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quarta-feira, 13 de novembro de 2019

LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS


Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva , Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva? 

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

 José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor José Bezerra Lima Irmão - a partir  da página 70. 

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba. 

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço e sobre a família Ferreira do afamado Lampião.

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UMA JUSTA HOMENAGEM AOS SOLDADOS MORTOS EM ABÓBORA EM 1929


A POLÍCIA DO ESTADO DA BAHIA PRESTARÁ UMA HOMENAGEM NO DIA 15/11/2019, AOS SOLDADOS MORTOS POR LAMPIÃO, NO COMBATE DE ABÓBORA, OCORRIDO EM 07 DE JANEIRO DE 1929.

Fonte: PMBA


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CONHEÇA 10 CURIOSIDADES SOBRE LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO


Por ANDRÉ NOGUEIRA PUBLICADO
Virgulino Ferreira da Silva é uma das figuras mais famosas e polêmicas da História do Brasil. 

Capitão Lampião, o pernambucano Virgulino Ferreira da Silva - Benjamin Abraão Botto.

Virgulino Ferreira da Silva é um dos maiores símbolos do nordeste brasileiro. Líder do movimento cangaceiro, essa figura é essencialmente polêmica desde sua época, sendo um bandido inescrupuloso para uns e um justiceiro heroico para outros. Nascido em 1898 na cidade pernambucana de Serra Talhada, Lampião morreu numa emboscada policial contra os bandos em 1938, na Gruta dos Angicos (Sergipe).

Conheça 10 curiosidades sobre o Governador do Sertão.

1. O Governador

Com certa arrogância e egocentrismo, Lampião costumava dizer que seu sonho era ser governador de um novo Estado sertanejo alternativo formado pelas regiões que tinha mais influência, com porções dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

2. Fé e alma

Lampião era um homem profundamente religioso e supersticioso, sendo praticante do catolicismo clássico sertanejo, relacionado às forças da natureza. Respeitava inevitavelmente os padres, principalmente Padim Ciço, que considerava seu padroeiro. Todo meio-dia, parava para rezar e praticava jejum de sexta-feira. No centro de sua fé, estava a proposição de que seu corpo estava fechado contra o mal.

Benjamin Abraão faz acordo de acompanhar e recordar em fotos o bando de Lampião / Crédito: Wikimedia Commons

3. Parteiro

Com o aumento da frequência de mulheres nos bandos do cangaço, o numero de partos também cresceu. Como não havia médicos prontificados, o próprio Lampião aprendeu e realizava os procedimentos, usando as técnicas que conhecia da época em que cuidava de gado bovino. Porém, tudo isso ocorria em condições bastante insalubres e com tratamento pouco delicado.

4. Princesa do Cangaço

Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha em 1932, de nome Expedita. Como de costume no cangaço, foi necessário decidir o destino da criança, e como não se queria que a menina crescesse na bandidagem, ela foi entregue a um aliado do Rei do Cangaço para que ela tivesse como tutor o tio João Ferreira. Isso tudo ocorreu no maior sigilo e o caso foi tratado como uma espécie de Segredo de Estado.

5. Fisionomia

Em uma reportagem do jornal O Ceará em 1926, um repórter descreve o Rei do Cangaço em sua passagem por Juazeiro do Norte. Segundo o relato, Lampião era magro de pele escura, com cabelos fartos e pretos, chapéu de feltro e sem enfeites e alpargatas de couro, do tipo vaqueiro. Usava um lenço verde no pescoço, com um anel segurando. Além desse, mais seis anéis pelas mãos, com pedras preciosas, além de um rifle, uma pistola e um punhal.

6. Álcool

Era muito comum no cangaço noites de bebedeira e diversão. Porém, Lampião não era muito afeito ao consumo de álcool, apesar de gostar particularmente do conhaque. Mesmo assim, não bebia muito.

7. Gosto pelas letras

Lampião interrompido ao ler o jornal O Globo / Crédito: Benjamin Abraão Botto

Apear de não ter a melhor leitura do mundo, Lampião gostava de parar para realizar leituras, principalmente jornais que pegava rumando entre cidades. Seu maior gosto era ler reportagens feitas sobre ele mesmo nos periódicos, além de revistas que vinham de São Paulo e Rio de Janeiro. Costumava levar horas lendo ou ouvindo o que alguém lia para ele.

