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domingo, 16 de agosto de 2020

QUEM FOI O IDEALIZADOR DO ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ ?

Por Honório de Medeiros
Argemiro Liberato e Esposa

Quem foi o idealizador da invasão de Mossoró, em 13 junho de 1927? Não o planejador ou o executor, mas o idealizador? Sabemos que o planejamento coube ao Coronel Isaías Arruda, a Massilon, e a Lampião. A execução, a Massilon e Lampião. Mas quem foi seu idealizador?
O ponto de partida para respondermos essa pergunta é a análise da participação, no episódio, desses três personagens principais: Lampião, o Coronel Isaías Arruda, e Massilon. A importância deles é tal, que sem qualquer um dos três, não teria havido a invasão. Todos os outros participantes são secundários, embora possam ser importantes.

Entretanto, Lampião pode ser retirado, com alguma segurança, dentre os possíveis idealizadores, por uma razão muito simples: Jararaca, testemunha da conversa entre o cangaceiro e o Coronel Isaías Arruda, acerca do projeto de ida a Mossoró, foi muito claro quando afirmou que nunca houve a intenção, do bando, de penetrar no Rio Grande do Norte. Manoel Francisco de Lucena Filho, o “Ferrugem”, Manoel Ferreira, o “Bronzeado”, assim como Francisco Ramos de Almeida, o “Mormaço”, disseram o mesmo. E é praticamente consenso na literatura do cangaceirismo, a resistência inicial de Lampião de levar a frente tal aventura. Sobram o Coronel Isaías Arruda e Massilon.

Cel Isaias Arruda

O Coronel Isaías Arruda também poderia ser retirado, levando-se em consideração o seguinte: ele não chamou Lampião a Aurora, pois vinha sendo pressionado insistentemente pelo Governador do Estado, José Moreira da Rocha, o “Moreirinha”, seu aliado, para se afastar de cangaceiros e jagunços. “Moreirinha”, por sua vez, sofria intensa pressão do Governo Federal nesse sentido.

Mas é notória a participação do Coronel no ataque a Apodi, em 10 de maio de 1927. Como é notório o viés político desse ataque: Coronéis cearenses, paraibanos e potiguares agiram em conjunto, nas sombras, contra a liderança do Coronel Chico Pinto, em crime executado por Massilon. Então, é de se supor que o Coronel Isaías Arruda não chamou Lampião, mas aproveitou a oportunidade de sua chegada repentina. Dizemos que aproveitou a oportunidade porque, aparentemente, o projeto de invadir Mossoró já existia há algum tempo e, para tanto, Massilon já recrutava cangaceiros pelo Sertão paraibano, provavelmente em comum acordo com o Coronel. Existem dois fatos que asseguram a forte ligação entre o Coronel Isaías Arruda e Massilon, fundada em interesses mútuos:

a) em junho de 1926, Massilon e José Gonçalves de Figueiredo mataram João Vieira, em uma emboscada cujo objetivo era eliminarem integrantes da família Paulino, inimigos figadais do Coronel Isaías Arruda. Isso significa que Massilon era da mais estrita confiança do Coronel[1];

b) em maio de 1927, Massilon atacou Apodi, executando projeto do Coronel Isaías Arruda e seu sobrinho José Cardoso, a pedido de Décio Holanda, genro de Tylon Gurgel, chefe da oposição ao Coronel Chico Pinto naquela cidade.

O recrutamento de cangaceiros por Massilon, no intuito de invadir Mossoró, pode ser indiretamente comprovado: antes de Lampião chegar inesperadamente a Aurora, ele não sabia, mas o projeto de invadir Mossoró já existia. É o que se lê às folhas 30, da quarta edição de A Marcha de Lampião[2], Raul Fernandes, no item 2, do 1º Capítulo:

"Em dezembro de 1926, Joaquim Felício de Moura, sócio da firma Monte & Primo, em Mossoró, viajava pelo interior da Paraíba. Na cidade de Misericórdia, encontrou-se com o destacado comerciante e fazendeiro Antônio Pereira de Lima, que lhe falou da acirrada perseguição do bandido Virgulino Ferreira a sua família. Sem maiores rodeios, contou-lhe o plano de Jararaca, Sabino, Massilon e Lampião de assaltarem Mossoró com quatrocentos homens. Adiantou ser impossível reunirem tanta gente. Advertiu-o, porém, sobre o costume de mandarem espiões disfarçados de feirantes, mendigos e cantadores, aos lugares previamente escolhidos. Conversou sobre a possibilidade de defesa da cidade e pediu-lhe levar esses fatos ao conhecimento do Prefeito Rodolpho Fernandes.

