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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O CAVALÃO DE BRONZE

Por Clerisvaldo B. Chagas, 25 de janeiro de 2016 - Crônica Nº 1.502

A chuva cai a gosto do sertanejo no centro de Maceió. Surpreendido por ali, inútil correr para a Praça Deodoro, pois, abrigo no logradouro está difícil até para as aves do céu, como diria Jesus. A famigerada praça foi sempre ponto de encontro dos namorados; dos estudantes; dos que procuravam resolver negócios no comércio. Rodeada por prédios importantes como o Teatro e a Academia de Letras, a praça fornecia o fôlego necessário para quem precisasse, ao refrigério das suas árvores e bancos encurvados. Foi ali defronte que a sorveteria Gut-Gut criou fama e marca. O melhor sorvete de coco do Brasil, o delicioso picolé de milho verde e os segredos dos fabricos guardados a sete chaves. Foi na esquina, do outro lado da rua, que a torrefação Café Afa assanhava as narinas dos passantes.

PRAÇA DEODORO, EM MACEIÓ. Foto: (Clerisvaldo).

Não tendo mais sorvete e nem café, pelo menos continua com seus imponentes prédios históricos no entorno. Reformada prefeito a prefeito, não mais possui uma feição fiel e definida. Suas longas árvores foram motivos de podas e outros procedimentos que transformaram suas faces, alienaram suas galhas, espantaram suas folhas. O piso melhorou permitindo um caminhar suave. O espaço feio e “ocioso” de um dos lados ganhou calçadão e bancos passando claramente da água suja para o vinho. Maravilha! Obteve a praça esse complemento poderoso e aliado que tanto facilita a vida dos seus transeuntes.

Entre o espaço mais claro oferecido, permanece uma beleza por outro prisma. O ponto de referência da capital Maceió continua o mesmo, assim como era a antiga Secretaria de Educação, o Bar do Chopp ou mesmo a Igreja do Livramento, em cuja calçada foi assassinado nos anos 20, o coronel José Rodrigues, de Piranhas. No alto do pedestal, o cavalão  do primeiro presidente da República do Brasil, marechal Deodoro da Fonseca, ainda carrega o dono sem se cansar. Estamos familiarizados com a Praça Deodoro, porém, o turista vibra bastante ao fotografar o marechal e seu cavalão de bronze.

Alegria! Alegria!


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CORONEL ISMERINO BADARÓ CONTA TUDO (E DEPOIS CHORA. E DEPOIS MORRE)

Por Rangel Alves da Costa*

Coronel Ismerino Badaró, Senhor da Coivara Grande e arredores, era homem de poucas palavras. Só abria a boca para ordenar. E o mando saído de sua boca era coisa de ser cumprida e comprovada. Muita orelha e dedo - e até cabeça - já chegaram à sua presença como prova do serviço feito, e bem feito. Corria o risco de perder orelha, dedo e cabeça aquele jagunço que fielmente não cumprisse as ordens do patrão.

Mas seu silêncio era igualmente perigoso. Quem o avistasse cabisbaixo, ou mesmo mirando as distâncias das terras sem fim, andando de lado a outro, logo imaginava que coisa boa não estava sendo matutada. E que também não demoraria muito para que o chamado desvendasse o mistério, pois certamente uma ordem seria dada. E para ser desempenhada antes que o cuspe secasse. O pior é que nada de bom se esperava daquele que era o mais potentado entre todos que ostentavam a patente de mando na região.

Quando o Coronel Ismerino gritou por Carniça, o seu mais confiado jagunço, este logo riscou a seus pés igual a cavalo adestrado, manso. Mas era uma fera. E o matador, depois de colocar o chapéu sobre o peito e engolir o cigarro de palha que restava no canto da boca, logo perguntou em que podia servi-lo. Na sua mente, a pergunta certa era sobre quem deveria morrer daquela vez. Mas a resposta ouvida fez surgir um espanto descomunal. “Dessa vez não vai ter tocaia, emboscada, nem tiro nem sangue. Só quero que me acompanhe até a varanda para ouvir algumas coisas que tenho a dizer. Venha sem aperreio que dessa vez o inimigo é outro, e coisa que eu mesmo resolvo”.

Seguiram até a varanda, ou um grande alpendre descendo das paredes térreas do casarão, onde o sombreado era garantido a qualquer momento. Ali, geralmente ao entardecer, o coronel se amoitava assuntado sobre a vida e a morte. Sentado numa cadeira de balanço ou em pé batendo na madeira com uma bengala adornada de pedrarias, o poderoso senhor nordestino chamava ao seu destino aquilo que desejava como sina. Era quando abria os velhos baús para espalhar fantasmas e recordações.

