Seguidores

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

PRIMO E CABRA DE 'SINHÔ'

Ascendência do Cangaceiro Cajueiro

Por:Valdir José Nogueira

José Pereira Terto, cangaceiro Cajueiro

Residente nas cercanias da Serra do Reino em Belmonte, o célebre cangaceiro “Cajueiro” tinha como nome de batismo José Pereira Terto, sendo filho de Manoel Terto Alves Brasil e de Antônia Pereira da Silva (Totonha). Amplamente conhecido no mundo do cangaço, Cajueiro foi o homem da mais elevada confiança de seus primos Sinhô Pereira e Luiz Padre.

Conta-se que em princípios do século XX, Cajueiro havia levado uma sova de um soldado por nome Cipriano de Souza, porém, ao chegar em casa, sua mãe dona Totonha Pereira não o abençoou.

Dias depois, Cajueiro resolveu assassinar o seu agressor e ao retornar para casa, foi abençoado por sua genitora. Depois deste fato, o mesmo resolveu ingressar no cangaço ao lado dos primos Sinhô Pereira e Luiz Padre.

Em 1919 foi para o Planalto Central com Luiz Padre. Retornando ao Pajeú no ano de 1922, Cajueiro foi de fundamental importância no estratagema de Sinhô Pereira, Luiz Padre e Ioiô Maroto que culminou no ataque a Belmonte no dia 20 de outubro de 1922, onde foi assassinado o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, próspero comerciante daquela cidade sertaneja.

Cajueiro deixou seu nome marcado na história como um dos homens mais experientes do cangaço, muito valente e moralista.

Ascendentes de Cajueiro:

Lado materno:
Mãe; Antônia Pereira da Silva (Totonha, falecida em 06/05/1946 aos 80 anos de idade), filha do primeiro casamento de Dona Dé (Maria José Pereira da Silva) com o major Joaquim Pereira da Silva Tintão (este filho do Comandante Superior Manoel Pereira da Silva). Dona Dé era filha de Josefa Pereira da Silva (Dona Zefinha do Serrote) e de Joaquim Nunes da Silva. Portanto, Cajueiro era bisneto de Dona Zefinha do Serrote (Josefa Pereira da Silva) e também bisneto do Comandante Superior Manoel Pereira da Silva. O Barão do Pajeú era tio avô de Cajueiro.

Lado paterno:
Pai; Manoel Terto Alves Brasil, filho de José Alves dos Santos e de Carolina Jocelina (ou Marcionila) da Silva, esta filha do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de Quitéria Pereira da Cunha da fazenda Cipó em Serra Talhada. Portanto Cajueiro era bisneto do Padre Francisco Barbosa Nogueira (este neto de Manoel Lopes Diniz fundador da fazenda Panela D’Água em Floresta).

Em virtude de umas querelas familiares onde residia, na fazenda Cipó em Serra Talhada, o casal José Alves dos Santos (Cazuza Cego) e Carolina Marcionila da Silva (filha do Padre Francisco Barbosa Nogueira e de Quitéria Pereira da Cunha), comprou em 1881, na Freguesia de Belmonte, uma propriedade na fazenda Campo Alegre, cercanias da Serra do Reino (cuja vendedora foi dona Jacinta Pereira de Souza), onde passou a residir. Este casal deixou nove filhos dentre os quais o Sr. Manoel Terto Alves Brasil que casou com Antônia Pereira da Silva (Totonha, filha do major Joaquim Pereira da Silva Tintão e Maria José Pereira da Silva, Dona Dé), pais de Cajueiro: José Pereira Terto.

Valdir José Nogueira,pesquisador e escritor
Pres. da Comissão Local do Cariri Cangaço
São José de Belmonte, Pernambuco



NOTA DO PESQUISADOR SOUSA NETO: Em 1923 ao chegar em Minas Gerais, Cajueiro ou Joaquim Araújo da Silva, nome adotado naquelas paragens torna-se amigo pessoal do Cel. Farnesi Dias Maciel, irmão do Presidente Olegário Maciel. Foi da guarda pessoal do Governador Olegário onde na revolução de 1930 deu total proteção a esse que junto aos primos JOSÉ ARAÚJO e FRANCISCO ARAÚJO, formaram um pelotão para guardar o Palácio do governador que esteve sob iminente ataque das forças getulistas.

Para ilustrar mais um pouco a bela matéria do nosso valoroso amigo Valdir José Nogueira, vejam abaixo a certidão de óbito do célebre Cajueiro. Atente para o detalhe: ele faleceu exatamente três meses e nove dias após Sinhô Pereira.