Massilon

Daí por diante os boatos se sucederam. Na última quinzena de abril, 27, a notícia veio à luz de modo concreto. Argemiro Liberato, de Pombal, escreveu ao compadre Rodolpho Fernandes sobre a pretensão do chefe dos bandidos. Dos remotos sertões de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará surgiam indícios dos agenciadores da vergonhosa empreitada".

Em “Notas” (p. 40) ao 1º Capítulo, Raul Fernandes observou: "Afonso Freire de Andrade e inúmeras outras pessoas conheceram a carta. Mossoró (RN), 23.12.1971. - Informações prestadas ao autor. 
Obs.: Ouvi de meu pai referências à missiva"[3]

Quanto a Argemiro Liberato, no meu Histórias de Cangaceiros e Coronéis[4] (p. 119), transcrevo artigo de Kydelmir Dantas, Cofundador e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), intitulado Cartas e Bilhetes Antes de Lampião, no qual se lê o que segue: “Esta carta[5] foi levada ao conhecimento dos amigos de confiança do prefeito, por este, que estavam preparando a estratégia para a formação das trincheiras nos pontos principais da resistência. Dentre estes, Joaquim Felício de Moura, Afonso Freire de Andrade e outras pessoas mais chegadas confirmaram tê-la visto nas mãos do ‘coronel Rodolpho’. Para a família, dias após o ataque, Rodolpho Fernandes fez referências sobre esta missiva do amigo paraibano de Pombal.

Outra confirmação do envio desta carta está no artigo “Major Argemiro Liberato de Alencar: o amigo de Rodolpho Fernandes”, escrito pelo seu neto Geraldo Alves de Alencar, hoje residente em São Luiz do Maranhão, que cita o seguinte sobre o avô: ‘Era fazendeiro, proprietário da Fazenda Estrelo, situada em sua cidade natal. Exercia também a profissão de comerciante, trazendo da Paraíba algodão transportado em costas de burros e vendido em Mossoró, estado do Rio Grande do Norte. O principal comprador era a firma cujo maior acionista era seu amigo e compadre o Cel. Rodolfo Fernandes. Em suas viagens como almocreve retornava a Pombal com sal e outros gêneros. Mesmo tendo um sobrinho nas hostes do cangaço, o qual atendia pelo nome de Ulisses Liberato de Alencar, Argemiro era profundamente contra o banditismo rural, chegando inclusive a avisar ao Cel. Rodolfo Fernandes, quando este era prefeito de Mossoró em 1927, que o cangaceiro tencionava atacar a cidade considerada capital do oeste potiguar. Declaradamente anti-Lampiônico, Argemiro Liberato de Alencar nunca chegou a ser perseguido pelo “rei do cangaço” porque Lampião sabia da amizade existente entre ele e o Padre Cícero.’ Evidentemente o aviso não era acerca de um futuro ataque de Lampião, mas, sim, de um futuro ataque de cangaceiros”.

Honório de Medeiros, Bárbara e Manoel Severo em dia de Cariri Cangaço em Missão Velha

Provavelmente Joaquim Felício estivesse errado quanto a José Leite de Santana, o Jararaca. Como nos assevera Frederico Pernambucano de Mello[6], a área de atuação do cangaceiro a área de atuação do cangaceiro eram as ribeiras do Moxotó e Pajeú, em Pernambuco. E o próprio Jararaca, declarou, quando preso em Mossoró, além de outros cangaceiros, que Lampião nunca pensara em atacar a cidade[7].

