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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

HOJE É O ANIVERSÁRIO DE DONA FRANCISCA DA SILVA TAVARES, VIÚVA DO EX-CANGACEIRO ASA BRANCA


Dona Francisca da Silva Tavares é a viúva de Antonio Luiz Tavares,  ex-cangaceiro Asa Branca, do bando de Lampião, que residia em Mossoró. 

Ela é a segunda esposa do cangaceiro, e é natural de Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba. Ela nasceu no dia 21 de Novembro de 1937, e é  filha de Máximo Batista de Araújo e de Dona Severina Guilermina Silva, ambos paraibanos. 


Mas o casamento do Asa Branca com dona Francisca da Silva Tavares só aconteceu  dezessete anos depois que ambos já viviam juntos.

No ano de 1954 dona Francisca já era casada e mãe de um filho. Mas nesse período ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses  sem andar. Procurando recursos para se livrar da maldita doença que ora a perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama. O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e desconhecida doença.

Com aquele contato de reza vai, reza vem, os dois apaixonaram-se. E no ano de 1955, resolveu abandonar  o seu marido, e um filho de sete meses, fugindo com o curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró. 

Mas veja bem leitor, quem era o curador. Antonio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro "Asa Branca", que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu ex-comandante, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Nesse período ela tinha 17 anos, e o cangaceiro Asa Branca já passava dos 50 anos. 

Dona Francisca da Silva Tavares reside em Mossoró à Rua Epitácio Pessoa, mãe de 4 filhos do cangaceiro Asa Branca, e hoje está completando 77 anos de idade.

Parabenizo desejando muita paz e saúde a dona Francisca da Silva Tavares, que sempre me recebeu muito bem em sua residência, e nunca se negou a receber alguns amigos estudiosos do cangaço que tenho levados em sua residência, especialmente para fazer fotos e gravações pelo cineasta de Fortaleza Aderbal Nogueira - Lazer Vídeos.

http://sednemmendes.blogspot.com.br/2011/06/por-jose-mendes-pereira-adryanna-karla.html
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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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A QUEM PERTENCE ESTAS MECHAS DE CABELOS ?


Disse o pesquisador Corisco Dadá:

A foto supra, é uma relíquia do cangaço, e trata-se realmente de uma mecha dos cabelos de Corisco e de seu filho, o Sílvio Bulhões!


Propositadamente, eu fiz a inversão da foto original, onde a mecha maior de Corisco, homenageia o Sílvio e a menor do Silvio homenageia o Corisco.. Entenderam ou não... Rsrsss !

ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Sílvio Bulhões, filho de Corisco e Dadá e sua mãe de criação Dona Angélica Bulhões, mais conhecida como Liquinha. Ela é irmã do Padre José de Mello Bulhões, a qual, o filho de Corisco e Dadá, a chamava de mãe!

Fonte: facebook

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O QUE HOUVE EM PALMARES ?

Publicado em: Tok de História por Rostand Medeiros em 20-11-2014

Versão dos vencedores não dá conta da organização política de uma sociedade que se manteve por mais de meio século.

Laura Perazza Mendes Nascimento 
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/o-que-houve-em-palmares

Corria pelos engenhos e senzalas da capitania de Pernambuco a notícia de que, para o lado das serras, na região dos palmares, havia um refúgio. Um lugar onde era possível viver fora do poder dos senhores de engenho e manter vivas tradições africanas recriadas na América. Lá, uma nova sociedade era construída: guerreiros, agricultores, comandantes de guerra, líderes religiosos e uma linhagem real que determinava os rumos políticos e militares.

Aquelas povoações foram chamadas de mocambos, acampamentos que poderiam ser desmontados e montados em outras regiões, como estratégia de fuga ou de busca por melhores terrenos. Chegar a essa zona de vegetação de palmares não era tarefa fácil. Após fugir dos engenhos ou das vilas, era necessário trilhar caminhos íngremes e fechados pela mata. Qualquer descuido poderia resultar em recaptura ou morte, pois havia pessoas dedicadas especialmente à perseguição de escravos fugitivos, como os capitães do mato. Mesmo assim, muitos conseguiram chegar ao local, incluindo índios e pessoas livres. Foi mais fácil fugir para os mocambos no início do século XVII, quando a produção de açúcar foi desorganizada pela invasão dos holandeses (1630) e, mais tarde, pelas batalhas de expulsão desses estrangeiros (1645-1654).

