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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Há 92 anos, o coronel Gonzaga era morto por Lampião em Belmonte

Por Rostand Medeiros

Como já foi bastante comentado, devido as sérias perseguições contra a família de Virgulino Ferreira da Silva, seguido do assassinato do seu pai pela ação desastrosa de um grupo de policiais alagoanos no lugar Matinha de Água Branca, em 9 de junho de 1920, fez com que ele e seus irmãos Antônio e Livino, se transformem definitivamente em cangaceiros.

O cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que invadiu e saqueou a cidade de São José do Belmonte (PE), em 1922.

Os irmãos Ferreiras se juntam ao bando conhecido como Porcinos e depois, em agosto de 1920, passaram a servir sob as ordens do chefe cangaceiro Sebastião Pereira, o conhecido Sinhô Pereira. Em meio às ações junto com Sinhô, Virgulino recebe a alcunha de Lampião. A ligação de amizade entre Sinhô e Lampião vai ocasionar, em outubro de 1922, a morte de um importante comerciante chamado Luiz Gonzaga Lopes Gomes Ferraz, da cidade de Belmonte (atual São José do Belmonte), no sertão pernambucano. Este caso, um dos mais emblemáticos do período em que parte do Nordeste foi flagelado pela figura do temido cangaceiro Lampião, teve uma grande repercussão. Muito já foi comentado sobre este episódio, mas no Arquivo Público do Estado de Pernambuco, nas amareladas páginas dos antigos jornais, foi possível encontrar novas informações.

Uma Interessante Carta

No domingo, 11 de março de 1923, foi publicada no jornal recifense “A Província”, uma grande carta vinda da cidade de Belmonte, cujo autor se intitulou “Um Assignante”. Neste volumoso documento ele narra pormenorizadamente o conflito ocorrido na sua cidade em outubro do ano anterior, que culminou na morte do comerciante Gonzaga.

Fotografia do coronel Luiz Gonzaga Lopes Ferraz, assassinado há 92 anos pelo bando de Lampião, a pedido do fazendeiro Crispim Pereira de Araújo, desafeto político e pessoal do coronel Gonzaga.

Em maio de 1922, segundo o autor da missiva publicada no periódico, se encontrava em Belmonte a volante policial Pernambucana, comandada pelo tenente Cardim. Esta volante estava a caça do grupo de cangaceiros de Sinhô Pereira e tinham informações que estes se encontravam no lugar “Olho D’água”, uma serra próximo a fronteira do Ceará e da Paraíba. Para alcançar seu objetivo o tenente Cardim solicitou apoio de uma volante da polícia cearense, que teria em torno de sessenta membros, cujo autor da carta não declina o nome do comandante, mas afirma que este era “um antigo cangaceiro”. Consta que Cardim desejava realizar um cerco contando com o apoio dos cearenses. Mas o comandante desta volante não participou da ação policial e, pior, saiu a praticar toda sorte de atrocidades contra a população, principalmente terríveis surras. Este fato assustou toda a comunidade e alertou o bando de Sinhô Pereira que desapareceu na caatinga. A carta afirmava que Cardim se encontrou com seu colega cearense, dispensou seu apoio, mas antes passou uma ríspida descompostura no seu comandante pela ação dos seus soldados. Evidentemente insatisfeito com a reprimenda, com a frustrada ação policial no estado vizinho ao Ceará, onde a sua marca principal era a tortura em larga escala na busca de informações, o tenente cearense buscava alguma compensação. Consta que o militar recebeu uma informação sobre um possível coiteiro e parente de Sinhô Pereira e, para não “perder a viagem”,  no caminho de volta para casa fez uma “visitinha” a esta pessoa e sua família. A propriedade era A Fazenda Cristóvão, que pertencia a Crispim Pereira de Araújo, conhecido como Ioiô Maroto, um homem pacato e que vivia longe de complicações, apesar de ser membro da família de Sinhô Pereira.

