquisadores; descendentes do clã de Pedro Xavier; Audízio Xavier e a escritora Maria do Socorro Xavier num "Ao Vivo" eletrizante...


O FOGO DA IPUEIRA DOS XAVIER
Grandes Encontros Cariri Cangaço
Quarta-Feira, dia 05/05/21
Ao Vivo 19h30
Canal do Cariri Cangaço no YouTube

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/05/o-fogo-da-ipueira-dos-xavier-nos.html

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A INTRIGANTE MORTE DE BOM DE VERAS

Por Sálvio Siqueira

Entre os anos de 1919 a meados de 1927 o Sertão nordestino viveu o seu maior ciclo de terror. Nesse período foi quando mais se alastrou o banditismo rural com a formação de muitos grupos cangaceiros. Desde o Alagoas até o Cariri cearense, passando pela Paraíba e Pernambuco, os grupos de cangaceiros infestavam as caatingas e de quando em vez invadia Vilas, Povoados, pequenas cidades e sedes de algumas fazendas furtando, roubando, matando e extorquindo.

Coronéis, Chico Heráclito e Chico Romão

É sabido de que sem a proteção, o apoio e a colaboração de alguns “coronéis”, os mandachuva regionais, a sobrevivência dos bandos cairia à zero. A partir de 1922 um jovem pernambucano, natural de Vila Bela, começa a destacar-se dentre os vários chefes cangaceiros impondo táticas de guerra de movimentos deixando a Força Pública de vários Estados meio zonzas em suas missões.

Esse jovem chamava-se Virgolino Ferreira, o qual herdou o bando do chefe cangaceiro Sinhô Pereira, transforma-se naquele que seria o mais temido pelos sertanejos. Quando planejava uma ‘empreitada’ de grande porte, Virgolino, já alcunhado de Lampião, mandava convites para alguns chefes de bandos para que se juntassem ao bando chefiado por ele, no que era acatado sem muita demora ou contradições.

Surge o bando dos “Marcelino” composto pelos irmãos Manuel, Vicente e Pedro Marcelino que logo passam, respectivamente, a chamarem-se “Bom de Veras”, “Lua Branca” e “Vinte e Dois”.

Coronel Chico Romão

Bom de Veras participou mais intensamente das ações do grupo de Lampião, pois, em determinada época, fez parte e foi chefiado pelo mesmo. Registros literários nos mostram que Bom de Veras estava em Juazeiro do Norte, CE, no dia 4 de março de 1926 junto a Lampião quando esse recebe a patente de Capitão Provisório dos Batalhões Patrióticos. No decorrer desse ano Bom de Veras, ou seu nome, aparece constantemente junto ao de Lampião em várias ações praticadas pelos cangaceiros; foi denunciado em 1º de agosto daquele ano no processo instaurado sobre o ataque a fazenda Serra Vermelha; também é citado como participante do ataque a fazenda Tapera em 28 de agosto quando da chacina de alguns integrantes da família Gilo e é referido que tomou parte no combate da Serra Grande em novembro de 1926.

O bando dos Marcelinos, sob o comando de Bom de Veras, formou um bando que, segundo as informações de alguns autores, chegou a ser composto por, aproximadamente, vinte ‘cabras’ em determinada época..

Em setembro de 1926 o bando atacou a fazenda Granito. Tiveram participação no ataque a cidade de Cabrobó em 2 de setembro e, em 23 de novembro, teve participação no ataque a Vila de São Francisco.

Bom de Veras é abatido na véspera do natal de 1926, próximo à cidade de Salgueiro, PE, pela volante comandada pelo cabo Alfonso Rodrigues comandado por Theófenes Ferraz Torres. Como em quase toda morte de uma personagem de destaque nas hastes cangaceira, sua morte também é envolta em mistérios e possui mais de uma versão. 