Apontou uma cadeira ao jagunço e este não pensou duas vezes, mas antes mesmo de se ajeitar no assento foi logo perguntando se o patrão já estava decidido a mandar matar o Coronel Licurguino, seu desafeto maior por aquelas bandas. Esperou uma resposta que veio mais que demorada. E antes de responder mandou que o seu cabra de confiança lhe trouxesse uma garrafa de cachaça adormecida nos anos. O coronel se serviu de dose e meia e disse ao outro que não se acanhasse de beber o quanto quisesse. Depois acendeu um charuto, estendeu a ferrugem dos olhos a qualquer lugar no meio do tempo, então começou a falar:


“Hoje não vou lhe chamar de Carniça. Seu nome é Aniceto e é assim que foi vou lhe tratar. Pois bem Aniceto, eis aqui um velho homem incompreendido. Um homem patenteado de coronel pelas forças políticas, dono de terra de não acabar mais, influente em tudo que pela região ponteia, fazedor de deputado e governante, amigo dos de lá de riba, mas um pobre coitado. Sim Aniceto, um pobre coitado. Quando herdei isso aqui do meu velho pai e fui alargando minhas terras por todo lugar, eu pensei apenas em ser um homem de posses. Mas a danada da riqueza acaba chamando tudo o que não presta para o seu lado. Logo me viram como o homem mais poderoso da região e tantos e mais tantos logo quiseram tirar proveito da situação. E gente grande, do meio político e do mando lá em riba. Entonce passei a ser usado por essa gente falsa e aproveitadora. Coronel pra cá, coronel pra lá, naquela conversa de bajular pra se aproveitar. Quando o povo me chamava assim eu não me incomodava não, mas com gente do poder era diferente. O povo chamava por ignorância, mas eles por esperteza. Mas o pior foi quando me deram um papel confirmando o coronelato, com poder de vida e morte na região, e em troca eu tendo de dar apoio político. E daí em diante comecei a maltratar as pessoas, coisa que eu não fazia antes. E passei a maltratar para que o medo tornasse todo mundo cativo no voto. Mandava ameaçar, prender e bater, de modo que o povo nem pensasse duas vezes em atender minhas ordens. Se era pra votar num candidato, então tinha de votar, a todo custo. Mas também, principalmente em época de eleição, despejava comida na casa de qualquer um, oferecia esmola, caixão de defunto e tudo o mais. Fazendo assim, não só colocava a pobreza como num curral, encabrestado, como evitava que pendesse para o lado dos inimigos, também poderosos e agindo do mesmo modo. E foi para manter o povo encabrestado e lutando contra os inimigos, que aos poucos fui me tornando um desalmado, um bicho com todas as armas na mão...”.

Parou um instante, tomou outra dose e prosseguiu. Apenas ouvindo, sem entender o porquê de o patrão estar relatando aquilo tudo a um jagunço, Carniça ficava imaginando aonde ele queria chegar. E ouviu:

“Foi pra manter o poder, pra dizer quem mandava aqui, que passei a ordenar que o sangue jorrasse. Como vosmicê bem sabe, mandei matar coronel intrometido, mandei matar jagunço de outro mando, mandei matar todo aquele que ousasse me desafiar. E até inocente morreu. E pra que tudo isso Aniceto, pra que tudo isso? Pelo voto, pelo mando, pra ter cada vez mais terra, pra eleger político da capital e lá de riba, e depois viver sem qualquer prazer na vida. E como fazer uma fera voltar a ser gente depois de tanta judiação?...”.

A voz embargada, os olhos marejando, o coronel chorava. Não prosseguiu. Puxou um lenço do paletó de linho branco, levou aos olhos, e em seguida gesticulou para que o jagunço saísse dali. As sombras da noite chegavam. Tudo num estranho silêncio ao redor. No alpendre do casarão apenas o vulto do coronel ainda sentado na cadeira. E assim amanheceu, porém sem vida. E que coisa mais estranha ser encontrado um rosário em suas mãos.

Poeta e cronista
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ANTONIO SILVINO NAS PÁGINAS DO "ESTADÃO" - PARTE II

Por Antonio Corrêa Sobrinho
O cangaceiro Antonio Silvino

Mais informações sobre o afamado cangaceiro rifle de ouro Antonio Silvino

PARAÍBA

O bandido Antônio Silvino, na madrugada de hoje, entrou na vila do Pilar, com um grupo de cangaceiros, atacando a cadeia local, de onde soltou os presos.

Em seguida saqueou as casas comerciais e a estação da arrecadação estadual.

02.03.1907

OS CANGACEIROS DE SILVINO

Continua Antônio Silvino a plantar a desolação no seio da família sertaneja do Estado.

Em princípio deste mês, acompanhado de seus esbirros, o bandido assaltou o lugarejo (?) da Taboca, do município de Caruaru, tendo praticado ali dois assassinatos e obtido bastante dinheiro.

Além daquele povoado, os perversos estiveram em Mandaçala e Trapiá.

Teve notícia dos lamentáveis furtos o subdelegado de Carapatos, que possuindo somente sete praças no destacamento e mesmo para não ficar abandonado o seu distrito, deixou de seguir em perseguição dos assassinos e ladrões.

Silvino esteve hospedado em casa do jornaleiro José Alves da Silva e eleva-se o seu grupo a 30 cangaceiros, competentemente armados e municiados.

