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sábado, 13 de abril de 2019

Livro "Lampião a Raposa das Caatingas"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

franpelima@bol.com.br

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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PROGRAMA DA GLOBO, 8 OU 800....1976


O renomado pesquisador do cangaço, Dr. ANTÔNIO AMAURY CORREIA DE ARAUJO responde ás perguntas feitas sobre LAMPIÃO, pelo grande apresentador Paulo Gracindo, concorrendo ao grande prêmio.
..
Próximo da etapa final e, alertado por terceiros de que a emissora estava propensa a pregar uma peça sobre ele, o pesquisador desiste de participar da final do programa, mas foi recompensado com um grande prêmio, que já havia adquirido, por sua sensacional apresentação.


Foto: cortesia do famoso escritor


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O POTE E O HOMEM

*Rangel Alves da Costa

No Livro do Eclesiástico, 33:13-14, há uma síntese do quanto o ser humano, ao invés de imaginar dono de si, está sempre na dependência da vontade e do desejo de Deus. Vejam, então: “Como a argila está nas mãos do oleiro para que a molde e dela disponha a seu bel-prazer, assim o ser humano está nas mãos de quem o fez”.
Quem o fez? Assim, Deus, oleiro do mundo, tendo o homem em suas mãos, o fez à sua imagem e semelhança, o fez bom, digno, honrado, o fez humanizado e não desumanizante.
Contudo, de suma importância que o homem, existindo por permissão divina, saiba compreender melhor a lição. O oleiro molda o pote, a moringa, o alguidar e a bacia, por exemplo, não para ser em seguida quebrado, e sim para uso cotidiano. E o homem moldado por Deus, será que lhe é permitido ter outra destinação na sua existência?
Logicamente que não, pois toda transgressão humana foge aos desígnios de Deus e por Este será combatido no tempo certo. O pote foi para a água e não para o veneno, a moringa foi para a água e não para o sangue. E o homem foi para a fraternidade, o amor e a compaixão, ou para a brutalidade, a violência e o desregramento?
Por isso é preciso muito cuidado com as arrogâncias, com os egoísmos e as soberbas. De repente o pote se quebra e ninguém sequer imagina como um simples sopro de vento o fez despedaçado ao chão. Ou de repente a chama da vela apaga. Precisamos pensar mais sobre tudo isso.
E por que, depois de tanto trabalho para fazer o pote, de repente o homem se descuida e o derruba? Simplesmente por que do mesmo modo faz consigo mesmo. Sempre se imaginando muito mais forte que um simples pote de barro, então o homem se entrega aos perigos e à destruição. Então cai e quebra.


Como seria diferente se todos tivessem a noção de sua fragilidade. Com tanta vida e cheio de vida, com toda pose e tanta arrogância, com tanto egoísmo e tanto preconceito, para que, num segundo, tudo se transforme em nada. Num sopro e tudo se vai.
A mulher que tanto necessita do pote para garantir a água na cozinha de casa, para saciar a sede de sua família e de quem chegar, possui o maior cuidado do mundo para que o barro se mantenha intacto. Coloca até cimento se percebe alguma rachadura. E assim age pela importância que dá às coisas.
Quem dá importância às coisas simples dá importância também a si mesmo. Ao invés de destruir, de quebrar, de derrubar, sempre procura proteger cada vez mais. Sabe que tal qual um pote, a vida é apenas um barro que o visgo permitiu viver. Mas nenhuma valia terá se o descuido fizer dom que tudo desabe.
É essa consciência da fragilidade que permite ao homem se fortalecer. Sabe que nada é e que não passa de um pote de barro que o descuido pode derrubar, e então se entrega às forças da proteção. E não há força maior que a força de Deus.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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UMA HISTÓRIA DE AUTA DE SOUZA, CONTADA POR PALMYRA WANDERLEY