Segundo comenta a tradição oral da região , e que conseguimos apurar em nossa visita a Belmonte em 2008, o mínimo que posso dizer em relação à visita da volante cearense ao pobre do Ioiô Maroto foi que “o cacete comeu”. Sobrou até para sua já vetusta mulher e suas filhas. Consta que um policial negro, conhecido como “Uberaba”, teria praticado contra as mulheres “toda sorte de misérias e imoralidades, entre a risadaria de todos, inclusive do tenente que achava em tudo muito espírito”. Depois do ocorrido, segundo a versão publicada no jornal de 1923, consta que Ioiô Maroto soube que o oficial da polícia cearense esteve na cidade de Belmonte, onde se arranchou na casa de seu compadre e amigo, o comerciante Luiz Gonzaga Lopes Ferraz. Foi informado ao fazendeiro ultrajado que Gonzaga declinou ao perverso tenente que Ioiô Maroto era parente de Sinhô Pereira. O autor da carta publicada no jornal, por razões óbvias, não declinou o nome do militar, mas se sabe que ele era o tenente Peregrino de Albuquerque Montenegro.

Versões

Em seu livro “O Canto do Acauã” (2011, pág. 157), a pesquisadora Marilourdes Ferraz dá outra versão para o caso. Ela afirma que o tenente Montenegro recebeu uma carta, onde havia uma denúncia contra Ioiô Maroto, informando ser ele um coiteiro de cangaceiros. Segundo afirma a autora de “O Canto do Acauã”,  a dita carta foi falsamente atribuída ao comerciante de Belmonte. Por saber de qual família vinha Maroto, Gonzaga correu a afirmar ao fazendeiro que não tinha culpa neste caso.

A ilustre visita do Bispo Dom Augusto Álvaro da Silva, a paróquia de Belmonte (PE) em 1912. Da esquerda para a direita sentados: Frei Lucas, D. Augusto Álvaro da Silva e Padre Sizenando de Sá Barreto. De pé: Coronel José de Carvalho e Sá Moraes, Capitão Tertuliano Donato de Moura, Manoel de Medeiros Filho, Dr. Isídio Moreira, Coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, Dr. Felisberto dos Santos Pereira, Capitão Miguel Lopes Gomes Ferraz, Capitão João Lopes Gomes Ferraz, Major Manoel da Mota e Silva, Tenente Augusto Nunes da Silva e o Major Joaquim Leonel Pires de Alencar. Crianças: Antônio Brandão de Alencar, Luiz Alencar de Carvalho (Luzinho), Otacílio Gomes Ferraz e Napoleão Gomes Ferraz. Fonte – Arquivo de Valdir Nogueira, Belmonte-PE, através do pesquisador Artur Carvalho.

Já autora de “As Táticas de Guerra dos Cangaceiros”, Maria Christina Russi da Matta Machado (1969, pág. 73), não afirma que Ioiô Maroto e Gonzaga eram amigos e nem compadres, mas que os dois tinham uma desavença antiga. A autora aponta, sem detalhar nada, que o problema entre os dois “foi coisa sem importância” e que Ioiô Maroto não imaginava que Gonzaga aguardasse a oportunidade de “liquidar as contas”, lhe denunciando a volante cearense que lhe desonrou em sua própria casa.

Já João Gomes de Lira, autor de “Memórias de um Soldado de Volante” (1990, págs. 77 e 78) tem outra versão. Segundo este antigo membro de volantes que perseguiu cangaceiros, Ioiô Maroto residia em um lugar chamado “Queimada Grande” e durante a surra aplicada pelos militares cearenses, soube da boca do próprio tenente Montenegro que  foi o comerciante Gonzaga a pessoa que lhe havia denunciado. Mas é a própria Marilourdes Ferraz que aponta duas ocorrências, que mostram uma possível solução deste pequeno mistério. A primeira razão teria ocorrido em maio de 1922, quando foi saqueada por Sinhô Pereira e seu bando, composto inclusive de Lampião e seus irmãos, uma carga de tecidos de Gonzaga que era transportada para Rio Branco, atual Arcoverde. Parte da carga foi distribuída entre os bandidos e o resto eles atearam fogo.

