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sábado, 8 de dezembro de 2018

PAIS, LIÇÕES E SAUDADES

*Rangel Alves da Costa

Minha mãe não está mais aqui. Meu pai também não está mais aqui. Muitas mães e muitos pais também não estão mais aqui.
A mão que lhe fez viver, o seio que lhe amamentou para crescer, a palavra que cuidou de seu destino, talvez não esteja mais aqui. As mães infelizmente partem, dão adeus para prantos sem fim.
Aquele que lhe chamou de filho não está mais aqui, a força que tanto lutou pela sua sobrevivência não está mais aqui, os braços que lhe colocaram no coloco talvez não estejam mais aqui. Os pais infelizmente se vão, voam para não mais retornar.
Somente na perda a gente sente a falta que todos fazem. Somente depois das despedidas é que a gente procura reencontrar aquele tempo já impossível de compartilhar. E sempre chegam as dores das indagações, das perguntas interiores, dos lamentos no coração:
Por que não vivi mais as suas presenças, por que não compartilhei mais ao lado deles os bons momentos da vida, por que não me dediquei mais com o amor de filho, por que não tive tempo de demonstrar a verdadeira extensão do amor sentido?
A verdade é que temos nossos pais como eternidade, como presenças constantes ao nosso lado. Jamais imaginamos perdê-los, jamais nos chega a certeza de um adeus a qualquer dia.
E por isso mesmo que sofremos tanto depois da perda e das despedidas. E por isso mesmo que choramos e que padecemos, que queremos a todo custo as suas presenças. Jamais aceitamos totalmente perdê-los.
E por isso mesmo silenciosamente passamos a refletir sobre os dias idos e não devidamente vividos. Como uma estrada boa que vai ficando para trás, de repente queremos novamente reencontrá-la. Mas quando já será tarde demais.
E cada um dizer a si mesmo que desejaria tanto ainda deitar a cabeça no colo e de sua voz ouvir as lições, que queria tanto levar uma xícara de café ao pai sentado em sua cadeira, que desejaria tanto chegar com um presentinho singelo e dizer parabéns minha mãe, que queria tanto avistar seus pais sentados à mesa e com eles dividir cada pedaço de pão.
Mas já impossível, pois já partiram. Fazer o que, então? Não adianta chorar perante os retratos e as recordações. Não adianta querer também morrer pelas ausências. Adianta viver, mesmo na dor, as lições que restaram.
E mostrar a todos o valor de um pai e de uma mãe. E mostrar que num pai e numa mãe nunca estão somente um pai e uma mãe. Mas seres que devemos amar, pessoas que nos fizeram nascer, aqueles que sempre zelaram pelas nossas vidas.
E mostrar a todos que os pais não são apenas aqueles que lhes dão um sobrenome, que abrem a porta quando retornam nas madrugadas, que se preocupam com suas vidas, mas sim a seiva que em tudo os alimenta. E que nos outonos da vida, tal seiva deverá sempre permanecer viva pela certeza do amor ofertado e pelo amor recebido.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

RAIMUNDO MAXIMIANO DE MORAIS, VULGO MUNDINHO

Por Bruno Yacub

“Mundinho”, um Cangaceiro brejo-santense.

Entre os cangaceiros que se encontravam na cadeia pública da capital cearense, presos pela polícia, depois que o Dr. Mozart Catunda Gondim assumiu a direção da Secretaria da Polícia e Segurança Pública, figura Raimundo Maximiano de Morais, vulgo Mundinho, que contava 28 anos de idade, de cor morena, baixo, natural de Brejo dos Santos (atual Brejo Santo). Gabava-se Mundinho de ter vivido doze anos na espingarda no meio dos mais temíveis e importantes companheiros de luta, a exemplo de Sebastião (Sinhô) Pereira, Luiz Padre, Lampião e Gitirana e a relação de importantes figurões da política cearense, paraibana e pernambucana, como o major José Inácio, do Barro; o coronel José Pereira, de Princesa Isabel; Yoyô Maroto (Crispim Pereira de Araújo), de São José do Belmonte; dentre outros.

Viveu em Brejo dos Santos até 1914, em companhia de seu pai, José Maximiano de Morais, a quem ajudava numa loja de que o mesmo era proprietário. No fim daquele ano, quando contava apenas 14 anos de idade, abandonou a casa do seu pai a fim de ganhar a vida sozinho, passando a trabalhar para o coronel Francisco Pereira de Lucena (Chico Chicote), político influente, que poucos dias depois o convidou a tomar parte do assalto armado a Porteiras.