Já Sabino Gomes de Góis, embora atuasse nos arredores do município de Cajazeiras, Paraíba, estava, naquele momento, integrado ao bando de Lampião, desde o ataque à Souza, no mesmo Estado, em 27 de julho de 1924, do qual não se separará até sua morte (dele), em fevereiro de 1928, após o conhecido tiroteio de Piçarra, em Porteiras, Ceará.

Ora, se Sabino tinha intenção de aventurar-se até Mossoró, é evidente que Lampião seria o primeiro a sabê-lo. Repita-se, entretanto: Lampião nunca teve a intenção de invadir o Rio Grande do Norte. Sequer sabia da existência desse projeto. Os escritos acerca da história da invasão de Mossoró são consensuais quanto a isso, a partir dos depoimentos de vários cangaceiros, dentre eles, Jararaca.

Ainda a favor dessa hipótese, a de que o ataque foi idealizado bem antes de sua realização há, também, além da correspondência de Argemiro Liberato e do recado de Joaquim Felício, a notícia veiculada pelo “O Mossoroense” de 15 de maio de 1927, de que na invasão de Apodi, por Massilon, o projeto de invadir Mossoró já existia, insinuando, sem rodeios, que essa pretensão, a ocorrer em dias vindouros, integrava empreitada de grande vulto, e dele dera conhecimento, ao Coronel Rodolpho Fernandes, a carta de Argemiro Liberato.

Observe-se que essa edição de “O Mossoroense”, jornal dirigido por Rafael Fernandes, primo e correligionário do Coronel Rodolpho Fernandes, veio a lume cinco dias após a invasão de Apodi por Massilon. Basta, então, darmos a devida importância à ligação entre essa matéria do jornal e a anterior correspondência de Argemiro Liberato encaminhada ao Prefeito, bem como ao recado de Joaquim Felício.

Se assim o é, se de fato o Coronel Isaías Arruda e Massilon trabalharam juntos nessa empreitada antes da chegada de Lampião, desde, pelo menos, meados de 1926, se a ambos podemos atribuir todo o planejamento do projeto, a pergunta, agora passa a ser outra: foram eles que idealizaram (arquitetaram) o projeto da invasão a Mossoró?

É muito difícil acreditar que Massilon recrutasse cangaceiros e jagunços pelo Sertão, sem que disso soubesse o Coronel Isaías Arruda.

Outra questão: por que Mossoró? Por que não Cajazeiras, Souza, Patos ou Pombal, na Paraíba? Caicó, Currais Novos, São Miguel, Pau dos Ferros ou Martins, no Rio Grande do Norte, ou as cidades do Vale do Jaguaribe, no Ceará, se o objetivo fosse meramente arrancar dinheiro? E se o objetivo era meramente arrancar dinheiro, por que o alvo do ataque foi a residência do Coronel Rodolpho Fernandes, e, não, a agência do Banco do Brasil ou o comércio da cidade? Então, cabe perguntar: quem, na verdade, idealizou (arquitetou) o ataque a Mossoró?

Qualquer que seja a resposta, de tudo quanto se disse algo fica claro: o Coronel Isaías Arruda e Massilon foram os grandes responsáveis pela invasão de Mossoró. Principalmente Massilon, que planejou com o Coronel, e executou com Lampião. Ele é o personagem principal desse drama épico, e somente é possível uma história de tudo quanto aconteceu, uma história que tenha causas e efeitos, e não apenas a descrição horizontal do acontecimento em si, se o investigarmos, bem como suas conexões com os coronéis da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para os quais “jagunçou”, mas sempre como chefe de bando.

[1] Conforme Vida e Morte de Isaías Arruda; TAVARES CALIXTO JÚNIOR, João. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora; 2019.

[2] Natal: Editora Universitária, 1982.

[3] Raul Fernandes era filho do Coronel Rodolpho Fernandes. 

[4] MEDEIROS, Honório de. Natal: Sebo Vermelho, 2015. 

[5] A de Argemiro Liberato para o Coronel Rodolpho Fernandes. 

[6] “GUERREIROS DO SOL”; 2a. edição; A Girafa; 2004; São Paulo, SP. 