8. Cangaceiro perfumado

Numa situação em que os banhos eram uma raridade, Lampião usava perfumes de boa qualidade e em grandes quantidades. Gostava de roubar perfumes caros e importados nas capitais, que juntava com o cheiro de suor e da brilhantina usada no cabelo, criando uma mistura de cheiros única e que virou uma marca do cangaço. Há relatos de banhos de perfume generalizados, que chegavam até nos animais de tração para melhorar o cheiro do bando.

9. Poderes sobrenaturais

Para muitos volantes e policiais, Lampião genuinamente possuía superpoderes, pois era inconcebível a forma como ele conseguia fugir e deixar nenhum rastro de sua presença. Porém, o segredo do Rei do Cangaço era a estratégia, pois ele comandava o bando em ações geniais em que apagava todas as evidências de sua presença, como apagamento de pegadas e até andar de trás para frente para confundir os perseguidores.

Bando de Lampião de divertindo / Crédito: Benjamin Abraão Botto

10. Munição desviada

Um motivo de discussões ate hoje é a fonte de munição (que era usada sem muita economia) do bando de Lampião. Para nunca perder a origem das balas, o cangaceiro nunca permitiu que ela fosse descoberta. Porém, é possível afirmar que essa origem tem base nas ligações que Lampião tinha com os poderosos do sertão e do agreste. Associado com fazendeiros, políticos, coronéis e comerciantes, torna-se intuitivo pensar que esses contatos lhe forneciam munição.

Saiba mais através das obras abaixo:

Jararaca: um homem com nome de cobra, Luciana Savaget
Apagando o Lampião: Vida e Morte do rei do Cangaço, Frederico Pernambucano de Mello (2018)
Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço, Adriana Negreiros
Lampião. Herói ou Bandido?, Antônio Amaury Corrêa de Araujo, Carlo Elydio Corrêa de Araujo (2010)

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CAMINHADA, ZÉ

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 1019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.215

      Para quem gosta de natureza e aventura, nada como caminhar pelas trilhas sertanejas. Quem tem força nas pernas pode escolher as serranias onde as paisagens compensam qualquer esforço físico. Em caminhadas mais leves os terrenos planos e ondulados também oferecem seus encantos. Os rios periódicos ou intermitentes, quando secos deixam lugares exuberantes: Poços grandes e pequenos; vegetação variadíssima adaptada ao sal das areias grossas; animais como teiú, cobras, besouros, formigas, raposas e passarinhos nos lugares de maior umidade. No Sertão alagoano pode ser através dos leitos de rios como o Traipu, Ipanema, Capiá e seus afluentes que sempre oferecem lugares aprazíveis nos pedregulhos.

PROFa. DIVA  NO RIO IPANEMA EM CAPELINHA.(FOTO: B. CHAGAS)
E foi assim que subindo o leito do Ipanema desde o local urbano Barragem fui encontrando surpresa pelas veredas. Sim, pelas veredas marginais, pois ninguém suporta caminhar por dentro da calha arenosa. Num lugar mais estreito, verde e solitário, deparei-me com a estátua do padre Cícero dentro de um pequeno oratório gradeado sob uma pedra escura. E mais na frente chego à pirâmide santanense em pleno leito do rio dividido em dois braços. O lugar é apontado pela sociedade Rosa-Cruz, como pirâmide construída por alienígenas. Vou ao cimo, vou à loca enfrentando urtigas e marimbondos. À frente encaro o Poço Grande ou Poço do Boi (já aterrado), mas não consigo enxergar o desenho natural da cara do ruminante no enorme lajeiro, como outros enxergam.
E após quilômetros rio acima, encontro muita solidão e silêncio no campo. Tentando desviar uma trilha maior, entro por uma vereda para cortar caminho e levo mais um susto dentro do mato. Uma imagem de Nossa Senhora colada sobre uma pedra cercada de vegetação. Calculo rapidamente o tamanho da imagem em trinta centímetros, ornando aquele esquisito de caatinga.
E sem encontrar “um único pé de pessoa” até ali, ajeito o malote, contemplo o ambiente e rapidamente retorno às bases.
A impressão é que você está sozinho no mundo.
Valeu. “Valeu o boi”.