Manoel Severo, Peixoto Junior e Ângelo Osmiro

Principiando, mostraremos parte do depoimento de um parente do coronel Chico Romão, senhor dominante do Vale do Pajeú das Flores em Pernambuco, até o sul cearense, o qual é citado como mandante ou delator do chefe cangaceiro o qual encontramos na obra, livro, Os Fuzilados do Leitão:

“(...) Sobre o cangaceiro Bom de Veras, o que eu sei da história é que, o ponto principal era a fazenda que pertencia ao seu amigo e compadre (amigo e compadre do coronel Chico Romão), naquela localidade ( a fazenda Branquinha no município de Serrita, PE). Só que existe duas fazendas com o mesmo nome. Uma era do coronel Chico Romão e a outra era do herdeiro do coronel Agemiro Sampaio de Barbalha, que na época era esse amigo e compadre de tio Chico. Foi lá que se deu o roubo. Naquela época não tinha carros por aqui. Os ricos, em vez de carros possuíam cavalos(...). Sobre o tal roubo deu-se o seguinte, a fazenda ficava entre Serrita e Salgueiro(por um desvio) depois que roubou os animais, acampou a 3 km depois de Serrita. Um vaqueiro do compadre, seguiu o bando de Bom de Veras até o esconderijo. Voltou para Serrita e passou a informação para o patrão. Esse, dirigiu-se imediatamente para a casa de tio Chico em busca de ajuda. Meu tio mandou de imediato alguns homens de sua confiança selar os animais e acompanhá-lo, lá encontra o cangaceiro e seu pequeno grupo:

- Bom de Veras, eu vim resgatar os cavalos do meu compadre e amigo que você roubo!

Bom de Veras não esboçou reação nenhuma naquela hora.

Tio Chico corajosamente, fez uma advertência:

- Retire-se imediatamente do município de Serrita e entregue já os cavalos do meu compadre!

E acrescentou ainda (que) logo que chegar a Serrita mandaria buscar um reforço policial em Salgueiro.

Um doa cangaceiros ainda disse para o seu chefe Bom de Veras:

- Bom de Veras, nós vamos deixar esses homens sair daqui vivos?

Ele disse:

- Vamos cumprir o que o coronel está dizendo!

E entregou os cavalos de estimação do amigo de tio Chico Romão(...).” (VM, Pg 51 a 52,2012)

Seguindo a narração, o Sr. Lebom Ximenes Maia, sobrinho do coronel Chico Romão, acrescenta:

“O Coronel Chico Romão ao chegar a Serrita mandou rapidamente o pedido de reforço à polícia de Salgueiro. A volante chegou rápido a Serrita. Tio Chico mandou alguns de seus homens acompanha-la. Seguindo o rastro do bando até o esconderijo num local chamado Cachoeira da Miséria, no minadouro, onde teve início um tiroteio infernal. Bom de Veras foi morto(...). Só foi encontrado dias após. Já em estado de putrefação do corpo ( o mau cheiro teria chamado a atenção dos moradores). Seu bando foi disperso. Uns capturados e feridos. Outros, evadiram-se.” (VM, 2012)

Já o escritor José Peixoto Júnior, através de seu livro “Bom de Veras e Seus Irmãos”, nos conta dessa forma a morte do terrível cangaceiro:

“(...) Na ribeira do Riacho do Cachorro integrantes do grupo assaltaram um eleitor de Chico Romão, levando vinte e seis mil réis em dinheiro e peças de ouro. O eleitor correu até Serrita para queixar-se ao chefe amigo. Sem perder tempo, o coronel passou a perna na montaria do queixoso, por sinal cavalo de sela esquipador, e saiu em busca dos bandidos. Mandou um positivo ao Salgueiro comunicar o desaforo ao delegado civil de polícia Levino Barros(...).”

Notamos aqui uma contradição, entre uma e outra citação, sobre o produto do roubo e, na última, a não participação do chefe Bom de Veras. Continuando, o autor nos revela:

“(...) Na sede da Fazenda o grupo havia-se acomodado ocupando a casa sentados no chão. Aproxima-se, sozinho, o coronel Chico Romão e Bom de Veras vai recebe-lo no terreiro. Desapeia e, sem rodeios nem saudações, vai dizendo:

- Cadê o ouro e o dinheiro que os cabras seus roubaram no Riacho do Cachorro!?

