Betinho Rosado, já falecido, Fafá Rosado, Oséas Carlos André de Almeida Lopes, ´Hermelinda Lopes, já falecida, João Mossoró, já falecido, Ruth Ciarline e Dr. Leonardo.
Trio Mossoró fazendo uma visita no Palácio da Resistência, com a Prefeita Fafá Rosado, Ruth Ciarlini, Dr. Leonardo e Betinho Rosado - Registro de Cláudio Roberto - 2009.
Segundo o escritor Alcino Alves Costa, escreveu em seu Livro, “O Sertão de Lampião”, que o verdadeiro assassino do cangaceiro Juriti, o seu nome de batismo, era Amâncio Ferreira da Silva, famoso caçador de cangaceiros que se têm informações, e era da polícia sergipana. Esta figura era pernambucana, com naturalidade duvidosa, porque, uns afirmavam que ele era lá de São Bento do Una, enquanto outros diziam que o famoso e carrasco policial era da cidade de Gravatá.
Ele nasceu no dia 11 de agosto de 1905. Mas o seu nome de batismo sempre ficou esquecido, porque desde criança, era conhecido por Deluz, nome que o fez pessoa importante na região, que sempre esteve prestando os seus serviços à polícia militar e ingressou na força logo muito jovem.
Com o banditismo tomando de conta dos sertões nordestinos, matando, roubando, destruindo tudo que via pela frente, Deluz recebeu ordem para ir destacar no último porto navegável do baixo São Francisco, o minúsculo lugarejo da família Britto, lá no Canindé do São Francisco.
Ali, naquele tempo, o sertão no abandono, a coroa que reinava por lá, era do velho guerreiro, destemido e sanguinário rei do cangaço o Lampião; e o jovem militar seguindo a missão de tantos outros do seu tempo, foi também incumbido para caçar cangaceiros, e iria enfrentar o poder do famoso e perverso Lampião.
Desde muito cedo que o Deluz demonstrava ser destemido, e com isso, seu nome caiu na boca do povo, como sendo um homem de muita coragem, e que nunca conheceu o significado da palavra medo, mas talvez carregasse consigo a pesada cruz, que era perseguir cangaceiros, homens que não tinham medo de ninguém e nem o que perderem.
Após a chacina de Angico, um dos seus divertimentos era procurar por todos os lugares ex-cangaceiros que sobraram da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”, para matar, assim aconteceu com o ex-facínora Juriti, que soube que ele estava na fazenda Pedra D’água, na casa do seu amigo Rosalvo Marinho, e assim que tomou conhecimento, Deluz e seus capangas foram até lá para engaiolá-lo. Assim que o prenderam, levaram-no para as matas, e lá, ele foi morto dentro de uma língua de fogo.
O cangaceiro Juriti
Uma das crueldades e gostosa que achava o Deluz, era tirar ladrão da cadeia de Propriá, e levar o infeliz para o Rio São Francisco e lá, amarrava-o a uma pedra, e o jogava dentro das águas. O tempo foi passando e a sua fama de homem valente foi se espalhando por toda região do São Francisco. As mocinhas quando o via desfilando pelas ruazinhas do arruado ribeirinho, se derretiam em dengos e desejos.
Diz o escritor Alcino Alves que um descendente dos Garra, e que foi uma das primeiras famílias de Poço Redondo, deixou de morar no arruado de Cupira e China, para fazer companhia a um tio paterno de nome João Grande, morador da pequena povoação de Curituba, sendo esta de um senhor chamado João dos Santos, lugar localizado nas terras do Canindé do São Francisco. O rapaz chamava-se João, e era filho de Hipólito José dos Santos e dona Marinha Cardoso dos Santos, que era chamada carinhosamente de Vevéia. Seus filhos eram: Germiniano, Joaquim, Chiquinho, José (Zé Hipólito), Antonio (Touca), Miguel, Manuel (Naninga), além de João, o João Marinho; tinha ainda as irmãs Isabel (Iaiá), Maria, Antônia Rosa, Júlia Filomena e Francelina, num total de quatorze irmãos descendentes daquela família lá das areias brancas de Poço Redondo.
