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sábado, 4 de agosto de 2012

Primeira chamada - João Mossoró fará lançamento de CD no dia 22 de Setembro de 2012

Cantor João Mossoró

NO PRÓXIMO DIA 22 DE SETEMBRO
O CANTOR JOÃO MOSSORÓ 
FARÁ O LANÇAMENTO  DO SEU CD, 
CONEXAO NORDESTE E CASA DE SHOW ESTUDANTINA
NA PRAÇA TIRADENTES, NO RIO DE JANEIRO. 


DIVERSOS ARTISTAS PARTICIPARÃO DO LANÇAMENTO.

AGUARDE! 


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TRISTE FIM DE ROSA FLOR (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

TRISTE FIM DE ROSA FLOR

Diferença enorme de Vanvan, Fofinha e Muitos o chamavam Vanvan, outros de Fofinha, e até aceitava, mas não se alegrava e sorria como quando a ele se dirigiam como Rosa Flor. Rosa Flor, para Vanalício.

Era esse o nome dele: Vanalício Piedoso da Guia, reconhecido em cartório e guardado em documento, moço bonito e de triste destino. Mas depois que os próprios pais começaram a chamá-lo de Licinho e os outros se acharam no direito de apelidá-lo de Vanvan, então o nome real foi esquecido. Mas por outro motivo.

Começou a desmunhecar ainda meninote e nunca procurou esconder sua opção sexual de ninguém. Quando os pais se deram conta dos comentários, e estando já rapazote, então deram uma surra de couro cru que o sangue esparramou pela roupa. Depois foi jogado no meio da rua com mala e cuia.

“Sua mãe num aguentou as dor que sentiu nem criei fio pensano que fosse macho, pa adespoi o povo tá falano em viadage. Se quiser amulezá que vá ser noutro lugar. Vai-te pa ter o mundo que merecer!”. Foram as últimas palavras ouvidas de seu pai ao ser despejado no mundo.


Sentado numa praça todo choroso, nem viu quando Madame Sofie, a cafetina mais afamada da região, aproximou-se para tomar pé da situação. O rapazinho era muito amigo tanto dela como das raparigas que faziam vida no seu bordel. Não só era confidente da maioria, com já havia feito três shows travestido de “Lua Quase Nua”. Foi o maior sucesso.

Ao ouvir o relato do despejamento debaixo de vara, e tudo entre soluços e chiliques casuais, a velha cafetina puxou-lhe pelo braço e disse que abandonado e no meio da rua ele não ficaria de jeito nenhum. Iria morar no seu bordel tanto para servir de companhia às mocinhas como para se preparar para novos shows. Até já tinha um em mente: “O Voo do Bambi”.

Foi maravilhosamente recebido pela raparigagem. Era Rosa Flor pra cá, Rosa Flor pra lá, e ele todo feliz da vida, desmunhecando como nunca e afirmando a todas que se sentia como uma rosa carente que de repente recebe de presente toda a primavera. E assim se passaram dois, três meses, até que o rapazinho começou a fazer o que Madame Sofie tinha pedido por tudo na vida que evitasse ali: se apaixonar por qualquer dos frequentadores do cabaré.

Coração frágil, carente, molinho molinho, se derretia todo quando o jovem vaqueiro chegava. Toda vez que colocava o olho pintado e cheio de cílios postiços no rapaz estremecia todo, ruborizava, perdia o fôlego, só faltava desmaiar. Então decidiu escrever versos, poemas de amor, indo ele mesmo até a mesa entregar, logicamente dizendo que haviam sido enviados por uma fã secreta.

Nesses instantes só faltava subir no colo, dizer logo a verdade, confessar o amor, afirmar que tudo faria na vida para tê-lo ao menos por um instante. Por nunca ter coragem de fazer nada disso, se martirizava, chorava, se embebedava, dizia que ia cortar os pulsos com lâmina, tomar veneno de matar rato. Até que um dia tudo começou a piorar de vez.