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VALDIR NOGUEIRA, OU A GRATIDÃO PELA AMIZADE

*Rangel Alves da Costa

Valdir José Nogueira, talvez somente Ariano Suassuna para descrevê-lo assim de relepada, quando o mestre armorialista diria: “Olhe no homem a pedra em seu estado de pedra, no silêncio e na mansidão do tempo, no seu estado de sol e de chuva, e no seu lodo encobrindo segredos. Mas tente se aproximar da pedra, falar com a pedra, aprender com a pedra. E terá uma pedra que é um reino de humildade, de simplicidade, de conhecimento e de sabedoria. Assim é Valdir, o belmontense, o guardião da Pedra do Reino, dos segredos do Castelo Armorial, o olhar dos casarões antigos e avivados na cor, o jardineiro das pedras portuguesas e o estandarte da cavalaria, dos bacamarteiros e de toda a cultura brotada em seu imenso Pajeú”.
O prazeroso destino me fez chegar a Valdir Nogueira durante o Cariri Cangaço Belmonte, em outubro do ano passado. O evento parecia somente ele. A voz do evento parecia somente a dele. Tudo se fazia perante sua presença, orientação e guia. Homem de estatura mediana, de gestos despreocupados e ao mesmo tempo atentos a tudo ao redor, de calmaria em mar bravio, de palavras profundas e desapressadas, numa ser de simplicidade difícil de ser encontrada. Um chapéu na cabeça, óculos moldurando um olhar de águia. Acessível, de mão estendida e sorriso estampado e, de repente, um amigo. Um grande amigo.
Algumas ligeiras informações. Valdir Nogueira, filho de Pedro Andrelino Nogueira e Aliete Moura Nogueira, é escritor, historiador, professor, palestrante, com profunda atuação na Secretaria Municipal de Turismo de Belmonte, membro da Associação Cultural Pedra do Reino, Conselheiro Cariri Cangaço, dentre outras atividades. Enquanto historiador apresentou estudos sobre os coronéis belmontenses, sobre a saga dos Pereira e dos Carvalho, a valentia de Quelé do Pajeú, sobre a Lendária Casa de Pedra, acerca do Capitão Luiz Mariano da Cruz, sobre o Movimento Sebastianista, sobre as Memórias do Antigo Casarão e a Morte do Coronel Gonzaga, sobre a História de São José do Belmonte, e muito mais.


Desde aquele Cariri Cangaço que Valdir Nogueira começou a despertar minha atenção e curiosidade. Ora, seu conhecimento histórico e cultural poderia levá-lo ao pedestal daqueles que se acham diferenciados pelo saber. Mas quem avista e dialoga com Valdir encontra um conhecido de soleira da porta ou de pé de balcão. O contexto cultural no qual está envolvido, num emaranhado de ricas e preciosas informações, bem que poderia torná-lo como aquele indivíduo que só tem tempo para o acúmulo do que interessa. Mas Valdir procurar compartilhar, de forma sucinta e inteligível, toda informação recolhida nas suas andanças, nos seus olhares, no seu sentimento de historiador do singelo e do grandioso.
Dificilmente alguém vai se preocupar com as pedras portuguesas antigas cimentadas nos belos casarões belmontenses. Dificilmente alguém se orgulha tanto com o que convive como Valdir. Peça-lhe para falar sobre Ariano Suassuna, sobre a Pedra do Reino encravada em Belmonte, sobre João Antônio, João Ferreira e demais personagens daquela saga de fanatismo, loucura e sangue. Valdir é sebastianista, é armorialista, é um livro de Ariano. Valdir é o guardião dos mistérios e segredos da Serra do Catolé. Creio que Valdir seja o próprio Quaderna narrando a epopeia de seu povo e de sua terra.
Por tudo isso - e muito mais - eu aprendi a devotar admiração especial por Valdir Nogueira. Meu leitor em alguns textos que publico, igualmente sabedor de minha escrita engajada com a cultura e a história sertaneja, ele bem sabe que muito nos aproximamos na apreciação das singelezas da vida. Então de repente faz surgir de sua boca uma nostalgia encantadora: “Hein Rangel, vai fumar um cigarrinho em deforete?”. Para depois lembrar que deforete é um termo interiorano para indicar descanso ou folga. Mais adiante se volta pra mim e diz: “Viu Rangel, aquele senhor na madorna no sombreado da igreja?”.  E repliquei: “Só você Valdir, para aparecer agora com essa madorna!”.
E de sua boca vão saindo pérolas e preciosidades já fora do alcance e do entendimento moderno. E de sua presença aquele sopro de vento bom e de sombreado debaixo de frondosa árvore. Abraço-te, amigo Valdir!