Com extraordinária satisfação, Mundinho aceitou o convite e seguiu no meio de numeroso grupo para o ataque àquela Vila, que caiu em poder de Chico Chicote. Durante a luta, Mundinho portou-se com tal valentia, que passou a ser alvo de elogios do chefe do bando e dos seus companheiros, o que encheu de orgulho e o animou a prosseguir na vida do cangaço.

Pouco depois dessa façanha, quando se encontrava no sitio Guaribas (Porteiras), de propriedade de Chico Chicote, tomou, por duas vezes, parte na defesa daquela propriedade, atacada por forças do governo.
Em janeiro de 1915, coligavam-se contra o coronel Raimundo Cardoso dos Santos, de Porteiras, Mousinho Cardoso, Chico Chicote e José Inácio, chefes influentes de Brejo dos Santos e Milagres. Os coligados mandaram assaltar, à mão armada, a propriedade de Raimundo Cardoso e, a seguir, expediram telegramas à imprensa de Fortaleza e do Rio de Janeiro e ao Presidente da República, clamando por providencias, já que não confiavam no Governo do Estado do Ceará.

Em abril de 1915, as populações de Porteiras, Brejo dos Santos e Milagres reclamavam providências contra assaltos iminentes por parte dos bandos armados estimulados pela baixa politicagem. Enviava o Governo destacamentos comandados por oficiais com o fim de manterem a ordem publica.

Tomadas essas medidas preliminares, finalmente, no dia 13 de junho de 1915, os colegiados à frente de cerca de 300 homens, atacavam a vila de Porteiras, defendida pelo Tenente Artur Inácio, com uma força estadual composta de 40 praças e 02 oficiais. Após 11 horas de fogo, seu último reduto foi o cemitério de onde se retraiu com o chefe deposto. Esgotadas as munições, a força estadual abandonava a Vila, que ficava entregue à sanha dos vencedores.

Serenadas as coisas em Guaribas, foram dispensados os serviços de todos os cabras, tendo Mundinho seguido com diversos deles com destino a Brejo dos Santos, onde foram cercados por uma numerosa força policial, que conseguiu capturar um. Mundinho conseguiu não ser apanhado e fugiu para São José de Piranhas, Paraíba, onde, não sendo conhecido, pôde empregar-se como lavrador no sítio Picadas, de propriedade do major Andrade. Passou seis meses trabalhando naquele sítio, mas tinha saudade da vida do cangaço, e, por isso, voltou a Brejo dos Santos, sendo, logo após a sua chegada ali, cercado por uma força policial.  Graças ao auxilio que lhe prestou um seu irmão, pôde fugir, indo ter ao sítio Barro, de propriedade do coronel José Inácio, homem rico, de Milagres. Durante um ano, pouco mais ou menos, esteve trabalhando como agricultor naquele sitio, mas, em certo dia, José Inácio chamou-o, dando-lhe um rifle e farta munição para, em companhia de outros “rapazes”, ir fazer um serviço.

Tratava-se nada mais, nada menos, de liquidar João Flandeiro, inimigo de José Inácio.  O grupo era chefiado por Sinhô Pereira e, entre outros cangaceiros, contava Tiburtino Inácio (filho de José Inácio), Ponto Fino, Deodato, Patrício, João de Genoveva e José Pedro. Cerca de 5 horas da manhã, o grupo cercou o sítio Pitombeiras, distante uma légua de Barro, propriedade e residência de João Flandeiro, começando, então, violento tiroteio, que durou até às 9 horas da manhã, quando a família do atacado, obteve permissão para sair de casa. João Flandeiro, apesar de ferido, resistiu ainda 15 minutos de fogo, mas, afinal, abriu a porta para entregar-se, sendo crivado de balas. Imediatamente, os assaltantes atearam fogo na propriedade. Terminado o “serviço”, o grupo voltou ao sítio Barro, ficando José Inácio muito satisfeito quando soube que o seu inimigo tinha morrido e que a sua propriedade fora incendiada.

Dois meses mais tarde, fazendo parte de um grupo de 12 homens, em que figuravam Luiz Padre, Sinhô Pereira, Mourão, Gitirana, José Dedé, João Dedé, Vicente Marinho, José Marinho e Cambirimba, dirigiu-se Mundinho para o Pajeú, em Pernambuco, onde morava uma filha de José Inácio.  Ali, no povoado Queixadas (atual Mirandiba), mataram, depois de sangrenta luta, o Antônio da Umburana, que havia assassinado Manoel Pereira (Dadú), irmão de Sinhô Pereira. Cometido esse crime e sendo perseguido pela polícia pernambucana, o grupo voltou para o sitio Barro, fazendo, em caminho, vários saques.