Num dia que foi entregar um poema e ouviu da boca do jovial vaqueiro que tinha as mãos lisas como uma mulher e era mais perfumado que qualquer daquelas raparigas, sem falar do lábio aveludado de moça virgem, eis que acabou desmaiando por cima do colo amado. Já percebendo tudo, a velha cafetina dizia que aquilo não ia dar certo e que logo teria que tomar as necessárias providências.

Numa noite, data marcada para o tão esperado show “O Voo do Bambi” com o cabaré completamente lotado, ao ser apresentado como um travesti francês especialmente contratado para o evento, assim que subiu ao palco Rosa Flor nem pensou duas vezes. A primeira coisa que fez foi tirar a máscara e se revelar. E fez mais. Disse que o que assistiriam seria um espetáculo muito diferente, jamais visto por alguém, pois show do amor, da paixão, do desejo incontido. Mas um amor, uma paixão e um desejo impossível de ser realizado, pois o seu grande amor jamais corresponderia seus sentimentos.

E apontou para o jovial vaqueiro. Em seguida tirou dos trajes um punhal e fez um profundo corte no pulso. Era o sangue jorrando, Rosa Flor fraquejando, amarelando, prestes a desmaiar, e todo mundo voltado para onde estava o vaqueiro. “Seus urubus, estão vendo o rapazinho morrendo e ficam olhando pra mim. Só por que desmunheca não pode ficar apaixonar não?”.


E forçou a passagem para seguir até o palco e levantar Rosa Flor nos seus braços. Ainda estava respirando, com olhar anuviado, mas ao olhar bem no rosto do seu amado, deu um leve sorriso e um último suspiro. E...

E o cabaré continuou alegre e pulsante, com corpos se entregando como se nada tivesse acontecido. E talvez realmente nada tivesse acontecido. Certas pessoas são realmente tidas como um nada, ainda que verdadeiramente amem muito mais. E sempre paguem o preço da incompreensão.

(*)Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com


Enquanto não vem cangaço - Críticas dirigidas a Deus é colocar a amada vida em jogo

Por: José Mendes Pereira
José Mendes Pereira

Quem não conhece Deus, o grande criador de tudo quanto há no gigantesco universo, como por exemplo, algumas aldeias de índios, que ainda não tiveram contatos com o homem branco, e se  elas forem informadas da existência de um ser supremo, e se elas disserem algo contra Ele, estarão protegidas pela própria lei de Deus. “Eles não sabem o que dizem”. Mas, nós que o conhecemos através da Bíblia, se dissermos algo contra Ele, estaremos colocando a nossa amada vida em jogo.

No final dos anos oitenta, o Rio Grande do Norte foi dirigido por um governador que não teve o mínimo respeito por professor, e foi neste governo que os mestres sofreram tanto, tanto, que para conseguirem atravessar a crise  (chamada de “no tempo do ovo”), crise esta que não só eu como tantos outros sofreram; eu fui obrigado procurar outros meios para completar o meu salário (santos olhos); ou eu enfrentaria outra atividade, ou iria sofrer difíceis crises, juntamente com os meus filhos. Tentei várias atividades, só estacionando no ramo de Serralheria (metalúrgica), confeccionando portões e grades metálicas. Nesta nova atividade quase perdi a visão do olho esquerdo, perfurada por uma fagulha metálica, obrigando-me a procurar com urgência um oftalmologista.

Já havia se passado doze dias que a maldita fagulha estava espetada na membrana do meu olho esquerdo, mas como as condições ainda eram precárias, eu esperava por um milagre, isto é, que ela saísse gradativamente. Não saindo por espontânea vontade, caminhei até ao oftalmologista, cujo doutor, o chamarei de Fulano de Tal.