20.05.1907

RECIFE – O chefe de polícia desta capital recebeu um telegrama do juiz de direito de Timbaúba, dizendo que um grupo de cangaceiros, capitaneados por Antônio Silvino, atacou o engenho de Jussara, em 31 do mês último, matando um morador e conduzindo dois contos de réis, quatro cavalos selados e mercadorias.

Os malfeitores seguiram em direção à Serra de Mascarenhas, indo a polícia no seu encalço.

03.08.1907

UM BANDIDO BENEMÉRITO

Já se acha quase terminado o cemitério de Malhadinha, em Limoeiro.
Esse benefício deve-se ao bandido Antônio Silvino, que ali aparecendo há meses e sentindo mau cheiro que provinha de corpos em decomposição, intimou os moradores do lugar a darem melhores sepulturas aos cadáveres.

Logo no dia seguinte a ordem começou a ser executada, e homens, mulheres e crianças, temendo qualquer ataque do cangaceiro que há doze anos se constituiu o terror dos sertões de Pernambuco e dos estados vizinhos, atiraram-se ao trabalho com grande afinco, de forma que brevemente será inaugurado o aludido cemitério.

13.12.1907

RECIFE, 16 – No lugarejo Machados, distante duas léguas de Bom Jardim, onde estaciona numerosa força policial, o bandido Antônio Silvino, acompanhado de mais cinco celerados, assassinou, a 1 hora da tarde, cinco pessoas, inclusive um inspetor de quarteirão e feriu gravemente treze, saqueando depois todas as casas.

Os habitantes não reagiram.

Sobem a mais de sessenta os assassinatos cometidos pelo facínora Antônio Silvino e sua quadrilha nestes últimos anos.

São fabulosos e incalculáveis os prejuízos causados pelos bandidos desde 1897.

17.02.1908

RECIFE, 14 – Uma força de vinte praças da polícia pernambucana atacou em Araras, no estado da Paraíba, o grupo de Antônio Silvino.

Foram mortos dois bandidos. O resto fugiu, abandonando rifles e munições.

15.05.1908

PARAÍBA

Os cangaceiros – No termo de Princesa deu-se um terrível encontro entre os temíveis cangaceiros e uma força-policial comandada pelo alferes Augusto de Lima, nomeado delegado em comissão no interior do Estado.

Esses cangaceiros formavam um grupo que há muito tempo se achava homiziado no lugar denominado Tavares, do município de Princesa, de onde faziam correrias que traziam em constante sobressalto os moradores dos arredores.

O alferes Augusto Lima chegando à casa em que se achavam entrincheirados os bandidos que, sentindo-se cercados, romperam cerrado fogo contra a força, que respondeu também (...), durando o fogo, ininterruptamente, cerca de quatro horas.

Cessado o tiroteio ficaram no campo da luta, mortos, três cangaceiros, sendo preso três.

Da tropa morreu um soldado, ficando ferido mortalmente dois paisanos que auxiliaram a força.

E assim vai aos poucos sendo reprimido o banditismo que infelizmente procurou fixar seus (...) no interior do Estado, implantando o terror e cometendo toda ordem de atrocidades.

Diversos destacamentos volantes andam pelo interior a fim de capturar outros bandidos, inclusive o tristemente célebre Antonio Silvino, a cuja sanha estão ainda expostos os pacatos e laboriosos sertanejos, que, além de martirizados pela seca, inda se veem perseguidos pelo banditismo que campeia por todo o Estado.

Antônio Silvino – Consta-nos, diz “O Norte”, que esse chefe de salteadores ainda não saiu do município de Campinas, em cujos arredores anda pervagando com seu bando.

Do capitão Zacarias, consta que anda no encalço daquele cangaceiro, sem conseguir, porém, alcança-lo.

Silvino substituiu o cangaceiro morto no tiroteio da fazenda Arara.

Dois outros bandidos entraram para o bando.

Há dias mandou Silvino um recado anunciando para breve uma visita ao Ingá, cujos habitantes o estão esperando armados até os dentes.

Pessoas vindas de Pernambuco dizem ser profundamente “diabólico” o plano da polícia daquele Estado para prender o célebre facínora, plano de cuja execução está encarregado o capitão Zacarias.

Cremos pouco nestes planos diabólicos, em se tratando do mais diabólico ainda Antonio Silvino. 

“O Município”, que se publica em Itabaiana, recebeu uma carta pormenorizada do recente ataque de Antônio Silvino à fazenda Muribeca, município de Campina Grande.

Eis a carta:

“No dia 7 do corrente, pelas 5 horas da tarde, Antônio Silvino chegou em casa do coronel Silvino, abriu a porta, entrou, cumprimentou-o e disse ser um oficial do estado de Pernambuco; em seguida perguntou o nome de uma pessoa, da baixa camada social, e deu voz de prisão. Feito isto, Antônio Silvino disse que o seu fim ali, já tendo entrado outros cangaceiros, era receber, de ordem do Dr. Afonso Campos, um conto de réis em pagamento da correspondência em que botou nos jornais chamando-o de bandido.

O coronel disse não ter dinheiro em casa; retorquindo Antônio Silvino que naquela casa existia dinheiro, então exigiu as chaves, fazendo-se acompanhar do coronel e sua mulher e por um cangaceiro de nome Tetéo, deu rigorosa busca em todas as gavetas e malas, tendo arrecadado pouco mais de dois contos e duzentos mil réis em dinheiro e cerca de um conto em joias.