[7] No “Auto de Perguntas” feitas a Jararaca consta, também, a seguinte declaração sua: “que saíram em dias do mês de maio findo, do Pajeú, estado de Pernambuco, e que acompanhava Lampião há pouco mais de um ano”. Antes de Lampião, Jararaca, ainda segundo seu depoimento, estava no Primeiro Regimento de Cavalaria Divisionária, tomando parte na revolta de São Paulo a favor da legalidade, com a Coluna Potiguara (“LAMPIÃO EM MOSSORÓ”; NONATO, Raimundo; sexta edição; Coleção Mossoroense; 2005; Mossoró).

Honório de Medeiros, Advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), Instituto Câmara Cascudo (Ludovicus), e  Conselho Consultivo do Cariri Cangaço.



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UMA PRECIOSIDADE FOTOGRÁFICA DA ALÇADA DO INTRÉPIDO BENJAMIN ABRAHÃO CALIL BOTTO.

Por Geraldo Júnior


Benjamin Abrahão Calil Botto. Antigo “Ajudante de Ordens” do Padre Cícero do Juazeiro, responsável pelos mais fantásticos registros fotográficos e da única filmagem de Lampião e parte de seu bando. Após a morte do Padre Cícero, ocorrida no dia 20 de julho de 1934, Benjamin Abrahão resolveu se aventurar nas caatingas do sertão nordestino na tentativa de localizar Lampião e seu bando com o objetivo de fotografar e filmar o cotidiano do bando cangaceiro.

Após muita insistência e perseverança, Benjamin Abrahão consegue finalmente o tão sonhado encontro com Lampião e após convencê-lo realiza a mais completa e importante sessão de fotografias e filmagem do rei do cangaço e sua gente. Infelizmente todo o material produzido por Abrahão foi apreendido pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda órgão criado no Brasil em dezembro de 1939, por decreto do presidente Getúlio Vargas). O DIP serviu como instrumento de censura e propaganda do governo durante o Estado Novo. Grande parte do material produzido por Benjamin Abrahão se perdeu por conta do péssimo acondicionamento durante o tempo em que esteve guardado nos arquivos do governo. Uma pequena, mas importante, quantidade de fotografias e filmagens foi recuperada e restaurada, porém grande parte se perdeu para sempre.

Na fotografia exibida nessa matéria que foi gentilmente cedida pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo, Benjamin Abrahão aparece ao lado de um antigo caminhão (Cabine de Madeira) na ocasião utilizado no transporte de soldados pertencentes a uma Força Volante, preparados para viajar pelos sertões para dar combate aos bandos cangaceiros. Fotografia registrada em data precisa ignorada, possivelmente o registro foi realizado entre os anos de 1936 e 1937.

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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NO TEMPO DO CANGAÇO SOBREVIVER PASSOU A SER UMA ARTE.

Por Geraldo Júnior


Um período difícil para quem esteve presente nas trilhas cangaceiras. Tanto de um lado, quanto do outro. Policiais e cangaceiros conviviam diariamente com a sombra da morte e cientes de que cada dia, cada hora e cada minuto, poderia ser o último de suas vidas.

Sila "Ilda Ribeiro de Souza / Hermecília Brás São Mateus" (Foto) e seu companheiro o célebre cangaceiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho), foram algumas dessas pessoas que fizeram parte da vida cangaceira e quis o destino que sobrevivessem para recomeçarem suas vidas e contarem suas histórias, que tanto engrandeceram e aprimoraram a literatura cangaceira.

A fotografia que ilustra essa matéria tem sua data desconhecida, porém acredito que ela tenha sido registrada por volta da década de 1970, devido a qualidade da imagem e a aparência da personagem. Uma fotografia pertencente ao acervo particular da família e que está sendo apresentada pela primeira vez nas redes sociais, dando assim a oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre a trajetória dessa antiga integrante do bando de Lampião. Sila.

Sem mais.

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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CASA DO TENENTE JOÃO BEZERRA DA SILVA.

Por Geraldo Júnior


Casa situada na cidade de Piranhas no estado de Alagoas, onde morava o Tenente João Bezerra da Silva e família, na época em que entrou para a história nacional, após dar fim na vida do maior bandoleiro do Nordeste. Virgolino Ferreira da Silva "Lampião".