Logo que o consultei, dirigiu-me palavras desagradáveis, que eu já havia perdido o olho, e a culpa era minha, por não ter ido logo ao seu consultório para fazer a retirada da fagulha. Mas mesmo com essa informação desagradável, fui preparado para uma simples cirurgia.

O Doutor Fulano de Tal deu início e minutos depois, cuidadosamente retirou a fagulha. E logo veio a palavra que eu mais esperava:

- Pronto. Retirei a fagulha. Mas se demora mais, você seria um caolho.

Eu, besta, talvez ingênuo, sorridentemente disse-lhe:

- Graças a Deus, Doutor! – e aliviado do incômodo, repeti. – Graças a Deus!

O oftalmologista sentindo-se inferiorizado, foi curto e grosso comigo, perguntando-me:

- Por que cara, você me diz graças a Deus?!  Graças a Deus por quê? Graças a Deus uma pinoia! Você deve me dizer assim: Graças ao Doutor  Fulano de tal e não graças a Deus! Olhe, você me falou que  fazia doze dias que estava com este corpo estranho espetado em seu olho, e cadê que Deus desceu do céu para retirá-lo? Que Deus que nada! Você iria cegar e Ele aqui não vinha de jeito nenhum. Quem tirou fui eu e não Deus. Repita comigo, graças ao Doutor Fulano de Tal. – Dizia ele ignorantemente.
Calei-me.

Não tenho certeza quantos dias se passaram, talvez dez ou doze dias, as Emissoras de Rádio de Mossoró anunciavam o seu falecimento. A causa. Parada cardíaca. Não sei se foi castigo ou uma simples coincidência.  

Minhas simples histórias


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Carta de repúdio - Um olhar mais apurado

Por: Paulo Britto
Tenente João Bezerra - In onordeste.com

O que dizer? Será a irreverência dos tempos atuais? Será a liberalidade desmedida e irresponsável, respaldada na impunidade? E o que pensar?

Em terra de cego quem tem um olho é rei? Não, em terra de cegos fura-se o próprio olho para comungar com eles.

Os cães ladram e a caravana passa? Não, os cães ladram, atacam e mordem, e a caravana passa molestada e desmerecida. Vemo-nos agora submetidos à anticultura que confunde e desnorteia os menos informados que anseiam conhecer a verdade histórica e não têm o conhecimento necessário para excretar esses dejetos pseudo-literários.

Abre-se espaço para as improbabilidades grotescas e desmedidas. Fomenta-se a irreverência, a ficção, a criatividade irresponsável, calcada em elucubrações, e devaneios de uma verdade insípida e renitente.

Deparamo-nos com escritos como: “Lampião, o invencível. Duas Vidas, duas mortes – O outro lado da Moeda” cheio de fundamentações infundadas, chegando ao absurdo de asseverar que o Lampião, morto na Grota do Angico, era um sósia: “arranjar o dublê de Lampião – um ladrão de cavalo preso em Alagoas adequado ao papel pela cegueira do olho direito”. Enquanto Maria Bonita, sua companheira, era “representada por um jovem (um homem, portanto), cujas feições lembravam as de quem ia tomar o lugar”. A despeito de todas as identificações feitas, não se conseguira descobrir que Maria Bonita era um homem.

Um outro escrito ainda recente mexeu com o mito Lampião, causando grande rebuliço no ceio dos cangaceirólogos, coloca Virgulino Ferreira da Silva como homossexual, conivente com um romance entre a sua companheira e o seu mais fiel cangaceiro (Luiz Pedro do Retiro) de inúmeros combates. A verdade é que por mais que se antagonize o Rei do Cangaço, se chegar a alegações dessa natureza, choca os reais escritores e revolta os familiares.

João Bezerra, à direita, retorna à Angico e posa aos pés do primeiro Cruzeiro.