Quando os cangaceiros chegaram, estavam em casa do coronel dois moradores, tendo chegado depois mais três ou quatro.

O bandido estragou os móveis, tratou mal o coronel e sua mulher, dizendo que só não os matava porque ele era um homem bom; intimou-o para se mudar dentro de 24 horas e mandou surrar dois ou três moradores presentes.”

27.06.1908

PARAÍBA

Do nosso colega do “O Norte”, tiramos a seguinte notícia:

“Morreu o célebre bandido Antônio Felix, vulgo Tempestade, companheiro de Antônio Silvino, nas imediações de Campina Grande.

O boato de sua morte corria ontem com insistência em Itabaiana.

Determinou a sua morte um ferimento de bala, que recebera num dos pés, no fogo havido na fazenda Arara, entre o grupo de Antônio Silvino e do capitão Zacarias das Neves.

Após o fogo, no qual salvara a vida a Antônio Silvino, fora tempestade tratar-se ocultamente.

Agora corre a notícia de sua morte, em consequência de gangrena do ferimento.

Tempestade era de extraordinária bravura e o melhor lugar-tenente do bandido Antônio Silvino.

Também foi preso um bandido que tinha o apelido de Jaçanã, por ser muito ágil e matreiro”.

Antônio Silvino – Andam no encalço do célebre cangaceiro, neste Estado, cerca de 200 praças da polícia de Pernambuco.

Com a prisão de Jaçanã e a morte de Tempestade deve estar muito reduzido o grupo de Silvino que, apesar disse, ainda há pouco apareceu numa cidade praticando mais de uma de suas proezas.

O capitão Zacarias está agora à frente de 40 soldados escolhidos.

Se ainda desta vez Silvino escapou é porque muito o protege a sorte...

11.08.1908

NOTAS E INFORMAÇÕES

No interior do estado da Paraíba, no lugar denominado Medalinha, houve um encontro entre a força comandada pelo sargento Couto e o grupo do bandido Antônio Silvino, tendo sido trocados, conforme notícias recebidas, mais de trezentos tiros.

Os bandidos conseguiram evadir-se.

Consta que morreu o dono da casa, onde esteve entrincheirado o grupo.
A força seguiu em perseguição do perigoso bando.

01.03.1909

O bandido Antônio Silvino – Uma carta do deputado Seraphico Nobrega.
PARAÍBA – Causou geral indignação aqui o fato de terem os jornais “Norte” e “União” publicado uma carta que o deputado Serafico Nobrega dirigiu ao “Jornal do Comércio” a respeito do bandido Antônio Silvino.

26.05.1910

PARAÍBA, 30 – As forças que penetraram no interior do Estado para capturar o bandido Antônio Silvino, foram apanhadas de emboscada pela malta do terrível assassino.

Caíram mortos o alferes Antônio Maurício, comandante da força e um soldado de polícia.

Ficaram feridos mais três soldados.

O grupo de Silvino fugiu, não oferecendo combate como é seu costume.
31.05.1910

PARAÍBA, 3 (A) – Telegrama recebido nesta capital noticia que o destacamento policial se encontrou com o bandido Antônio Silvino, nas proximidades do município de Taperoá.

Foram mortos dois companheiros do famigerado facínora.

Vários contingentes da polícia estão espalhados pelo interior, a fim de capturar Antônio Silvino e o seu bando.

04.06.1910

PARAÍBA, 10 (A) – O governador determinou a organização de mais uma expedição policial que seguirá para o interior, a fim de perseguir o bandido Antônio Silvino.

11.06.1910

PARAÍBA, 10 (A) - O governo determinou a organização de mais uma expedição policial que seguirá para o interior, a fim de perseguir o bandido Antônio Silvino.

11.06.1910

PARAÍBA, 2

Um bandido célebre – As últimas façanhas de Antônio Silvino. – Parece que este terrível bandido vai tomando uma nova atitude, em sua carreira de crimes, os mais abomináveis.

Antônio Silvino, até agora, procurou sempre evitar a força pública; chegou a sustentar tiroteios, mas só quando foi surpreendido.

Agora, porém, o temível facínora tornou-se agressivo, de modo que dentro de poucos meses já enfrentou duas vezes destacamentos policiais, fazendo vítimas em ambas.

Da primeira vez foram mortas duas praças e agora a audácia de Silvino teve resultado mais lamentável e mais triste.

Em dias da semana passada, Silvino saíra do município de Patos para o de Batalhão, algumas léguas distante de Campina Grande.

Em Patos, Silvino declarou ter o propósito de assassinar o alferes Maurício, valente oficial da polícia paraibana, o qual há muito o persegue com uma tenacidade digna de louvores.

Infelizmente o bandido cumpriu a sua palavra.

Chegando nas proximidades de Batalhão, localidade populosa e próspera, Silvino mandou um emissário com a lista dos contribuintes e o quantum que lhe devia ser remetido.