Depois de alguns meses de repouso, Mundinho entrou num grupo de 45 homens, organizado por José Inácio e do qual fazia parte Lampião, para atacar o padre Lacerda, na vila do Coité, em Mauriti. Pelas 9 horas da manhã o numeroso bando, que se encontrava bem armado e municiado, atacou a vila de Coité, ocupando, no primeiro embate, três casas. A população ofereceu heroica resistência, que durou de 9 horas da manhã a 6 e meia da tarde, quando os assaltantes foram obrigados a recuar, indo até a fazenda Araticum, do coronel Antônio Cartaxo, também em Mauriti, o qual, sabendo da aproximação dos bandoleiros, abandonou a sua propriedade, que foi saqueada e depredada.

De acordo com as recomendações de José Inácio, o grupo, ao retirar-se de Coité, deveria atacar Milagres, mas achando-se essa localidade bem guarnecida, Lampião tentou atrair a atenção da força policial para fora daquele município, para o que fingiu atacar a fazenda Queimadas, próximo a Mauriti. No momento em que efetuava o assalto a Queimadas, o bando foi surpreendido por uma força de 12 praças, comandada pelo sargento Gouveia, que recuou três vezes. No último ataque do sargento Gouveia, o grupo decidiu retira-se em direção a Conceição de Piancó. Durante a luta, morreram dois soldados e os cangaceiros perderam “Pitombeira”, ficando ferido o bandido “Lavandeira”, que foi levado para a casa do velho “Batista dos Valões”, tio de Sinhô Pereira e de Luiz Padre. De Conceição do Piancó, os bandoleiros dirigiram-se para o povoado Cristóvão, do município de São José do Belmonte, em Pernambuco, onde foram homiziados por Yoyô Maroto, que lhes forneceu munição.

Após esses acontecimentos, voltaram todos ao “Barro”, de José Inácio, que mostrou a Mundinho um telegrama que lhe fora enviado pelo deputado federal Floro Bartolomeu, aconselhando-o a abandonar a vida de cangaço, visto como pretendia fazê-lo Deputado Estadual. Em virtude deste conselho, José Inácio resolveu dispensar o grupo, mandando-o para o Pajeú das Flores (atual Flores).

Os bandoleiros não quiseram ir para aquela localidade pernambucana, e rumaram a fazenda Patos (em Princesa Isabel) e dali a Vila Bela, onde se acoitaram no sitio Abóboras, de propriedade do coronel Marçal Diniz.  Numa dessas viagens, o grupo dividiu-se e seis homens dirigiram-se a Olho D’água, tendo um encontro com a força cearense comandada pelo capitão José de Santos Carneiro. Os seis cangaceiros perderam as montarias e refugiaram-se em Patos, onde se encontrava Lampião.

Desse encontro nasceu o receio de que a força cearense atacasse Patos, razão porque o Dr. Marcolino Diniz, que protegia os bandoleiros, pediu auxílio do coronel José Pereira, de Princesa Isabel, que lhe remeteu mais de 100 homens armados. Enquanto enviava esse reforço de cabras, o coronel José Pereira foi ao encontro da força cearense, avistando-se com a mesma nas proximidades de Patos.    O coronel José Pereira procurou convencer ao capitão Carneiro que não havia cangaceiros naquele município, mas o aludido oficial, com cerca de 80 praças, foi até Patos, não encontrando, ali, nenhum bandoleiro, pois, de acordo com os planos do coronel José Pereira, foram escondidos todos os “rapazes”.  Isso foi uma felicidade para a força cearense, porquanto estava combinado se tentasse a mesma efetuar qualquer prisão seria repelida pelos cangaceiros, em número, então, superior a 200. No dia imediato, o capitão Carneiro se retirou de Patos. Lampião, à frente de 30 homens, dirigiu-se para o Pajeú das Flores, não sendo acompanhado de Mundinho que, com dois bandoleiros, voltou ao Ceará.