Panorâmica do Parque Memorial do Quilombo dos Palmares, em Alagoas, que desde 2007 reconstitui o cenário do antigo Quilombo.

Como era feito em Angola, os habitantes extraíam dos palmares a vegetação que deu o nome para os mocambos, fibras e palmito, além de produzir vinho e óleo. Não viviam isolados da sociedade colonial, mas buscavam reagir ao escravismo governando a si próprios.

Mas quem contou a história dessa sociedade? Infelizmente, não há nenhum registro escrito por habitantes dos Palmares. O que chegou até nós foram documentos produzidos por representantes da Coroa portuguesa que governaram a capitania de Pernambuco, e relatos de pessoas que lutaram contra os negros dos mocambos durante o século XVII. Por causa disso e de uma interpretação preconceituosa dos primeiros historiadores de Palmares, a sua história foi contada do ponto de vista da destruição. Era a versão dos vencedores.


O principal meio tentado pelos governadores de Pernambuco e pela Coroa portuguesa para pôr um fim em Palmares foi enviar expedições militares. Elas deveriam encontrar o caminho dos mocambos e fazer o máximo de prisioneiros possível. Os prisioneiros seriam devolvidos a seus antigos senhores ou vendidos para fora da capitania, para que não retornassem aos mocambos. Poderiam render um bom lucro, mas durante os confrontos muitos morriam ou ficavam feridos. Como meio de se defender dos ataques, os habitantes de Palmares faziam emboscadas e levantavam acampamento, mudando os mocambos de local.

Um dos primeiros estudiosos do assunto, o escritor Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906), dividiu a história de Palmares em três fases. A primeira corresponde ao período da invasão holandesa, no qual o número de habitantes dos mocambos cresceu rapidamente. Seu marco seria o ano de 1644, data do confronto entre os negros amocambados e a expedição comandada por um holandês chamado Rodolfo Baro. O próximo marco escolhido por Nina Rodrigues foi uma expedição militar comandada pelo capitão Fernão Carrilho, em 1677. Vindo de Sergipe especialmente para fazer uma guerra contra Palmares, o militar promoveu um grande ataque. Segundo relatos posteriores, 200 habitantes de Palmares foram feitos prisioneiros, incluindo a rainha e filhos do rei, chamado Gana Zumba. Muitos morreram ou ficaram feridos, mas sobre estes não há números. Importava mais aos vencedores contar aqueles que poderiam ser vendidos. A fase final de Palmares foi a da morte do líder Zumbi, em 1695, seguida pela destruição dos mocambos remanescentes. Mas o salto na história promovido por Nina Rodrigues não dá conta de explicar a mudança da liderança do rei Gana Zumba para Zumbi. Muitas coisas acontecerem nesse meio-tempo: acordos de paz, mudanças nas localizações dos mocambos, diferentes posicionamentos políticos.


Como a maioria decidiu contar essa história a partir da destruição, o foco escolhido foi a morte de seu líder mais famoso. No final do século XVII, o governo de Pernambuco, cansado das expedições militares que fracassavam na luta contra os mocambos, decidiu investir no contrato de um tipo diferente de tropa: as bandeiras paulistas. Liderados por Domingos Jorge Velho, os indígenas e descentes de europeus que compunham essa tropa assinaram um contrato se comprometendo a destruir os mocambos de Palmares. Em troca, receberiam prisioneiros, terras e benefícios da Coroa, chamados de mercês.

