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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

DA RELIGIÃO AO ÁLCOOL: 10 PECULIARIDADES SOBRE LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO

 Por André Nogueira

Capitão Lampião, o pernambucano Virgulino Ferreira da Silva - Wikimedia Commons

Virgulino Ferreira da Silva é um dos maiores símbolos do nordeste brasileiro. Líder do movimento cangaceiro, essa figura é essencialmente polêmica desde sua época, sendo um bandido inescrupuloso para uns e um justiceiro heroico para outros. Nascido em 1898 na cidade pernambucana de Serra Talhada, Lampião morreu numa emboscada policial contra os bandos em 1938, na Gruta dos Angicos (Sergipe).

Conheça 10 curiosidades sobre o Governador do Sertão.

1. O Governador

Com certa arrogância e egocentrismo, Lampião costumava dizer que seu sonho era ser governador de um novo Estado sertanejo alternativo formado pelas regiões que tinha mais influência, com porções dos Estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

2. Fé e alma

Lampião era um homem profundamente religioso e supersticioso, sendo praticante do catolicismo clássico sertanejo, relacionado às forças da natureza. Respeitava inevitavelmente os padres, principalmente Padim Ciço, que considerava seu padroeiro. Todo meio-dia, parava para rezar e praticava jejum de sexta-feira. No centro de sua fé, estava a proposição de que seu corpo estava fechado contra o mal.

Benjamin Abraão faz acordo de acompanhar e recordar em fotos o bando de Lampião / Crédito: Wikimedia Commons

3. Parteiro

Com o aumento da frequência de mulheres nos bandos do cangaço, o número de partos também cresceu. Como não havia médicos prontificados, o próprio Lampião aprendeu e realizava os procedimentos, usando as técnicas que conhecia da época em que cuidava de gado bovino. Porém, tudo isso ocorria em condições bastante insalubres e com tratamento pouco delicado.

4. Princesa do Cangaço

Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha em 1932, de nome Expedita. Como de costume no cangaço, foi necessário decidir o destino da criança, e como não se queria que a menina crescesse na bandidagem, ela foi entregue a um aliado do Rei do Cangaço para que ela tivesse como tutor o tio, João Ferreira. Isso tudo ocorreu no sigilo e o caso foi tratado como uma espécie de Segredo de Estado.

5. Fisionomia

Em uma reportagem do jornal O Ceará em 1926, um repórter descreve o Rei do Cangaço em sua passagem por Juazeiro do Norte. Segundo o relato, Lampião era magro de pele escura, com cabelos fartos e pretos, chapéu de feltro e sem enfeites e alpargatas de couro, do tipo vaqueiro. Usava um lenço verde no pescoço, com um anel segurando. Além desse, mais seis anéis pelas mãos, com pedras preciosas, além de um rifle, uma pistola e um punhal.

6. Álcool

Era muito comum no cangaço noites de bebedeira e diversão. Porém, Lampião não era muito afeito ao consumo de álcool, apesar de gostar particularmente do conhaque. Mesmo assim, não bebia muito.

7. Gosto pelas letras

Lampião interrompido ao ler o jornal O Globo / Crédito: Benjamin Abraão Botto

Apesar de não ter a melhor leitura do mundo Lampião gostava de parar para realizar leituras, principalmente jornais que pegava rumando entre cidades. Seu maior gosto era ler reportagens feitas sobre ele mesmo nos periódicos, além de revistas que vinham de São Paulo e Rio de Janeiro. Costumava levar horas lendo ou ouvindo o que alguém lia para ele.

8. Cangaceiro perfumado

Numa situação em que os banhos eram uma raridade Lampião usava perfumes de boa qualidade e em grandes quantidades. Gostava de roubar perfumes caros e importados nas capitais, que juntava com o cheiro de suor e da brilhantina usada no cabelo, criando uma mistura de cheiros única e que virou uma marca do cangaço. Há relatos de banhos de perfume generalizados, que chegavam até nos animais de tração para melhorar o cheiro do bando.

9. Poderes sobrenaturais

Para muitos volantes e policiais Lampião genuinamente possuía superpoderes, pois era inconcebível a forma como ele conseguia fugir e deixar nenhum rastro de sua presença. Porém, o segredo do Rei do Cangaço era a estratégia, pois ele comandava o bando em ações geniais em que apagava todas as evidências de sua presença, como apagamento de pegadas e até andar de trás para frente para confundir os perseguidores.