No Livro do cartório ambos os óbitos estão na mesma página. Outro detalhe, nasceram no mesmo ano 1896.

Abraço a todos! Depois contarei o resto.

Pesquei no Sítio do coroné Severo

E eu repesquei na fonte do Kiko Monteiro

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

JATOBÁ E O CANGAÇO LAMPIÃO EM SÃO JOSÉ DE PIRANHAS

Por Francelino Soares

Vista parcial de São José de Piranhas
in Portal Férias   

É benfazeja a afinidade que a cidade de Cajazeiras mantém com os municípios vizinhos. Na minha infância, conhecia alguns desses lugares com outros nomes. Assim é que Cachoeira dos Índios se chamava Catingueira; São João do Rio do Peixe passou a se chamar Antenor Navarro, voltando depois ao nome original; São José de Piranhas, durante um certo tempo, era chamado de Jatobá, nome oriundo de um antigo sítio – foi proclamado cidade pelo Interventor da Paraíba, Argemiro Figueiredo, em 1º de janeiro de 1939 – tendo somente voltado ao nome anterior em 14 de novembro de 1952, obedecendo a um Projeto de Lei do Deputado Estadual Humberto Lucena (in memoriam).

Essas estão entre as cidades irmãs e vizinhas que continuam mantendo com Cajazeiras os mais civilizados relacionamentos nos vários setores de atividades, sejam industriais, comerciais, culturais, sociais… Que assim permaneça sempre!



Mas essas considerações vêm a propósito de tentativa que estamos fazendo de diversificar o enfoque desta Coluna. Tanto é assim que hoje apresentamos aos leitores fatos inusitados ocorridos na vizinha cidade. Assim como já havia ocorrido com Cajazeiras, em 28 de setembro de 1926, quando "Sabino das Abóboras" fez uma tentativa de invasão de nossa cidade, assim também os nossos vizinhos piranhenses também estiveram na mira do cangaço.


Sabino das Abóboras

Em 25 de outubro de 1925, Lampião, que já era por demais conhecido no mundo do cangaço, junto com os seus “cabras”, fez uma incursão no sítio Catolé, quando um dos seus sequazes assassinou covardemente um popular de nome João Pelonha, que seria seu desafeto. Embora Lampião, não tivesse aprovado o crime, prendeu o senhor Antônio Gonçalves, que passou a servir-lhe de guia, rumando até o sítio Cachoeirinha.

Dessa incursão, ainda existem sinais dos destroços praticados pelo bando, mormente nas proximidades da antiga ponte do Riacho da Corda, localizada no sentido São José de Piranhas para Galante. Aí ocorreram as estripulias do bando, que, em busca de dinheiro, chegou a fazer ameaças ao fazendeiro Firmino Faustino.

Todas as redondezas sofreram as ameaças dos cangaceiros que passaram ainda pelo então sítio Cabrais, por Santa Fé, pela serra do Capim, pelo sítio Queimadas… Daí, após provocarem todo um rebuliço, Lampião com o seu bando dirigiram-se para Bonito de Santa Fé, então distrito de São José de Piranhas, de onde rumaram para as bandas do Ceará.

Se os leitores desejarem saber detalhes aventureiros da passagem do famoso bando de Lampião por essas paragens sertanejas, estão convidados a buscar e ler a obra São José de Piranhas – Um Pouco de sua História – de autoria do professor e historiador Messias Ferreira de Lima, cuja leitura certamente lhes proporcionará momentos de conhecimento imprescindíveis para quem cultiva o hábito de uma boa leitura.

Pesquei em Coisas de Cajazeiras

HÁ 75 ANOS, O BRASIL ASSISTIA AO FIM DO CANGAÇO - JORNAL FUTURA - CANAL FUTURA


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UM CRIME BÁRBARO COMETIDO POR UM EX-POLICIAL VOLANTE, ATUANTE NA MORTE DE LAMPIÃO, QUE ABALOU O BAIRRO DA LIBERDADE NA CIDADE DE SÃO PAULO E CAUSOU COMOÇÃO NACIONAL NA ÉPOCA DO ACONTECIMENTO.

Por Geraldo Antônio De Souza Júnior
Estivemos no local e registramos detalhes e coletamos todas as informações possíveis para trazermos até vocês a história nua e crua, sem ilusões, mentiras ou fantasias.
Assistam.