Em 1694, os homens de Jorge Velho atacaram o mocambo principal de Palmares, localizado no Outeiro do Barriga, juntamente com homens da capitania de Pernambuco. Lá estavam Zumbi e seu exército, na capital conhecida como Macaco, protegidos por uma cerca alta que rodeava o local, à espera do ataque. Para rompê-la, os paulistas decidiram subir até o local carregando dois pesados canhões. Após horas de combate entre os que estavam do lado de fora e do lado de dentro da cerca, as tropas a serviço da Coroa conseguiram entrar em Macaco. Seu principal objetivo era capturar ou matar Zumbi, para provar que Palmares havia sido derrotado. Mas não o encontraram. Estaria ele morto? Teria escapado?

Os primeiros historiadores de Palmares acreditaram na versão de que Zumbi havia se suicidado pulando de um penhasco. Teria preferido morrer assim a ser capturado ou morto pelos inimigos. Posteriormente, foram encontrados documentos que relatam a morte de Zumbi um ano depois.

Inconformado por não poder atestar a morte de Zumbi à Coroa e a todos que viviam em Pernambuco, o governador da capitania, Caetano de Melo e Castro, decidiu enviar mais uma tropa aos mocambos. Em 1695, um habitante de Palmares que havia sido capturado anteriormente foi coagido a ajudar os homens a serviço da Coroa, e informou onde Zumbi estava escondido. Em uma emboscada, o líder palmarino foi capturado e morto. Sua cabeça foi exposta em Recife, para que todos soubessem – principalmente os escravos – que o refúgio de Palmares estava definitivamente destruído.

Quase todos os historiadores posteriores adotaram esses marcos cronológicos, mas quantos outros episódios importantes ficaram de fora da história contada pelos vencedores? Em 1678, após a expedição comandada por Fernão Carrilho, Gana Zumba decidiu enviar representantes seus para negociar um tratado de paz com o governo de Pernambuco. Sua embaixada era formada por 11 pessoas, entre elas seus filhos e importantes líderes militares. Em Recife, a comitiva de Gana Zumba foi recebida com a pompa e a circunstância dignas de uma negociação entre chefes de Estado. Cartas e presentes foram trocados entre os governantes de Palmares e de Pernambuco.


Gana Zumba aguardou em Palmares os resultados das negociações. O governador de Pernambuco desejava que os mocambos fossem esvaziados e os escravos que lá viviam fossem devolvidos a seus senhores. Já Gana Zumba esperava que os palmarinos pudessem escolher um novo local para viver e que os nascidos nos mocambos fossem considerados livres.

As condições foram acertadas entre as partes, e os habitantes de Palmares, liderados por Gana Zumba, mudaram-se para um local chamado Cucaú. Porém uma parte dos palmarinos foi contra o acordo. Liderados por Zumbi, decidiram permanecer nos antigos mocambos e resistir aos ataques das novas expedições. Outras tentativas de acordo de paz foram feitas com Zumbi, mas nenhuma obteve sucesso. Algum tempo depois da mudança para Cucaú, Gana Zumba morreu, provavelmente assassinado por seus opositores políticos. A nova povoação foi então desfeita. Alguns retornaram a Palmares e outros foram feitos escravos pelos senhores locais, sendo vendidos para fora de Pernambuco.

O acordo feito em 1678 comprova que os habitantes de Palmares estavam organizados politicamente e que seu governo, com base em conhecimentos acumulados na África e na América, soube conduzir uma negociação com os representantes da Coroa portuguesa. A destruição de Palmares apaga uma história de mais de meio século de organização social e resistência política. 

Laura Perazza Mendes Nascimentoé autora da dissertação “O serviço de armas nas guerras contra Palmares: expedições, soldados e mercês” (Unicamp, 2013). 

SAIBA MAIS

GOMES, Flávio dos Santos. Palmares: escravidão e liberdade no Atlântico Sul. São Paulo: Contexto, 2005.
GOMES, Flávio dos Santos Gomes (org.). Mocambos de Palmares: histórias e fontes (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.

Extraído do blog Tok de História do escritor e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.com.br/2014/11/20/o-que-houve-em-palmares/

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GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, realizará reunião neste sábado 22/11/2014


GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, realizará reunião neste sábado 22/11/2014, às 09:00 hs da manhã, na Livraria do Luiz na galeria Augusto dos Anjos, centro, João Pessoa-PB. 
Todos estão convidados, pauta aberta.