Não foi difícil ao chefe da cabroeira encontrar os culpados.

Eram dois novatos, ainda titubearam, porém não se contiveram ante a ameaça da revista. Bom de Veras passou-lhes descompostura, pois estavam todos avisados de que nos domínios do cel. Chico Romão ninguém punha a mão em nada.

Nisso, o cabra Criança, muito atrevido, indagou de Bom de Veras:

- Padim, num tá no tempo de nós acabar o nim dos Romão?!

E Chico Romão de semblante sisudo, o olho fechado mais arregalado que o olho bom, respondeu com ares de mofa:

- Menino, esse ninho é muito grande!

Montou no cavalo, deu de rédeas e saiu sem se despedir, com o roubo recuperado. Talvez, não fosse esse assunto do ninho, e os soldados mandados de Salgueiro sido aconselhados a voltar(...).” (JP. 2009)

O chefe cangaceiro Bom de Veras jamais imaginou que seu protetor, o coronel Chico Romão, deixaria a polícia persegui-lo dentro dos seus domínios. Continuou na fazenda e esperou pela noite com todos se divertindo, jogando cartas e tomando cachaço. Chegando a Serrita a volante comandada pelo cabo Afonso Rodrigues, o mesmo se dirigiu ao coronel a procura de informações sobre o paradeiro do bando. Passado as informações, o cabo segue com cautela e planeja um cerco e um ataque aos cangaceiros.

 

O cabo dar ordens para que sua tropa cercasse a casa e dá voz de prisão ao chefe cangaceiro dando-lhe garantia de vida. Em resposta, o cangaceiro descarrega seu mosquetão de dentro da casa em direção aonde se encontrava o cabo Afonso. O mundo fechou-se e tiroteio foi tremendo. Pessoas dentro da casa se feriram e depois de certo tempo os cangaceiros furam o cerco e caem dentro da caatinga. Três dias depois o corpo do chefe cangaceiro Bom de veras é encontrado por uma senhora chamada Neném Alexandre.

A posição em que foi encontrado o corpo do cangaceiro é que nos chamo bastante atenção. Certamente não foi ferido no combate com a Força Pública naquela noite, apesar da imprensa noticiar de que sua morte deveu-se ao combate contra a volante do cabo.

O Jornal Pequeno, da cidade do Recife, em sua edição do dia 27 de dezembro de 1926 tráz a seguinte notícia:

“ No dia 24 do corrente, em Salgueiro, o cabo Afonso Rodrigues, um dos mais destemidos servidores da força do major Theophanes Torres, com 11 praças cercou um grupo de 18 bandoleiros, chefiados por Manoel Marcelino, vulgo “Bom Deveras”, depois de Lampião o mais terrível do grupo. O combate foi prolongado, oferecendo os bandidos uma tenaz resistência”.

Segundo o José Peixoto, o corpo do cangaceiro foi encontrado na seguinte posição: “Dobrado sobre o ventre, sentado na batata das pernas, tórax curvado para frente até a cabeça apoiar-se no chão, cotovelos afastados, pois as mãos seguravam firme o mosquetão, ora separando coxas do abdômen e servindo de espeque para o corpo não cair de lado, jazia Bom Deveras. Um furo entupido de sangue no barbicacho passado na testa, do seu chapéu de couro, mostrava o caminho da bala.”

De maneira alguma uma pessoa recebe um tiro de fuzil na esta e tem reflexo para ficar na posição em que foi encontrado o corpo do cangaceiro. Tiveram que decepar, cortar fora, os dedos da mão que segura sua arma, mostrando que foi morto com uma arma de calibre menor. Até pode ter sido abatido por um dos próprios companheiros... mas esse será mais um dos mistérios contidos na saga cangaceira.

Sálvio Siqueira, Pesquisador

Fonte Obras Citadas

Jornal Pequeno do Recife – 27/12/1926

Foto “Os Fuzilados do Leitão – Uma Revisão Histórica” – MACIEL, Vilma. 2ª Edição. 2012.