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA HOMENAGEIA MANOEL SEVERO E O CARIRI CANGAÇO NO DIA DA LITERATURA CEARENSE

É com muita satisfação que convidamos a todos para participar da Sessão Solene celebrando o Dia da Literatura Cearense; quando o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, será homenageado em nome do Cariri Cangaço; ao lado de outras personalidades da vida literária cearense; pela Assembléia Legislativa do estado do Ceara. A solenidade acontece na próxima terça-feira, dia 19 de novembro às 19 hrs no Plenário 13 de Maio, em Fortaleza.
A Sessão Solene é uma iniciativa da Assembléia Legislativa do estado do Ceará a partir de requerimento do deputado Heitor Ferrer. Para o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "o presente reconhecimento, compartilho de maneira humilde com a imensa família Cariri Cangaço de todo o Brasil; grande responsável nestes últimos 10 anos pelo lançamento de 76 novas obras literárias sobre temáticas voltadas para a memoria, historia e tradições nordestinas, tornando o Cariri Cangaço uma das mais exitosas iniciativas do gênero no Brasil.


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CONVITE!



Filhos de Floresta do Navio-PE - Dia 16 de novembro de 2019 - Em Nazaré do Pico - Missa solene para homenagear ao nosso grande Herói Manoel Neto - um dos combatentes do Cangaceirismo lampiônico e seus bandos - no Sertão - em especial do Estado de Pernambuco.






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FORROZEIRA COM COISA DE ZÉ E PEDRO DO CORDEL EM MINAS



Festival Sons e Sabores do Nosso Nordeste contou com a presença de grandes nomes do forró , Pedrinho durante dois dias do evento na cidade de Extrema Mg, encantou o público levando a literatura de cordel no gogó e de quebra fez participações especiais com as bandas. Aqui com a galera pra lá de astral do Coisa de Zé... E aí? Segue a gente, comente.O forró não vai morrer!

Categoria

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CANGAÇO CAMPINA

UEPB consolida apoio ao evento


O reitor Rangel Junior recebeu no Gabinete da Reitoria da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), no Campus de Bodocongó, em Campina Grande, a visita da comissão organizadora do evento “Cangaço Campina 2019 – História & Cultura Nordestina”, com os quais discutiu sobre a iniciativa e o apoio da Instituição para a realização da atividade cultural.

Foto: Ítalo Vilarim

A reunião contou com as presenças do vice-reitor da UEPB, Flávio Romero Guimarães; do pesquisador do cangaço e vereador João Dantas; do publicitário e comunicador Celino Neto; do publicitário Kennyo Alex e do jornalista e coordenador de Comunicação Institucional da UEPB, Hipólito Lucena.

“Cangaço Campina 2019” é uma realização da Vila Sítio São João e será realizado entre os dias 22 e 24 de novembro, trazendo para a Rainha da Borborema as maiores autoridades do Brasil sobre a temática do cangaço. A palestra de abertura será ministrada pela escritora Vera Ferreira, neta de Lampião, e contará com as presenças de Paulo Brito, filho do Coronel João Bezerra; Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita; Eliza Dantas, filha do cangaceiro Candeeiro; Jaqueline Rodrigues, neta de Chiquinho Rodrigues; e Patricia Gastão, filha do historiador e pesquisador Paulo Gastão.

O reitor Rangel Junior parabenizou os organizadores do evento pela iniciativa e confirmou o apoio da Universidade na logística do evento, ao tempo em que incentivou a participação da comunidade acadêmica, sobretudo dos cursos de História, Comunicação Social, Sociologia e outros cursos das Ciências Sociais e Humanas que possam se interessar pelo tema. Rangel ressaltou ainda que o evento contará como carga horária complementar para os alunos que precisam cumprir tal requisito obrigatório para Colação de Grau.

Para João Dantas, pesquisador do cangaço e consultor do evento, o apoio da Universidade Estadual da Paraíba é de extrema importância, tendo em vista que a comunidade acadêmica precisa estar envolvida em um momento como este onde as maiores referências sobre a era lampiônica estarão reunidas em Campina Grande. “Os alunos e professores das Ciências Sociais e Humanas terão uma oportunidade única de desfrutar do conhecimento das maiores autoridades da temática do cangaço e ainda terão oportunidade de conhecer filhos e netos dos principais personagens desta saga sertaneja”, ressaltou.

Os interessados em participar do evento devem efetuar inscrição, gratuitamente, através do link https://www.sympla.com.br/cangaco-campina-2019—historia–cultura-nordestina__696620. Outras informações sobre o evento podem ser conferidas no perfil do evento no Instagram (@cangacocampina).