Fonte: facebook
Página: Narciso Dias

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MORTE DE AZULÃO..!


MORTE DE AZULÃO...!

Fontes: 14-3-1962 ( Jornal Última Hora-RJ)


Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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LÁ VEM DURVINHA SURGINDO NO MEIO DESTAS FERAS HUMANAS!

 Rubens Antonio colorizando

A pesquisadora do cangaço 
Juliana Pereira disse:


Linda...!, e ela vem em nossa direção com a graça de uma menina, a beleza de uma mulher..., a essência de uma guerreira..., não por está em um bando cangaceiro, mas por ser uma mulher nordestina, sertaneja..., e a arte, realçando sua beleza e dando dignidade à sua passagem pela história... Lindo!!!

Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio

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CANGACEIRO " JARARACA ", Conta ao Jornal CORREIO DO POVO de 19 de Junho de 1927, como foi o ATAQUE Á MOSSORÓ, bem como, faz algumas denúncias....

AVÉ MOSSORÓ

Não ignorar a grafia

O maior grupo de cangaceiros do nordeste, assalta nossa cidade, sendo destroçado após 4 horas de renhida lucta! - A bravura dos nossos civis! - As trincheiras heroicas. Os bandidos são chefiados por Lampeão, Sabino, Massilon e Jararaca. Como morreu o bandido Coxête e como foi aprisionado Jararaca o maior sicario do nordeste. - Noticias e notas diversas.

A nossa ordeira, pacata, laboriosa e nobre cidade foi atacada e assediada pelo maior numero de bandidos do nordeste, sob a chefia de Lampeão, Sabino, Massilon e Jararaca, chefes de cangaceiros que se colligaram levar a effeito a empreitada terrivel e sinistra de saquear Mossoró, a mais opulenta e rica cidade do Rio Grande do Norte.

A immensa fama de riquesa aqui accumulada e o seu amor ao trabalho, á paz e á ordem, despertaram, no espirito de feras daquelles bandidos, apetites vorazes de saque e de sangue.

Os seus planos miseraveis, porem, foram frustrados. A população civil em cooperação com a policia, mostrou e affirmou a pujança de um Mossoró tambem aguerrido e marcializado, indomito e formidavel de armas na mão, nas trincheiras e nas ruas.

Excepção das familias que foram postas em lugares seguros, os homens em local formaram posições de combate em todos os quatro angulos da cidade.

Era a defeza não só da ... commercial e industrial, mas sobretudo a honra do sagrado nome mossoroense.

Foram 4 horas de lucta heroica onde se cimentou com galhardia maravilhosa o templo sacrosanto do novo poder que se levantou como um phanal ?? de glorias e louros, a attestar, pelos tempos em fóra, a pujança do povo de Mossoró.

Triunphou o direito sobre o crime, o dever sobre a violencia, a ordem sobre a desordem e o heroismo sobre a covardia!
A honra da pacata e obreira colmeia riograndense foi salva pelo heroismo e denodo dos seus habitantes!
Avé! Mossoró!

AS PRIMEIRAS NOTICIAS

Domingo, 12 do corrente, muito cedo, soube-se que um numeroso grupo de cangaceiros chefiado por Lampeão estava atacando Apody que resistia. Mais tarde a cidade foi alarmada com a noticia dolorosa do aprisionamento do Cel.. Antonio Gurgel, no Brejo do Apody. As oito horas da noite aqui chegava um automovel com um portador conduzindo uma carta desse cavalheiro pedindo ao seu genro Major Jayme Guedes gerente do Banco do Brasil a quantia de 21:000$000 para resgatar a sua vida, importancia exigida por Lampeão. De dez para onze horas da noite já o grupo se apoderava de São Sebastião distante daqui sete legoas, roubando, depredando e incendiando.

A RETIRADA DAS FAMILIAS

Diante da gravidade da situação, por prudencia, foram se retirando todas as familias da cidade e arredores. Esse movimento aumentou na proporção da aproximação dos bandoleiros.
Os autos e caminhões corriam em demanda do Tibáu, Areia Branca e fazendas da praia, ou pontos arrendados da cidade.