Bando de Lampião de divertindo / Crédito: Benjamin Abraão Botto

10. Munição desviada

Um motivo de discussões até hoje é a fonte de munição (que era usada sem muita economia) do bando de Lampião. Para nunca perder a origem das balas, o cangaceiro nunca permitiu que ela fosse descoberta. Porém, é possível afirmar que essa origem tem base nas ligações que Lampião tinha com os poderosos do sertão e do agreste. Associado com fazendeiros, políticos, coronéis e comerciantes, torna-se intuitivo pensar que esses contatos lhe forneciam munição.

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CORISCO UM CABRA DE CONFIANÇA DE LAMPIÃO

 Por NAS PEGADAS DA HISTÓRIA

https://www.youtube.com/watch?v=RzLdmX3DSbc&ab_channel=CanalFutura

NAS PEGADAS DA HISTÓRIA

Corisco foi o chefe do ultimo bando de cangaceiros a ser extinto. Com a morte de Corisco, o Nordeste brasileiro virou a triste página de mortes e sofrimento que o cangaço trouxe ao povo pobre e sofrido do Nordeste. 

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Fonte: Livro cangaceiros de Lampião "de A a Z"

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HISTÓRIA DO CANGAÇO: ENTREVISTA COM A FILHA E COM A NETA DE LAMPIÃO

 

https://www.youtube.com/watch?v=U46_H5AK_Y8&ab_channel=ViajanteIndependente

Viajante Independente

Reportagem: exposição Cangaceiros. Foram entrevistados: Expedita Ferreira (filha de Lampião), Vera Ferreira (neta de Lampião) e Ricardo Albuquerque (organizador da exposição). Matéria do repórter Fábio Monteiro, exibida em 10/02/08, no programa Viva Fortaleza, da TV O Povo -- emissora afiliada à TV Cultura em Fortaleza, Ceará.

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A VEZ DO RIACHO ESQUECIDO

 Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.427

Quando o escritor disse que nenhum geógrafo do Brasil lembraria daquele riacho solitário em que nascera, errou na sua profecia e acertou nas entrelinhas do seu desejo. Esse geógrafo já cantou e decantou o riacho João Gomes, afluente do rio Ipanema, inclusive decifrando sua denominação: riacho das beldroegas. Uma vez descoberto e decantado, chegou o momento de visitas e transformações importantes na sua barra (foz, desembocadura, desaguadouro). Máquinas já estão trabalhando no seu leito e imediações, onde o riacho esquecido do escritor santanense Oscar Silva imperou solitário por centenas de anos seguidos. É que o sítio rural Barra do João Gomes fora origem dos seus familiares, isto é, da família Pio.

Teve início a obra prometida pelo saudoso prefeito Isnaldo Bulhões: a barragem do João Gomes, que será a maior obra hídrica do município. Pena ter havido desgaste nos meios políticos e institucionais devido a entendimentos prévios em que houve descontentamentos de moradores do lugar, referentes à valores indenizatórios. Mas isso é coisa em que partes interessadas e justiça chegarão a bom termo, não temos dúvidas. O riacho temporário irriga

grande número de sítios na zona rural como o Tingui, Lagoa do João Gomes, Batatal e o próprio Barra do João Gomes. Corta a AL-130 e escorre dentro da Reserva Sementeira, do governo estadual, a 3 km do centro da cidade. Veia d’água importantíssima para os agropecuaristas, rebanhos e fauna da caatinga santanense.

Com a construção da maior barragem do município, haverá psicultura, água para o rebanho da região, lavoura irrigada e fonte para caminhões-pipa durante as estiagens. Segundo divulgação, a obra criará 300 empregos diretos e indiretos, mão-de-obra local e compras no comércio da cidade, fazendo o dinheiro circular nesse final de ano. Pela dimensão da obra, sua realidade poderá fazer parte do roteiro turístico que estar sendo implementado e até ser criado muitas novidades no seu entorno.

 Infelizmente, aqui no sertão nordestino, estaremos sempre a precisar de fontes e mais fontes de armazenamento d’água. Porém, cada fonte poderá ser transformada em variados atrativos.

 “Dê-me um limão e eu o transformarei em limonada”

CÂNION NO RIACHO JOÃO GOMES SOB PONTE NA AL-130 (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).



