O Grupo MPE lança uma homenagem a Luiz Gonzaga em uma caixa com o formato de uma sanfona, contendo 04 cds e um encarte. O grupo atua em Paulo Afonso no ramo de piscicultura, com a filial AAT Internacional Ltda. A gerente da empresa em Paulo Afonso Jéssica Britto presenteou João de Sousa Lima com uma caixa que será parte de uma mostra cultural sobre o Rei do Baião, que acontecerá no mês de julho.
Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima, do blog
Um dos combates referenciais do Cangaço foi o Fogo da Fazenda Maranduba.
Os militares e jagunços aliados foram duramente fustigados.
Aqui, a demanda de um dos soldados sobreviventes, de vinculação dos seus ferimentos àquele combate, em um documento que repousa, atualmente, no Arquivo Público da Bahia.
Transcrição:
TESOURO DO ESTADO DA BAHIA
P.M.E.B
Quartel em Paripiranga, 8 de Março de 1940.
Do soldado 2898 ANTONIO TEODORO CHAVES
Ao sr. Cel. Comandante da PM
ASSUNTO: – requer I.S.O.
Tendo sido baleado no combate contra o grupo de “Lampeão”, no dia 9 de Janeiro de 1932, quando fazia parte da “Col.Ten. Liberato” comandada pelo Sr. Cap. do E.N. Liberato de Carvalho, na fazenda “Maranduba”, Municipio de Poço Redondo, Estado de Sergipe, venho de solicitar–vos um Inquerito Sanitario de Origem, a bem dos meus direitos. Nestes têrmos, pede deferimento.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Rubens Antonio do blog: Cangaço na Bahia
Um combate pouco conhecido e comentado, em termos de estudos do Cangaço, foi o Fogo da Fazenda Cajazeira, no Município de Cipó.
Aqui, a demanda de um dos soldados sobreviventes, de vinculação dos seus ferimentos àquele combate, em um documento que repousa, atualmente, no Arquivo Público da Bahia.
Transcrição:
TESOURO DO ESTADO DA BAHIA
P.M.E.B
Quartel em Paripiranga, 11 de Março de 1940.
Do soldado ANTONIO TEIXEIRA DA SILVA
Ao sr. Cel. Comandante da PM
ASSUNTO: – requer I.S.O.
ANTONIO TEIXEIRA DA SILVA, soldado do 4º B.C., adido ao D–NE., tendo sido acidentado no combate contra o grupo de “Lampeão”, havido na Fazenda Cajazeira, Município de Cipó, Estado da Bahia, no dia 11 de Agosto de 1932, quando fazia parte da “Coluna Tenente Ladislau”, que operava no Nordéste do Estado, vem, mui respeitosamente, a bem dos seus interesses, solicitar–vos um Inquerito Sanitario de Origem.
Termos em que espera e PEDE DEFERIMENTO.
Em uma das muitas viagens que fizemos às terras encharcadas do Pantanal, localizadas na América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, onde guardam a mais linda fauna e flora do planeta, fomos atacados por gigantes jacarés, que sem menos esperarmos, ficamos encurralados por mais de 10 devoradores de carne humana.
A equipe de visitantes ao Pantanal era formada por: Gregório Santos, um engenheiro agrônomo, formado pela “ESAM”, Mossoró, nos dias de hoje, “UFERSA”, Marcos Vital, recém formado em Matemática pela “UERN”, antiga “FURRN”, também Mossoró, Paulo Gameleira, um capacitado professor de Química e Física; as irmãs gêmeas, Letícia e Lair Prado, cearenses, e eu, um simples professor de Português.
Foi um dos acontecimentos mais triste que passamos em toda nossa vida; quando caminhávamos pelos verdejantes e alagados solos Mato-grossense, fomos surpreendidos por uma porção de
jacarés, talvez famintos, alguns já velhos e desnutridos, faltando-lhes alguns devoradores dentes; outros ainda muito jovens, e dois ou três estavam se preparando para a juventude.
As chances de sairmos de lá vivos eram restritas, talvez um ou dois por cento, se bem que tivéssemos oportunidades para sobrevivermos.
Nenhum de nós estava livre dos ataques daquelas fortes mandíbulas. Os jacarés nos vigiavam como se fôssemos o último almoço de todos os tempos. Cada passo que nós dávamos para frente ou para traz, os jacarés, um a um nos acompanhava.
O primeiro a estrear nos amolados e pontiagudos dentes de um jacaré foi o Gregório Santos; com uma só fechada de mandíbulas, o velho jacaré o partiu ao meio, e nem precisou sair do lugar para capturá-lo. Nós que assistíamos de perto tamanha malvadeza, já esperávamos a nossa vez.