Forte abraço a todos.

Um crime brutal que abalou o bairro da Liberdade e causou comoção nacional, ocorrido na cidade de São Paulo no ano de 1966 e cometido a mando de um ex-policial volante que atuou de forma decisiva no confronto de Angico, onde foram mortos além de Lampião e Maria Bonita, nove cangaceiros e um soldado pertencente a Força Policial Volante alagoana. 

Um crime de pistolagem que resultou na morte da ex-esposa do mandante e da filha de apenas dezesseis anos de idade. Estivemos no local e fizemos todo o registro da região exata onde os fatos aconteceram, trazendo detalhes nunca antes mostrados e apresentando essa história cruel e que envolve um personagem marcante e importante da luta policial contra o cangaço nos sertões do Nordeste durante as primeiras décadas do século passado. 

A verdadeira história sendo mostrada de forma séria e imparcial. Imperdível! Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira!

https://www.facebook.com/groups/GrupoCangacologia/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A IMAGINAÇÃO DO PADRE MACIEL


Por Sérgio Dantas

Em sua obra ‘LAMPIÃO, SEU TEMPO E SEU REINADO’, Padre Frederico Bezerra Maciel refere-se ao cangaceiro Virgínio como um verdadeiro gigante: um homem de 1,95 mts!!


Ora, no início de 2006, estivemos em Belo Horizonte, onde visitamos o casal de ex-cangaceiros MORENO E DURVINHA (ver foto acima).



Em certo ponto da conversa, resolvi perguntar a ambos se Virgínio era realmente um homem alto, como insistia o padre-escritor.

A resposta de Durvalina foi firme:

- “Não era muito alto”.

E Moreno, para não deixar dúvida, me pediu para me levantar e, em seguida, se levantou também e se pôs ao meu lado. Sem qualquer hesitação atestou:

-“Se era mais alto do que o senhor, era coisa pouca. Uma besteira de nada!”.

Tenho apenas 1,71 mts.

Assim sendo, Virgínio deveria ser homem de, no máximo, 1,75 mts.

Vendo a foto em preto e branco acima, vemos o citado cangaceiro ao lado de Durvalina, mulher de, no máximo, 1,60 mts.

Vemos que a diferença de altura entre os dois é pequena. Talvez em torno de 10 cm!

De onde danado teria tirado o padre Maciel a desastrada informação?

Saudações
Sérgio A. Dantas.
NATAL/RN


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

OPINIÕES CITAÇÕES SOBRE JOÃO BEZERRA (#)

Por Paulo Britto

O artigo a seguir é uma breve compilação de algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, respeitados pesquisadores e escritores, autoridades militares, renomados chefes de volantes de outros Estados, etc.

Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...




Att Paulo Britto
"Filho de João Bezerra"

Boletim Regimental número 179, de 12/08/1938 (Grafia original)

Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de Julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.


 João Bezerra "Foto inédita em livros". 
Arquivo do Jornal Diário de Pernambuco
Acervo Lampião Aceso 

... O Exmº Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel. José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...

Coronel Lucena
Louvor do Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia original)

Lucena. Acervo Ivanildo Silveira
 “Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo.

Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.

Jornal de Alagoas

O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.
- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, uma Espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”

Durval Rosa
Colocações de Durval Rodrigues Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.


... João Bezerra disse que tava certo e dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma ordem severa.
- Vou passar uma ordem pra todo mundo. Não se dá um tiro sem se vê em quem . Só se atira em cangaceiro. Soldado não briga deitado, o qui eu encontrá deitado, ou outro qualquer encontrar deitado, atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim também.
Quando eu gritar, avança, aí eu quero Lampião pegado hoje de qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!


Nisso Antonio Jacó chegou perto dele, tirou o chapéu, botou no chão, pisou em cima e disse assim.
- Mi solte logo “Seu” tenente, que eu quero saber se Lampião é mais homem que eu.
Ficou doido, doido, doido.

O tenente falou:
- Espere aí, i tenha calma!” ...


Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.

Antônio Jacó

"Mané Véio e Paulo Britto"
Colocações de Antônio Jacó no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo, página 117, Edição 1982.

João Bezerra armou uma rede, botou os bornaes pendurados num galho e disse assim:
- Mané Véio, deita aqui debaxo da minha rede:
Eu respondi:
- Voce tá pensando qui eu sou mulher? Prá seiscentos diabos!
Mas deitei no chão, que eu obedecia a ele. ...