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CÂNIONS

 Do Acervo do Beto Rueda

No Brasil, existem cânions em diversos locais do território, formando feições de beleza singular. Uma área rica nesse sentido, diz respeito ao leito do Rio São Francisco situado na divisa dos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe. Nessa região existem três grandes cânions, que expressam situações geológicas diferenciadas. Trata-se dos chamados “Cânion do Rio São Francisco”, “Cânion do Xingó” e “Cânion do Talhado”. Para entender os mistérios e segredos dessas feições, faz-se necessário falar como se forma os cânions. Os cânions são formas de relevo que apresentam vales profundos, representando paisagens impactantes. 

Eles resultam da ação da água sobre as rochas da superfície da Terra ao longo do tempo geológico, a qual vai lentamente desgastando o material rochoso e cavando os vales. Ao mesmo tempo em que a água, na forma de rios, vai erodindo as rochas, frequentemente ocorre, simultaneamente, um soerguimento da crosta terrestre, que está sempre em movimento. O soerguimento resulta em maior incisão fluvial, de forma a aprofundar o vale. Esse trabalho de erosão fluvial (ação externa) e atividade tectônica (soerguimento das rochas, ação interna) leva em geral alguns milhares de anos, por vezes milhões de anos, e resulta na formação de dois paredões verticais delimitando o leito dos rios, eis a origem dos cânions. 

A atividade turística na área é intensa, e vem de longa data, quando os principais atrativos eram a Cachoeira de Paulo Afonso e a cidade de Piranhas, em Alagoas, que registra parte da história do cangaço. A barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó, inaugurada em 1994, viabilizou a navegabilidade, fato que impulsionou o turismo de forma exponencial, sendo os principais atrativos os passeios de barco e os agradáveis banhos nas águas verdejantes do lago artificial. As cidades da área dos cânions contam hoje com uma boa infraestrutura hoteleira, sendo ainda um atrativo à parte a visita à vinícola Miolo, que instalou uma filial na região.

Fonte: econordeste

Instagram: @geografia.online

#turismo #natureza #geografia #geo #meioambiente #geologia #nordeste #hidrografia #geografiafisica

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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LAMPIÃO TINHA SETE FÔLEGOS?

 Por José Mendes Pereira

https://www.youtube.com/watch?v=2ky2K49m6Os&ab_channel=FolhaPE

Não se sabe quantas invencionices ainda serão criadas daqui para frente sobre a morte do famoso, perverso, sanguinário e rei do cangaço capitão Lampião. São histórias totalmente fundidas na mente de quem não tem nenhum compromisso com a verdade, quase sem pé e sem cabeça, assim como diz o dito popular, que Lampião escapou do ataque feito pelas volantes policiais aos cangaceiros na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Fazenda Forquilha, em terras de Porto da Folha, hoje denominada Poço Redondo, no Estado de Sergipe. 

Corpo de Lampião na Grota do Angico no dia 28 de julho de 1938

Os criadores de histórias sobre o rei do cangaço capitão Lampião dizem que, ao sair da Grota do Angico  o facínora tomou rumo para o Estado de Minas Gerais, e por lá, morreu de morte natural no ano tal, tal e tal. Todas estas histórias já inventadas são verdadeiras "aberrações", assim como diz o cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira.

Se você quiser adquirir este livro entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Já falaram tanto da sua morte e que muitos destes não pesquisaram absolutamente nada, inventaram o que bem quiseram, que Lampião morreu ali, acolá, menos na Grota do Angico. Mas nós que estudamos o movimento social dos cangaceiros acreditamos plenamente, que ele foi abatido lá na Grota naquela madrugada triste do dia 28 de julho de 1938.  

Ninguém mais conta a verdade do que os pesquisadores, escritores e cineastas que fazem os seus trabalhos com seriedades, que enfrentaram e ainda continuam enfrentando os cerrados e a caatinga para fazerem as suas pesquisas, apanhando os dados na fonte, isto é, no meio de quem presenciou todo desenrolar dos perversos e sanguinários bandidos nos sertões nordestinos. 

As datas da morte de Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião apontadas pelos depoentes, nenhuma bate com as outras que foram citadas por outros criadores de histórias fantasiadas, mas isto faz parte  de  qualquer estudo, simplesmente por quererem aparecer no mundo cultural. 