Fotografia do fazendeiro Crispim Pereira de Araújo, o Ioiô Maroto, que teve seu nome envolvido na morte do coronel Luiz Gonzaga Ferraz. Segundo seu neto, Valdenor Feitosa, quem está a direita de seu avô é Raimundo Neves Pereira, nascido em 12 de setembro de 1935, em Parambu(CE), conhecido como “Edmundo” e filho de Ioiô. Sentado no seu colo está o seu neto Dário, e à a sua esquerda se encontra a sua filha caçula, Francisca Neves Pereira. Esta foto foi tirada, na década de 40, do século XX, na fazenda Malhada, Município de Parambu, nos sertões dos Inhamuns, Estado do Ceará, próximo a fronteira com o Piauí onde Ioiô Maroto havia ido morar depois da questão.

A outra razão seria o fato que, depois desta ocorrência, Gonzaga começou a atender as exigências dos cangaceiros que viviam pela região. O comerciante, para se ver livre desta corja de malfeitores, entregava mercadorias e dinheiro. Entretanto, em uma ocasião em que estava ausente, consta que sua esposa, a Senhora Martina, tratou muito rispidamente o portador da mensagem dos bandoleiros. Diante dos episódios ocorridos, a autora afirma que Gonzaga contratou homens para a sua proteção, de sua família, de seus negócios e de suas propriedades.A notícia da desatenção da esposa de Gonzaga e do fato dele contratar homens para sua proteção chegou aos chefes dos cangaceiros causando insatisfação. Estes guardavam muito rancor de quem não lhes atendia seus pedidos e de quem tomava estas atitudes de defesa. Sabendo destes fatos narrados em “O Canto do Acauã” e lendo o teor do material publicado no jornal recifense “A Província”, em 11 de março de 1923, ao cruzarmos as informações, podemos facilmente deduzir que Gonzaga estando com homens armados para lhe proteger e com o comandante da volante cearense arranchado em sua casa, se sentiu seguro para relatar ao tenente Montenegro os problemas que acontecia consigo e a ligação de parentesco entre Ioiô Maroto e Sinhô Pereira. Depois do fracasso da atuação de sua volante em Pernambuco, da reprimenda do tenente Cardim, não é difícil imaginar que o tenente Montenegro deduziu que fazer uma visita ao parente de Sinhô Pereira poderia lhe trazer alguma vantagem. Evidente que isso é apenas uma dedução e nada impede que a triste sina de muitas pessoas de “botarem lenha na fogueira”, possa ter desencadeado tudo que ocorreu depois.

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LAMPIÃO PERSEGUIDO A CADA MOMENTO


Nestes últimos dias, Lampeão e o seu bando tem experimentado contínuos combates das forças volantes que andam no seu encalço.


Hotem, houve outro encontro na Serra Negra. O Tenente Liberato deu-lhe terrível combate, obrigando o bandido a refugiar-se na caatinga de Cipó de Leite

Publicado no aracajuano Jornal de Notícias em 21 de janeiro de 1932
http://www.infonet.com.br/adiberto/ler.asp?id=158835

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NESTE LOCAL FOI ASSASSINADO O CANGACEIRO ZÉ DE JULIÃO

Por José Mendes Pereira
Foto do acervo do pesquisador Sálvio Siqueira‎ O Cangaço

Segundo o pesquisador Daniel Magno afirma em sua página do facebook, que quem morreu nesse local, foi o cangaceiro Zé de Julião, no ano de 1961, em Poço Redondo, no Estado de Sergipe. 