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Identificação:

1 - Coronéis Heráclio e Chico Romão

2 - Coronel Chico Romão

3 - Bando de Lampião em 1926

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" MEMÓRIAS DE UM SOLDADO ".

 Por Luís Bento


Agora mostraremos o outro lado do Cangaço. Este capítulo foi escrito pôr um Soldado do grupo do Tenente "Arlindo Rocha" que esteve a caça de Lampião pôr muitos anos. " O Soldado Clóvis de Oliveira Neto " descreve em detalhes, conjugando sempre o verbo na primeira pessoa, para o livro que pretendia editar pouco antes de sua morte que se chamaria: " Das caatingas do Nordeste e o cerco de Lampião na fazenda Piçarra, à Assembléia Constituinte de São Paulo ".

Para a polícia do Ceará um passeio, para nós uma verdadeira luta de guerrilha, onde não existia o fator político-ideológico, mas uma disputa entre feras que se desafiavam mutuamente na arte das artimanhas, sobretudo. Um mês e tanto ficamos confinados em nosso esconderijo até que surgiu a primeira e verdadeira indicação do local onde se encontravam escondidos Lampião e seu bando: a fazenda Piçarra, bem próximo do Cansanção.

Seu proprietário , Antônio Teixeira Leite, é conhecido até hoje pôr "seu Tonho da Piçarra", antigo amigo da família Ferreira e do próprio Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, pôr quem sempre era procurado nas horas de aperto. Acossado que vinha sendo pela própria marcha da vida que, independente de nossa vontade faz mutações, Lampião resolvera mais uma vez procurar a seu Tonho e pedir-lhe que fosse ao Juazeiro de "meu Padim Ciço", em busca de arranjar com ele, munição. Pedido que Lampião nunca tenha lhe feito antes. Seu Tonho ameaçado de morte pelas volantes, não teve como escapar de denunciar ao Tenente Arlindo Rocha a presença de Lampião em sua fazenda.

Todo um plano elaborado e posta em prática visando êxito total na estratégia tática imaginada: prender ou matar a Lampião, ou, pelo menos, alguns de seus cabras. Seu Tonho se prontificou a ir ao Juazeiro, enquanto Lampião aguardava sua volta homiziado na fazenda, tendo o seu serviço um velho morador de seu Tonho, que servia para levar-lhes comida e tudo mais que precisassem, inclusive sobre o retorno de Seu Tonho da hipotética viagem ao Juazeiro. Tudo combinado na maior surdina e segredo.

Naquele tempo, uma viagem da Piçarra ao Juazeiro, em lombo de burro ou cavalo, em estrada carroçal para ir e voltar, levava de 3 a 4 dias e Lampião sabia disso; daí ser normal, durante esses dias, o tempo de espera. Passando disso, dava para despertar suspeita e foi o que aconteceu depois de quase 8 dias de ausência do “viageiro". Começou então, o que não se imaginara, principalmente em se tratando de um homem sagaz e astuto como Lampião e seu grupo, que passaram a cobrar do velho morador alguma notícia de seu Tonho. Isto foi num crescendo, que já começava a nos preocupar e obrigava o tenente a um grande esforço de imaginação para armar o morador de argumentos e evasivas com vistas a ir engabelando os cangaceiros e seu chefe. Temia - se que Lampião , desconfiado da armadilha resolvesse tomar represálias violentas ou, simplesmente , arribar da Piçarra.

Clóvis de Oliveira Neto, Clóvis de marinheiro, natural de JATI - Ce.

Dentro do estabelecido com Lampião, ficaram acertado que a munição vinda do Juazeiro para a casa grande , dali seria imediatamente transportada para a casa do velho morador dentro da fazenda, próximo de onde Lampião e seu grupo estavam acampados. Isto a fim de evitar qualquer imprevisto desagradável na casa grande. No combinado, a munição ia para a casa do morador e Lampião mandaria um ou dois cabras apanhá - la , após o aviso da chegada de seu Tonho, mas na sua impaciência, antes da chegada de seu Tonho, Lampião mandara os dois cabras apanhar a munição e como era óbvio, não a encontraram. No plano do tenente Arlindo, estava previsto mandar dois ou três robustos soldados que se esconderiam na casa do morador e pegariam à unha os cabras de Lampião. Diante disso, e pôr sugestão do Tenente , a primeira providência a ser tomada foi mandar dizer à Lampião que seu Tonho havia chegado e que podia mandar apanhar a munição na casa do velho. A resposta de Lampião foi rápida e contundente: " Cabra meu só vai a um lugar uma vez".