O João Marinho dedica a sua vida nas terras de Canindé e parte para um compromisso sério com Maria, uma mocinha da conceituada família dos Gomes daquele pedaço de sertão sofrido. Noivam e se casam. O João Marinho resolveu ir trabalhar em uma das propriedades do coronel Chico Porfírio, na fazenda Brejo. O casal segue as tradições e os costumes da época, filhos e mais filhos foram nascendo. Hortêncio, Jonas, Zé Marinho, Angelina, Maria (Mariinha) Dalva e Santa.
João Marinho é um homem trabalhador, além dos filhos fazia planos para o futuro. Trabalhava com afinco e com dignidade, e viu os seus planos serem realizados, porque findou comprando a propriedade que morava., e com trabalhos, dedicação e coragem conseguiu fazer no Brejo uma das mais consideradas propriedade no imenso mundão de Canindé do São Francisco. O seu nome ficou respeitado no meio daquela gente como um vitorioso. Com as facilidades que a vida lhe deu dois dos seus irmãos (Chiquinho e Zé Hipólito) muda-se para Canindé, ali se casam. As sorteadas foram duas irmãs a Delfina e Anália.
O Chiquinho foi trabalhar como vaqueiro na Fazenda Rancho do Vale, de um conceituado Monteiro Santos, e o Zé Hipólito após vender a sua propriedade de nome Pindoba ao tenente João Maria da Serra Negra e faz nova moradia dando o nome de Vertente.
O João Marinho de Poço Redondo, se tornou o patriarca daquela região. Seus filhos estão crescidos, e tanto os rapazes como as moças são desejados. Namorá-los é o desejo daquela juventude.
O Deluz começou a paquerar a Dalva e logo ficou apaixonado. O pai da Dalva o João Marinho ao saber do relacionamento da filha com ele não ficou satisfeito. O João era um homem tranquilo, e não desejava aquele homem misturado na sua família, porque ele queria o melhor para sua filha. E geralmente, namoro termina em noivado, e com a continuação, será realizado casamento. E sem muita demora a Dalva casou-se com o temido sargento. Mas Deluz não estava muito satisfeito com o seu cônjuge, e três dias depois, Deluz pôs a Dalva na frente e foi devolvê-la aos pais.
Uma grande desgraça! O que aconteceu que o sargento Deluz levou a esposa e a entregou aos pais?
Assim que seu Leodoro Gusmão terminou as suas obrigações do
iniciar do dia, foi até à casa do seu Galdino, ver se ele tinha um pouco de
creolina para curar uma bicheira em uma das suas vacas. Bem perto da casa do
compadre, viu que ele fazia algo, e aproximando-se, percebeu que estava
consertando os loros da sela do seu cavalo.
Como seu Galdino estava de costas e entretido no ofício de
reparar os loros, mesmo não brincando com ele, seu Leodoro Gusmão resolveu
fazer-lhe um pequeno medo. E ao chegar mais próximo dele, disse com voz firme e com espécie de autoridade:
- Cuidado a onça, compadre Galdino!
Seu Galdino deu um enorme pulo para frente. E ao ver o seu
Leodoro, reclamou da desastrosa atitude contra à sua pessoa, dizendo-lhe:
- Mas por que me fez isto, compadre?
- Fiz apenas uma brincadeirinha com o senhor, compadre
Galdino. Não a fiz por maldade...
- É, mas se eu caio desaprumado? Poderia ter quebrado uma
perna, um braço...
Mas sem muita demora esqueceram-se do ocorrido e seu Galdino
puxou um assunto que ainda não tinha conversado com o seu Leodoro Gusmão. E
iniciou explicando-lhe de forma clara:
- Às vezes, a gente perde as oportunidades
porque quer. Ontem à noite eu fiquei imaginando, que na minha juventude eu
sempre gostei de açoitar “pandeiro” porque eu possuía um. E se eu tivesse
aceitado uma proposta que me fizeram, eu hoje seria famoso no Brasil, e quem
sabe, no mundo inteiro.
- Eu não sabia que o senhor tinha sido músico, compadre! -
Atalhou seu Leodoro.