Em seguida foi a vez do Marcos Vital que tentou correr por cima de alguns jacarés enfileirados, mas foi pego por um esfomeado, arremessando-oao longe, já caindo pronto para os jacarés o saborearem.
Aos poucos os esfomeados foram fechando o cerco, e um jacaré dos mais jovens resolveu abocanhar um dos braços do Gameleira, arrancando-o de uma só vez, e ao cair, foi devorado por um que quase provocou uma confusão danada com outro que disputava o corpo do Gameleira.
Como todos nós ali estávamos condenados a passarmos pelas mandíbulas de tantos jacarés, finalmente chegou a minha terrível vez. Quando um jacaré partiu para me devorar, eu desesperado gritei: “-Valha-me Jesus Cristo!” E com esse grito assustador, acordei. Eu estava sonhando.
Que felicidade! Os jacarés existiram apenas no meu sonho.
Gostaria de agradecer sua opinião quanto ao texto que elegantemente o amigo Manoel Severo publicou no Cariri Cangaço.
Comento, no entanto, que a minha visão está pautada na análise de longo período histórico e que, é óbvio, a dinâmica da sociedade brasileira vai aos poucos convergindo para uma reparação histórica quanto ao Sertão nordestino.
Sua discordância para com a minha opinião é salutar, afinal ninguém detem a verdade de per si e sozinho.
Temos todos o direito de nos colocarmos e você também o tem.
Ainda bem que as honenagens ao REI Luiz Gonzaga, ao grande Jorge Amado (este mais para a capital do que pro Sertão), e a Literatura de Cordel foram na verdade oruindas da vontade de grupos de camadas populares que compõem as escolas de samba do Rio. Ainda bem que nos salvamos por aí.
Bem sem entrar no mérito absoluto e querer convencê-lo, repito: todos nós temos o direito a expressar opiniões com elegância e respeito às divergências.
Cordias suadações,
Voldi Ribeiro
Sociólogo - Pesquisador
Paulo Afonso-BA
Comentário extraído do blog Cariri Cangaço, publicado no dia 13 de março de 2012
Oi Severo sou eu "Luquinha" o Novo Investigador do cangaço. Eu conheci este grupo que estuda o cangaço com o escritor João de Sousa Lima. Primeiro foi um jantar e depois comecei a conhecer vocês, viramos amigos e agora faço parte deste grupo.
Dos lugares que visitamos os que mais gostei foi a Grota de Angico onde o Virgolino (Lampião) morreu e na fazenda em Serra Talhada onde ele nasceu. Gostei também de visitar a fazenda Touro (BA) local onde Ezequiel, o irmão de Lampião morreu e a casa onde a Maria de Déia (Maria Bonita) morou em Malhada do Caiçara. Outro lugar que achei interessante foi a fazenda em Maranduba onde o tiroteio entre os cangaceiros e volantes deixou dezessete policiais mortos. De lá trouxe de lembrança um crânio de uma vaca.
Lucas, Matheus e a lembrança da Maranduba
Matheus e Aderbal na Lagoa do Mel
Lucas, Matheus e a Caravana em Nazaré
Lucas, Matheus e Caravana na Vila de dona Generosa
Gostamos muito do passeio, já estamos querendo voltar rsrs . Todos dias eu e meu irmão olhamos o blog Cariri Cangaço gostei muito das fotos no blog ,só faltou do meu irmão. Se vc tiver ai coloque também que ele vai ficar muito feliz. Depois você manda a minha carteirinha de investigador do cangaço Mande um abraço para todos, fala pro Vovô Múcio que eu quero ver ele no próximo encontro de vcs. Obrigado Luquinha !tchau Severo.
Ah Severo ia logo me esquecendo, a próxima vez que vc for fazer uma viagem de estudo no cangaço me chame porque eu vou ficar muito agradecido. Atenciosamente.
É isso. Tchau Severo.
Luquinhas e Matheus, novos Investigadores do Cangaço
Matheus e Luquinhas, na Casa de Maria Bonita
Estávamos em Serra Talhada, já no final de nossa jornada com a Caravana Cariri Cangaço-GECC, quando vieram me mostrar uma mensagem de celular enviada a uma tia pelo pequeno Luquinhas, que dizia assim: "Tia eu faço parte agora de um grupo de investigadores do cangaço, eles são muito famosos e vão me levar até para Portugal com tudo pago"! Bem, tirando o "famosos" e desejando que essa viagem a Portugal se confirme, rsrsrs, o resto foi a surpresa pela grande e prazerosa companhia durante boa parte de nossa caravana, com a família de Karlon, pai de Luquinhas e Matheus. Na verdade eles estavam em Paulo Afonso, sob a "tutela" do amigo João de Sousa Lima e dali se uniram a nosso grupo, para nossa satisfação.
