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quarta-feira, 28 de abril de 2021

A CASA DOS SILÊNCIOS

 *Rangel Alves da Costa

Uma casa. Portas fechadas, janelas encostadas, silêncios. Pelas frestas, uma visão de penumbra, de tristeza e de desalento.

Uma casa. Na paisagem parecendo um mundo esquecido. Cores desfeitas pelo tempo. Endereço sem visitantes. Uma visão de inexistência de tudo.

Uma casa. Sua existência se resume à presença no meio do tempo. Um caminho que chega até seus arredores. Uma estrada que vai seguindo adiante.

Uma casa assim. Ou duas casas assim. Um monte de casas assim aqui tão perto ou nas lonjuras do mundo. Casas assim e que parecem nunca serem avistadas.

Muita casa assim nos beirais das estradas, nos vultos por dentro das matas, no além-porteiras e além quase tudo. Os olhares avistam, porém nunca encontram presenças.

Ao primeiro olhar, parecendo até mesmo uma casa sem ninguém lá dentro ou mesmo abandonada. Logo se imagina que a família partiu, fechou porta para nunca mais voltar.

Em seu interior, contudo, vidas silenciosas gritam seus instantes de distanciamento de quase tudo. Nas suas entranhas, as vidas reclusas nas solidões e ao querer dos velhos calendários na parede.

Geralmente pessoas envelhecidas, mas também vidas ainda jovens em seus melancólicos e aflitivos percursos cotidianos. Não significa a inexistência de parentes, de amigos e conhecidos.

Muitas vezes são muitos, mas só da porta pra fora. Em muitas situações, nem mesmo as famílias se fazem presentes perante aqueles que vivem como em contínuo abandono.

De vez em quando a porta da frente é semiaberta para então surgir uma feição sem sorriso, sem brilho no olhar, sem alegria.

De vez em quando, a janela é aberta para o sol entrar e alimentar as folhas secas da solidão. Como vivem e o que fazem tais pessoas em seu mundo tão recluso e entristecido?

São pessoas comuns, são históricos de vida cabíveis em qualquer livro. Mas também são pessoas que vivem em diferenciado mundo, e muitas vezes imposto pelos demais.

Os demais que fazem de conta que aqueles pessoas não existem, que não precisam ser visitadas, que não precisam de uma fraterna e afetuosa consideração.

No Natal, um prato de solidão sobre a mesa. Na passagem do ano, talvez já em seus repousos noturnos, apenas serem acordadas pelos fogos e algazarras pelas ruas.

Lá fora, a vida é festa, é sempre festa. Lá dentro, entre silêncios e esquecimentos, o suportar apenas que as horas passem e passem. E sejam menos doloridas a cada segundo.

Ou lá fora a vida sempre passa, sempre segue seu rumo, deixando para trás aquela porta fechada, aquelas vidas em cujas mãos há céus de salvação eterna.

As contas do rosário vão passando pelos dedos. A boca sussurra uma oração. Os olhos brilhos ante a luz do candeeiro. A vela chameja mostrando a face de Deus.

Mas nem sempre se pode imaginar que seja assim. Apenas a casa e seu silêncio. Apenas o silêncio de solidão e vidas à margem da vida.

Não se pretende, contudo, outra felicidade. Ali está Deus nas contas do rosário. Ali está a proteção e a felicidade em cada santo, em cada reza, em cada céu debaixo e acima da cumeeira.

 
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

A EX-CANGACEIRA " SILA " E, A FALTA DÁGUA..!.. O USO DO MIOLO DO XIQUE-XIQUE...

 Por Volta Seca

A falta de água nas caatingas sertanejas, era uma constante na vida dos cangaceiros e policiais... Para sobrevivência, utilizavam plantas nativas, a exemplo do XIQUE-XIQUE, e, outras...O miolo da planta, também era comestível, pois em sua composição apresenta, água, sais minerais...etc..

Na foto abaixo, a cangaceira SILA, mostra, como tirava com um facão, os espinhos da planta, e, comiam, o miolo..Foto : Aderbal Nogueira

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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O QUE FICOU DE ANTONIO CONSELHEIRO

 Por Manoel Severo

O Que ficou de Antônio Conselheiro no imaginário popular de ontem e de hoje, o que será de seu legado no futuro ? Para aprofundar essa reflexão e trazer luz ao presente debate, Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, recebe os pesquisadores; Bruno Paulino, poeta e escritor; presidente da AQUILETRAS e a professora Goreth Pimentel, especialista em historia e autora do trabalho "O que ficou de Antônio Conselheiro e Canudos no imaginário popular de Quixeramobim", desenvolvido ainda na metade da década de 1990, para mais um espetacular programas Grandes Encontros Cariri Cangaço em nosso canal no You Tube. 