Quando estive com Antônio Jacó na cidade de Pires do Rio em Goiás, ele bastante emocionado, sem acreditar que estaria ao lado do filho de Ten. João Bezerra, em longa entrevista me disse:

- O seu pai, eu considerava como meu pai.

Elias Marques
Sgt. Elias e o autor
Em conversa com Elias Marques, soldado da volante do meu pai, que residia em Olho D`Água do Casado, onde lá estive por diversas vezes. A foto ao lado é registro de uma destas ocasiões.

Perguntei a ele: – Elias e essas conversas que meu pai se encontrava com Lampião, etc?
Ele respondeu:
– Paulo você vai acreditar nisso, seu pai não se afastava pra lugar nenhum que não levasse um de nós e nós nunca vimos falar nisso. O Tenente não era de brincadeira”. ...

Estas colocações são para demonstrar a confiança e o respeito de Antônio Jacó e Elias Marques pelo então Tenente João Bezerra, demonstrando que pessoas como estas jamais se insubordinariam ao seu comando, a consideração e a confiança do comandante por eles.

Ferreira de Melo
O coronel Francisco Ferreira de Melo no livro do Dr. Estácio de Lima “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, páginas 285, 286 e 287:

O veterano Ferreira
 -Lastimamos a perda de meu excelente soldado Adrião, ou Adrião Pedro de Souza. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça que teve o braço partido.

-De qualquer forma, Lampião foi liquidado pela tropa sob o comando geral de Bezerra.

- As precauções e as providências. Bezerra nunca se mostrava egoísta, ou vaidoso. Gostava de ouvir a opinião dos comandados.




Manoel Neto
Comentário de Manoel de Souza Neto em um Jornal do Nordeste


Manoel Neto
O capitão Manoel Netto reconstitue, para esta folha, a luta em que se empenhou durante 12 anos.

Pertencente à Brigada Militar do Estado, tem a sua carreira ligada ao combate sistemático e constante ao cangaceirismo no nordeste.

Por fim, o capitão Manoel Neto allude a antigos companheiros de jornada, destacando os nomes do Tenente Coronel Hygino, do Tenente Arlindo Rocha, Luiz Mariano, Capitão Optato Gueiros, Major José de Alencar, concluindo refere-se ao Tenente João Bezerra dizendo:

- O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia alagoana e dos Estados vizinhos.

Coronel José Rufino
Trecho de uma Carta do Cel José Osório de Farias; Jeremoabo, datada de 1 de abril de 1964.


Zé Rufino
 Amigo Cel João Bezerra,
... Aqui fica o teu velho amigo que muito te estima.
Olha João, eu ainda hoje sonho com aqueles tempos daqueles em que nós vivíamos naquela mardita campanha.



Manoel Flor
Carta do Coronel Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)

Manoel Flor
João Bezerra, Recebi sua carta, ontem, 19 de agosto de 1961, quando me preparava para um ligeiro passeio pela cidade. Seria faltar a primorosa verdade se lhe afirmasse ter sido um momento de alegria ao recebê-la. Foi meu caro amigo muito mais do que uma satisfação passageira. Ela veio me transportar a terreno mais profundo, o qual ficou no passado, mas de meandro crateroso, contemplado por mim com tantas emoções.
Emoção pelo desaparecimento de velhos companheiros, cujas cinzas veneramos com admiração e respeito, pela bravura e respeito; Emoção pelo verdadeiro espírito fraternal que sempre existiu entre as tropas pernambucanas e alagoanas. A confiança fazia com que considerássemos Pernambuco, um pedaço de Alagoas e Alagoas, um pedaço de Pernambuco; Emoção dos dias cruentos que enfrentamos, apesar da dureza da campanha, ocasionada pela fadiga, apreensão e responsabilidade, os nossos encontros efetivados na maior cordialidade, ou melhor festivos. ...
Do amigo e companheiro Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)
Floresta, 20/9/1961

Frederico Pernambucano de Melo
Colocações feitas por este escritor e pesquisador na introdução do Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 38, 3ª edição.

... as curtas memórias do coronel Bezerra nos revelam um homem eleito pela fatalidade de um destino de aventuras permanente, pondo-lhe a vida a cada passo um obstáculo para saltar e lhe proporcionando a aventura capaz de fazer lamber os beiços a um jovem do Pajeú da época, de poder provar, em pelejas sucessivas, aos seus próprios olhos e aos de terceiros que se tratava de “cabra disposto”. Metido no interminável steeple–chase que culminaria com a destruição do “Rei do Cangaço”, Bezerra há de ter-se considerado um homem de sorte, sob esse aspecto. Pois olhe que até uma onça cruzaria seu caminho para lhe dar oportunidade de tirar uma das mais invejadas cartas de valente: a de matador de onça. ...