Os habitantes de Batalhão responderam pela negativa, confiados no alferes Maurício, que ali se achava com 14 praças e que logo se pôs no encalço da quadrilha.

Em S. André o oficial teve notícias de Silvino e então dividiu a sua força, talvez imprudentemente, em duas patrulhas de 7 praças.

Com a patrulha comandada pelo alferes Maurício seguiu um paisano, incumbido de rastejar o bando de criminosos.

Caminhava essa força quando dentro do mato rompeu cerrada descarga, sendo imediatamente mortos o oficial e o rastejador e caindo um soldado gravemente ferido.

O alferes Maurício foi ferido por uma bala de rifle no ouvido.

O resto da força debandou e Silvino, saindo do mato, assassinou a punhal o soldado ferido e mutilou o cadáver do desventurado oficial, de cuja farda arrancou os botões.

Os cadáveres do alferes Maurício e das outras vítimas foram sepultados na vila de Soledade.

A situação do interior da Paraíba, diante desses acontecimentos, é quase de terror, esperando as respectivas populações as providências mais enérgicas do governo do Dr. João Machado.


14.06.1910
Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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NO TEMPO DE LAMPIÃO: "O PRÍNCIPE"

Notas e Rabiscos: Raul Meneleu

No tempo de Lampião, o cearense Leonardo Mota (1891-1948) jornalista e um dos maiores pesquisadores de causos nordestinos, largou tudo e embrenhou-se sertão adentro para encontrar-se com aquilo que lhe fascinava;  coisas do Nordeste. Dedicou-se a colher as histórias da boca do povo, registrando-as para a posteridade. Como em todos os livros sobre Lampião, encontro discrepâncias entre os autores, não afirmo e nem "desafirmo" o que encontrei em minhas leituras.

Em “Nos tempos de Lampião”, (foto: possuo a segunda edição de 1967) existe um capítulo dedicado a um príncipe. Quem seria esse para estar em uma narração que Leonardo Mota escreveu, em um livro de histórias sobre o mais famoso cangaceiro que percorreu os sertões nordestinos? Vejamos então esse capítulo:

O príncipe

AMULATADO e de estatura meã; magro e semi-corcunda; barba e nuca ordinariamente raspada; cabelos compridos e, sempre que é possível, perfumados; na perna esquerda, encravada, uma bala, com que o alvejou o sargento Quelé, da polícia, paraibana; o olho direito, branco e cego, escondido pelos óculos pardacentos, de aros dourados; mãos compridas, que semelham garras; os dedos cheios de anéis de brilhantes, falsos e verdadeiros; ao pescoço, vasto e vistoso lenço de cores berrantes, preso no alto por valioso anel de Doutor em Direito; sobre o peito, medalhas do Padre Cícero, escapulários e saquinhos de rezas fortes; chapéu de cangaceiro, tipicamente adornado de correias e metal branco; ensimesmado toda vez que defronta uma turba de curiosos, folgazão quando entre poucos estranhos ou no meio de seus comparsas; não se esquecendo dum guarda-costa vigilante, à direita, sempre que desconhecidos o rodeiam; paletó e camisa de riscado claro, calças de brim escuro; alpercatas reluzentes de ilhoses amarelos; a tiracolo, dois pesados embornais de balas e bugigangas, protegidos por uma coberta e xale finos; tórax guarnecido por três cartucheiras bem providas; ágil como um felino, mas aparentando constante estropiamento e exaustão; às mãos o fuzil e à cinta duas pistolas “Parabelum” e um punhal de setenta e oito centímetros de lâmina: eis Virgolino Ferreira da Silva – LAMPIÃO – duende das estradas, assombração das matas e caatingas!

Muita inverdade se tem escrito a respeito de Lampião. Já o impingiram até por “almofadinha”, a fazer questão de se mostrar de meias de seda, como se alpercatas de rabicho e meias finas não fossem coisas que hurlent de se trouver ensemble… Tais retratos estrambóticos correm mundo, mercê da facilidade de escritores e jornalistas em aceitarem, sem exame, esquipáticas informações.

O Sr. Gustavo Barroso, à pagina 94 do seu “Almas de Lama e de Aço”, sustenta que o pai de Lampião foi morto “pela polícia pernambucana”. Não é exato. O velho José Ferreira tombou, sem vida, quando uma volante alagoana encontrou resistência ao lhe cercar a casa, à procura de Virgolino e seus manos, que já eram criminosos. Por sinal que a referida força era comandada pelo então Alferes José Lucena e a esse tempo Lampião deixara de ser tropeiro do Cel. Delmiro Gouveia.

O Sr. Vergne de Abreu, à pág. 10 do livro “Os Dramas Dolorosos do Nordeste” chama a Virgolino de “covardíssimo cearense”. Não é verdade. Lampião não deixou o umbigo no Ceará, mas em Pernambuco. Aconteceu tal “desgraça” aos 12 de fevereiro de 1900. Já o disse em versos o poeta popular José Cordeiro:

No centro de Pernambuco,
No Nordeste Brasileiro,
No ano de novecentos,
A 12 de Fevereiro,
No termo de Vila Bela
Nasceu esse cangaceiro.