Desfeita a possibilidade de agarrar os cabras à unha, restava o esgrimir de ardis para se conseguir o objetivo principalmente em mira: cercar Lampião e seu grupo debaixo do pequeno pé de arueira nas proximidades do açude da fazenda em que se encontravam localizados.

Apenas sabíamos que o plano de atacar o grupo ao o arriar do dia tinha ido para o " bebeleu",' graças aos relâmpagos e a perspicácia dos Cangaceiros. Quase ao amanhecer cessaram os tiros e o silêncio voltou às plagas, com a notícia de que havia escapado. O fato é que mais uma vez resplandeça a " estrela " de Lampião desafiando até mesmo o impossível em matéria de escapar de situações as maís adversas.

Fonte: Antônio Euzébio Teixeira Rocha

Saga de Antônio da Piçarra - De Padre Cícero a Lampião. Pág 119 - 120 - 121 - 123.

Legado histórico desse jatiense arretado; conhecido pôr Clóvis de Marinheiro:

Soldado Volante do tenente Arlindo Rocha, participou do importantíssimo " Fogo da Piçarra " no ano de 1928.

Amigo íntimo de Luís Carlos Prestes, O Cavaleiro da Esperança. Tem uma filha de nome Olga, homenagem a Olga Benare esposa de Prestes.

Eleito Deputado Estadual pelo partido P C do B, ocupando a cadeira 11 da Assembleia Constituinte de São Paulo.

Preso em 1937, pelo o " Evento do Estado Novo ". Onde perdeu seu mandato parlamentar.

JATI 04/05/21/.

LUÍS BENTO.

FOTOS:

Antônio da Piçarra e Clóvis de Oliveira.

 https://www.facebook.com/luis.bento.39142/posts/941718126592906

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SEBO VIRTUAL - "RARIDADES E NOVIDADES" DO PROFESSOR PEREIRA

 



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AMANHA: IMPERDÍVEL - O FOGO DA IPUEIRA DOS XAVIER.

Por Manoel Severo

O ano de 1927 foi sem dúvidas, à exclusa de 1938; em função de Angico; um ano a ser esquecido por Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, Rei do Cangaço. Imperador absoluto dos carrascais e caatinga sertaneja entre o Ceará e a Bahia, Lampião haveria de, no ano de 1927, amargar seus mais infelizes revesses... Foi em Maio de 1927 que recebeu uma "corsa" na cidade Uiraúna; sertão paraibano; em junho do mesmo ano a mais notável de todas as derrotas: Mossoró de Rodolfo Fernandes, desta vez no oeste potiguar e ainda em Fevereiro do mesmo ano a pequena Ipueira dos Xavier no município de Serrita, Pernambuco, também colocaria seu nome no rol daqueles que não se rederam à sanha do bando cangaceiro.

Ipueira dos Xavier, berço e morada do clã Xavier que tinha no coronel Pedro Xavier seu patriarca e grande referência e que possuía fortes e intimas ligações familiares com outro clã poderoso dos sertões pernambucanos, o do coronel Chico Romão. Ali nas Ipueira dos Xavier, no inicio de fevereiro de 1927, capitão Virgulino Ferreira seria rechaçado pela força, coragem e tenacidade desses sertanejos liderados pelo patriarca e familiares. Ao final de um cerco e um fogo de cerca de tres horas, Lampião havia perdido um de seus melhores "fuzis", o cangaceiro Musqueiro, e teve que ordenar uma retirada diante da iminente derrota anunciada.