A APROXIMAÇÃO DOS BANDIDOS
O ULTIMATUM DE LAMPEÃO

Segunda-feira, 13 do corrente, soube-se com certeza que os bandidos se aproximavam daqui, estando ha poucos kilometros.

Mais tarde chegou um emissario de Lampeão conduzindo um bilhete derigido ao Prefeito Cel. Rodolpho Fernandes exigindo 400 contos de reis, ao contrario entraria na cidade incendiando. Esse ultimatum foi mais tarde confirmado por um outro que exigia a mesma importancia. Esse segundo bilhete foi escrito da fazenda Bom Jesus, ha meia legua de Mossoró.

O nosso prefeito com serenidade e animo respondeu que viesse receber essa importancia.

AS TRINCHEIRAS

As principais trincheiras que foram organizadas foram as seguintes: No Palacete do Cel. Rodolpho Fernandes que foi transformado em praça de guerra; na Estação da Estrada de Ferro de Mossoró; na torre da Egreja de São Vicente de Paula, todas na cidade nova; nas torres da Egreja Matriz, no Telegrapho, no Colegio Diocesano e nas residencias dos Srs. pedro Leite e Affonso Freire, situadas na Praça da Matriz. Na praça da Independencia havia fortificações no Grande Hotel e Casa Colombo.

Na rua Cel. Gurgel e Praça 6 de Janeiro foram feitas trincheiras: no estabelecimento dos Srs. Francisco Marcelino & Cia; no esgoto do calçamento; no estabelecimento dos Snrs. Tertuliano Fernandes & Cia; na Praça Cel. Bento Praxedes - a trincheira do Major Julio Maia, outras em diversas ruas e na barragem.

A ANCIEDADE GERAL

Disposta assim a defeza da cidade, foi esperado com anciedade o inicio do ataque.

O moral, porem, dos defensores da ordem era excellente. As tres horas começou a chover em meio de grandes trovões.

Os bandidos que já se achavam no suburbio do Saco, em casa do Snr. Luiz Firmino, aproveitaram-se do momento para atacar a cidade.

OS PRIMEIROS TIROS

Ás quatro horas da tarde ... disparados pelos cangaceiros, os primeiros contra a cidade.

Os sinos das igrejas repicaram como um aviso de que começava a grande lucta.

As nossas fortificações responderam, em cerrada descarga, ao desafio do inimigo. 

E começou o tiroteio.

DIVERSAS PHASES DA LUCTA

Os banidos penetraram na cidade pelo Alto da Conceição, de pé, tendo deixado os cavallos em cercados do outro lado do rio.

Devidiram-se em grupos que atacaram simultaneamente a Estação da Estrada de Ferro, o Palacete do Prefeito e a Egreja de São Vicente. Avançaram afoitamente agachados pelo chão atirando e cantando MULHER RENDEIRA, versos elogiosos a Lampeão.

As trincheiras visadas continuavam a responder o tiroteio. Mais ou menos duma meia hora de fogo. puderam alguns ... aproximar-se do Palacete do Prefeito ... tomar de assalto. Corriam encostado da casa de Alfredo Fernandes ao lado da Egreja de São Vicente, expondo-se a ... trincheiras da torre de Egreja ... Palacete do Prefeito e do ... 6 de janeiro.

O portão da garage do Prefeito quasi que é arrombado, tendo sido o Predio da União de Artista violado permanecendo muitos bandidos entrecheirados, hostilisado a trincheira da Estação da Estrada de Ferro de Mossoró.

COMO FOI MORTO O BANDIDO COXETE?

Em meio da porfiada peleja, os rapazes que tiroteiavam os bandidos na Torre São Vicente, deram signal de que um cangaceiro fora attingido, cahindo na travessa São Vicente ao pé do muro Alfredo Fernandes. Diversos defensores da trincheira do Cel. Rodolpho saltaram de suas posições acabando de mata-lo. Tinha em seu poder ... fusil mauser, objetos de ouro ... pelas ruas até o patamar ... esteve até terça-feira quando ... Era um dos elementos de confiança de Lampeão, por ser ... ??. O ferimento que o prostou foi ... bala de rifle, atingindo pleno peito.
Foi alvejado pelas trincheiras do Cel. Rodolpho Fernandes ou da Torre de São Vicente.