Durante dois anos, Mundinho viveu como bodegueiro, mas, vez por outra, realizava, “expedições” de cangaço por conta própria.  Numa dessas “expedições”, chefiou um grupo composto de Antônio Padeiro, Lavandeira e dos Mateus, com os quais atacou José Amaro, no município de Aurora, saqueando totalmente a casa deste. Esta façanha custou-lhe nova perseguição da polícia, o que determinou sua fuga para o Pajeú, onde encontrou a proteção de Yoyô Maroto. Este, poucos meses depois, recebia Lampião em sua fazenda, passando Mundinho a “agir”, juntamente com o temível chefe bandoleiro.

Retirando-se Lampião, Mundinho não o quis seguir, e, com Lavandeira, passou a roubar entre Cristóvão, São José do Belmonte e Poço do Pau (Brejo dos Santos).  Depois de várias peripécias, Mundinho foi acusado da morte de Vicente Quilarino, pelo que teve de fugir, vindo para Gameleiras, no Ceará, onde foi contratado para, em companhia dos Marcelinos, perseguir Horácio Novaes. Demorou em Gameleira, mas, ali, se viu perseguido por Júlio Pereira, por não querer trabalhar com ele em furtos de gado. Júlio Pereira, com diversos homens, atacou-o no dia 12 de maio de 1926, mas não conseguiu matá-lo.

Mundinho foi para Olho D’água do Santo, em Brejo dos Santos, onde pediu a proteção do coronel Joaquim Inácio de Lucena, conhecido por Quinco Chicote, prefeito municipal, que prometeu acoitá-lo, dando-lhe uma casa. Depois de poucos dias, em maio de 1926, o mesmo coronel Quinco Chicote mandou mata-lo por um grupo de 12 civis, que faziam parte João Chicote (João Gomes Sobrinho), filho do coronel Manoel Inácio de Lucena (Manoel Chicote), então prefeito de Milagres, Antônio e Pedro Gomes Granjeiro, Manoel Salgueiro e Ferrugem.  Mundinho entrincheirou-se em casa e resistiu ao ataque desde 10 horas da noite até 8 e meia da manhã seguinte, quando recebeu duas balas na perna direita.

Além desses ferimentos, a sua munição acabou-se, não podendo mais resistir. O primeiro a entrar em sua casa foi o Manoel Salgueiro, a quem Mundinho comunicou que estava ferido. 
 
Minutos depois, penetravam na casa mais três homens que queriam matar Mundinho, que apelou para Manoel Salgueiro, mostrando que era covardia assassinar um homem ferido e sem armas. Manoel Salgueiro ficou ao lado de Mundinho, não consentido que lhe tirassem a vida. Ferrugem e os outros insistiram em dar cabo do ferido, mas Manoel Salgueiro botou bala na agulha do rifle e tomou posição, disposto a defender a vida do homem, que tinha ido matar.  Ferrugem e os outros homens não quiseram entrar em luta com Manoel Salgueiro, retirando-se da casa resmungando.

Conduzido à cidade, onde foi alvo da curiosidade dos antigos companheiros de infância, o bandoleiro submeteu-se a uma dura operação efetuada por Dr. Caminha, que lhe amputou a perna com facas e serrote de açougue. Após aquele martírio, Mundinho solicitou um confessor. Padre Raimundo Nonato Pita ouviu-lhe por mais de uma hora. Passados alguns meses, Mundinho foi posto em liberdade, seguindo para Missão Velha, onde encontrou a proteção de Isaias Arruda, que lhe deu cama e mesa.  Passou a viver tranquilamente em Missão Velha, mas, em agosto de 1928, quando menos esperava, foi preso e removido para a Capital.

Já na Capital, após ceder uma entrevista ao jornal “O Ceará” Mundinho fez um pedido, afirmando ter muitos inimigos na Paraíba que desejavam sua remoção para aquele Estado, a fim de assassiná-lo, e por esse motivo queria que intercessão junto ao Dr. Secretário da Polícia e Segurança Pública a fim de conservá-lo preso no Ceará, onde teria de responder por diversos crimes, inclusive a morte de João Flandeiro, em Milagres, a mandado de José Inácio, e a morte de dois soldados da polícia cearense.

Antes de morrer, Mundinho concordou em narrar episódios de sua vida pregressa. Em dado momento, quando se referia ao seu batismo de fogo no grupo de Sinhô Pereira (combate da Carnaúba-Pajeú) o ex-bandido expandiu-se num pranto convulsivo sem mais poder pronunciar uma só palavra.

De resto, sozinho e alcoólatra inveterado, Raimundo Maximiano de Morais, veio a falecer na mais negra miséria em 1955.
Bruno Yacub Sampaio Cabral
A Munganga Promoção Cultural
O Brejo é Isso!