- Não fui músico, mas eu divertia as pessoas com
o meu “pandeiro”..., pois sim, aos domingos, juntamente com os meus amigos, nós
fazíamos festas no meio de pingas, paneladas, churrascos..., e certo dia, ouvi
dizer que o rei do baião, seu Luiz Gonzaga, iria fazer um show na Praça Vigário
Antônio Joaquim - em Mossoró, quase em frente à
Catedral de Santa Luzia, festa preparada pela Rádio Rural de Mossoró, antigo Programa "A MAIS BELA VOZ". Ao anoitecer, eu me arrumei e partir pra lá. Fiquei lá aguardando o início do show.
- O show foi pago, compadre Galdino?
- Compadre Leodoro, se o show era na praça como poderia ser
pago?
- Verdade compadre, eu me enganei, talvez não prestei bem a
atenção no que o senhor disse...
- Deixa pra lá..., vamos continuar continuar a minha história..., e no local em que eu
permanecia aguardando o show, os instrumentos musicais do rei estavam bem
coladinhos a mim. E eu observava o “pandeiro”. Foi aí que vi o seu Luiz Gonzaga
chegando, e parece que ele já tinha observado os meus olhos em direção ao
instrumento. E logo ele me fez uma pergunta:
- Oxente! por que tanto namoro com este “pandeiro”? Pois
desde lá de dentro que vejo você de olho nele? Por obséquio, não faz besteira
não...
- Eu gosto muito de açoitar “pandeiro”, seu Luiz Gonzaga!
- E tu sabes tocar “pandeiro” mesmo, "minino"!?
- Eu não sou dos melhores, seu Luiz Gonzaga, mas também não
sou dos piores.
Seu Leodoro Gusmão chega dormia com a conversa do seu
Galdino. Mas permanecia caladão. Nada a contrariar o compadre.
- Seu Luiz Gonzaga querendo ver se eu sabia mesmo bater
“pandeiro”, pegou-o e me entregou, dizendo:
- Primeiro toquei. Depois eu iniciei fazendo o
"pandeiro" rodopiar sobre o meu dedo indicador. Passava-o entre as
minhas pernas. Eu o jogava para cima e o aparava na ponta do dedo. Colocava-o sobre o meu queixo, isto com ele em pé. O rei do
baião, Luiz Gonzaga ali, só olhando o meu malabarismo com o “pandeiro”. Vendo o
que eu fazia com o instrumento, me disse:
- Oxente! Tu és bom mesmo no “pandeiro”, menino! O meu
pandeireiro chegou aqui em Mossoró meio adoentado, com uma disenteria horrível,
e tenho certeza que ele não irá aguentar tocar. Tu quer tocar no lugar dele
hoje a noite, no momento do show, "minino"?
- E o senhor acha que um convite deste eu vou rejeitar, seu
Luiz Gonzaga?
- O senhor ficou morto de feliz, em compadre Galdino? -
Enfatizou-o seu Leodoro.
- E com uma proposta desta compadre, quem não fica? Fiquei mais do que feliz! Um convite deste, não é
qualquer um que é merecedor, e nem todo dia há esta oportunidade para artista.
Festa da Rádio Rural de Mossoró, que contou com show do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, ao lado de Nilton Santana, das Lojas Olindas e uma vencedora de uma bicicleta. https://www.facebook.com/photo/?fbid=324689799632069&set=gm.4736550479761678
- Passei quase a noite toda tocando pandeiro no show de
seu Luiz Gonzaga, na Praça Vigário Antônio Joaquim em Mossoró. Mas não ficou por aí. Quando terminou o show ele me fez a
proposta de acompanhá-lo por este Brasil afora.
Mas eu o disse que não podia (continuava se Galdino),
porque os meus pais já eram velhos, e eu precisava estar sempre presente. Seu
Luiz Gonzaga até elogiou por eu não abandonar os velhos meus pais, com as
seguintes palavras: -"Filho que sabe bem o que significam pais, jamais
os abandonará".
- Sabe o que é que quer dizer isto, compadre Galdino? Não responda. Eu
mesmo respondo. É talento e mais nada. - Dizia seu Leodoro Gusmão dando-lhe um
pouco de corda.
- Para mim foi uma honra tocar "Pandeiro"
para o rei do baião. E eu brinco?!
- Que compadre mentiroso! fez seu Leodoro consigo mesmo...
ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!
Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima.
As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. Calma! Calma!
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" siga o nosso blog.