Confira a programação completa do evento:


Dia 22 de novembro – Sexta

19h – Apresentação cultural

19h30 – Abertura, com as presenças de Paulo Brito, filho do Coronel João Bezerra e de D. Cyra Brito Bezerra; Expedita Ferreira e Vera Ferreira, filha e neta de Lampião e Maria Bonita; Eliza Dantas, filha do cangaceiro Candeeiro; Jaqueline Rodrigues, neta de Chiquinho Rodrigues; e Patricia Gastão, filha do historiador e pesquisador Paulo Gastão

20h – Palestra com Vera Ferreira

Dia 23 de novembro – Sábado

8h – Palestra “As mulheres e o Cangaço”, com João de Sousa Lima

8h30 – Exibição do documentário “Os Últimos dias do Rei do Cangaço”, do jornalista João Marcos Carvalho, seguida de debate com os palestrantes

14h – Palestra “O Cangaço e o turismo”, com Jairo Luiz

14h30 – Palestra “Angico – Morte de Lampião. Uma abordagem Crítica”, com Ivanildo Silveira, seguida de debate com os palestrantes

19h30 – Palestra “Vida e Morte do Capitão Corisco”, com Sérgio Dantas

20h – Exibição do documentário “Angicos 80 anos depois”, de Aderbal Nogueira, seguida de debate com os palestrantes

Dia 24 de novembro – Domingo

8h – Palestra “Maria Bonita – Período Maria Deano”, com Wanessa Campos

8h30 – Palestra “A construção da imagem pública de Lampião na imprensa entre 1922 a 1940”, com Wescley Dutra

9h – Palestra “O Cangaço na Paraíba”, com Bismarck Martins

9h30 – Apresentação e entrega da Comenda Paulo Gastão aos convidados especiais e palestrantes

10h – Encerramento

Texto: André Gomes (Assessoria Cangaço Campina 2019) com edição de Tatiana Brandão

Publicado originalmente no Portal da Universidade Estadual da Paraíba


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LITTLE RICHARD GOOD GOLLY MISS MOLLY 1958



A QUESTÃO COM ZÉ SATURNINO

Depoimento do filho do 1º inimigo de Lampião


Documentário da Laser Vídeo com direção de Aderbal Nogueira.

João Saturnino é filho do célebre Zé Saturnino, primeiro inimigo de Virgulino. Participação do escritor José Alves Sobrinho, filho de Luiz Cazuza.





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SANTO ANTONIO DA GLÓRIA DO CURRAL DOS BOIS NO TEMPO DO CANGAÇO

Uma dura perseguição a família Juremeira no Olho D’água dos Coelhos

Por João de Sousa Lima

Curral dos Bois foi uma das primeiras povoações a acolher Lampião depois que ele atravessou de Pernambuco pra Bahia.


O Chefe Político de Glória, BA, o coronel Petronilio de Alcântara Reis, (foto) acabou tendo seu nome ligado com o cangaço e Lampião em várias histórias. Foi coiteiro famoso e também inimigo depois que traiu Lampião, traição que Lampião pagou incendiando várias fazendas do coronel dentro do Raso da Catarina.

Uma das mais importantes famílias de Glória, família de sobrenome Juremeira, que vivia no povoado Olho D’água dos Coelhos, sofreu grande perseguição de Lampião e Corisco.

Para entender um pouco da história dessa família e a ligação com o cangaço devemos tomar conhecimento que Pedro Juremeira foi delegado na fazenda Caibos (Caibros) e por isso ficou marcado pelo cangaço. Era também quem fazia a segurança do coronel Petro e era proprietário de um barco que fazia a travessia do Rio São Francisco entre Bahia e Pernambuco, entre Rodelas e Petrolândia. A fazenda Caibos hoje esta inundada e as pessoas estão residindo nas Agrovilas II e III.

Lampião mandou um recado para Pedro, para que em um dia marcado ele fizesse a travessia dos cangaceiros do lado pernambucano para o lado baiano e Pedro não atendendo a solicitação, convocou alguns policiais e quando da aproximação dos cangaceiros acabaram trocando tiros com o grupo de Lampião, começando ai uma grande “Rixa” entre os dois.

Em uma das perseguições dos cangaceiros a Pedro Juremeira, Corisco, a mando de Lampião, pegou um primo de Pedro, chamado Leonídio (Lió), no povoado Olho D’água dos Coelhos, pra ele informar onde poderia encontrar Manuel Juremeira, pois não conseguiam encontrar Pedro e quem iria pagar a vingança dos cangaceiros era Mané Juremeira. Lió levou os cangaceiros até a roça “Pé da Serra” e chegando lá prenderam Manuel na roça e o trouxeram para sua residência, onde estava a esposa Hermenegilda “Miné” com os quatro filhos: Otacílio, Ananias, Lídia e Joana.