Autor – Rostand Medeiros
Sempre ouvir muito falar no mítico jasmineiro plantado no horto da casa da poetisa potiguar Auta de Souza, na bela cidade de Macaíba, mas pouco sabia de sua história.
Auta de Souza
Até que um dia, pesquisando nas velhas páginas de “A Republica”, encontrei na edição do dia 3 de julho de 1930, um interessante artigo da igualmente consagrada poetisa potiguar Palmyra Wanderley, sobre esta famosa planta da família das Oleáceas.
Parte final do verso “Flor do Campo”, publicado em 1899, inicialmente em jornais no ano de 1899
Nascida em 12 de setembro 1876, na cidade de Macaíba, Auta Henriqueta de Souza foi uma mulher extremamente marcada pela morte. Perdeu a mãe quando tinha três anos e o pai pouco tempo depois. Apesar de viver em uma cidade próspera e progressista, um dos principais centros de decisões políticas no Rio Grande do Norte daquela época, ela e seus irmãos, Henrique Castriciano, Eloy de Souza e Irineu Leão, vão para o Recife, onde ficam sob a guarda da avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha.
Eloy de Souza
Na capital pernambucana Auta foi primeiramente alfabetizada por professores particulares, depois foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, no bairro da Estância.
Mas o calvário de Auta de Souza continuou. Aos doze anos vivencia a morte de Irineu, carbonizado pelas chamas de uma lamparina que foi derrubada por acidente. Dois anos depois a tuberculose, causa da morte de seus pais, é diagnosticada em seu corpo e ela teve que interromper seus estudos.
Retorna ao Rio Grande do Norte e, em busca de cura, realiza uma longa viagem pelo interior do estado.
Segundo seus biógrafos, tempos depois Auta se enamorou pelo jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, onde manteve uma casta relação que durou mais de um ano. Estava decidida a unir-se a este rapaz, mas a doença seguia adiante. Seus irmãos lhe convenceram a renunciar e a separação foi cruel para a já sofrida jovem. O Promotor logo foi transferido da região e em seguida faleceu da maldita tuberculose.
Em meio às doses de sofrimento, Auta produzia seus versos, que foram publicados em jornais e revistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e de Natal.
Exemplar da 2ª ed. de “O Horto”, que pertenceu ao meu tio-avô Antônio Isidoro de Medeiros
Logo grande parte de seu trabalho seria reunido em um manuscrito, que primeiramente se intitulou “Dhálias”. Seus irmãos Henrique e Eloy, políticos e escritores no estado, levam o manuscrito para a Capital Federal, no Rio de janeiro, para que o amigo e poeta Olavo Bilac lesse o material. Bilac, o mais importante poeta brasileiro da época, se encanta com os escritos de Auta e prefacia os originais. A obra é então criada com seu nome definitivo; “O Horto”.
O livro foi publicado pela primeira vez em 20 de junho de 1900. Continha 114 poemas, colocados em 232 páginas e se tornou um enorme sucesso.
Informativo sobre a venda do livro “O Horto”
Em pouco tempo os jornais paraibanos “O Commercio” e “A União”, publicam no mesmo dia, 8 de julho de 1900 (um domingo), vastas e positivas matérias sobre o livro. Logo outros periódicos, de outras localidades, vão fazer o mesmo e em pouco tempo a primeira edição se esgota. No futuro outras edições de “O Horto” serão publicadas.
Mas Auta de Souza pouco aproveitaria deste momento. A doença avançou e ela faleceu aos 24 anos, no dia 7 de fevereiro de 1901. A capital do Rio Grande do Norte enterrou a jovem revelação das letras no Cemitério do Alecrim, em meio a uma forte comoção.
Palmyra Wanderley, uma grande admiradora de Auta de Souza
Na narrativa de 1930, a poetisa Palmyra Wanderley conta que estava na sua casa, quando foi mexer em velhas cartas amareladas que ficavam uma caixa de madeira, com um determinado símbolo marcado a fogo na tampa.
Esta ilustre dama das letras potiguares, então com 36 anos, acreditava que lendo velhas missivas, renovaria a sua alma. Mas estranhamente o que lhe chamou atenção não foi alguma carta, mas uma foto. Uma foto que a poetisa considerava preciosa.
Segundo sua narrativa, a imagem congelada no tempo mostrava um jasmineiro laranja, com muitas folhas e que projetava a sua sombra na areia.
Na base da simples fotografia estava escrito em uma “letra máscula”, segundo sua definição, a seguinte mensagem; “- O jasmineiro de Auta, plantado pela poetisa no pomar de sua residencia em Macahyba”.
Segundo Palmyra, o autor da mensagem não era outro senão Henrique Castriciano, irmão da brilhante Auta de Souza.
Henrique Castriciano
Henrique, considerado pelo paraibano Rodrigues de Carvalho (autor do livro Cancioneiro do Norte) como “um gênio”, havia doado a Palmyra aquele instantâneo numa clara manhã de abril. Quando contou a história do jasmineiro e o que ele significava, seus olhos ficaram marejados de saudade.
Ao longo do texto, a definição que Palmyra faz de Auta de Souza era de uma “poetisa santa”, que havia utilizado suas mãos de doente resignada, para plantar no quintal de sua casa aquele jasmineiro frondoso.
Para Palmyra, que tinha apenas sete anos quando Auta de Souza faleceu, a poetisa de Macaíba era certamente uma espécie de heroína diante de toda sua sofrida história, se não uma de suas maiores influências.
Ela informa que em certa época havia chegado aos ouvidos de Henrique Castriciano que jovens delinquentes haviam tentado destruir esta preciosa Oleácea. Indignado, o irmão da falecida Auta de Souza partiu para saber o que ocorria. Mas voltou de Macaíba com a alma e o espirito renovados, pois a população local protegia o jasmineiro. Sobre sua sombra casais de pássaros “se casam” e as crianças de Macaíba brincavam e cantavam os versos de Auta. Noivas seguiam ao local, fazendo votos para uma boa união. O texto deixa no leitor a ideia que o local seria uma espécie de “santuário”, preservado pelo povo de Macaíba em memória de sua amada e sofrida autora.
“A Republica”, 3 de julho de 1930
Palmyra finaliza o texto apontando Auta de Souza como “-A maior poetisa mística de todos os tempos. E a mais magoada de todas as aves humanas que cantaram, em lágrimas, as melodias do coração”.
O jasmineiro original já não existe. Mas outra planta, segundo dizem descendente direta da original, está plantada no mesmo local, atualmente fazendo parte da Escola Estadual Auta de Souza.
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A LITERATURA DO CANGAÇO NA SUA ÉPOCA