Crianças sempre acabam fazendo a diferença, mas Luquinhas e Matheus possuíam um algo mais. Incrível como eles se identificaram com as coisas e as raizes nordestinas; são do estado do Espírito Santo; e a cada visita e a cada informação, mais e mais eles se encantavam, por muitas vezes percebíamos seus olhinhos brilhando, para isso não há preço. Logo cedo da manhã estavam os dois a postos para mais uma caminhada, percorriam todas as trilhas e só voltavam a noite, muitas vezes dormindo é claro... mas acabaram por nos dá uma grande lição: Temos aqui em nosso chão, na nossa terra, um tesouro precioso e que muitos de nós não consegue enxergar. Jamais vou esquecer a emoção do Luquinhas quando vestiu a camisa vermelha do Cariri Cangaço.
Queridos Luquinhas e Matheus, sejam bem vindo a esta família, a família dos Vaqueiros da História, a família Cariri Cangaço, e saibam que "famosos" são vocês, os mais novos Investigadores do Cangaço.
Tudo é deserto e tão escuro, meu amor; meu passo é lento, curvo, descompassado; um tanto de vida e muito mais de maltratado, mas caminharei adiante porque sigo pela luz dos olhos teus.
Um dia me falaram sobre os perigos das veredas, sobre os labirintos ladeando a estrada, e jamais me esqueci do que de repente um poeta me ensinou: “no meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra no meio do caminho...”
Olhei o mundo pela janela, avistei horizonte e paisagem, um mundo disforme e desconhecido, e juro que tive medo. Depois abri a porta e senti meu olhar cheio de curvas e dúvidas, nada diferente do que estava adiante.
A necessidade me fez caminhar sem temer, a sobrevivência me fez ter coragem e fé, a vontade de viver me fez mais apegado às pequenas coisas para ter sempre mais. E de repente já estava no mundo e rodeado de todas as circunstâncias e consequencias.
Já olhava o mundo da janela de forma diferente, apreciando e valorizando cada motivo bom definido no olhar; não tinha mais medo de abrir a porta, do que havia adiante nem de caminhar por suas curvas; havia encontrado a vida, mas faltava o amor.
Não faltava o amor, faltava amar. E como era difícil amar do jeito que eu via, sentia e queria o amor. Lembro que ainda era um tempo de romantismo, de namoros e bilhetes, de poesias e versinhos apaixonados. Tempo bom, bem lembro...
Era um tempo de riscar os dois nomes, com coração e tudo, no tronco da árvore mais frondosa que existia; era um tempo de colher fruta madura para presentear, de roubar a flor mais bela do jardim, de ficar debaixo da janela esperando que a cortina se abrisse.
Tinha maçã do amor e pirulito, retrato 3x4 propositalmente deixado dentro do caderninho, uma praça e um banco de praça, e sempre um entardecer e uma esperança. Nunca esquecerei desse tempo meu, jamais.
Eclesiastes me ensinou que há um tempo pra tudo. “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz”.
Por isso mesmo sabia que um dia chegaria o meu tempo de amar. Mas não sabia que o meu amor nasceria naquela molecota que rodava faceira na brincadeira de roda, que era pastorinha no cordão encarnado, que pulava, que corria, que dançava.
Um dia, apenas por brincadeira, passei apressado com meu cavalo de pau e disse que ela era linda e ia ser minha namorada. Ela me deu língua e achei a coisa mais feia do mundo de menina fazer. Mas achei a língua bonita, a dona dela e o seu semblante ainda mais.
Os anos passaram e aquela mesma língua um dia estava quietinha na boca que me disse que não sabia responder ainda sobre a minha pretensão amorosa. E continuou sem resposta por muito tempo.
Porque ela não havia me dado uma esperança boa é que olhava da janela temendo a vida também dizer não; não abria a porta com medo dos caminhos; não pegava a estrada temendo seus labirintos. Até que um dia a brisa me soprou no ouvido um segredo.
E com a brisa, que apressada se fez em vento, passei diante de sua janela. Um olhar como resposta e o amor enfim. Um olhar que brilhava e que dali em diante também foi parte dos olhos meus.
E com o amor, tanto amar, os caminhos sem medos e a força para seguir sempre em frente. E quando o olhar me cansa, vejo tudo, enxergo a vida, pela luz do seu olhar, pela luz dos olhos teus.