Foi confirmado pelo pesquisador  Sálvio Siqueira, que esta cruz marca o local onde foi encontrado no dia 19 de Fevereiro de 1961, nos arredores da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, o corpo de 

O cangaceiro Zé de Julião ou Cajazeiras

José Francisco do Nascimento, mais conhecido por Zé de Julião, ou o cangaceiro Cajazeira. Segundo Sálvio Siqueira, o corpo do cangaceiro estava todo crivado de balas.

Enedina esposa de Zé de Julião que, com a morte desta, ele se  casou com Graça, sendo ela irmã da Enedina. Esta foto pertence ao acervo do saudoso escritor Alcino Alves Costa

Ele era esposo da cangaceira Enedina, que foi assassinada na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, juntamente com outros cangaceiros e um volante, da volante que exterminou os reis do cangaço. 

Escritor Alcino Alves Costa

Fonte livro: “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico", do historiador Alcino Alves Costa.

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PADRE CÍCERO O PATRIARCA DE JUAZEIRO






Vídeos do Youtube

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O NAZARENO " ODILON FLÔR "....Alguns dados biográficos


- Nome: Odilon Nogueira de Souza ou “ODILON FLÔR”

- Data de nascimento: 12/01/1903

- Data de falecimento: 07/11/1950 (faleceu em Itabuna na Bahia como 2º Sargento da Polícia baiana em decorrência de um câncer na garganta).

NOMES DOS FILHOS DE ODILON:

1-Luís Nogueira de Souza
2-Aldenora Nogueira de Souza
3-Carlos Nogueira de Souza
4-Normando Nogueira de Souza
5-Raimundo Nogueira de Souza (todos falecidos)


NOMES DOS PAIS DE ODILON:

João de Souza Nogueira ”JOÃO FLÔR” (nascido em 1870 e faleceu em 24/01/1931) - Angélica Teodora de Souza Ferraz (nascida em 1877 e faleceu em 1928)

ABAIXO RELAÇÃO DOS NOMES DOS FILHOS DE “JOÃO FLOR E ANGÉLICA TEODORA”:

1) Euclides de Souza Ferraz (*1897 +1968) 71 anos incompletos
2) Manoel de Souza Ferraz (*1901 +1975) 74 anos
3) Odilon Nogueira de Souza- ” ODILON FLÔR ” (*1903 +1950) 47 anos
4) Ildefonso de Souza Ferraz (*1907 +1925) 18 anos incompletos
5) Luís de Souza Nogueira (*1908 +2004) 96 anos
6) Ana de Souza Ferraz (*1910 +1948) 38 anos
7) Américo Nogueira de Souza (*1912 +1998) 86 anos
8)Emília Angélica de Souza Ferraz (*1915 +1996) 81 anos
9) Hildebrando de Souza Nogueira (*1918 +1977) 59 anos
10) Valdemar de Souza Ferraz (*1921 – Obs: faleceu em julho de 2012 em Itapetinga, aos 91 anos.

PEQUENA SINOPSE DA ATUAÇÃO DE “ODILON”, COMO POLICIAL

Entrou nas Forças Volantes de Pernambuco em 1923, mas já tinha iniciado sua luta contra o cangaceirismo alguns anos antes.

Em 1929 foi convidado juntamente com outros Nazarenos (Manoel Neto, Euclides Flor, Hercílio Nogueira, Manoel Flor, Davi Jurubeba, Afonso Flor) pelo conterrâneo e Deputado Federal pela Bahia Manoel Cavalcante Novaes para perseguir os cangaceiros no Estado baiano.

Participou de inúmeros combates contra os CANGACEIROS nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia e Paraíba.

Sua Força Volante era muito conhecida em todo o Sertão. Depois que o cangaço foi exterminado, foi designado Delegado em diversas cidades no Estado da Bahia, chegando inclusive a ser Delegado Regional na cidade de Itabuna, numa época em que a guerra entre os fazendeiros de cacau estava no auge. Está sepultado em Itabuna/BA. Faleceu em decorrência de um câncer na garganta.

Fonte: facebook
Página:  Voltaseca Volta.

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