Por Ângelo Osmiro

Fortaleza recebe nesta próxima terça-feira, 
dia 16 de abril, mais um evento com qualidade 
e a marca Cariri Cangaço e Café Patriota. 

A Bibliografia e a Literatura do Cangaço desnudada a partir de um dos maiores especialista do Brasil; pesquisador e escritor Ângelo Osmiro Barreto; Presidente do GECC-Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e Conselheiro do Cariri Cangaço; detentor da maior biblioteca do Cangaço no planeta. Imperdível !

A LITERATURA DO CANGAÇO NA SUA ÉPOCA
Palestra com Ângelo Osmiro Barreto
Dia 16 de Abril de 2019
19 horas
Café Patriota, Av Santos Dumont, 1453
Aldeota, Fortaleza Ceara


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EU, PITÚ E TU?

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.090

Houve época em que um carro de som, estilizado, bonito e potente desfilava pelas cidades do Sertão e Agreste de Alagoas. Era a propaganda da aguardente pernambucana de marca Pitú. Participava de inúmeras festas regionais apoiando os eventos e divulgando o produto de Vitória de Santo Antão. Além das gravações trazidas no seu bojo, havia o apresentador com o vozeirão que combinava com aquele monumento móvel. E para animar movimentos como vaquejadas sertanejas, nada havia de melhor do que a presença viva da marca da aguardente pelo famigerado carro. Perguntava-se após elogios à cachaça: “Eu, Pitú e tu?”. A combinação da rima, certa ou errada no português, fazia um bom efeito nos ouvintes sedentos por uma “branquinha”.



(FOTO: III CARNAVAL DE ZÉ PILUCA).
PAU-DE-SEBO. (Jarbas Rocha).

as rochaHavia outras marcas de cachaça no mercado regional como a Serra Branca, forte concorrente da Pitú, e a Azuladinha das Alagoas, como as mais salientes no período. Mas com o carro de som perambulando mesmo, só havia a da marca Pitú. Pois bem, dizem que lá nas Águas Belas estava havendo uma brincadeira de vaquejada com animação do carro de som. Verdadeira multidão se divertindo na chamada “festa de cabra macho”. O carro da aguardente de Vitória fazia muito sucesso e o apresentador sempre entremeava a fala com a frase: “Eu, Pitú, e tu?”. Em um desses intervalos, foi passando por ali um caboclo de opinião própria, logo abordado, pelo locutor entusiasmado:
--- Eu, Pitú, e tu?
--- Eu, Serra Grande!... --- respondeu no som potente o caboclo.
Foi um desastre na locução.

Muitas vezes a nossa existência faz comparativos com a malícia das manobras. Vez em quando alguém que se acha poderoso no rádio, na literatura, nas organizações... Tenta nos quebrar a espinha dorsal. Não raras vezes o efeito bumerangue danifica seriamente o desavisado atirador. Uma espinha dorsal com revestimento divino fortifica-se cada vez mais com as ações nefastas dos medíocres. Alíás, o coitado não se cansa de tentar subir no pau-de-sebo com areia no bolso.
 --- Eu Pitú, e tu?
--- Serra Grande.

·         As marcas de aguardente citadas são apenas para ilustrar a “fábula”, merecendo de nós admiração e respeito.