Fonte bibliográfica:

Edição do jornal “O Ceará”, 1° de setembro de 1928, págs. 6 e 7;

Esboço Histórico do Município de Brejo Santo, Otacílio Anselmo e Silva, pág. 220, revista Itaytera, Instituto Cultural do Cariri, N° 2, 1956;

Livro Fanáticos e Cangaceiros, Abelardo Fernando Montenegro, edição 2011, pág. 355;

Informações do pesquisador Sousa Neto, escritor do livro José Inácio do Barro e o Cangaço, 2011;
http://cariricangaco.blogspot.com/2018/12/a-explosiva-e-elucidativa-entrevista-do.html.

Enviado pelo autor Bruno Yacub

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ESTE SEGUNDO DA DIREITA PARA A ESQUERDA, POR TRAZ É MEU AVÔ, JOÃO BARROS NOVAES


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A MORTE DE DELUZ | O CANGAÇO NA LITERATURA #153

https://www.youtube.com/watch?v=8-gjN58Ixfo

Publicado em 26 de abr de 2018
Já ouviram falar no sanguinário Sargento Deluz? Pois bem, sabem onde e quem o matou? Vamos ver o programa e descobrir? Abraço a todos!
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[DVD TV] - CRIMES NO BRASIL: CASO CLAUDIA LESSIN, DE 1977

https://www.youtube.com/watch?v=xjfgNZcExhw

Publicado em 24 de jul de 2018

Os acusados eram Georges Michel Kour e Michel Albert Frank, que se achava foragido no exterior. O crime aconteceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1977, hora não precisada, no interior do apartamento 302, à Rua Desembargador Alfredo Russel, 70, bairro Leblon. A acusação era de que os dois teriam estrangulado com as mãos e desferido pancadas na cabeça de Cláudia Lessin Rodrigues, causando-lhe a morte. Teriam ainda, ambos, usado de recurso que impossibilitara a defesa de Cláudia, enfiando objeto em orifício de seu corpo de tal maneira que ela não pode opor resistência aos seus agressores, que lhe eram superiores, física e numericamente. Era um caso de homicídio triplicamente qualificado. Assista, curta, comente, compartilhe e se inscreva em nosso canal para receber em primeira mão as nossas novidades postadas.

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MATOU POR AMOR

Por José Mendes Pereira
A imagem é só para ilustração - https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/crimes/caso-maniaco-do-parque/n1596992315299.html

Não tenho certeza do ano que isso aconteceu em Mossoró no bairro Alto da Conceição, mas tenho a impressão, que foi mais ou menos entre 1964 a 1965. Como eu não posso citar os verdadeiros nomes dos personagens principais da nossa história, chamaremos de Zé e Maria.

A Maria era casada e como se costuma dizer, bem casada com o Zé, este tinha como profissão marchante. Comprava os animais e ele mesmo os abatia em seu pequeno quintal nos fundos da casa. O Tibério já fazia alguns anos que era ajudante de tirar o couro do animal abatido, dividi-lo em bandas, afinal, ele era quem fazia a carne do animal ser transportada para a venda de acordo com as exigências dos compradores.

O Tibério tinha liberdade total na casa do Zé e a Maria o tinha como um parente, não só parente, mas como se fosse um irmão, dando-lhe toda liberdade para entrar nos cômodos, caso fosse necessário, e sair de lá a hora que bem quisesse. Afinal, o Tibério era como se fosse mesmo uma pessoa daquela família. Mas vez por outra ele desviava um pouco o assunto deixando de lado a consideração, e jogava palavras soltas para ver se a Maria entendia o seu desejo.

O marchante nunca imaginou que o Tibério tinha desejos amorosos pela sua esposa. O Zé saía para os seus negócios de compra de gado e chegava à hora e o dia que queria. O Tibério se encarregava de todas as atividades que eram necessárias serem feitas na ausência do Zé.

Mesmo tentando fazer com que a Maria descobrisse a sua paixão ela jamais passou pela sua mente que o Tibério não a tinha como da família, e sim, desejos sexuais.

O Tibério vai à luta sempre tentando conquistá-la, mas quando a Maria percebe os seus pensamentos adversos ela começa a excluir o Tibério de qualquer atividade dentro de casa, chegando ao ponto de cortar a sua permanência dentro dela.

A Maria agora está diante de um homem que com certeza, irá atrapalhar a sua vida e a vida do seu esposo. Homem nenhum faria ela o trair. O Zé é um bom dono de casa, bom esposo e responsável, e ela nasceu para ser a sua esposa.