Fotografia gentilmente cedida pelo pesquisador e escritor José Sabino Bassetti.

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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A FALTA DE CONHECIMENTO LEVA OS JORNAIS E A MÍDIA EM GERAL A COMETER ERROS DE IDENTIFICAÇÕES GRAVÍSSIMOS...

Por Geraldo Júnior


... como esse que foi estampado no "Jornal do Brasil" em sua edição de 27 de novembro de 1992, onde a matéria identificou o cangaceiro Moreno II (Antônio Ignácio da Silva) como sendo Lampião. Fato que induz as pessoas ao erro e ajuda a propagar falsas informações.

A matéria noticia a vitória judicial de Expedita Ferreira Nunes, filha do casal Lampião e Maria Bonita, contra a ABA Filmes (Fortaleza/CE), que no passado formou uma parceria com o sírio-libanês Benjamin Abrahão Calil Botto, patrocinando a empreitada e oferecendo equipamentos modernos e sofisticados, para os padrões da época, para que o antigo Ajudante de Ordens do Padre Cícero do Juazeiro, realizasse fotografias e filmagens de Lampião e seu bando.

Atualmente todo o material que foi produzido pela parceria Benjamin-ABA, são de domínio público, podendo ser utilizados de forma devida para a ilustração de trabalhos e exibições públicas ou privadas.

Fica mais esse registro para efeito de curiosidade.

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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O PRÓXIMO VÍDEO DO NOSSO CANAL "CANGAÇOLOGIA" (YOUTUBE)...

Por Geraldo Júnior


... será um bate papo com essa fera das pesquisas e estudos referentes ao cangaço. Estou falando do nosso confrade Luiz Ruben F. A. Bonfim, autor de inúmeros trabalhos a respeito do cangaço e principalmente sobre o cangaceiro-mor.

Um bate papo informal onde o nosso amigo falará um pouco a respeito de suas obras, seu ingresso nos estudos sobre o tema e demais assuntos relacionados.

Espero publicar o vídeo no canal o quanto antes para que todos possam conhecer esse importante garimpeiro da história cangaceira e o colocar no devido patamar de destaque que merece.

Em breve no canal Cangaçologia (YouTube).



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MAIS UM VÍDEO CARREGANDO NO CANAL "CANGAÇOLOGIA" (YOUTUBE).

Por Geraldo Júnior

Nesse documentário conheceremos as sepulturas dos Nazarenos Manuel de Souza Neto MANÉ NETO e de Manoel de Souza Ferraz conhecido como “Manoel Flor”.

Dois importantes personagens da história do cangaço que dedicaram anos de suas vidas ao combate ao banditismo e principalmente ao cangaço liderado e organizado por Virgolino Ferreira da Silva o “Lampião”, principal inimigo dos Nazarenos.

Assistam e deixem seus comentários, críticas e sugestões.

Link do canal:

https://www.youtube.com/channel/UCDyq1zxmnRuBBBBK-2Tagfg?view_as=subscriber

Geraldo Antônio De Souza Júnior


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AS ENTREGAS.

Por Geraldo Júnior


Nesse trecho extraído de um depoimento prestado pelo ex-cangaceiro Zé Sereno, antigo integrante do bando de Lampião, notamos a tensão e a desconfiança gerada entre os cangaceiros que ainda perambulavam pelos sertões do Nordeste após a morte de Lampião. Eles sabiam que sem o grande chefe cangaceiro o cangaço não fazia mais sentido. Baixar as armas ou morrer em confronto com a polícia seria apenas uma questão de tempo e o grande problema dessa gente passou a ser onde e como se entregar.

Confiram o relato:

"Porque tinha uns colegas já matando um ao outro.
Cortando a cabeça e indo se entregar, né?

Já eu por exemplo. Eu como chefe eu não tinha confiança em nenhum cangaceiro meu pra sair sozinho com ele, porque já desconfiava, né?

Pode me matar e cortar a cabeça e ir se entregar, né?"

José Ribeiro Filho "Ze Sereno" antigo integrante das hostes lampiônicas.