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ACADEMIA CEARENSE DE RETÓRICA COMEMORA 40 ANOS DE FUNDAÇÃO


Por Benedito Vasconcelos Mendes

O Professor Benedito Vasconcelos Mendes recebeu comunicado do Presidente da Academia Cearense de Retórica-ACERE, Escritor Neuzemar Gomes de Moraes, que foi eleito, por unanimidade, para receber o honroso título de SÓCIO EMÉRITO da referida Academia. A Entrega do Título será no Plenário 13 de maio, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, no próximo dia 17 de abril, por ocasião da Sessão Solene Comemorativa dos 40 Anos de Fundação da ACERE. Além do Professor Benedito Mendes também será homenageado, o Presidente da Academia Cearense de Letras e Sócio Efetivo da ACERE, escritor e ex-Ministro Ubiratan Aguiar, que receberá o garboso Diploma de Orador Modelo da Academia Cearense de Retórica.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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LIVRO COCOCY



O livro Cococy - História e Memórias da Família Feitosa, narra a trajetória da grandiosa família Feitosa, desde as margens do Rio São Francisco; as ligações de parentesco com as famílias pioneiras da Capitania de Pernambuco; Guerra da família Montes contra os aparentados Feitosas; colonização da região dos Inhamuns pela família Feitosa, especialmente nas margens do Rio Jucá; ascensão e queda do lendário município Cococi; catalogação de centenas de propriedades rurais pertencentes ao clã Feitosa. 


Para aquisição do livro contactar com: Feitosa Pereira Darwin ou Francisco Pereira Lima através deste email: franpelima@bol.com.br




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ROBERTO E ORLANDO SILVA

Acervo da Deocele Lucena

Que encontro maravilhoso!
Orlando Silva, o cantor das multidões e o rei Roberto Carlos.
Nos 100 anos do Orlando Silva, 
Um lindo dueto... 
Fascinação!


Que encontro maravilhoso!
Orlando Silva, o cantor das multidões e o rei Roberto Carlos.
Nos 100 anos do Orlando Silva,
Um lindo dueto...
Fascinação!



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.TRECHO DO LIVRO MEMÓRIAS SANGRADAS, A SER LANÇADO, SOBRE A SAGA DOS CANGACEIROS NOS ANOS 20 E 30.


Foto e texto de Ricardo Beliel

Bom de prosa, Zé de Olindo nos diz "Zé Sereno e Sila se casaram na Serra Negra e depois se entregaram apoiados por meu pai Antonio Olindo. Corisco quis se entregar para meu tio João Maria, mas preferiu fugir e Zé Rufino, que era da Serra Negra saiu na perseguição. Os cangaceiros aqui não ficaram na cadeia. Foram para a casa de Chico Capitão, que era comerciante de peles, porque tinham medo de vingança, mas viviam nas ruas. Soltos. 

Era muita curiosidade da gente. Todo mundo queria ver como eles eram. Curiosidade e um pouquinho de medo. Mas Cajazeira e Diferente fugiram. O Cajazeira, que era filho de um coiteiro, o Julião, depois foi candidato a prefeito de Poço Redondo, apoiado por meu tio, mas perdeu e depois roubou as urnas. Para se vingar do prefeito, o Artur, contratou dois pistoleiros, mas quando ele tratou com os dois, o Eron e o Alfredão, eles já estavam entabulados com o outro lado e mataram ele. Cajazeira tinha sobrevivido ao Angico e era casado com Enedina, que morreu no cerco. Depois ele se casou com a irmã dela".

João Capoeira irmão de Enedina e de Estela, a segunda mulher de Cajazeira, tinha agrado por Zé de Julião, como era conhecido Cajazeira entre os seus, e nos conta em sua pequena casa de dois cômodos em Poço Redondo, amparando seus 106 anos num pau de muleta, que "todo mundo aqui queria que ele fosse prefeito, mas o governo não aceitou não. 

O Eronides que foi governador lá na capital, queria outro. Ele pelejou, mas não teve jeito". Julião, um bem sucedido dono de fazendas e pai de seu cunhado, tentou de tudo para tirar da cabeça do filho, Zé, o desejo de se aventurar na companhia dos cangaceiros. "Minha família era pobre e o Zé era fazendeiro. Nós morava na fazenda deles, de nome Jiquiri. 

O pai dele dava tudo para o filho não entrar nessa vida de bandido, pediu para ele escolher uma das quatro fazendas e até uma casa em Aracaju, em todo canto, mas não teve jeito. Terminou de fazer o casamento com minha irmã e os dois foram pros lados dos cangaceiros. 

Ela morreu no fogo, mais Lampeão. Lampeão não era conforme o povo dizia. Era um hominho, respeitador de todo mundo". Seu João Capoeira não seguiu os passos e percalços de Enedina, ainda muito jovem preferiu dar ouvidos às palavras de sua irmã mais velha, "não caia nisso não. É só pra nós que já estamos perdidos, pois que cangaceiro é comida de bala".

(Depoimentos de Zé de Olindo, em Jeremoabo, e João Capoeira, em Poço Redondo).

Infelizmente eu perdi a fonte da "página no facebook", mas me parece ser do pesquisador Voltaseca. Depois de tudo pronto para postagem a página desapareceu da tela.

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