Neli Conceição filha dos cangaceiros Moreno e Durvinha e José Geraldo Aguiar.

O saudoso escritor e fotógrafo José Geraldo Aguiar que nasceu na Vila do Morro (município de São Francisco), em 16 de outubro de 1949, e escreveu um livro sobre o suposto Lampião que residia em Buritis, no Estado de Minas Gerais, revela que ele morreu no ano de 1993. 

Vamos ler estes pequenos parágrafos que escreveu o autor: 

(...)

"Há quatro anos e meio, Aguiar recolhe dados sobre um fazendeiro, dono de 300 hectares, que se instalou no início dos anos 50 na margem esquerda do rio São Francisco, na cidade que leva o mesmo nome do rio, em Minas Gerais. Alguns fatos estranhos cercaram a vida do fazendeiro. Aguiar identificou pelo menos dez nomes diferentes usados por ele. Tanto que o conheceu como João Lima, os amigos tratavam-no por Luís, na lápide do cemitério está escrito Antônio Teixeira Lima e na certidão de óbito consta o nome Antônio Maria da Conceição.

O fazendeiro morou em pelo menos 15 cidades diferentes com Maria Lima (supostamente Maria Bonita), em quatro Estados (Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Goiás) - além de São Francisco, ele morou em Montes Claros, Irecê e Buritis, entre outros municípios. A tendência foi sempre morar às margens do rio São Francisco. 

Com Maria Lima teve dez filhos, o mais velho hoje com 63 anos. Em uma viagem à Bahia, conheceu Severina Alves Moraes a Firmina, com quem teve uma filha, hoje com 22 anos. Depois da morte de Maria Lima, o fazendeiro passou a morar com Firmina.

Segundo Aguiar, o fazendeiro temia represálias pelos crimes atribuídos a Lampião e, por isso, além de se esconder durante todo esse tempo, só autorizou que sua história fosse contada após sua morte".

(...)

Uma pergunta que jamais será respondida vez que o escritor já faleceu: Por que o fotógrafo José Geraldo Aguiar pediu às autoridades mineiras o direito de exumação dos restos mortais do suposto Lampião de Buritis, quando seria bem mais fácil colher o material necessário para o "DNA" com a filha de Severina Alves Moraes a Firmina, que é ou era também filha do Lampião de Buritis? Confira clicando no link abaixo:

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/11/13/brasil/22.html#:~:text=Segundo%20Aguiar%2C%20o%20suposto%20Lampi%C3%A3o,%2C%20em%20Buritis%20(MG).:


Para fazer o "DNA" dos restos mortais deste senhor que foi enterrado em Buritis no Estado de Minas Gerais não seria tão difícil, porque a filha do suposto Lampião com Severina Alves de Morais a Firmina que por lá reside, tem o material necessário, sem necessidade de abrir túmulo para fazer a exumação da ossada dele. 

Mas até hoje a gente não sabe o que é que impede que as autoridades não têm interesses para colocarem um ponto final nesta dúvida, que o cangaceiro capitão Lampião teria morrido em Buritis, e não no Sertão nordestino, no Estado de Sergipe. 

Colorida por Rubens Antonio. - 
Foto feita pelo Benjamin Abraão.

Este outro senhor abaixo, ex-volante que aparece no vídeo acima, no início do texto, de nome Andrelino Pereira Filho, que serviu entre o ano de 1922 e 1938, na Corporação policial do Estado de Pernambuco, e é o único policial ainda vivo (não sei se já faleceu porque a entrevista foi em 2018), do período da chacina aos cangaceiros na Grota do Angico, afirma que o capitão Lampião morreu no ano de 1963, numa  propriedade denominada "Fazenda São Francisco", lá no Estado de Minas Gerais.

Andrelino Pereira Filho, único policial ainda vivo com 104 anos em 2019.

No vídeo, o sargento aposentado Andrelino diz que foi um amigo seu que falou da morte do capitão Lampião, e que  naquele momento que lhe falara, ele estava vindo do seu enterro.

As suas informações não têm segurança, porque elas não detalham o lugar do sítio da fazenda onde supostamente o capitão Lampião teria falecido, e nem tão pouco a cidade deste sítio. Toda fazenda pertence a um sítio, e todo sítio está localizado nas terras de uma cidade, e qualquer cidade tem o seu Estado. O Estado foi dito que era em Minas Gerais. E por que o sítio e a cidade não foram revelados pelo policial aposentado?