COMO FOI FERIDO O PRESO JARARACA -
O TERRIVEL SALTEADOR LADRÃO -
SANGUENARIO DE PERNAMBUCO.

Após ser prostado COXETE , o seu companheiro Jararaca aproximou-se rapido para tomar-lhe as suas armas e munições.

A Trincheira da torre São Vicente ... de cerrados disparos fazendo-o cahir para afastar-se depois e desapparecer.

Terça-feira de manhã foi aprisionado nas imediações da Ponte de nossa Estrada de Ferro daqui a meia legoa, por diversas pessoas.

Conduzido á cadeia pela policia ... rações sensacionaes que estampamos adia ...

É negro, alto, magro, de aspecto ... É cangaceiro por indole, chefiando ... pelo interior de Pernambuco e Alagoas ... tem perpetrado os crimes mais monstruosos.

RECÚO DOS BANDIDOS

Depois de mais de uma hora ... bombardeio, os bandoleiros recuaram ... fogo, apezar de durante hosti ... defensores ... tomou o rumo do Ceará, pela estrada que liga nossa cidade a Limoeiro. 

Na fazenda Jicury foi aprisionado o Snr. Manoel Freire, socio da Firma Freire Irmãos & Cia, daqui sendo obrigado a mandar pedir aque dez contos de reis, como resgate de vida.

O portador relatou que Lampeão estava envergonhado porque não poude entrar em Mossoró. 

Levava seis cavallos sem os respectivos cavalheiros, alem de um doente que soube ser Az de Ouro, - um pequeno bandido - ferido por bala no nariz.

OS REFENS QUE LAMPEÃO CONDUZ:

Lampeão conduziu até a Lagôa do Rocha - Ceará o Snr. Manoel Freire.
Ahi o portador entregou ... contos pedidos ... mesmo libertou.

Os bandidos ainda conduziram o Major Antonio Gurgel ... no Brejo do Apody e ... pessoas do interior do nosso Estado.

AS TRINCHEIRAS ... HEROICAS

O trincheiramento que ... salientou na resistencia do fogo inimigo foi ... no Palacete Rodolpho Fernandes.

.... exclusivamente ... essa fortificação ... poderoso elemento .... para nossa causa. ... reporter que lá ... toda phase ... constatou bravura ... timidez dos bravos ... repelliram gargalhar ... investidas inimigas.

.... querido Prefeito Rodolpho Fernandes, se ... sempre ao lado ... de animo..

O QUE DISSE AO CORREIO DO POVO
O BANDIDO E SICARIO JARARACA ?

Nossa reportagem colheu do bandido Jose Leite de Sant´Ana (Jararaca) as seguintes informações:

É natural de Buique (Pernambuco) foi soldado do exercito 1920 a 1926, dando baixa voltou ao seu Estado onde se alliou ao grupo de cangaceiros chefiados por Virgulino Ferreira (Lampeão) ha mais de um anno, tendo tomado parte nos ataques de villas, povoados e fazendas de Pernambuco, Parahyba, Ceará e Alagoas.

No começo de Maio para findo, Lampeão reuniu o seu grupo em Pagehú (Pernambuco) para vir atacar e saquear Mossoró, influenciado por Benevides Massilon Leite, cangaceiro de confiança do seu grupo.

No intinerario que fizeram até aqui, atacaram um logar chamado Belem, na Parahyba, onde foram repellidos, não tendo continuado a atacar para não desfalcar a munição, no dia seguinte saquearam duas fazendas no municipio de Luiz Gommes, onde sem resistencia prenderam dois velhos que trazem como refens.

Perto de Victoria neste Estado encontraram diversos soldados viajando em automoveis a quem atacaram tendo estes repellido, matando ... bandido.

.... cerrado fogo os ... abandonaram os ... que Lampeão .. mar.