VEM COM A GENTE, BASTA CLICAR NO LINK A SEGUIR:

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?multi_permalinks=1917271845103589%2C1917183555112418&notif_id=1619611347069751&notif_t=group_activity&ref=notif

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PRISÃO, FOME, SEDE E COMPAIXÃO CONTO NOVO - 28/04/2021

 Por João Filho de Paula Pessoa

https://www.youtube.com/watch?v=Agd1shB9o1Q&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

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ENTREVISTA COM O SOBRINHO DE LAMPEÃO, "A TARDE", 2/3/1939, SALVADOR, BAHIA

 





Extraído do blog Cangaço na Bahia do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

http://cangaconabahia.blogspot.com/2021/04/entrevista-com-o-sobrinho-de-lampeao.html

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MULUNGU

 Clerisvaldo B. Chagas, 28 de abril de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.521


 

Cheguei bem perto do jogo, mas nada entendia de lances do tabuleiro. Apenas ficava de boca aberta contemplando aquelas sementes grandes, vermelhas vivas, envernizadas pela Natureza. Os jogos da tarde aconteciam na calçada, defronte a entrada do Hotel Central, bem no centro do Comércio. Dizia o ditado sertanejo que “jogo de velho ´é gamão”. E estavam sempre ali o dono de farmácia Cariolando Amaral, o Seu Carola (ô) e seus parceiros diante do tabuleiro de madeira, copinhos de sola, sementes de mulungu, aproveitando a sombra do “sobrado da esquina”. Carola, o único homem de Santana que usava cotidianamente gravata borboleta, comercializava no “prédio do meio da rua”, parecia um galego alemão muito sisudo. Era atração na sua farmácia, o busto de um negro lustroso e fortão, envergando uma barra de aço. Representava o efeito do remédio da propaganda. Quando foi demolido o “prédio do meio da rua”, Cariolando passou a negociar em um dos compartimentos do térreo do “casarão da esquina”, mas Seu Carola continuou desafiando concorrentes do gamão.

Aquele homem tão sério se esbaldava nos carnavais de Santana, trocando incrivelmente o tabuleiro pelo reino de Momo.

Catávamos aquelas sementes maravilhosas no mato, quando as árvores mulungus despejavam-nas no solo colorindo a poeira cinza das capoeiras. Para que servia a semente além do jogo de gamão? Não sabíamos, apenas brincávamos com elas aproveitando o capricho da flora sertaneja.

A árvore mulungu (Erythrina mulungu) pode atingir até vinte metros de altura, é medicinal, usada como calmante. Sua madeira é muito leve e boia na água. Seus pedaços trazidos pelas cheias, serviam para o aprendizado da natação no rio Ipanema. A madeira ficava enganchada nas pedras, sendo aproveitada pelos banhistas.

Infelizmente muitas dessas árvores tão simpáticas, ainda são vítimas dos machados clandestinos, com punições zero.

As sementes de mulungu, pela beleza continuam encantando meninos e adultos.

Após Cariolando Amaral, desapareceram definitivamente os jogos de gamão em nosso município.

A diversão dos idosos agora é um celular que une os estranhos de longe e separa a família de perto.

TÍPICO MULUNGU SERTANEJO (CRÉDITO: PINTEREST). 

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/04/mulungu-clerisvaldob.html

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MINHA DADÁ!

 Por Indaiá Santos

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NOTA DE PESAR

 Por Relembrando Mossoró

O Relembrando Mossoró lamenta profundamente o falecimento do grande professor Francisco de Assis Silva, mais conhecido por "Chiquito", que ocorreu hoje na madrugada.

Ele nasceu na cidade de Campo Grande-RN, no dia 23 de setembro de 1937. Foi Professor no Colégio Diocesano Santa Luzia e na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Seu Chiquito se encontra com alzheimer em sua residência, no bairro Doze Anos, grande Professor de Matemática. 

Nossos sentimentos aos familiares e amigos!

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