Virgolino tinha quatro irmãos: dos três que com ele se acumpliciaram, resta somente Ezequiel. Antônio Ferreira morreu de sucesso, digo, vitimou-o um acidente. Livino… este tem a caveira espetada numa estaca, entre Tacaratu e Jericató, no sertão de Pernambuco. João, débil mental, jamais acompanhou a irmandade delinquente.

Uma das maiores ojerizas de Virgolino é contra as sertanejas que, influenciadas pela moda, cortam o cabelo à la garçonne: estas são infelicitadas, não por ele que as detesta, mas a mando seu, pelos cabras que o acompanham. Os sacerdotes que pregam contra a depilação das mulheres não se esquecem de lembrar às fiéis que a devastação das tranças, afora as penas do inferno, pode importar os rigores da punição terrena de Virgolino.

Singular é que o bandido, abominando a moda feminina, não tenha, por seu turno, o tradicional respeito sertanejo pela barba e procure viver de rosto glabro, sem o precário ornamento capilar dos fios do ralo bigode.

Na minha última visita à Penitenciária de Recife, perguntei a Antônio Silvino, a onça ali enjaulada, desde novembro de 1914:

- Silvino, que é que você me diz de Lampião?
- Ah, seu Dr. Lampião é um Prinspe!
- Príncipe por quê?

- Veio depois de mim. Os tempos são outros. As arma estão mais aperfeiçoada. Não falta quem lhe dê tudo. Caixeiro viajante não é besta pra se esquecer de levar presente de bala pra ele. A poliça quer é só se encher de dinheiro no sertão. O mundo todo virou revoltoso. Os Governo deixam de mão os cangaceiros porque não tem tempo nem de cuidar dos revoltoso. Não tenha dúvida: Lampião é um Prinspe!

- Mas, Silvino, Lampião está praticando horrores no sertão. Você, não! Você era um cangaceiro simpático, que respeitava as famílias e defendia os pobres. Diga-me uma coisa: homem que tem experiência das lutas, você não vê um meio de a humanidade se ver livre de Virgolino?

Lisonjeado, o velho cangaceiro passou a mão pelo cabelo aparado rente ao crânio e insinuou, sorridente:

- Home, só se a gente fizesse com ele o que fizeram com o Pitiguá…

Não atinei prontamente com o sentido da resposta, mas quando depois Silvino aduzia que bomba de dinamite não faz graça pra ninguém se rir, compreendi que ele lembrava o atentado contra o General Potiguara e sugeria o recurso duma bomba traiçoeira, disfarçadamente enviada ao Prinspe…

Nessa minha visita à Casa de Correção da capital pernambucana, conversei à vontade com vários comparsas de Lampião, já felizmente caídos nas malhas da Justiça. Entre eles, os que mais davam à língua eram Serra Umã, Braúna, Pássaro Preto, Zabelê, Cancão e Guará.

Braúna aludiu à religiosidade de Lampião. Alma atufada de crendices, pescoço a vergar sob o peso de patuás, Virgolino tem como sua mais eficiente mandinga a oração do meio-dia. Se a cavalo perlustra erma estrada, quando o seu relógio marca as doze horas, ele se apeia e, genuflexo na areia quente do caminho, curva a cabeça a comunicar-se com as forças misteriosas do Além. Mesmo no mais renhido tiroteio, abandona o fuzil e suplica a não sei que santos ou diabos lhe continuem a conservar o corpo fechado.

A uma indagação minha sobre se Lampião é corajoso, Zabelê atendeu:

- É, e tem uma coisa: pra prender ele inda não nasceu home. Pode nascer ou já nasceu pra juntar os pedaços dele, porque ele se esbagaça, mas não vai preso. Virgolino é home pra se acabar nas mãos doutro home, a qualquer hora do dia ou da noite. O cabra que cair na besteira de se botar a ele segure o pulo porque, se errar o salto, ele o lambisca depressinha, tão certo como dois e dois ser quatro. Tem uma coisa: brigar a toa, pra perder ou só pra esperdiçar munição, ele não briga…

Guará ponderou, numa comparação de discípulo aprendido:

- Espie só se os revoltoso andavam brigando a torto e a direito! A gente neste mundo só vadeia quando pode…

Serra Umã, com ar respeitoso, aparteou com uma informação preciosa:

- O único home que, se Lampião botar-lhe os olhos em riba, vai a ele, nem que saiba que os dois se desgraçam, é o capitão Zé Lucena, da polícia de Alagoas. Esse oficial era quem comandava a força que matou o pai dele, Virgolino. Lampião, quando fala nele, bate os queixo de raiva que nem caititu acuado, ou que nem paroara com sezão…

Pássaro Preto procurou fazer a apologia do chefe:

- Dizem que Lampião só tem é perversidade, mas ele, às vez, inté mostra que tem bom coração…

E com um exemplo ilustrou o que dizia:

- Logo que um garrancho de jurema fez aquele estrago no olho direito dele, ele um dia topou na estrada com um rapaz que disse que era médico. Era um doutorzim que acabava de chegar dos estudos no Rio, e vinha ganhar a vida aqui, no sertão de Pernambuco. Mais ele vinha um cabra frouxo, que andava de rife no cabeçote da cangalha, mas na “hora do pega pra capar”, não fez a menor ação. Ficou foi amarelo que nem uma fulô de algodão. Quando o moço falou quem era, Lampião disse, satisfeito: Com um Doutô mesmo é que eu andava com vontade de me encontrar”. O moço cuidou que Lampião estava dizendo que queria ter o gosto de matar um home formado e pediu por tudo quanto era sagrado que não lhe fizesse mal, pois não tinha mais pai e era quem sustentava uma mãe velha com um bocado de irmãos. Lampião sossegou ele:

- “Não tenha susto, o Doutô está garantido! Agora o que vai lhe acontecer é que o Sr. vai se despedir do mundo durante uma semana. Eu preciso que o Sr. vigie se dá um jeito neste meu olho encrencado. Pra isso nós vamos passar uns dias naquele saco de serra, onde eu conheço umas furna que é direito uma casa”.

O médico foi e, como na carga trazia umas meizinhas de primeira necessidade, pôde tratar de Lampião. Ao cabo de cinco dias, Virgolino estava muito melhor da infuleimação reimosa e resolveu ir botar de novo o Doutô na estrada real. No momento de se despedirem, Lampião deu a ele quatro contos de réis e, adispois de especular onde é que ele ia ganhar a vida, prometeu:

- Vá, seu Doutô, pode ir sem susto que eu lhe garanto que tão cedo eu não consinto outro Doutô tomar chegada no seu negóço. O Sr. fica sozinho no lugar, que é pra assim poder ganhar mais dinheiro…

Como de fato. Passou-se foi tempo com tudo quanto era de médico medroso de andar por aquela zona. O doutorzim se encheu de dinheiro!

Fiz a todos a pergunta:

- Vocês não se lembram dalgum caso engraçado de matuto medroso, ao se ver às voltas com Virgolino?

Serra Umã foi o primeiro a manifestar-se:

- Uma vez, junto de Vila Bela, aqui em Pernambuco, Lampião chegou mais nós numa venda e mandou arrear uma dessas garrafas de litro de conhaque. Lampião, com cisma de veneno, fez o bodegueiro beber, na frente, coisa duns dois dedo e, depois, bebeu assim um meio copo. Estava-se nisso, quando um sujeito que nós não conhecia pediu a Lampião um golpinho da bebida. Lampião espiou pra ele de cara fechada e disse por aqui assim: – “Pra você nunca mais tomar confiança com homem que não é seu pariceiro, eu hoje lhe mato a vontade! “E obrigou o camarada pidão a beber todo o resto do conhaque! Ou bebia, ou levava faca! O cabra saiu que saiu às queda e foi lançar, foi vomitar, agarrado nas estaca dum cercado…

Riram os bandidos, como se o caso recordado fosse jocoso e não atestasse, acima de tudo, a perversidade de Virgolino. Mas para aquelas almas, embotadas pela torpeza de delitos inenarráveis, a brutalidade do gesto infame se afigurava de irresistível comicidade.

Zabelê cochichou qualquer coisa aos ouvidos de Cancão e este, num riso de monstro, a mostrar a fileira de dentes pontiagudos, cerrados como caninos, desembuchou, desembaraçado, aquilo que Zabelê se acanhava de referir:

- A coisa mais engraçada que eu tive de assistir passou-se numa fazenda do município de Princesa, na Paraíba. O velho dono da casa tremia que era ver vara verde. Lampião o botou debaixo de confissão, riscando-lhe o punhal nas costelas e ele acabou descobrindo o rumo da volante do Tenente Mané Binisso. Virgolino queria dar no velho uma surra de relho, mas, era tanto choro de muié e menino, que o jeito foi se perdoar. Mais com pouca, Lampião tirou do bolso um maço de cigarros e ofereceu:

- Pita?

O velho ficou calado, fez que não tivesse ouvido. Lampião tornou a perguntar, desta vez gritando no pé do ouvido dele:

- Pita?

Aí, todo tremendo, o velho disse:

- Pito. Mas, Vamincê querendo, eu largo o viço…

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15 DE JUNHO DE 1927: PASSAGEM DE LAMPIÃO EM LIMOEIRO DO NORTE (ENTREVISTA)

https://www.youtube.com/watch?v=dQaha7poED4&feature=youtu.be

Acima, escutaremos uma entrevista, numa Rádio do Ceará, da época, com a voz do senhor Custódio Saraiva, Juiz municipal naquela cidade, e do radialista... sobre a passagem de Lampião e seu bando pela cidade de Limoeiro do Norte - CE.

Escutem-na, pois, quem esteve com o "Rei do Cangaço" é quem conta a História.

Bons estudos!
Publicado em 2 de abril de 2014

Algumas das melhores fotos que se tem do bando de Lampião foi tirada em Limoeiro, na frente de uma farmácia, de frente para a igreja. Conforme o professor Irajá Pinheiro, quem fotografou foi um homem chamado Francisco Ribeiro. "Ele bateu a foto e pegou a bicicleta para revelar em Mossoró". Nessa cidade potiguar, cada um da foto foi reconhecido pelo cangaceiro Jararaca, aprisionado pelos mossoroenses durante a batalha em Mossoró. Até os reféns do bando estão no registro fotográfico.

Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", teria sido morto em 1938, 11 anos após sua passagem por Limoeiro. Em Angico, o cangaceiro foi pego de surpresa e decapitado, juntamente com o seu bando. O bandido ou herói virou, reconhecidamente, mito. "Costumo dizer que Lampião foi um homem que tomou a decisão de ser cangaceiro e arcou com todas as consequências até o fim sem meias palavras, sem meios gestos", define Angirlene Lima (estudante do curso de História da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos - Fafidam).


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MORTO HÁ 76 ANOS, LAMPIÃO AINDA ‘VIVE’ NO FUTEBOL DE PERNAMBUCO

No acervo do escritor Rostand Medeiros

Publicado em 29/07/2014, 07:00 /Rádio ESPN, com ESPN.com.br

Se Lampião jogou bola antes de entrar no cangaço, vai ver então que ele lia O Globo do Rio, lá no meio da caatinga, para saber o resultado do Fla-Flu?

Aqui era a casa do pai de Lampião José Ferreira da Silva.

Virgulino Ferreira da Silva jogava bola quando era jovem na fazenda do pai. Era começo do século XX, quando o futebol brasileiro ainda era incipiente e dava seus primeiros passos. Mas ele jamais se destacaria com a bola nos pés. Ficaria famoso mesmo com uma arma nas mãos. E com um outro nome: Lampião.


Na última segunda-feira, completaram-se 76 anos da morte de uma das mais famosas figuras do sertão e da história brasileira. O mais curioso: Lampião ainda aparece diariamente em Pernambuco graças ao futebol.

Desde 2011, o cangaceiro é mascote do Serra Talhada, clube da cidade homônima e local de nascimento de Virgulino. A escolha de uma figura que não é unanimidade – ladrão para alguns, um Robin Hood para outros – não foi apenas uma homenagem.

“Nas discussões, resolvemos colocar ele como nosso mascote porque resistimos como ele resistiu na época do cangaço, algo para nos encorajar a manter viva nossas raízes e nossa tradição”, explicou José Raimundo, presidente do Serra Talhada, em entrevista à Rádio ESPN.

Serra Talhada, o time de Lampião – Time de Lampião?

A resistência está na história do futebol da cidade. Uma cisão política no Serrano, então equipe única na cidade, culminou na saída de Raimundo. Ao lado de outros colegas, decidiu fundar, então, o novo clube.

O projeto é ousado: chegar à Série B do Brasileiro em dois anos. Até aqui, campanhas modestas na primeira divisão do estadual: 9º entre 12 equipes em 2012; 11º entre 12 na segunda fase em 2013; 4º na primeira fase entre 9 times em 2014.

Após a disputa do Pernambucano, o jeito é se contentar com meses sem atividade. “São quatro, cinco meses trabalhando e oito sem competições. É situação de calamidade, você investe e não tem retorno. Os estaduais não têm rentabilidade”, afirmou o dirigente.

Como Lampião, o Serra Talhada se vira para sobreviver no sertão do futebol brasileiro.

NOTA DO RESPONSÁVEL PELO TOK DE HISTÓRIA – Como não sou, nem nunca serei, o dono de nenhuma verdade, confesso que estranhei a afirmação inicial desta nota publicada pela ESPN, que o cangaceiro Lampião “jogava bola” quando jovem!

ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Não discordando do que afirmou o historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros e  que eu não tenho nem cinco por cento de conhecimento que tem o escritor sobre cangaço e outros assuntos, apenas acho que quando criança, Lampião fez tudo que uma criança faz, inclusive jogou bola feita com meia e enchida com retalhos de pano.

Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros. 

http://tokdehistoria.com.br/2014/07/29/morto-ha-76-anos-lampiao-ainda-vive-no-futebol-pernambucano/

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TRIUNFO, A CIDADE MARAVILHOSA!

Por Breno Dos Santos

Oi, pessoal! Pesquisei tudo de direito sobre o porquê de Lampião nunca querer "atacar" ou até mesmo não querer se aproximar da vila "Triunfo", hoje, cidade. E vejam o  que eu descobri.


Naquela época (1930), Triunfo era uma  pequena vila, próximo de Serra Talhada. E naquela cidade morava alguns parentes dele, o famoso Lampião.


E, para nós, não sabemos se esse foi um fato real ou fantasia, houve um único combate entre os moradores da cidade misturado com cangaceiros, contra uma "milícia" (volantes), e vencerem, ou seja, tiveram o "triunfo" que mudou o nome do lugarejo até hoje. 

Ainda não consegui saber qual nome do vilarejo antes de se tornar cidade. Mas acredito que alguém do nosso grupo deve saber. Deverei visitar Triunfo, ainda esse ano, para conhecer o tal museu
do cangaço.

Fonte: facebook
Página: Breno Dos Santos
Grupo: O Cangaço

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