Para contar essa historia; a ligação dos coronéis do sertão de Pernambuco e do próprio coronel Pedro Xavier da Ipueira dos Xavier com o chefe dos cangaceiros, as razões, circunstâncias e o desfecho desse histórico episódio, Manoel Severo , curador do Cariri Cangaço recebe os pesquisadores; descendentes do clã de Pedro Xavier; Audízio Xavier e a escritora Maria do Socorro Xavier num "Ao Vivo" eletrizante...

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LUTO EM MOSSORÓ!

 Por Edvaldo Morais

O adeus a Chico de Ulisses! É com tristeza que comunicamos o falecimento nesta manhã, por causas naturais, de Francisco Paula de Ulisses, 88 anos, o Chico de Ulisses, também conhecido como Salinista.

Este foi cambista de jogo do bicho, boleiro e baterista. Há 10 dias ele estava viúvo de dona Raimunda. Residia na Rua Marechal Hermes, Bairro Bom Jardim.

Nossos sentimentos aos enlutados. (Colaboração: Marcos Batista).

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ROTA DO CANGAÇO - NAZARÉ_PARTE 1

 Por Aderbal Nogueira


Conheçam o que está acontecendo em Nazaré hoje. Nesse vídeos algumas dessas novidades.

https://www.youtube.com/watch?v=k1NbJs9hzzY&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Rota do Cangaço - Nazaré_parte 1 Nesse vídeo mostramos as novidades que estão surgindo em Nazaré como: Museu das Forças Volantes, Memorial da Família Flor e o Grupo Nazaré, Terra de Valentes. Link desse vídeo: https://youtu.be/k1NbJs9hzzY

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LENDA NO SERTÃO

 

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de maio de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.525

Enquanto a polícia faz a Operação Curupira, lembramos da Caipora sertaneja. É isso mesmo, Caipora e não Caapora, cantada e recantada por roceiros de todo o nosso país, principalmente pelos caçadores. A lenda da Caipora é sempre ligada à do Curupira, ambas com vasta literatura no Brasil. Os mais velhos sempre afirmaram que a caipora existe, sendo um ser encantado que tem como missão proteger os animais selvagens que habitam as matas. Sua aparência aos olhos humanos, depende da imaginação regional, mas a essência é sempre a mesma em todos os lugares: Caipora é um espírito protetor dos animais da floresta. No Sertão, suas ações são contadas em rodas de pessoas que ficam de queixo caído, quando narradas por caçadores que viveram a experiência inusitada.

  CAIPORAS E CÃES (Crédito: pt.wikipédia.org)

Ao entrar na mata sem permissão, o caçador vê seus cães latindo, correndo e gritando apavorados pelo mato: caim, caim, caim... Estão sendo surrados impiedosamente pela Caipora. O caçador trata logo de se retirar. Outras vezes o invasor não consegue localizar uma caça sequer, parecendo que todos os animais estão rigorosamente escondidos. Acontece também de o caçador presenciar coisas estranhas e não conseguir matar nenhum animal além de uma cota mínima. Nunca ouvimos relatos que alguém tenha visto de frente a Caipora para descrever a sua aparência, todavia, sua presença é muita sentida na pele.

Mas, como qualquer mortal, os encantados também gostam de um agrado, segundo fala a tradição sertaneja. O caçador experiente adentra à mata levando fumo de rolo no bornal. Chega a uma árvore boa de entrega, daquelas que se bifurcam no tronco, faz a sua oferenda a Caipora e pede licença para caçar. Às vezes também leva sal. Mas, mesmo assim ainda existe a dúvida se a Caipora aceita ou não a oferenda e se consente sua caçada. O caçador sabe se ela aceitou ou não.

Histórias de Caiporas sempre estiveram presentes no vale do Rio Ipanema e nas caatingas de relevo plano da nossa terra.

Como não sentir orgulho em ser nordestino!

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/05/lendano-sertao-clerisvaldob.html

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SEU JOSÉ CORDEIRO COMBATENTE DE UMA DAS TRINCHEIRAS DE MOSSORÓ CONTRA O BANDO DE LAMPIÃO.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=_5vKXDDahpI&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

José Cordeiro foi um dos combatentes das trincheiras de Mossoró, durante a tentativa de invasão do bando de Lampião.

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