Mas o Tibério já viu que a Maria já sentiu o seu desejo e parte para a conquista. Tenta convencê-la de todas as formas, mas ela está firme. Não o aceita de forma alguns como amante, nem ele e nem ninguém a encaminhará para a traição.

Maria o ameaça, dizendo-lhe que assim que o Zé chegar de viagem ela irá contar ao seu pouco desrespeito. O Tibério enlouquece. Ela parte para cima dele com uma faca peixeira e tenta vencê-lo, mas o Tibério tem mais força e toma a faca, e tenta obrigá-la para o quarto. Maria está apavorada. Grita, chora, mas ninguém está por perto. Maria não obedece. Diz que morre, mas não se entrega. Vendo que a Maria não se rende e sabendo que ela não deixará de contar ao marido o Tibério grava-lhe a faca peixeira do peito. Maria cai e com poucos minutos está.

O Tibério se manda para o estábulo e por lá passa o resto da tarde cuidando de algumas obrigações no curral. Ele espera que alguém encontre a Maria morta em casa e saia espalhando por tudo que é de lugar. Ciente que alguém tem andado na casa e assim que começa o anoitecer Tibério vai até a casa. Vendo que não andou ninguém sai às carreiras comunicando o ocorrido. A vizinhança chega e o alvoroço foi terrível. Maria agora está morta. Quem foi que a matou? Ninguém sabe. Somente o autor da morte.

A movimentação é geral. No local a polícia chega acompanhada do ainda fraco ITEP para conduzirem o corpo da Maria para ser feito os primeiros trabalhos técnicos e científicos. Depois de tudo registrado o corpo foi devolvido para os familiares cuidarem do funeral.

O caixão fúnebre chega até a casa. Os vizinhos mais próximos lamentam a maldade que fizeram com aquela mulher tão boa e generosa. O Zé já tem tomado conhecimento e retorna o mais rápido possível dos seus trabalhos de compra de animais para abate.

Tibério chora muito diante do caixão para esconder a sua culpa na morte da Maria. Ninguém ali percebe que ele tem culpa naquela morte. Afinal, ele é um sujeito que faz parte daquela família e jamais faria uma tamanha desgraça daquela contra a Maria.

Assim que terminam as despedidas de corpo presente tangem-no para fazer o sepultamento. O Tibério é o mais chorão e lá no cemitério evita colocar barro sobre o corpo da falecida, alegando que não tem coragem para cobrir com areia uma pessoa tão boa como ela foi para ele.

Mas a vida do Tibério está por um fio. A faca que assassinou a Maria é examinada pelos peritos do ITEP, e o Zé ao vê-la descobre que é do Tibério. E sem muita demora antes que fuja, o Tibério é chamado à presença do delegado. Na delegacia confirma o crime. O Zé está presente e antes que ele seja encaminhado para a cadeia o Tibério é assassinado à-queima-roupa pelo o Zé. Mais um infeliz foi morto, mas pela sua culpa, sua culpa, sua máxima culpa!

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ASSASSINATO DE ESTUDANTE NOS EUA É SOLUCIONADO 49 ANOS APÓS O CRIME

Por Thais Moura 

DIVULGAÇÃO/PROCURADORIA DO CONDADO DE MIDDLESEX

Jane Britton foi morta aos 23 anos por Michael Sumpter, responsável por outros dois crimes contra mulheres.

Jane Britton, estudante de pós-graduação em antropologia de Harvard, foi assassinada brutalmente em 1969, em seu apartamento do quarto andar de um prédio em Cambridge (EUA), próximo da universidade. Porém, o caso só chegou a ser desvendado este ano, 49 anos depois.

Marian Ryan, procuradora do condado de Middlesex, contou à BBC que o crime foi solucionado graças aos avanços nos testes de DNA. Investigadores testaram novamente o material coletado na cena, concluindo que correspondia ao de Michael Sumpter, morto vítima de câncer em 2001, pouco tempo depois de sair da prisão, onde cumpria pena por estupro. Para confirmar a compatibilidade, a equipe localizou seu irmão, que cedeu material genético.

Desde que morreu, Sumpter foi apontado como responsável pelo estupro e assassinato de outras duas mulheres: Ellen Rutchick, em 1972, e Mary Lee McCLain, em 1973. Quando vivo, chegou a cumprir pena por estupro, em 1975.

A procuradoria afirmou que, assim como Jane, nenhuma das vítimas tinha qualquer relação com o assassino.