Frederico
Outro comentário de Frederico no Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 55 e 56, 3ª edição:
... Fico à vontade, portanto, para reconhecer em Bezerra o homem que não tremeu no momento em que o destino o aceitou como seu agente e ponta de lança, dando-lhe a chance de virar uma das páginas mais expressivas da história do Nordeste rural. ...

... No cenário de Angico, Bezerra não foi outra coisa. Sujeito e objeto da história, soube fazer-se templo da síntese magnífica. Como um Ahab original, mil vezes afortunado, cuidou em atropelar tudo o que se levantou entre ele e o cangaceiro. E ao lhe tomar no último instante a porta, quem sabe não o terá desenganado de um possível brilho derradeiro das estrelas de seu chapéu, sentenciando como o capitão da perna de marfim:

Louco! Sou o lugar-tenente do destino. Apenas cumpro ordens ...

Billy Jaynes Chandler
Repúdio ao Professor Billy Jaynes Chandler, no Livro da escritora Marilourdes Ferraz “O Canto do Acauã”, 3ª Edição – 2011, página 476:

- Pág. 252: “Estas histórias são repetidas pelos pernambucanos, principalmente por aqueles que, como os da família Flor e outros nazarenos, se sentem ludibriados porque, segundo eles, Lampião foi morto por um oficial de Alagoas, corrupto e covarde, indigno de tal honra. Esta honra, de direito, deveria ter sido deles. Bezerra infame, como era, só pode ter...“ Estas referências aéticas lançadas contra o Coronel João Bezerra não podem ser atribuídas a quem não as deu, no caso os Flor de Nazaré que nem ao menos foram entrevistados pelo professor. E, além de tudo, não concordam com esse tratamento contra o colega de outro Estado.

(Marilourdes Ferraz é filha do Coronel Manoel de Souza Ferraz – Manoel Flor).

Belarmino Neto
Carta do Major da Polícia Pernambucana, Belarmino de Souza Neto, dirigida à escritora Marilourdes Ferraz e publicada em seu livro “O Canto do Acauã” – 3ª Edição – 2011, páginas 486 e 487.

Há anos li uma obra de Rodrigues de Carvalho, sobre Lampião tratando do tema, aquele autor não tem dúvida: Afirma que a morte foi mesmo por veneno, obscurecendo o trabalho de João Bezerra a quem não poupa ofensas e cobre de ridículo.

Lendo aquela obra, comentei à margem: “Lampião foi um bandido, sem nobreza, sem ética, sem piedade. Seria um injustificável exagero que se fosse exigir, para a sua destruição, o emprego de princípios, de lealdade cavalheiresca que ele nunca usara para com suas vítimas. Teria sido ele envenenado? Para mim o assunto é irrelevante e não conduz a nada.

O Coronel João Bezerra continuará a ser o homem que livrou o nordeste brasileiro daquela praga de vândalos. Que o tenha feito a bala, pelo arsênico, pela surpresa ou através de qualquer artifício, isso não vem ao caso, negar seu mérito pelo extermínio de Lampião, é como negar a Colombo o mérito pelo descobrimento da América. E no entanto, depois de vinte anos de escaramuças através do nordeste, entre o bandido e as forças policiais de 7 Estados, foi o Coronel João Bezerra o único que conseguiu quebrar a calota do ovo e colocá-lo de pé sobre a mesa. ...

Antonio Amaury
Correspondência enviada a mim em 6 de Julho de 2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:

Amaury em foto do coroné Severo
... Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, ... Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.

... Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, ... ... seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita.... Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história...

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico.

Gazeta de Alagoas
06.12.1970 – 1º Caderno, página 3. "Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares"

...O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas. ... “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele grangeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

-----------------------------------------
Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçom, grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados.
Sempre estive e continuo disponível aos amigos, para poder contribuir com o modesto conhecimento que tenho.
Att Paulo Britto 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ADENDOS
(*) A data correta do nascimento do Coronel João Bezerra é 24 de junho de 1898.

(*) Frederico Pernambucano, durante sessão de fotos no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em Maceió em agosto de 2009 para ilustrar o livro "Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço".


http://blogdomendesemendes.blogspot.com