Fonte da imagem: Jornal "Diário de Notícias".

Geraldo Antônio De Souza Júnior



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ÚLTIMOS RETOQUES SOBRE O DOCUMENTÁRIO SOBRE ZÉ SERENO

Por Geraldo Antônio De Souza Júnior

Estou dando os últimos retoques no documentário ZÉ SERENO - A PRIMEIRA BRIGADA, onde o ex-cangaceiro chefe de subgrupo do bando de Lampião, fala a respeito do primeiro combate que participou após seu ingresso no cangaço. Um combate mortal travado contra uma Força Policial Volante comandada pelo pernambucano bravo Luiz Mariano.

Nesse combate Zé Sereno lutou lado a lado com os maiorais do cangaço da época.

Até amanhã estarei publicando o vídeo no canal CANGAÇOLOGIA.

Boa noite.

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UM DOCUMENTÁRIO ESPETACULAR QUE TRATA...


... a respeito da passagem de Lampião e seus seguidores pela antiga Serrinha do Catimbau a época dos acontecimentos pertencentes ao município pernambucano de Garanhuns e atualmente indexada a Paranatama/PE.

O escritor e pesquisador Júnior Almeida (Paranatama/PE) através de uma pesquisa profunda coletou informações preciosas, salvou e registrou a história com precisão e riqueza de detalhes.

No documentário "O ATAQUE DE LAMPIÃO À SERRINHA DO CATIMBAU", que será apresentado em partes, devido a complexidade histórica, vocês conhecerão os locais visitados pelos cangaceiros e ouvirão depoimentos de familiares e de uma testemunha ocular dos acontecimentos.

Ainda hoje no canal "Cangaçologia" (YouTube).

Se você ainda não é inscrito no nosso canal acesse o link abaixo e se inscreva para ter acesso a todas as nossas matérias e documentários.

Forte abraço a todos.

Geraldo Antônio De Souza Júnior

https://www.youtube.com/channel/UCDyq1zxmnRuBBBBK-2Tagfg


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LAMPIÃO E AS MULHERES BONITAS


Por Osvaldo Abreu (Abreu)
Alto da Compadecida, 15 de agosto de 2020


Foi um tempo de agonia,
De mocinhas a correr,
Dormiam ao clarão da lua fria,
A qualquer momento, podiam morrer.
No rosto a beleza se via,
Grande era o padecer.


Maria, Maria de Lampião,
Lídia de Zé Baiano,
Moças bonitas do sertão,
Dadá do solo pernambucano,
De Corisco era seu coração.
A traição era morte, trair não é ganho.


Lídia ouviu o canta de Bem-te-vi,
Traiu Zé Baiano,
Deixou de existir.
A paixão enlouquecer o crânio.
O cangaço tinha o código de não trair.
Amor de morte é trágico e de engano.


Durvinha ficou viúva de Moderno,
Este cunhado de Lampião,
Tão jovem viajou ao eterno.
Só ela não ficou, não.
Moreno gritou: “Mulher, eu te quero.”
O casal agarradinho, no verão e inverno.


Dizer que Lídia era a mais bonita?
Ninguém viu uma fotografia.
Há muita coisa que se grita
Dentro do reino da fantasia.
Maria de Déa também se cita,
A mulher do capitão, Maria Bonita.


Eram tantas e tantas mulheres lindas,
O poeta tem a sua escolhida,
Você pode escolher a sua ainda.
A mulher encanta a vida,
A beleza nunca se finda,
Bom é estar ao lado da mulher querida.


Durvinha era a mais bela,
Tinha uma beleza angelical,
Vivendo entre homens valentes e feras.
Lili é sua filha, mineira, legal.
Moreno e Durvinha viveram eras.
O casal era de bom astral.


Quem viveu um amor aventureiro?
Quem teve uma paixão de loucura?
Imagine: se tivesse um amor cangaceiro,
A qualquer momento, podia cair na sepultura
Ou ser ferido e da volante ser prisioneiro.

A paixão adoece, o amor cura.


LAMPIÃO e MARIA DE DÉA - MARIA BONITA;
MODERNO E DURVINHA.

Fotos de Benjamin Abraão


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