Dahi continuaram rumando Mossoró e ao passarem na fazenda Jurema, fizeram roubos e queimaram tudo.

Deram fogo em Apody, mas desistiram do ataque para não estragarem munições e chegando no lugar Brejo do Apody encontraram um automovel conduzindo um senhor de nome Antonio Gurgel que vinha de Mossoró, cujo senhor trazem preso e segundo affirma Lampeão só sera solto mediante um resgate de 21:000$000.

Ao passarem Domingo no povoado de S. Sebastião não encontrando resistencia queimaram um caminhão e um automovel saqueando algumas bodegas.

Ao sahirem dali dormira numas roças, perto de São Sebastião, sahindo segunda-feira cêdo em direção a Mossoró. Chegando perto daqui, na fazenda Oitecica. Lampeão mandou um bilhete ao Snr.. Rodolpho dizendo que não entrava na cidade ... indemnisação ... de reis.

.... voltar trou ... que a cidade ... para rece ...

a ... assim re ... que ... por ... perto ... entra ... outro ... çaram pelo lado de baixo, para atacar a estação da E. de Ferro. Já dentro da rua romperam fogo, tendo a vanguarda commandada por Sabino e onde elle, Jararaca, se encontrava, penetrado por traz da Egreja de São Vicente mas em resultado da reação, que encontraram, um dos seus companheiros de nome Côxete recebeu um ferimento e cahiu agonisante.

Elle, Jararaca, como é de praxe, ao cahir o seu companheiro procurou tirar os seus arreios e objetos, sendo nessa occasião attingido tambem por um projectil nos peitos e sentindo-se ferido largou os seus arreios e procurou fugir, mas ao atravessar a Estrada de Ferro recebeu outro tiro na perna ficando desde logo privado de correr.

Nessa occasião gritou muito por Sabino para conduzi-lo deixando este de attende-lo, permanecendo ali até de madrugada de onde sahiu se arrastando pela Estrada de Ferro até a ponte.

Atravessando-a chegou numa casa e pediu a uns rapazes que estavam na mesma para trata-lo que pagaria bem, tendo elles promettido.

Fizeram, porem, ao contrario, prendendo-o até que chegou a força que o conduziu a esta cidade.

O grupo que veio atacar esta cidade é composto de 53 homens e não recebem nenhuma remuneração de Lampeão, fazendo cada qual o que pode nas occasiões dos saques. 

Lampeão declara sempre em palestra que o dinheiro que arruma é para comprar os officiaes de policia de Pernambuco, especialmente o Major Theophanes, official que prendeu Antonio Silvino.

O grupo vinha armado com 44 fuzis mauser, 9 rifles e 15.000 cartuchos, destribuidos até o numero de 400 a cada um, sendo este numero pelo menos mais alentados (VALENTES).

O armamento foi dado a Lampeão pelo Dr. Floro Bartholomeu quando Lampeão tomou parte contra os revoltosos, tendo o Cel. Jose Olavo, de Villa Bella (Pernambuco) actualmente preso, fornecido tambem muita munição. Lampeão tem ainda mais armamento cuja quantidade não sabe, guardado na fazenda Serra do Matto, de propriedade do Cel. Santanna, no Estado do Ceará.

Quando Lampeão não esta ... seu grupo em movimento se abriga no Ceará, na fazenda do Cel. Souto ... do Cel. Ferraz e quando tá no Pajehú o abrigo é a catinga.

Sabe que Lampeão é protegido do Major Theophanes Torres, da Policia de Pernambuco, cujo official tem uma fazenda de nome Sitio, no municipio de Flores, em Pernambuco, a qual Lampeão nunca atacou.

O major Theophanes nega que esta fazenda lhe pertence, mas elle Jararaca sabe de sciencia propria que a fazenda é de sua propriedade. Sabe que o Major Theophanes coagiu 10 pessoas dalli assignarem um documento provando não ser delle a fazenda para se justificar de accusações feitas ... O Major Theophanes ... acompanhou ... á Lampeão ... seus commandados ... de faze-lo ... Sempre que mandava não dava ordens para perseguição efficaz.