O seu Andrelino fala também que Lampião passava em sua casa para tomar café, e chamava a sua mamãe de comadre. Mas depois ele percebe que foi muito além da verdade, e tenta se livrar do que disse ao cineasta sobre o capitão, e fala que eram os cangaceiros que passavam por lá, não Lampião, porque ele só andava sozinho. 

Pelo o que eu sei e aprendi no estudo sobre os cangaceiros o capitão Lampião não andava sozinho, sempre estava rodeado de facínoras, como vive uma abelha-rainha de uma colméia, que ali está segura pelas suas comandadas. Assim era o rei do cangaço, que em todos os lugares que estava, ou mesmo nos locais que fazia o seu amado coito, no intuito de descansar da fadiga e fazer seus planejamentos de invasões aos sítios, propriedades e até mesmo em pequenas cidades, o capitão permanecia rodeado de desordeiros.

Por respeito ao senhor volante policial, pela sua idade além dos 100 anos vividos, e principalmente pela respeitada e gloriosa corporação da polícia militar do Estado de Pernambuco, que ele pertenceu, e não quero aqui tirar os méritos do seu Andrelino, mas tenho a dizer que, me parece ser invencionice as informações que ele cedeu ao cineasta que fez as suas gravações.  

O disse me disse é uma expressão que se relaciona a boatos não verdadeiros. Assim fez o policial seu Andrelino, que acreditou cegamente no seu amigo, que disse que vinha do enterro do capitão Lampião. O policial ouviu um chocalho tocando, mas não procurou saber bem o local que estava o animal chocalhado.

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984 chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, disse que Lampião morreu no ano de 1981, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para os que pesquisam a vida criminosa do capitão, nada verdadeira, tudo mentira. 

O cineasta José Geraldo Aguiar escreveu em seu livro Lampião, O Invencível..., que a data do falecimento de Lampião foi em 1993 em Minas Gerais. O seu Andrelino confirma a morte do capitão em 1963, também em Minas. Já o suposto Ezequiel Ferreira diz que o seu irmão (caso seja) Lampião faleceu no ano de 1981. Mas os cangaceirólogos afirmam com convicção que Lampião morreu na Grota do Angico no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938, que realmente é a pura verdade.

Cabeça do capitão Lampião. Você acha que não é?

E de quem seria esta cabeça que foi arrancada do corpo de um indivíduo  e levada para Alagoas, no dia da chacina feita contra aos cangaceiros que se encontravam na Grota do Angico? Já que insistem em dizer que ele não foi morto lá na Grota, teria sido assassinado um outro indivíduo, digamos assim, um infeliz sósia do capitão Lampião, levaram-no e lá amarraram-no para aguardar o momento certo do ataque aos facínoras? 

Lampião e Maria Bonita. - Foto feita pelo Benjamin Abraão.

Mas é assim mesmo. Cada um cavaleiro com o seu cavalo no hipódromo em posição de corrida. E quem lá não estiver presente, não será famoso em lugar nenhum. Assim foi o policial aposentado seu Andrelino Pereira Filho que levou o seu cavalo e o posicionou para participar das corridas dos cangaceiros. Mas o mais importante é se apresentar aos jornalistas e pesquisadores como um volante que era mesmo de verdade da época de Lampião. Acredite quem quiser o que ele falou a este cineasta. Eu não sou nenhuma autoridade no assunto, mas foram mais palavras fantasiadas que saíram da boca do seu Andrelino, do que vocábulos verdadeiros.

Bando de Lampião - Foto feita pelo Benjamin Abraão.

Ser famoso pelo menos por um momento não é qualquer um que poderá ser, porque, precisa imaginar o que será o bicho do dia seguinte, para jogar na roleta da fama. A fama faz o indivíduo feliz e conhecido no país que mora ou mesmo em outros países, mas para ser famoso tem que ser bom com as suas invencionices.

Mesmo eu discordando de algumas informações do volante seu Andrelino Pereira Filho, eu desejo a ele mais e mais anos de vida! Felicidade para o senhor, seu Andrelino! 

Informação ao leitor: 

O que eu escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e nem tão pouco prejudicará o que os cineastas gravaram, e o que os pesquisadores e escritores escreveram. Apenas eu apresentei as falhas dos depoentes e não dos que fizeram as entrevista e as gravações.

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