Como a maior parte da família da vítima já faleceu, o único a se pronunciar sobre o caso foi Boyd Britton, irmão de Jane. “Eu gostaria de agradecer a todos — amigos, funcionários públicos e imprensa — que perseveraram em manter essa investigação ativa”, afirmou Boyd. “Essa vigência de DNA provavelmente será tudo o que teremos como conclusão. Aprender a entender e perdoar continua sendo um desafio”, completou.

Assassinato de estudante nos EUA é solucionado 49 anos após o crime
Abrir em Tela Cheia

O corpo de Jane foi encontrado pelo namorado pouco depois do meio-dia de 7 de janeiro de 1969, em seu apartamento. O rapaz teria ido ao local preocupado por ela não ter comparecido a uma prova naquela manhã.

Segundo a polícia, Britton havia saído para jantar com colegas em um restaurante na noite anterior, e logo em seguida foi a um rinque de patinação no gelo com o namorado. O casal terminou a noite em um pub perto do prédio onde a jovem morava. Eles se despediram às 22h30. Jane passou na casa de um vizinho e retornou a seu apartamento pouco tempo após a meia-noite.

Exames toxicológicos mostraram que o álcool que ela ingeriu na noite anterior ao crime não tinha sido metabolizado antes da morte, levando à conclusão de que ela foi assassinada logo depois de retornar ao apartamento. A autópsia revelou sinais de agressão sexual e múltiplas fraturas no crânio com objeto contundente. A arma do crime nunca foi identificada.

Nos últimos 49 anos, diversas teorias e suspeitos foram investigados e descartados.

 Clique no link abaixo e leia tudo.

https://www.metropoles.com/mundo/violencia-int/assassinato-de-estudante-nos-eua-e-solucionado-49-anos-apos-o-crime

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COMO CORREU SERTÃO A DENTRO A NOTÍCIA DA MORTE DE LAMPIÃO


Por Afrânio Mello (Enviado especial dos “Diários Associados”)

O desaparecimento inopinado de Virgulino Ferreira, a fera humana conhecida no Nordeste pelo apelido singular de Lampião, deixou funda impressão em toda a zona sertaneja, infelicitada pela seca, pelo analfabetismo.

O ambiente das caatingas não admite a queda de seus ídolos, a derrocada dos princípios básicos de sua formação social.

O camponês é, mesmo que não o queira, um joguete nas mãos de seu próprio destino, um supersticioso que liga atenção ao mais tolo fenômeno da natureza, um crédulo em falsos mistérios da vida.

A notícia da morte de Lampião espalhou-se no sertão com a rapidez do relâmpago, varou o interior de oito Estados, desceu para o Sul e subiu para o Norte, impelida pelos dedos dos telegrafistas e pela voz dos locutores, através das ondas hertzianas.

Foi mais comentado que o desaparecimento do padre Cícero Romão Batista do Juazeiro.

LAMPIÃO – ETERNO

Aliás há uma particularidade original na psicologia do homem dos campos distantes. Muitos foram os caboclos que eu ouvi sustentando a tese de que Lampião não houvera morrido. Em Santana do Ipanema, principalmente na feira, homens de alpercatas nos pés e grandes chapéus de palha, entre duas baforadas de cigarro feio com fumo de corda legítimo, juravam e batiam fá que o capitão Virgulino estava vivo com eles próprios.

Mesmo depois de olharem demoradamente o crânio mutilado do grande sertanejo, balançavam a cabeça, cuspiam de lado, resmungavam baixo e saiam murchos, o cérebro brigando com o que os olhos viram.

Essa crença exagerada na imortalidade de certos tipos, incompreensível para o homem civilizado, é característica na alma sertaneja. A convicção daquela gente rude impressionou-me de compaixão. Tive uma pena danada do magote humano que ficou esquecido tanto tempo sem conhecer uma cartilha nem receber ensinamentos para dominar a terra desoladora, dominando seus instintos também.

Ainda hoje milhares de romeiros cultuam o padre Cícero, o querido padrinho de todo o mundo, sem ousarem tomar conhecimento da morte do velho sacerdote. Acreditam-no vivo como antigamente, sorrindo e rezando para que a chuva viesse molhar a terra tostada, prometendo a felicidade aos pobres, com palavras cheias de amor e justiça.

Lampião, como o padre Cícero, é eterno para os habitantes da caatinga. É o gênio do mal a cobrir de sangue tudo de bom que o patriarca de Juazeiro espalhou pelo sertão.