Declarou que o individuo Massilon Leite é o mesmo que assaltou Apody em 10 de Maio e que juntou-se ao grupo de Lampeão depois desse assalto, acompanhado de dois homens de nome Jose Roque e Jose Coco, levando 6 fuzis e pequena quantidade de munição que adqueriu nesse assalto.

Lampeão resolveu a vir a Mossoró, por instancias de Massilon que lhe garantira tirar bom resultado pois elle Lampeão nunca tencionara penetrar nesse Estado porque não tinha aqui nenhum inimigo e se por acaso, para evitar qualquer encontro com forças de outros Estados tivesse de passar por algum ponto do Rio Grande do Norte, faria sem roubar ou offender qualquer pessôa desde que o não perseguissem.

Sabe com certeza que Lampeão nunca atacou uma cidade do tamanho de Mossoró. Antes de chegar o grupo em S. Sebastião o bandido Moreno atirou em um rapaz que corria o qual foi attingido e depois de cahido o mesmo deu-lhe algumas punhaladas, acabando de matar-lhe. Disse mais que Massilon Leite declarou ser elle o autor das mortes do Brejo do Cruz.

Fonte: facebook
Página:  Voltaseca Volta

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Manuel Marcelino - O Bom de Veras - IV

Por Antonio Alves de Morais

Para ler a parte I, II e III clique nestes links:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/11/manuel-marcelino-o-bom-de-veras-parte-i.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/11/manuel-marcelino-o-bom-de-veras-ii.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2014/11/manuel-marcelino-o-bom-de-veras-iii.html

Certo dia, a notícia da aproximação dos marcelino deixou o delegado em pânico. O negro Felizardo, sabedor da presença dos Marcelino, achou por bem demonstrar sua proclamada valentia. Foi vingar o patrão. Tocaiado na ladeira do Caririzinho, aguardou a passagem do grupo. Manuel Marcelino, que havia estacionado ali, talvez para descanso, foi atingido por Felizardo que, imediatamente, correu a rua anunciando haver morto o famoso bandoleiro. Chegaram a comemorar o grande feito. Foi cachaça a bessa. O velho Ioiô vibrou com a notícia, enquanto Felizardo proclamava alto e em bom tom sua valentia e a glória de haver morto o terrível bandoleiro da fazenda Olho D água.

A amizade entre Antonio Taveira e Manuel Marcelino era grande e fraterna. Eram tambem compadres. Por isto, reuniu algumas pessoas e resolveram procurar, na mata, o amigo provavelmente baleado. Chegamos ao local e nada. Manchas de sangue, pelo chão, indicavam que a vítima havia penetrado numa vereda. Seguimos a pista. Aqui e acolá, folhas manchadas de sangue. Já a tarde fomos informados, por uma pessoa que regressava da feira de Jardim, que os Marcelino haviam subido a serra, e Bom de Veras estava com uma das mãos na tipoia. A bala do rifle de Felizardo apenas havia decepado o dedo polegar do famoso cangaceiro.

Na sua sede de vingança Bom de Veras voltou a Caririzinho. Como um tigre esfomeado, pegou Felizardo na garapa, quando este subia a ladeira tantas vezes aqui referida.

- Bom dia, moleque!

- É você, Manuel?

- Está admirado?

- Sim, mas sei que você não vai matar-me. Sempre fomos bons amigos e mesmo meu padim Cico não deixa. 

- Cala a boca, negro, não fale neste nome aqui! Deixa meu Padim no seu canto. O negócio é aqui entre nós dois. 

Mal encerrou a conversa, doze tiros de rifle papo-amarelo acoaram no silêncio daquele pé-de-serra ermo, e o baque do corpo de Felizardo anunciava o fim do famoso pistoleiro. Vencida a primeira etapa da vingança, Bom de Veras tomou a direção da serra e foi se incorporar ao grupo de Lampião. Dois longos anos se passaram sem nenhuma notícia dele.

Andanças e lembranças.

CONTINUA...

Enviado pelo repórter e pesquisador Antonio Morais

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