 
 Hermenegilda de Araújo e Manuel Juremeira


Otacílio Juremeira

Na casa de Leonídio ficaram três cangaceiros vasculhando baús e armários em busca de joias e dinheiro enquanto Corisco seguia com mais dois cangaceiros e o refém para a roça. Chegando próximo de Mané Juremeira Corisco sentenciou o aflito rapaz de morte dizendo:

– Sabe com quem ta falando?

– Não!

– Corisco! Você vai morrer no lugar de seu irmão!

– Eu sou contra meu irmão! Morrerei inocente e sem culpa, mais maior que Deus, ninguém!

– Nada de Deus! Deus hoje aqui é a gente!

Os cangaceiros manobraram os fuzis e apontaram para os peitos e costelas de Manuel. Nesse momento dona Miné saiu de dentro da casa e correu e se abraçou com o marido:

– Aqui você não mata não! Meu marido é inocente!

– Saia da frente que vim matar foi homem e não mulher!

Nesse momento foi chegando Filigeno Furtuoso, amigo de Manuel que era tropeiro e residia na Tapera da Boa Esperança, em Penedo, Alagoas. O amigo sempre que passava na região dormia na casa de Manuel pra no outro dia viajar até Jeremoabo, onde comprava uma carga de fumo para sair revendendo, em sua junta de cinco burros.

Diante dos olhares dos cangaceiros e da situação em que encontrou o amigo Manuel, o tropeiro falou:

– Taí esses cinco burros arreados e eu lhe dou em troca da vida desse homem!

– Negativo! O senhor tem dinheiro?

– Não tenho! O que eu tinha era 800 contos de réis mais os outros cangaceiros que estão na casa de Leonídio já pegaram.

– E daqui a 30 dias?

Nesse momento o próprio Manuel respondeu:

– Ai eu tenho!

– Então vou liberar você e se não pagar eu volto e mato todo mundo.

Manuel escapou nessa hora.

O sargento Zé Izídio ficou sabendo do acontecido e intimou Manuel a ir a delegacia. Quando Manuel chegou o sargento o acusou:

– É você que é Mané Juremeira protetor de bandido?

– Sou Mané Juremeira, mais protetor de bandido não! Eu prometi pagar uma quantia para não morrer!

– Então agora você vai ter que vir morar em Glória!

Manuel foi obrigado a vir residir em Glória e nunca pagou a quantia estipulada por Corisco. Tempos depois os cangaceiros acabaram encontrando o tão procurado Pedro Juremeira em uma fazenda chamada Papagaio, em Pernambuco. Pedro estava dentro de uma casa e os cangaceiros o cercaram, prenderam o rapaz, amarraram em um mourão, perfuraram o corpo do rapaz todo com pontas de punhais e foram almoçar na residência. Depois do almoço os cangaceiros retornaram onde estava o corpo e descarregaram as pistolas na cabeça do já falecido jovem.

 Corisco, colorizado por Rubens Antonio

Depois de três dias da morte de Pedro, o pai de do rapaz, Teodório Juremeira, mandou um recado para uns amigos descerem o corpo de Pedro em uma canoa até Santo Antônio da Glória onde foi enterrado. Quando a família encontrou o corpo já estava apodrecido e tiveram que derramar uma lata de creolina.

Trinta dias depois do sepultamento os cangaceiros mandaram o portador Martim Gabriel, primo de Manuel Juremeira, que residia nas Caraíbas, Brejo do Burgo, com uma carta, cobrando o dinheiro que Manuel prometeu.

– Diga a eles que não mando não! Eu já moro na cidade e se eles quiserem vim aqui incendiar minha casa pode vir!

Depois de três anos o governo armou toda a população de Santo Antônio da Glória. Mané. Otacílio e Ananias pegaram em armas para fazer essa defesa do local.

Quando mataram Lampião a família Juremeira retornou para suas roças no Olho D’água dos Coelhos, porém, na época de Lampião e Corisco, quando eles eram os senhores das caatingas do Raso da Catarina, “Os Juremeiras” sofreram perseguições e mortes.


João de Sousa Lima é Historiador e Escritor; Membro e Vice-presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso e Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Fonte blog do Autor