ANOS E ANOS COMBATENDO O BANDIDO

A campanha contra o cangaceirismo mobilizou centenas de homens durante várias décadas. Dos Moraes a Porcino, de Antônio Silvino a Lampião, é incontável o número de grupos que desafiaram a perseguição constante das forças armadas do Nordeste.

Não sei como conseguiram aqueles homens viver no meio do mato anos e anos, dormindo no chão, sobressaltados, correndo na caatinga, batendo recordes de velocidade.

Pés chatos, furados pelos espinhos, corpo cortado de tiririca, com medo de cobras e de balas, mesmo assim não temiam distâncias.

Andavam sem deixar rastro, nunca dizendo o rumo, vestidos de azulão, carregando um verdadeiro arsenal de objetos indispensáveis à sua existência nômade. Fuzil, cartucheira, punhais e pistolas, chapéu de couro, lenços e bornais, bentinhos, uma infinidade de coisas, tudo aglomerado em torno do corpo magro, de músculos de ferro. 

Tanto bandoleiros como policiais usavam os mesmos apetrechos. Não podiam esquecer nada. Passavam dias e dias sem tomar água, bebendo cachaça de ração, chupando raspadura, assando ceará na ponta das facas. Muita vez, devido à proximidade do inimigo, não podiam acender fogo, temendo apontar o esconderijo, no meio do carrasco cerrado.

Percorriam a caatinga, quase sempre, com mil precauções. Não deixavam um graveto para não fazer ruído, escutavam ao chão como bons caetés.

EPISÓDIOS DE UMA VOLANTE

O tenente Bezerra, em sua fala sincera aos soldados, em Santana por ocasião da chegada das cabeças famosas, revelou episódios interessantes da vida duma volante disciplinada e que preza a existência acima de tudo. 

Pela manhã, os policiais tinham cinco minutos para contar uns aos outros os sonhos da noite. Eram sempre histórias de mulher bonita, de caboclas cheirando como flor de manacá, olhos beijando seus rostos queimados pelo sol, envolvendo-os de doçuras perigosas.

Terminado o prazo, as bocas se fechavam a contragosto, com vontade de comunicar ainda os detalhes esquecidos, a cor dos cabelos das moças evocadas, das donzelinhas encontradas na beira das estradas.

Às vezes, na noite alta, ouvia-se um rumor. O chefe da volante percorria os subordinados um a um, no escuro, passando a mão pelo rosto para conhecer seus cabras, temendo pela vida de todos, isolados na caatinga bravia, longe de homens mais humanos.

Na perseguição de cangaceiros, rastejavam horas seguidas, arrastando a barriga contra a aspereza da terra, olho atento e ouvido apurado, esperando a qualquer momento o zoar da fuzilaria, rezando com medo de ensopar a terra com seu sangue já que a chuva não a queria molhar...

“Diário de Pernambuco” – 03/08/1938

Material extraído do acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho

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QUEM ESTAVA NO ANGICO EM 38? | O CANGAÇO NA LITERATURA | #254

https://www.youtube.com/watch?v=ISn1AzuERc8&feature=share

Stream ao vivo realizado há 11 horas

Relação dos cangaceiros que estavam na Grota do Angico no dia 28/07/38. Vamos acrescentar, extrair, debater? Esta é a primeira prévia! E aí? 

1 - Lampião 2 - Maria Bonita 3 - Luiz Pedro 4 - Sila 5 - Zé Sereno 6 - Dulce 7 - Criança 8 - Santa Cruz 9 - Enedina 10 - Zé de Julião 11 - Luiz de Thereza 12 - José Ferreira 13 - Juriti 14 - Maria de Juriti 15 - Vila Nova 16 - Pitombeira 17 - Candeeiro 18 - Chá Preto 19 - Elétrico 20 - Mergulhão 21 - Amoroso 22 - Balão 23 - Azulão III 24 - Sabonete II 25 - Marinheiro 26 - Quinta-Feira 27 - Macela 28 - Delicado 29 - Moeda 30 - Colchete II 31 - Alecrim 32 - Caixa de Fósforo 33 - Cajarana 34 - Diferente 35 - Novo Tempo 36 - Barreira 37 - Cruzeiro 38 - Zé de Vera 39 - Cobra Verde 40 - Tempo Duro.

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TEATRO EM MARANDUBA - O CANGAÇO NA LITERATURA | #254

https://www.youtube.com/watch?v=s_KwEp3lw6I&feature=share

Publicado em 7 de dez de 2018
Espero que gostem
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