Agora, recentemente, nos vemos diante de mais um escrito, “A OUTRA FACE DO CANGAÇO - VIDA E MORTE DE UM PRAÇA”, que ao invés de procurar ressaltar a vida militar e morte do praça, ocorrida durante o combate de Angico, muda o foco, e de forma primária se expõe ao lançar calúnias e controverter os fatos, seguindo a linha dos antecessores citados. Embora trafegando, com as suas pesquisas recentes, nos mesmos caminhos que tantos já percorreram – distando mais de 70 (setenta) anos do ocorrido – esse autor descobriu fatos que pesquisadores que buscaram informações no momento próximo ao ocorrido e ao longo desses anos todos não descobriram.

O pesquisador, data vênia os demais pesquisadores, em entrevistas inéditas com participantes do combate, que nas suas existências longevas, não se cansaram em atender o intrépido autor que, em tempestuosos pensamentos contraditórios e formulando perguntas capciosas de sua conveniência para que o entrevistado, em resposta, num gesto de olho ou canto de boca confirme fatos que os demais deixaram escapar.

No escrito, (I) o comandante da volante (João Bezerra) mata o seu desafeto (o Soldado Adrião) de outra volante, que com ele disputava o amor de uma prostituta; (II) se vê obrigado a matar seu companheiro (Lampião) de noitadas de carteado; e (III) que 02 dias anteriores ao combate de Angico, com este estava carteando na fazenda do seu sogro (Francisco Corrêa). Por aí segue na mácula, no total desvario e com o pleno desconhecimento das personalidades de Francisco Corrêa de Britto e do próprio João Bezerra.

A censura é incabível, antipática e reprovável, mas a liberalidade desmedida e caluniadora desvirtua os valores morais. O que teremos para oferecer aos nossos descendentes e almejar para o futuro? Em sua folha de serviços prestados à corporação, segue abaixo um resumo da vida do Coronel João Bezerra da Silva, comandante das volantes por hierarquia e por se fazer líder irretocável dos que ali estavam tomando parte no combate de 28 de julho de 1938, em Angico/SE:

No combate de Angico, como Primeiro Tenente, já havia; participado de 03 (três) expedições de guerra fora do Estado de Alagoas, nas revoluções de 1925, 1930 e 1932; nomeado 09 (nove) vezes delegado; recebido 09 (nove) elogios e louvores em boletins da corporação; exercido o cargo de Prefeito Interventor na Cidade de Piranhas/AL; cumprido várias missões especiais; e travado vários combates com cangaceiros, inclusive Lampião.

Ao longo dos seus 35 (trinta e cinco) anos de carreira militar, consta nos seus apontamentos:

12 (doze) nomeações como delegado; 02 (duas) vezes como subdelegado;  02 (duas) vezes subcomandante da corporação;  12 (doze) vezes comandante de unidades da corporação; 17 (dezessete) vezes citados em elogios e louvores em boletins;  03 (três) expedições de guerra da história do Brasil; e 11 (onze) combates com grupos de cangaceiros liderados por Luiz Pedro do Retiro, Corisco, Gato, Zé Baiano, Português, Manoel Moreno, Moita Brava e o próprio Lampião.
Homem que dentro dos padrões éticos de liberdade, igualdade e fraternidade, alcançou o grau 18 do filosofismo, dentro daquela que é conhecida como a consciência oculta da humanidade, a maçonaria. Para esse homem não pedimos acalentos e salamaleques, mas se não temos afinidade com o que é justo e correto, e não tivermos provas irrefutáveis, pela total falta de veracidade das informações, não conturbemos o trabalho daqueles que empenharam anos de estudos num esforço sobre-humano para preservar a história como ela realmente se desenvolveu.

E agora? Diante da perplexidade... Qual é a regra dos tempos atuais? A regra é não ter regra? Como sempre, me coloco à disposição e um forte abraço a todos os amigos desse conceituado blog.

Paulo Britto .'.
Filho do Tenente João Bezerra
Recife-PE

http://lampiaoaceso.blogspot.com